quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

         O Sucesso no Gerenciamento 2


2. Ética de trabalho

Uma coisa que todos os bons gerentes têm em comum é uma ética de trabalho saudável que valoriza o trabalho duro e o melhor desempenho. Trabalhar com todo o seu potencial é um bom exemplo para os funcionários seguirem e os incentiva a adotar hábitos de trabalho positivos. Os gerentes que demonstram uma forte ética de trabalho, inspiram suas equipes a realizar todo o seu potencial.

 

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3. Orientado para objetivos

Bons gerentes podem definir metas alcançáveis ​​e criar estratégias para atingir essas metas. Definir metas é uma abordagem que usa objetivos específicos, mensuráveis, acionáveis, relevantes e baseados em tempo, para que possam ser facilmente traduzidos em estratégias eficazes.

 

Dividir as metas em etapas menores pode facilitar a realização de projetos de longo prazo e ajudar sua equipe a permanecer motivada durante todo o projeto.

Específico

Ao definir uma meta, você deve ser específico sobre o que deseja realizar. Objetivos específicos têm uma chance muito maior de serem alcançados. Pergunte a si mesmo:

O que eu quero realizar?

Por que o objetivo é importante?

Quem está envolvido?

Onde está localizada esta meta?

Mensurável

É importante que você possa medir seu progresso. Ao avaliar seu progresso, você pode acompanhar e medir se foi bem-sucedido. Os métodos de medição podem ser baseados em dados, como dinheiro economizado e número de clientes atendidos, ou podem ser baseados em comentários e pesquisas de clientes. Pergunte a si mesmo:

Como saberei que atingi a meta?

Quantos/quanto?

Que fontes de informação posso usar para determinar se atingi a meta?

Alcançável

Seu objetivo? tente esticá-lo para ser desafiador, mas ser definido o suficiente para ser atingível. Verifique se o seu objetivo é algo que você tem tempo, dinheiro e recursos para fazer. Pergunte a si mesmo:

Como esse objetivo é alcançado?

Que recursos são necessários para atingir o objetivo, e nós os temos?

Se não, como podemos alcançá-los?

Relevante

Certifique-se de que seu objetivo seja relevante para a direção em que você deseja que sua empresa vá. Por exemplo, aumentar o lucro, empregar mais funcionários, aumentar o reconhecimento da marca. Pergunte a si mesmo:

Isso combina com nossos outros esforços?

É o momento certo para definir essa meta?

Vale a pena para o nosso negócio?

Tenho a equipe certa para atingir esse objetivo?

Tempo limite

Uma data-alvo fornece à sua empresa um prazo para trabalhar em direção à meta. Uma meta sem prazo pode ser facilmente esquecida ou deixada de lado. Também é importante definir prazos para as pequenas metas ao longo do caminho. Pergunte a si mesmo:

Quando a meta precisa ser concluída?

O que pode ser feito dentro do prazo?

O que posso fazer no futuro imediato (seis semanas)?

O que vai precisar de um prazo mais longo (seis meses)?

Depois de ter sua lista de objetivos de negócios, você precisará trabalhar para alcançá-los. Aqui estão algumas coisas a serem consideradas ao planejar sua estratégia para atingir suas metas de negócios:

 

Ações – descreva as ações individuais que você tomará para trabalhar em direção ao seu objetivo. Por exemplo, pesquise cinco diferentes fornecedores e faça uma lista de seus prós e contras.

Prazo – defina um prazo para completar sua meta. Pergunte a si mesmo quanto tempo você espera que a tarefa leve e defina uma data realista para trabalhar.

Recursos – detalhe seu orçamento, requisitos de pessoal e quaisquer suprimentos necessários para atingir a meta.

Responsabilidade – informe sua equipe, clientes ou um grupo de pessoas em quem você confia sobre seus objetivos. Essas pessoas podem ajudá-lo a permanecer no caminho certo e garantir que você esteja trabalhando em direção ao seu objetivo.

Revisão – considere como você medirá o sucesso de sua meta. Reserve um tempo para revisar regularmente como você está rastreando isso. Considere quais ações você pode tomar se não estiver no caminho certo, normalmente chamado Plano B.

 

4. Conhecimento do setor

Os gerentes devem ser capazes de demonstrar uma compreensão profunda de sua empresa e seu lugar no setor. Os gerentes que permanecem ativos nos canais de networking e continuam a aprimorar suas habilidades por meio de treinamentos e workshops são um bom exemplo para os funcionários permanecerem ativos e bem informados ao longo de suas carreiras.

 

5. Ser positivo e inspirador

Bons gerentes se esforçam para ser líderes fortes que incentivam o trabalho em equipe. Para capacitar sua equipe para o sucesso, certifique-se de que cada membro se sinta valorizado. Peça informações e envolva sua equipe em todo o processo de cada projeto.   Líderes fortes também fornecem feedback positivo que ajuda os funcionários a entender o que fizeram bem, ao mesmo tempo em que identificam oportunidades de melhoria.

Como gerente, você lidera pelo exemplo e sua atitude tem um potencial de longo alcance, desde a motivação individual dos funcionários até a cultura da empresa. Ao ter uma atitude positiva no local de trabalho, você pode melhorar a satisfação dos funcionários e a produtividade dos negócios, especialmente como líder.

Pessimistas, não tenham medo!: ter e promover uma atitude positiva não significa alegria exagerada, otimismo cego ou evitar negativos. Em vez disso, significa ser realista sobre pessoas e situações no trabalho, reconhecendo tanto os sucessos quanto os retrocessos.

Com uma atitude positiva, as decepções não são interpretadas como um sinal para desistir ou ceder. São motivação, dicas para começar a resolver problemas e melhorar.

Gerentes e funcionários com atitudes positivas também não são complacentes. Eles permanecem ativamente engajados em fazer o melhor para evitar transtornos para si e para toda a empresa, mesmo que tudo pareça estar funcionando sem problemas.

6. Encorajando e apoiando

Bons gerentes ajudam os membros da equipe a progredir em suas carreiras, dando-lhes crédito quando apresentam bom desempenho e destacando suas realizações em reuniões de equipe e avaliações de desempenho.

Como gerente, você pode ajudar sua equipe a identificar seus pontos fortes e aplicar seus talentos aos projetos. Converse regularmente com membros da equipe individualmente, sobre seus objetivos profissionais.

Um bom gerente deve acreditar que o estudo é uma obrigação permanente, e deve passar aos seus comandados, a ideia de que a mudança vem por meio de mudanças de paradigma de mentalidade e comportamento em torno da equidade, inclusão e diversidade. Deve estar sempre procurando maneiras de ultrapassar os limites da equidade, inclusão e diversidade e envolver as pessoas de maneira significativa, instigante e que leve a mudanças reais tanto para elas próprias, quanto para as organizações que elas representam.

A aprendizagem e a mudança comportamental são mais transformadoras e sustentáveis ​​quando a disrupção ocorre, porque acreditamos que a conexão e a compreensão humana são a base para mudar a vida e o comportamento.

Um grande desafio que se apresenta à liderança, na maior parte dos casos, é levar as pessoas a abandonar os seus antigos hábitos, e implantar soluções novas. É portanto sobre a inovação e a mudança que a liderança pode ser inspiradora, para ajudar e às vezes impor, a transformação nas organizações. Embora possa haver uma gestão eficaz ausente de ideias, não pode haver verdadeira liderança se não houver inovação e avanços organizacionais.

Líderes inspiradores,  criam uma  cultura de inspiração dentro da sua organização. Eles fornecem uma visão compartilhada, que inspira as pessoas para conseguir mais, e chegar até onde nunca teriam sonhado possível. Eles são capazes de articular uma comunhão de ideias que inspira os outros a agir. As pessoas fazem o que têm que fazer por um gerente, mas fazem o seu melhor para um líder inspirador.

7. Métodos de resolução de conflitos

Um bom gerente precisa ter fortes habilidades de resolução de conflitos, pois cada equipe geralmente tem várias personalidades. Entender como mediar desentendimentos e resolver conflitos de uma maneira que faça com que todos se sintam valorizados é essencial para manter os projetos nos trilhos e o moral no auge.

 

Conflitos e adversidades fazem parte inevitável da vida. Tentar solucionar contratempos e crises sem as estratégias certas é praticamente impossível. Talvez alguém consiga, mas terá de enfrentar muito stress e inúmeros riscos. E é bem provável que fracasse. As culturas desenvolvem sentimentos próprios, mas por vezes acentuam em alguns indivíduos, outros que sendo comuns a todas as culturas, aumentam por exacerbado amor-próprio.

Os conflitos desembocam em discussões sem solução, por falta de competência e de respeito entre as partes.

- Evita-se a troca de informações e a valorização de pessoas.

- Ninguém ousa pensar, os chefes mandam e os outros obedecem.

O relacionamento interpessoal no trabalho deve ser pautado pela simpatia, respeito, ajuda, colaboração, franqueza e confiança. Nunca se deve guiar pela força das opiniões  pessoais, as quais devem ser expostas abertamente e até defendidas (ser respeitadas e jamais amesquinhadas), mas que não podem  prevalecer  sobre o bom relacionamento ou os interesses da empresa.

Todos têm direito às  suas opiniões, mas devem respeitar também o direito que os  outros  têm de as aceitar ou  não, sem que isso  se  torne  obstáculo ao  bom  relacionamento. Todos devem empenhar-se em esgotar os recursos para a solução de conflitos no patamar organizacional em que eles ocorram, antes de apelar para uma instância superior.

A solução que damos aos nossos próprios problemas, é sempre melhor e mais  agradável ao nosso  ego, do que  a solução apresentada por  terceiros.

É também aconselhável ter em mente que qualquer solução para um conflito, deve ser satisfatória e honrosa para todas as partes intervenientes. Um conflito em que a solução final, tem um vencedor e um perdedor é um conflito latente, que não foi devidamente solucionado. Pode voltar a qualquer  momento no  futuro. Por essa razão, o gerente capacitado, procurará sempre encontrar uma solução de compromisso, em que nenhuma das partes se sinta como perdedor.

8. Dar o Exemplo

Ser um exemplo para a sua equipe pode ajudá-los a desenvolver as habilidades valiosas necessárias para se destacar em seus trabalhos. Para ser um modelo eficaz, certifique-se de exibir as qualidades que espera de sua equipe, como honestidade, transparência e disposição para assumir responsabilidades adicionais.

 

Aceitar a responsabilidade irá mostrar à sua equipe que você pode aprender com os erros. Quando você notar membros mostrando uma qualidade positiva, certifique-se de elogiá-los. Quando você exibe as qualidades que espera de sua equipe, é mais provável que eles as desenvolvam.

Como podemos então orientar o nosso relacionamento com pessoas, de forma a encorajar situações positivas e concretas?

Nas situações de contacto direto, deve-se procurar manter conversas com temas neutros. Evitar questões polémicas e pessoais, como religião e política, ou outras que tendam a causar conflitos. Se o interlocutor nos tentar envolver em uma discussão que provavelmente se tornará polémica, deve-se mudar de assunto ou encerrar a conversa. Aceitar a realidade de que é preciso cuidado para lidar com opiniões diferentes das nossas. Não se pode mudar a opinião de uma pessoa, e entrar numa luta de poder, com defensivas e críticas, pois isso apenas irá piorar as coisas. O oponente também irá nos classificar como uma pessoa difícil de lidar. Deve-se fazer o que está sob nosso controle e mudar o tema da conversa com a outra pessoa, pois isso é tudo o que temos o poder de mudar.

9. Ser Honesto e transparente

Bons gerentes demonstram um senso de honestidade e integridade que permite que os funcionários confiem em seu julgamento. Uma equipe precisa ter transparência aberta e isso começa com um gerente honesto e confiável. Os funcionários se sentirão mais à vontade para discutir preocupações com um gerente que ouvirá e dará feedback honesto.

Habilidades de liderança por si só não fazem os líderes - estilo e comportamento, fazem. Mas quem estiver interessado na formação e desenvolvimento em liderança, deve começar por analisar o seu comportamento de liderança, pois a maior parte das habilidades estão ligadas a esse aspecto gerencial.

 

•          Integridade - o requisito mais importante; sem ele todo o resto equivale a nada.

•          Nunca ficar emocionalmente negativo com as pessoas - não gritar ou resmungar, mesmo que se sinta muito aborrecido ou irritado.

•          Liderar pelo exemplo - ser visto sempre como um trabalhador mais diligente e mais incisivo do que qualquer outro.

•          Estar ao lado do seu pessoal, pronto para ajudar quando eles precisarem.

•          Equidade - tratar a todos igualmente e no mérito.

•          Ser firme e claro para lidar com o mau comportamento ou o gesto antiético.

•          Tomar notas e manter bons registos.

•          Planejamento e priorização.

•          Gerir bem o tempo e ajudar os outros a fazê-lo também.

•          Envolver o seu pessoal no seu pensamento, e especialmente na gestão da mudança.

•          Ler bons livros, e procurar bons conselheiros, para o ajudarem a desenvolver a sua compreensão de si próprio, e nomeadamente do seu pessoal e dos problemas que envolvem o negócio; ter em conta que alguns dos melhores livros de liderança não são sobre o negócio - eles são sobre pessoas que triunfam sobre a adversidade.

•          Realização das tarefas da empresa e obtenção dos objetivos, mantendo a sua integridade, a confiança do seu pessoal, e um equilíbrio entre os objetivos empresariais e as necessidades do mundo à sua volta.

10. Ser Empático e sincero

Os melhores gerentes estão comprometidos em produzir resultados, mas também entendem os desafios e as necessidades únicas dos membros de sua equipe. Esse tipo de entendimento ocorre dentro e fora do escritório. Certificar-se de que os funcionários se sintam reconhecidos por seu trabalho é tão importante quanto permitir horários flexíveis para acomodar as obrigações familiares. Um gerente que não apenas reconhece, mas também promove um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal para sua equipe inspirará maior lealdade e, em última análise, maior produtividade.

•          Ouvir e realmente entender as pessoas, e mostrar-lhes que compreende (isso não significa que tem que concordar com todos - entender é diferente de concordar).

•          Partilhar sempre a responsabilidade pela culpa ou por erros do seu pessoal, desde que eles não sejam motivados por atitudes pessoais ou de retaliação.

•          Dar sempre aos seus liderados o crédito pelos seus sucessos.

•          Nunca fazer a autopromoção. Aparecer apenas pelo apoio dado ao seu pessoal.

•          Ser visto como tomando sempre decisões justas e equilibradas. Mesmo que a decisão seja delegada ou não se venham a tomar outras providencias, se for caso disso.

•          Pedir a opinião das pessoas, mas manter-se neutro e objetivo.

•          Ser honesto, mas sensível na maneira de dar uma má notícia ou fazer uma crítica.

•          Fazer sempre o que prometeu que iria fazer - manter as suas promessas.

•          Trabalhar duro para tornar-se especialista no que faz, tanto tecnicamente como na compreensão das pessoas, das suas habilidades técnicas e desafios.

•          Incentivar as pessoas a crescer, a aprender e a assumir, tanto quanto quiserem, mas a um ritmo que possam manter.

•          Acentuar sempre o lado positivo do falar (“fazer assim”, em vez de “não fazer assim”).

•          Sorrir e incentivar os outros a serem felizes e usufruírem do seu dia-a-dia.

•          Relaxar - rompendo as barreiras e o temor da liderança - e dando ao seu pessoal momentos para se conhecerem e respeitarem uns aos outros.

12. Confiabilidade

Bons gerentes são confiáveis ​​e respeitam a confidencialidade. Os funcionários precisam saber que os gerentes têm seus melhores interesses no coração. Se seus funcionários sentirem que você não os apoia, isso pode levar a um ambiente de trabalho tóxico. Os funcionários também precisam ter certeza de que os gerentes estão dizendo a verdade. Sua confiabilidade se baseia no respeito à privacidade dos funcionários e na oferta de conselhos honestos com base no que melhor se alinha aos objetivos da sua empresa. Gestão e liderança são duas maneiras diferentes de conduzir as pessoas e os negócios. O gerente usa uma abordagem formal como método racional, o líder usa a paixão e desperta emoções, o que sempre cativa adeptos. Mas ambas podem ser consubstanciadas, na pessoa de um gestor que possua as capacidades  inerentes à fusão necessária. Esse será o líder verdadeiro, importante em qualquer organização.

13. Estresse e seu Gerenciamento

Em pequenas quantidades, o estresse pode ser muito útil e encorajador para o trabalho. No entanto, quando o estresse se torna constante e começa a fazer efeito negativo, pode afetar a comunicação, a clareza de opinião e o comportamento e ação apropriados.

Quando você está sob estresse, pode interpretar mal as outras pessoas, enviar sinais não-verbais confusos e usar padrões engraçados de comportamento.

Com que frequência você se sentiu estressado durante uma discussão com seus amigos ou colegas e depois disse ou fez algo de que se arrependeu mais tarde?

Se você melhorar as habilidades de gerenciamento de estresse, não apenas evitará esses arrependimentos subsequentes, mas também poderá influenciar outra pessoa com quem esteja em um conflito.

 

14. Controle as emoções

No gerenciamento, os sentimentos desempenham um papel importante. Tomar decisões afeta mais vezes a maneira como você se sente do que a maneira como você pensa.

Guiado pelas emoções, seu comportamento não verbal afeta a compreensão de outras pessoas e como os outros entendem e percebem você.

Se você não estiver ciente de seus sentimentos, você será “guiado”, não poderá expressar suas necessidades e experiências. Isso pode resultar em frustração, mal-entendidos e conflitos.

O controle das emoções fornece ferramentas para entender os outros, a si mesmo e as mensagens que você envia.

Embora reconhecer os sentimentos seja simples, muitas pessoas têm sentimentos fortes como raiva, tristeza ou medo de serem empurrados para debaixo do tapete.

 


Influencia na Satisfação dos Subordinados

A forma de comunicação entre o superior e o subordinado tem uma influência importante sobre a satisfação no local de trabalho. A maneira pela qual o subordinado analisa o comportamento do gestor pode influenciar positivamente ou negativamente a sua satisfação no trabalho. Comportamentos de comunicação tais como, aperto de mão, palmada nas costas e expressão vocal positiva, são cruciais para a relação entre superior e subordinado. Mensagens não verbais ou gestuais positivas, desempenham um papel central na interação interpessoal com relação à formação de impressão e expressão emocional. Um polegar voltado para cima, bater palmas para comemorar um sucesso, ou um dedo indicador bamboleante, são gestos de contacto contínuo não verbal do superior, que ajudam a aumentar a participação interpessoal com os seus subordinados, e afetam a satisfação destes no trabalho. O modo descontraído pelo qual os superiores se comunicam com os seus subordinados pode ser mais importante do que o conteúdo verbal. Indivíduos que antipatizam e pensam negativamente sobre o seu chefe estão menos dispostos a comunicar-se ou a ter motivação para trabalhar, enquanto indivíduos que gostam e pensam positivamente do seu supervisor são mais propensos a comunicar-se e estão satisfeitos com o seu ambiente de trabalho. A relação de um subordinado com o seu superior é um aspecto muito importante no local de trabalho. O gestor que usa o imediatismo não verbal descontraído, com simpatia e com linhas de comunicação abertas, está mais propenso a receber retorno positivo e a conseguir alta satisfação no trabalho dos seus subordinados, enquanto um gestor tenso, hostil ou pouco disposto a se comunicar, irá naturalmente receber um retorno negativo e baixa satisfação no trabalho dos seus subordinados. 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

O Sucesso no Gerenciamento 1

 


1. Habilidades de comunicação

 

Gerentes que buscam o sucesso, normalmente se esforçam para desenvolver habilitações que os capacitem a liderar de forma eficaz. Para ajudar os que estiverem  se preparando para seguir esta carreira, aqui lhes damos para examinar, um conjunto dos conhecimentos comuns a todos os bons gerentes, Cada um pode fazer as escolhas necessárias se encontrar alguma útil, para aumentar o seu próprio potencial.

 

O que faz um gerente ser bom?

Bons gerentes desenvolveram um conjunto específico de capacidades que os ajudam a levar suas equipes ao sucesso. E essas capacidades são importantes, se você quiser ser um gerente de sucesso: Comunicação é uma delas.

Nesta série de postagens apresentamos o que a nosso ver são as principais qualidades que ajudam um bom gerente.

 

Habilidades de comunicação:

Definição e sua importância no local de trabalho

As competência em comunicação, engloba um conjunto de atividades que contribuem para uma atuação pública de qualidade.

A comunicação é muito importante hoje, tanto no mundo dos negócios quanto na vida privada. É importante ser capaz de transmitir os seus pontos de vista e instruções de forma clara e concisa para que cada membro da sua equipe saiba exatamente o que se espera dele. É importante ser capaz de ouvir comentários e sugestões construtivas e evitar erros ou falhas. Bons gerentes escolhem as suas palavras com cuidado para evitar confusão ou discordância.

Uma comunicação eficiente e compatível com as necessidades, ajuda a entender melhor as pessoas e as situações. Ajuda-nos a ultrapassar as diversidades, a construir confiança e respeito, e a criar condições para partilhar ideias criativas e resolver problemas.

Melhore as comunicações internas envolvendo a sua força de trabalho.

Desenvolver uma comunicação forte é uma das principais prioridades dos líderes.

No mundo dos negócios, muitos empregadores acreditam que uma comunicação interna adequada pode aumentar significativamente a produtividade dos funcionários.

Embora a comunicação em si pareça simples, quando tentamos estabelecer comunicação com  outros, sempre devemos contar com a possibilidade de falta de entendimento ou falha na compreensão, o que pode causar conflitos e frustrações na vida pessoal ou profissional em relação a outras pessoas.

Ao adquirir fortes habilidades de comunicação, você pode se conectar melhor com seus amigos, colegas, chefes ou clientes, e tudo isso melhora o relacionamento no local de trabalho.

Neste tempo em que vivemos; estamos recebendo, enviando e processando um grande número de mensagens todos os dias.

Mas a boa comunicação é muito mais do que compartilhar informações; é criar também uma expressão compreensível para terceiros, dos sentimentos por trás dessa informação.

A boa comunicação pode aprofundar as relações na vida pessoal ou profissional. Na vida pessoal, ajudando-nos a entender melhor as pessoas e situações que acontecem no dia a dia.

No trabalho e relacionamentos, pode nos ajudar a evitar conflitos de interpretação e a melhorar a tomada de decisões.

Com fortes habilidades de comunicação, você pode fazer evoluir os seus negócios. Grandes comunicadores expressam soluções, impulsionam mudanças, motivam e inspiram os seus colegas.

Ao melhorar as habilidades de comunicação, podemos incentivar o envolvimento dos funcionários, o trabalho em equipe, a tomada de decisões e a comunicação interdepartamental no local de trabalho.

Por esse motivo, as melhorias de comunicação são as habilidades sociais que os empregadores mais  procuram em seus funcionários.

Boas aptidões de comunicação permitem que os gerentes recebam e enviem mensagens negativas ou pesadas sem criar frustração ou quebra de confiança, o que é importante para manter os funcionários motivados e engajados, pois funcionários envolvidos esperam ser informados sobre todos os aspectos do negócio e não perder nenhuma informação importante.

Eles apreciam que os líderes os informem regularmente dos seus desempenhos e objetivos, com feedback contínuo sobre o seu trabalho, e prezam receber rápido e claramente essas informações. Os empregadores que conseguem comunicar com sucesso os valores da empresa e as metas de negócios para os seus funcionários, têm taxas de rotatividade muito mais baixas.



Valores da empresa: definição, importância e exemplos

A maneira como os gerentes se comunicam com os funcionários tem um impacto direto nos resultados da empresa. A maioria das estratégias de transformação digital falha devido à falta de comunicação no local de trabalho pelo que os empregadores precisam ter uma estratégia bem definida sobre como manter seus funcionários informados e engajados.

Claro que é preciso tempo e esforço para desenvolver as habilidades oratórias e se tornar um comunicador de sucesso, mas quanto mais esforço e prática forem usados, mais espontâneos e mais instintivos serão os .resultados.

Compilamos abaixo algumas das estatísticas mais importantes sobre a importância de desenvolver fortes habilidades de comunicação no local de trabalho.

 

Aproximadamente, 7% da comunicação é verbal, 38% do seu resultado vem do tom e da inflexão, e impressionantes 55% vêm da linguagem corporal.

No entanto, mais de 60% dos empregadores dizem que os candidatos não demonstram comunicação e habilidades interpessoais suficientes para serem considerados para empregos, 57% dos funcionários relatam não receber orientações claras (Tecnólogo de RH), 69% dos gerentes não se sentem à vontade para se comunicar com os funcionários (Tecnólogo de RH).

Apenas 19% das organizações dizem que são “muito eficazes” no desenvolvimento de líderes (Infopro Learning)

82% dos funcionários não confiam em seu chefe para lhes dizer a verdade (Forbes)

85% dos funcionários dizem que estão mais motivados quando a gerência oferece atualizações regulares sobre as notícias da empresa (Trade Press Services)

70% de toda a comunicação organizacional emana através de Ordens de Serviço (Chron)

41% dos líderes não são capazes de coletar informações apropriadas rapidamente. Como consequência, 40% não são capazes de tomar decisões oportunas e regulares (PwC)

69% dos gerentes não conseguem organizar uma comunicação válida com seus funcionários (Rallyware)

37% dos gerentes não se sentem à vontade para dar feedback direto sobre o desempenho de seus funcionários por acharem que o funcionário pode responder negativamente ao feedback (Harvard Business Review)

81% dos recrutadores identificam as habilidades interpessoais como importantes (mba.com)

No entanto, mais de 60% dos empregadores dizem que os candidatos não demonstram comunicação e habilidades interpessoais suficientes para serem considerados para empregos (Horário comercial)

57% dos recrutadores dizem que as habilidades interpessoais crescerão em demanda nos próximos cinco anos (mba.com)

 98% dos melhores vendedores identificam os relacionamentos como o fator mais importante na geração de novos negócios (Salesforce)

Cerca de um quarto dos funcionários acha que o e-mail é um grande assassino de produtividade (Bluesource)

Eles sentem que uma divisão de comunicação pode ter sérias implicações nos negócios, incluindo baixa moral da equipe (61%), confusão para os clientes ou clientes da empresa (60%) e perda de negócios (31%) (HR Magazine)

74% dos trabalhadores gostariam que sua empresa os deixasse trabalhar em casa com mais frequência como resultado do COVID-19 (Robert Half)

28% dos funcionários relatam a falta de comunicação como a principal causa da falha na entrega de um projeto dentro do prazo original, de acordo com uma pesquisa da Computing Technology Industry Association (Bluesource)

Algumas capacidades complementares são absolutamente necessárias para uma comunicação bem-sucedida no local de trabalho ou na vida privada.

 

1. Ouvindo

Saber Ouvir é um dos aspectos mais importantes da comunicação. A escuta bem-sucedida não é apenas entender as informações faladas ou escritas, mas também entender como o falante pensa e tenta expor o seu pensamento, durante a comunicação.

Se um orador pode ver e sentir que alguém ouvindo o está entendendo, isso pode ajudar a construir um relacionamento mais forte e profundo entre os interlocutores.

Ouvir atentamente também pode criar um ambiente em que todos se sintam seguros para expressar ideias, opiniões e sentimentos, ou planejar e resolver problemas de forma criativa.

Ouça com empatia A empatia é a capacidade de compreender os sentimentos, pensamentos e crenças de outra pessoa. Esta é exatamente a razão pela qual as organizações começaram a desenvolver empatia no local de trabalho.

A aceitação emocional, intimamente relacionada à empatia, significa que, depois de empatizar e entender como a outra pessoa se sente, podemos aceitar as razões pelas quais alguém sente, ou pensa da maneira que pensa, independentemente de concordarmos ou não com isso.

Tente ver as coisas da perspectiva dos outros pelo que você ouve, em vez de tentar "consertar as coisas e resolver o problema à sua maneira".

Habilidades de escuta ativa permitem que bons gerentes se concentrem completamente em quem fala, entendam a sua mensagem, compreendam as informações e respondam com atenção. Ao contrário da escuta passiva, que é o ato de ouvir um orador sem reter a sua mensagem, essa habilidade de comunicação interpessoal altamente valorizada garante que você seja capaz de se envolver e depois lembrar de detalhes específicos, sem precisar repetição das informações.

 

2. Falando direto

A conversação é a base da comunicação, e não se deve negligenciar a sua importância. Mesmo uma conversa simples e amigável com colegas pode criar confiança mútua e até detectar problemas antes que eles se tornem sérios.

A comunicação começa com você. Assuma a responsabilidade e inicie a comunicação, não espere que outra pessoa o faça e não se esconda atrás de várias formas de comunicação online.

Uma boa comunicação, especialmente sobre temas importantes, requer muito mais do que podemos expressar em uma mensagem escrita.

Normalmente não ligamos a esse tipo de comunicação, porque não vemos o rosto da pessoa, ou a sua comunicação não verbal, e em que circunstâncias a comunicação começa.

Pense antes de falar. A maioria de nós funciona melhor, quando temos tempo para processar nossos próprios pensamentos antes de compartilhá-los.

Se a conversa ou reunião vale o seu precioso tempo, reserve alguns minutos para preparar o rascunho do discurso.

Para uma conversa muito importante, tente uma conversa simulada com uma pessoa de confiança para que você possa eliminar possíveis erros.

Esteja pronto para respostas diferentes. Ao formular uma estratégia de fala, coloque-se na posição da pessoa que o vai ouvir.

Isso garantirá uma abordagem equilibrada e você estará preparado para aprender e defender possíveis divergências sendo mais fácil defender o seu ponto de vista.

Ninguém pode prever antecipadamente como as outras pessoas vão reagir.

Melhore as chances de uma conversa bem-sucedida, esperando respostas e consultas negativas. Isso tornará mais difícil para os seus próximos ouvintes, pegá-lo despreparado.

Uma dose saudável de conversa com uma pessoa desconhecida pode levar a uma oportunidade de negócio. Seja acessível e amigável, porque assim você poderá conversar com quase qualquer pessoa.

Como pode ver, não existe uma única maneira de desenvolver grandes habilidades de comunicação ou se tornar um grande líder.

A metodologia que você vai escolher dependerá de si próprio, dos objetivos que deseja alcançar e da sua personalidade também (não precisamos desenvolver todos, as mesmas habilidades de comunicação).

Ajude seus funcionários a melhorar suas habilidades de comunicação.

Líderes e funcionários precisam ter fortes habilidades de comunicação para apoiar o crescimento do negócio.

Pense que a comunicação é, na verdade, a cola que mantém o negócio unido. Sem uma comunicação eficaz, os funcionários não têm uma compreensão clara da visão e das prioridades da empresa. Os gerentes lutam para motivar e inspirar suas equipes.

No final das contas, é o sucesso da empresa que pode sofrer com a má comunicação.

Além disso, você precisa se comunicar com seus funcionários por meio de seus canais favoritos, para que eles se envolvam com seu conteúdo e continuem desenvolvendo habilidades de comunicação.

 

Incentive seus funcionários a desenvolver fortes habilidades de comunicação por meio de Mensagens relevantes que o ajudem a conectar toda a força de trabalho.

Use uma estratégia de comunicação interna adaptada às necessidades dos seus colaboradores com criação de conteúdo. Acredite que seus funcionários podem se tornar grandes criadores de conteúdo e não precisam se tornar designers de um movimento para isso!

Não se esqueça de que seus funcionários podem ser ótimos comunicadores dentro e fora da organização!

Funcionários com marcas pessoais fortes e habilidades de comunicação podem se tornar os seus melhores representantes.

Como resultado final, não apenas seus funcionários se sentirão bem informados sobre o que está acontecendo na empresa, mas também se sentem engajados e orgulhosos de fazer parte dela!

 


5. Comunicação não verbal

Quando falamos sobre coisas que são importantes para nós, enviamos muitas mensagens não verbais.

Sinais não verbais são comunicação sem palavras, posição do corpo, expressão facial, movimentos das mãos, gestos, contato visual, atitude e tom de voz, tensão muscular e a maneira como respiramos.

A maneira como você olha, ouve, cria, reage e gesticula, fala muito mais sobre sentimentos do que as palavras jamais poderão.

Por que achamos que as habilidades de comunicação não-verbal são importantes?

Porque, de acordo com a pesquisa da Salesforce sobre comunicação interpessoal, 93% da comunicação é não-verbal.

Desenvolver a capacidade de entender os outros e usar sinais não verbais o ajudará a se conectar melhor, expressar o que pensa, enfrentar situações desafiadoras e construir melhores relacionamentos em casa e no trabalho.

 

Obrigado pela sua atenção

Continuaremos na próxima postagem 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

 

A Gênese da Gastronomia Francesa


Posicionamento da Cozinha como seu dinamizador

Marie-Antoine Carême, (que em português seria António Maria) de nome conhecido  Antonin Carême, (nascido em 8 de junho de 1784, Paris, França - falecido em 12 de janeiro de 1833, Paris), foi um grande chef francês que serviu à realeza da Europa, escreveu várias obras clássicas sobre culinária e avançou a noção de cozinha como uma arte e uma ciência. Ele é frequentemente citado como o fundador da gastronomia francesa e foi um pioneiro da grande cozinha.

Carême nasceu em uma família pobre. Começou sua carreira aos 15 anos como ajudante de cozinha em um restaurante parisiense, mas logo passou a trabalhar em uma confeitaria da moda, ou pâtisserie, frequentada por Charles-Maurice de Talleyrand. As confecções elaboradamente esculpidas de Carême chegaram à mesa do próprio Napoleão e o tornaram o chef de Talleyrand (por 12 anos), do príncipe regente (o futuro George IV) da Grã-Bretanha (por 2 anos) e em seguida, sucessivamente, do czar Alexandre I da Rússia, da corte de Viena, da corte britânica embaixada em Paris, o príncipe de Württemberg, o marquês de Londonderry e a princesa Bagration. Ele então passou sete anos com o barão de Rothschild na sua propriedade em Ferrières.

A cozinha de Carême era famosa pela sua apresentação decorativa e elaborada, aproximando-se do grandioso, e condizente com a velha sociedade da Europa. Mas também escreveu livros. Seus principais trabalhos incluem Le Cuisinier parisien; ou, L'art de la cuisine française au dix-neuvième siècle (1828; “O cozinheiro parisiense; ou, a arte da culinária francesa no século 19”), Le Pâtissier royal parisien (1828; “The Royal Parisian Pastry Chef” ), Le Pâtissier pittoresque (1842; “The Picturesque Pastry Chef”), e Le Maître d'hotel français: traité des menus à servir à Paris, à Saint-Pétersbourg, à Londres, et à Vienne (1820; “The French Head Garçon: uma seleção de menus para servir em Paris, São Petersburgo, Londres e Viena”).

As ideias de Carême - que incluíam uma ênfase na apresentação artística dos pratos e no uso de ingredientes frescos - pegaram nos restaurantes de toda a Europa, especialmente na França, onde a Revolução Francesa contribuiu para o desenvolvimento de restaurantes, com os quais cozinheiros da aristocracia deposta, buscavam desenvolver o seu trabalho perante uma nova  classe social que se formava. E Carême ajudou a criar uma nova ética culinária, condizente com a nova França e dignificou uma nova classe até então um pouco esquecida.

 Cozinheiros 

 Nascia uma nova classe profissional que se tornou famosa, e foi responsável pela grande posição que tomou a Gastronomia Francesa. Era até então, relativamente raro o anfitrião, que confiava em seu cozinheiro para criar cardápios. Pelo menos nas famílias mais ricas, o maitre d'hotel, diretor de operações encarregado do jantar, consultava o senhor da casa sobre o cardápio e depois comunicava as decisões à cozinha. Um bom maître d'hotel sabia alguma coisa sobre culinária, pois era encarregado de supervisionar tanto a aquisição dos alimentos quanto o funcionamento geral da cozinha, além de suas muitas responsabilidades na frente da casa. O cozinheiro era subordinado: em vez de ser julgado pelas habilidades gerenciais necessárias para supervisionar um banquete, um dos atributos mais importantes do cozinheiro era seu senso de propreté, que significa limpeza. Com algumas exceções óbvias, como Vincent La Chapelle e Marie-Antoine Careme, que desempenhavam os papéis duplos de maitre maître d'hotel e maître cuisiniers, os cozinheiros eram empregados domésticos nos fundos da casa. Enquanto os cozinheiros se ocupavam em inventar novas receitas, o maître d’hotel idealizava a refeição, montando o cardápio, selecionando as iguarias a serem servidas e planejando a disposição dos pratos na mesa. Ele poderia ser auxiliado por qualquer um dos muitos guias escritos disponíveis que faziam parte da lista de livros de culinária ou manuais de administração doméstica. Os guias geralmente forneciam menus de amostra e diagramas de tabela e eram amplamente divulgados, de modo que um restaurateur experiente, embora talvez não pudesse prever a nova mistura exata que viria da cozinha, poderia antecipar a nomeação mestra de aves de caça, carnes de açougueiro, ragu e assados entre as muitas opções que seriam servidas à la française.

 


Livros de culinária (receitas de cozinha)

O livro de receitas, coleção de receitas, instruções e informações sobre a preparação e o serviço de alimentos, também se desenvolveu com a emancipação dos cozinheiros. Na melhor das hipóteses, um livro de receitas também é uma crônica e um tesouro da fina arte de cozinhar, e uma arte cujas obras-primas - criadas apenas para serem consumidas - seriam perdidas. 

A gastronomia do início da China foi resguardada em vários tratados, um dos mais interessantes dos quais é chamado “As coisas importantes a saber sobre comer e beber”, de Huou, chefe de cozinha da corte imperial de Kublai Khan (1215-1294). A coleção de Huou consiste principalmente em receitas de sopas, mas também é uma enciclopédia útil de informações domésticas.

A Europa medieval também produziu livros de receitas. Entre os primeiros em inglês está The Form of Cury (a palavra cury é um termo inglês obsoleto para comida cozinhada), compilado no século XII. É composto por 196 receitas, muitas das quais revelam sua origem francesa em nomes como “Blank Manng” e “Payn Fondewe”. Um dos primeiros livros franceses, chamado Le Ménagier de Paris, foi publicado em 1394 e continha receitas de iguarias como sapos e caracóis. Na Inglaterra ficou conhecido como “The Good Wife’s Guide. 

Julia Child e das francesas Simone Beck e Louisette Bertholle; James Beard's American Cookery (1972), do especialista culinário americano James Beard; e Gordon Ramsay's Passion for Flavor (1996), do chef e restaurador escocês Gordon Ramsay.

Os livros de culinária tornaram-se um dos pilares do mundo editorial, com edições produzidas anualmente por chefs amadores e profissionais, escolas de culinária e departamentos de alimentação dos principais produtores de alimentos e revistas populares. Em Portugal, o autor deste escrito, que trabalhou muito tempo em restaurantes, presenciou inúmeras discussões entre cozinheiros e maîtres, pois os escritos usados eram franceses e espanhóis, e cada um traduzia à sua maneira. Decidiu então fazer um dicionário de Culinária em português, para acabar com esta situação, e assim nasceu o Manual de Gastronomia, que teve a aprovação dos profissionais portugueses e, mais tarde foi também editado no Brasil com o título de Manual de Cozinha e Copa, mas depois nas edições seguintes, voltando ao seu título original que se mantém até hoje. Existiam já alguns livros de Cozinha, mas destinados às donas de casa, que incluíam quantidades dos vários itens da receita, coisa que os profissionais não precisam, pois as quantidades variam de acordo com o número de pessoas.

Cozinhar, é o ato de usar o calor para preparar alimentos para consumo. A culinária é tão antiga quanto a própria civilização, e os observadores a consideram uma arte e uma ciência. Sua história lança luz sobre as próprias origens do assentamento humano, e sua variedade e tradições refletem influências sociais, culturais e ambientais únicas. As Novas Postagens traçam a evolução da culinária até ao advento das cozinhas nacionais. Procure expandir o seu conhecimento também sobre culinária; grande cozinha; nova cozinha; Gastronomia molecular; e seções de cultura de diversos artigos de países.

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domingo, 4 de dezembro de 2022

 

De caçadores a agricultores e cozinheiros


Evolução da Culinária

 As origens precisas da culinária são desconhecidas, mas, em algum momento no passado distante, os primeiros humanos conquistaram o fogo e começaram a usá-lo para preparar alimentos. Pesquisadores descobriram o que parecem ser restos de fogueiras feitas há 1,5 milhão de anos pelo Homo erectus, uma das primeiras espécies humanas. Na verdade, antropólogos como Richard Wrangham argumentaram que cozinhar desempenhou um papel essencial na evolução humana. Cozinhar os alimentos torna-os mais digeríveis, de modo que as calorias e alguns dos nutrientes neles contidos são mais fáceis de absorver. Assim, o cozimento permitiu que os primeiros humanos explorassem uma ampla variedade de fontes de alimentos e obtivessem mais nutrição a partir deles.

Evidências arqueológicas de preparação de alimentos, apoiadas pelo conhecimento de como os caçadores-coletores modernos prepavam sua comida, sugerem que os primeiros cozinheiros pouco faziam com sua comida em termos de preparação ou técnica. A carne dos animais era assada no fogo ou fervida em água para torná-la macia, as frutas eram colhidas e descascadas e as nozes eram descascadas. A necessidade, mais do que o sabor, geralmente ditava como os caçadores-coletores do passado preparavam sua comida. Alguns alimentos tiveram que ser preparados com cuidado para remover as toxinas. Tribos nativas americanas na Califórnia, por exemplo, desenvolveram um procedimento para tornar as bolotas comestíveis removendo seu ácido tânico amargo. Mais ao sul, os povos nativos do Peru, Colômbia e Venezuela aprenderam a remover o cianeto da mandioca, uma raiz amilácea usada para fazer tapioca e uma cultura básica nos trópicos.

Os caçadores-coletores processavam os alimentos para preservá-los. Como algumas sociedades enfrentavam suprimentos incertos de alimentos, principalmente no inverno, eles desenvolveram técnicas de como fumar e secar para fazer os alimentos durarem mais. Criaram também preparações como o pemmican (uma mistura de carne, gordura e às vezes frutas) para conservar os alimentos. O álcool também exigia uma preparação elaborada, e as sociedades ao redor do mundo aperfeiçoaram meios de fermentar frutas ou grãos em álcool.

A agricultura foi inventada de forma independente em diferentes lugares e épocas ao redor do mundo, pois as pessoas aprenderam a domesticar plantas e animais locais e começaram a viver uma vida estável. Esse avanço foi um grande ponto de virada na história da humanidade, pois a agricultura alimentava as pessoas de maneira mais confiável do que a caça selvagem e a coleta de plantas silvestres, embora a agricultura dificilmente fosse fácil ou sem riscos em seus primeiros dias. Também teve um grande impacto no desenvolvimento da culinária.

As quebras de safra, que eram frequentes, significavam fome e morte, e o excesso de confiança em uma ou poucas safras resultava em desnutrição quando essas safras careciam das vitaminas ou nutrientes necessários. O registro arqueológico revela que a fome e a deficiência de vitaminas estavam entre os problemas de saúde mais prevalentes nas sociedades primitivas. Gradualmente, no entanto, as sociedades agrícolas melhoraram suas habilidades agrícolas, aumentaram sua produtividade e diminuíram o risco de fome. A agricultura tornou-se mais produtiva do que a caça e a coleta.

No entanto, a agricultura tornava as dietas enfadonhas. Enquanto os caçadores-coletores dependiam de uma grande variedade de plantas e animais, que mudavam com as estações, os agricultores eram mais restritos nas colheitas que podiam plantar e, portanto, comiam rotineiramente os mesmos alimentos. Isso motivou as pessoas a pensarem em maneiras de tornar suas dietas mais interessantes e saborosas, dando origem a um novo motivo para cozinhar: melhorar o sabor e a variedade dos alimentos. Como a agricultura liberou pelo menos parte da sociedade da tarefa de fornecer alimentos, as pessoas começaram a gastar tempo fazendo outras coisas, incluindo experimentação culinária.



A profissionalização da cozinha

Na maioria das sociedades tradicionais, a tarefa de preparação diária de alimentos recaía principalmente sobre as mulheres, embora homens e mulheres estivessem fortemente envolvidos na aquisição de alimentos. A civilização permitiu que mais pessoas se especializassem em outras ocupações, e essa tendência acabou produzindo uma classe de chefs profissionais, cujo trabalho principal era cozinhar para os outros. Pinturas de túmulos, esculturas e restos arqueológicos de mais de 5.000 anos atrás mostram claramente que o antigo Egito já tinha muitos empregos diferentes relacionados à alimentação, incluindo açougue, panificação, fabricação de cerveja e vinificação. A produção de cerveja pode ter sido iniciada muito antes pela produção de cereais, possivelmente há 10.000 anos. Todas essas profissões tinham suas próprias lojas e instalações, muitas vezes com vários funcionários trabalhando em cozinhas bem organizadas.

Os profissionais da culinária geralmente cozinhavam de maneira bem diferente das mulheres, que cozinhavam apenas para suas famílias. Assar pão fermentado, por exemplo, era em grande parte uma atividade profissional, porque os fornos eram caros de possuir e operar. Muito combustível era necessário para aquecer a terra, argila ou tijolo no interior de um forno e, uma vez que a temperatura certa fosse alcançada, a eficiência máxima só poderia ser alcançada se muitos pães fossem assados. A maioria das pessoas comprava ou trocava seu pão.

Os pães sírios, por outro lado, podiam ser cozidos simplesmente em uma panela ou até mesmo em uma pedra. Culturas de todo o mundo inventaram várias formas de pão sírio - da tortilla no México ao chapati[1] na Índia e



ao lefse na Noruega. Como os pães sírios não exigiam forno ou qualquer preparação elaborada, eles eram tipicamente feitos em casa como parte da culinária camponesa.

A profissionalização da panificação, fabricação de cerveja e vinificação ocorreu por três razões: o equipamento de capital era caro; produtos alimentícios cada vez mais complicados exigiam habilidade e experiência para serem preparados; e havia um número crescente de clientes ricos. Chefs e artesãos culinários foram empregados tanto por seus usos práticos quanto como símbolos de status, e pessoas dispostas a pagar mais por uma refeição melhor criaram um mercado pronto para novas receitas e técnicas.

Cozinhas impulsionadas pela classe, clima e política

Nas primeiras civilizações, riqueza quase sempre era sinônimo de poder político ou religioso, então os principais empregadores de chefs profissionais eram reis, aristocratas ou sacerdotes. Quase o mesmo fenômeno ocorreu nas artes. Os pintores produziam obras encomendadas para o rei ou o sumo sacerdote, os joalheiros faziam a coroa do rei e as joias da rainha e os arquitetos projetavam palácios e templos.

Essa divisão entre chefs profissionais cozinhando para os ricos, e camponeses cozinhando para si mesmos, impulsionou o desenvolvimento de muitas cozinhas. Cada lado influenciava o outro. Os chefs profissionais buscavam fazer as coisas de maneira diferente das massas, tentando criar uma experiência culinária distinta para sua clientela de elite. Os plebeus, por sua vez, buscavam adotar algumas das coisas boas da vida copiando os pratos servidos nas mesas reais. Países com uma longa história de grande e estável aristocracia ou classe dominante desenvolveram as cozinhas mais complexas, altamente refinadas e elaboradas. Nessas sociedades, os cozinheiros e suas receitas produziam uma nova forma de superioridade.

A França é talvez o melhor exemplo. Apesar de sua vibrante culinária camponesa regional, a França foi durante séculos dominada pela comida aristocrática. No início, os nobres franceses e outros membros da classe dominante usavam os jantares como símbolos de status. A maioria dos primeiros chefs franceses, como François Pierre La Varenne e Marie-Antonin Carême (António Maria Car    ême em português), subiu na carreira passando a servir clientes cada vez mais poderosos e ricos. A França é especialmente interessante porque ganhou notoriedade pela sua culinária desde muito cedo. O livro de La Varenne Le Cuisinier Francois (1651) foi traduzido para o inglês em 1653, intitulado The French Cook, e a edição em inglês incluía o seguinte prefácio, que assumiu a forma de uma dedicatória a um patrono rico (como era costume na época):

 Ao HONRÁVEL John, Conde de Tannet

Meu muito bom Senhor. De todos os cozinheiros do mundo, os franceses são considerados os melhores, e de todos os cozinheiros que a França criou, este pode muito bem desafiar o primeiro lugar, como o mais organizado e completo que já atendeu a corte e os exércitos franceses. Eu o ensinei a falar inglês, a fim de que ele possa operar na Culinária para Vossa Senhoria; e forneça à sua mesa vários molhos de haut goust, e com delicados guisados e carnes doces, ainda pouco conhecidas nesta terra.

 

Além da pontuação e ortografia singulares, este prefácio expõe claramente o que seria a história nos próximos três séculos: a França tinha a reputação de ter os melhores chefs do mundo.

 A Cozinha no Mundo

A China produziu uma culinária aristocrática. A enorme variedade de pratos chineses vem das cortes imperiais de várias dinastias. O mesmo ocorreu com os governantes mongóis do norte da Índia e com os reis da Tailândia. Em cada área, a monarquia e seu quadro de burocratas e aristocratas apoiaram chefs profissionais em tempo integral, que criaram uma culinária rica e variada.

A Inglaterra também teve uma monarquia elaborada, mas a sua geografia dificultou o desenvolvimento de uma culinária sofisticada. A diversidade de plantas e animais é um resultado direto do clima: um clima frio leva a uma diversidade relativamente baixa, fornecendo ingredientes menos variados para um chef trabalhar. Como resultado, as culinárias do extremo norte (ou no hemisfério sul, do extremo sul) não têm a variedade de pratos que as regiões equatoriais produzem. Os reis vikings da Escandinávia e os czares da Rússia tinham cortes bem estabelecidas e governaram por séculos, mas, como a Inglaterra, não tinham cozinhas elaboradas.

Visões abrangentes da história, como os padrões da culinária discutidos aqui, são sempre simplificações de uma situação mais complicada, portanto, há exceções. A Espanha se encaixa na teoria apenas até certo ponto. Seu clima mediterrâneo e monarquia e aristocracia de longa data acumularam uma enorme riqueza explorando o Novo Mundo, mas a cozinha tradicional espanhola deve mais à vida agrícola e camponesa do que à da grande corte espanhola. Isso é menos verdadeiro na Andaluzia, onde a culinária das cortes islâmicas deu uma contribuição duradoura.

Existem muitas comidas tradicionais alemãs maravilhosas, mas a maioria vem da mesa dos camponeses, como as inúmeras variedades de salsichas e presuntos. Uma razão pode ser que a Alemanha não foi unificada como país até o final do século XIX. Antes disso, a região era esculpida em pedaços governados por vários impérios europeus ou complexas confederações de países como Prússia, Boêmia, Suábia e Baviera. A Alemanha também sofria com a sua localização ao norte, que limitava a diversidade de frutas, vegetais e ervas indígenas.

A Itália fornece um exemplo ainda melhor de como a fragmentação política pode afetar a culinária. Abençoada por um clima favorável, a região produz uma grande variedade de grãos, frutas e vegetais, ideal para uma diversidade culinária. Essa diversidade persistiu na ausência de unidade política, que de outra forma pode ter favorecido um estilo regional em detrimento de outro. Até a Itália ser unificada como um país em 1870, a área era uma colcha de retalhos de ducados, principados, cidades-estado, repúblicas e territórios controlados por monarcas estrangeiros. Não havia monarquia italiana permanente ou centralizada e, portanto, nenhuma corte real para a qual os chefs pudessem criar novos pratos. A Itália tinha um acessório permanente, o papado, e alguns alimentos distintos foram desenvolvidos para suas festas e celebrações religiosas, mas essa culinária diferia muito da alta culinária imperial encontrada na França ou na China. A tradição culinária da Itália está enraizada no campo, nas origens camponesas da Itália. Embora chefs profissionais e moradores da cidade certamente tenham contribuído para a culinária, o coração da culinária italiana ainda é encontrado na terra fértil do país e nas pessoas que a cultivam há milênios.

 A evolução das cozinhas mundiais

Roma antiga

O Império Romano tinha uma culinária imperial totalmente desenvolvida que se baseava em alimentos de todo o mundo conhecido. Dezenas de preparações de alimentos romanos foram transmitidas no antigo livro de receitas coloquialmente conhecido como Apicius, um dos primeiros livros de receitas da história registrada. O livro recebeu o nome do famoso mercador romano e epicurista Marcus Gavius Apicius, que viveu durante o reinado de Tibério (14–37 aC). Apicius não apenas se esforçou muito para encontrar bons ingredientes - por exemplo, ele supostamente navegou até a Líbia para comer alguns camarões supostamente ótimos, apenas para voltar para casa sem encontrar nenhum que o satisfizesse - seus banquetes colossais acabaram levando-o à falência e depois ao suicídio. “Apicius” (oficialmente intitulado De re coquinaria, ou The Art of Cooking) na verdade não foi compilado até o século 4 ou 5, e suas mais de 400 receitas foram mantidas em tão alta estima que o livro foi preservado em inúmeras edições desde então.

A maioria das receitas do livro - mesmo os pratos doces que hoje seriam considerados sobremesas - incluía garum, um molho de peixe fermentado semelhante ao molho de peixe asiático e considerado um dos primeiros predecessores do molho Worcestershire. Os romanos adicionaram esse molho de peixe a quase tudo, mas não aparece nas receitas italianas hoje. Os romanos também usavam extensivamente “amor” (uma erva), junto com cominho e coentro. Como o garum, esses sabores raramente são encontrados na culinária italiana contemporânea e o manjericão, um tempero básico na culinária italiana contemporânea, é mencionado apenas uma vez em “Apicius”.

Entre os temperos romanos mais procurados estava o laserpitium, ou laser,  extrato de uma erva-doce selvagem gigante (silphium), que os romanos adoravam tanto que utilisaram a planta até a extinção. O laser não era apenas um ingrediente culinário versátil, mas também era usado para fins medicinais (principalmente como auxiliar digestivo); também pode ter sido percebido como um contraceptivo. Como resultado, era uma mercadoria chave negociada na colônia grega de Cirene, onde hoje é a Líbia, e a planta aparece até mesmo em moedas cirenianas daquele período. Perder o laser foi um golpe para a culinária romana, equivalente à culinária francesa perder as trufas negras.

Embora as referências ao laser sejam salpicadas em todo o Apicius, o alho raramente é mencionado e, quando o é, a quantidade é minúscula - geralmente não o suficiente para provar. Com a ausência de alho e manjericão, mas uma abundância de amor, cominho, coentro e molho de peixe, o perfil de sabor da antiga culinária romana é claramente muito diferente do que é considerado a culinária italiana tradicional hoje.

Grécia antiga

A comida grega contemporânea, como a italiana, também é principalmente de origem camponesa, embora reflita algumas influências turcas do Império Otomano, que governou a Grécia por séculos. A culinária atual tem poucas semelhanças com a culinária delicada e muitas vezes sofisticada da Grécia antiga.

Na antiguidade, os gregos marinheiros aprenderam com as civilizações vizinhas e trouxeram para casa, novos sabores, como os limões do Oriente Médio, especialmente durante as façanhas de Alexandre, o Grande. Os gregos levaram seus conhecimentos culinários para Roma, onde os cozinheiros gregos apresentaram pratos compostos aos romanos e ao resto da Europa. Os primeiros comerciantes gregos que se estabeleceram no sul da França há 2.500 anos fundaram Massalia (Marselha) e introduziram o vinho na região que mais tarde produziria as famosas safras Côtes-du-Rhône.

O principal registro da comida e bebida grega antiga permanece como fragmentos da literatura perdida, que sobreviveram apenas em citações registradas em obras posteriores, como as comédias de Aristófanes. O que pode ser o primeiro livro de viagens gourmet do mundo, The Life of Luxury (Hēdypatheia), é um falso poema épico escrito por Arquestrato de Gela (Sicília) por volta de 350 aC. Está preservado em trechos citados no Deipnosophistai de Athenaeus (c. 200 DC; “The Gastronomers”; Eng. trad. The Deipnosophists). Archestratus percorreu os centros cosmopolitas do mundo grego antigo, do Mar Negro ao sul da Itália, registrando suas culinárias. Preferia pratos de peixe preparados de forma simples, com temperos leves, como tomilho fresco e azeite, ou com molhos de queijo e ervas aromáticas, como o silphium ou o  Garum (molho de peixe fermentado) ou picles de ervas trabalhados e equilibrados com mel.

A Sicília também abrigava a antiga colônia grega de Sybaris, conhecida por sua elaborada comida e entretenimento – origem da palavra sibarita de hoje. A colônia realizava concursos de culinária e coroava os mageiros (cozinheiros) vencedores. Sybaris tinha até uma lei que protegia as invenções culinárias:

E se algum fornecedor ou cozinheiro inventasse algum prato peculiar e excelente, nenhum outro artista tinha permissão para fazê-lo por um ano; mas somente aquele que o inventou tinha direito a todo o lucro derivado de sua fabricação naquela época.

Em contraste, a cidade-estado de Esparta, na Grécia continental, tinha uma cultura militar rígida, marcada pela frugalidade e pela evitação do luxo – origem da palavra espartano para frugal e comedido. O prato mais comum, por exemplo, era o caldo preto, uma sopa rala de carne de porco, sangue de porco e vinagre. Um escritor sibarita observou: “Não é de admirar que os espartanos sejam os homens mais corajosos do mundo; pois qualquer pessoa em sã consciência preferiria morrer dez mil vezes a compartilhar uma vida tão restrita”.

Em geral, embora os mantivessem como escravos, os antigos gregos valorizavam seus chefs, como pode ser visto em uma passagem sobre Demétrio de Falero, um diplomata que governou Atenas no início do século IV a.C.:

Ele comprou Moschion, o mais habilidoso de todos os cozinheiros e confeiteiros daquela época. E tinha tantas quantidades de comida preparadas para ele todos os dias, que, ao dar a Moschion o que sobrava a cada dia, ele facilitou a que o escravo, em dois anos, comprou três casas isoladas na cidade.

As receitas de Moschion, os pratos legalmente protegidos de Sybaris e até mesmo o mau caldo preto de Esparta desapareceram. As receitas de comida de muitos impérios não sobreviveram. Homero registra muitas festas na Ilíada e na Odisséia, mas frustrantemente, sem receitas. Os cozinheiros egípcios nas cortes dos faraós não registravam suas receitas, mas sabe-se que o Egito inventou o foie gras. Que outras iguarias tinha? O mundo talvez nunca saiba. Quando as civilizações morrem ou se dispersam, sua culinária geralmente morre com elas. Alguns pratos camponeses podem sobreviver, mas os pratos refinados das classes altas geralmente se perdem na história.

 Civilizações pré-colombianas

Entre as perdas mais significativas na história da gastronomia está o desaparecimento de antigas receitas da América do Norte e do Sul, incluindo as das civilizações asteca, inca e maia.

A culinária maia baseava-se fortemente no chocolate, um produto alimentar feito a partir dos grãos do cacaueiro, domesticado há 3.000 anos no que hoje é Honduras. Ah Cacau, ou Lord Chocolate, um rei que governou (682-734 dC) a cidade-estado maia de Tikal, foi nomeado para o ingrediente premiado. Os maias o consideravam o alimento dos deuses, consideravam o cacaueiro sagrado (assim como o milho, ou milho, planta) e até enterravam dignitários com tigelas e potes da substância (juntamente com outros itens considerados úteis na vida após a morte). E, a identificação da palavra (de origem olmeca) ka-ka-w (“cacau”) inscrita nesses recipientes foi a chave para decifrar a escrita hieroglífica maia.

 

Considerando a rica cultura e elaborada sociedade dos maias, é provável que a sua culinária fosse igualmente distinta. O mundo, no entanto, provavelmente nunca saberá. A civilização maia começou a declinar em 900 DC, cerca de 600 anos antes da chegada dos conquistadores espanhóis. Um grande número de livros maias, que podem ter incluído um equivalente maia do “Apicius”, foram confiscados e queimados pelo bispo Diego de Landa em 1562. Embora três livros maias tenham sobrevivido àquela época, nenhum deles menciona a culinária.

A história da culinária asteca é semelhante. Neste caso, porém, há um relato de testemunha ocular – Bernal Díaz del Castillo, um conquistador que acompanhou Hernán Cortés – de um jantar servido a Montezuma II, o imperador asteca. Cozinharam mais de 300 pratos da comida que Motecuhzoma ia comer, e mais de mil para os homens da guarda.

Ninguém sabe quais iguarias seriam servidas naquele menu degustação de 30 pratos. Outras civilizações, como a inca do Peru e a cultura de construção de montes de Cahokia, no centro dos Estados Unidos, provavelmente também tinham muitas receitas excelentes.

 Gastronomia:

Rápida descrição da gastronomia no Ocidente

Foi o fogo dos humanos primitivos para cozer os alimentos,  que deu origem às primeiras refeições, pois as famílias reuniam-se à volta do fogo para partilhar os alimentos que produziam.

Para essas refeições, seus cozinheiros tinham mais de 30 estilos de pratos preparados de acordo com sua moda e uso; e eles os colocavam em pequenos braseiros baixos de barro para que não esfriassem.

A Europa medieval e a ascensão das cozinhas regionais

A queda do Império Romano por volta de 476 DC deu início à chamada Idade Média, um período de 1.000 anos durante o qual muitos vestígios da cultura romana, incluindo receitas, foram obliterados. A comida romana como conceito desapareceu e foi substituída por uma cozinha medieval pan-europeia que pouco tinha a ver com a cozinha romana anterior. A culinária europeia medieval como um todo parece ter tido pouca variabilidade regional - os livros de culinária italianos da época contêm receitas praticamente indistinguíveis das da França, Inglaterra e outros países europeus.

A culinária medieval era altamente aromatizada com especiarias importadas, principalmente pimenta, canela, gengibre e açafrão. O amor pelas especiarias importadas foi compartilhado com a antiga culinária romana, mas as especiarias, pratos e perfis de sabor eram totalmente diferentes. Por exemplo, uma análise de um livro de culinária catalã do século XVI descobriu que 125 de suas 200 receitas continham canela. O gengibre e o açafrão vieram a seguir - em 76 e 54 receitas, respectivamente. Essa comida tem pouca semelhança com a culinária europeia contemporânea.

Apenas alguns pratos raros hoje sugerem o passado altamente apimentado: pão de gengibre, por exemplo, ou os pães da Escandinávia com cardamomo. O perfil de sabor da comida europeia na Idade Média estava, de muitas maneiras, mais próximo do perfil orientado a especiarias agora associado à comida indiana ou tailandesa. Por fim, a culinária medieval desapareceu à medida que várias regiões desenvolveram suas próprias tradições culinárias em conjunto com a ascensão do nacionalismo e várias aristocracias.

As viagens portuguesas pelo Mundo e os seus contatos com os países do Oriente, tornaram fáceis o uso dos temperos e o uso de novas confecções culinárias, bem como o uso das comidas Indianas e do Japão.



[1] Chapati é um pão típico da culinária indo-portuguesa de Goa, Damão e Diu, outrora pertencentes ao Estado Português da Índia. Dado o número elevado de descendentes de goeses radicados em Moçambique, é também um pão comum nas mesas nesse país africano.

 

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