domingo, 17 de abril de 2022

 


O RESTAURANTE E SUAS PECULIARIDADES



Atendimento e serviço

Muitas pessoas têm tendência a confundir-se e relacionar atendimento com serviço, quando as duas coisas são independentes uma da outra, embora funcionem juntas. Um restaurante pode ter um excelente serviço, mas um mau atendimento ou vice-versa. Para esclarecer este ponto, e permitir aos gestores trabalhá-lo no seu caminho para uma boa Qualidade, vamos tentar esclarecer estas duas intervenções do indivíduo no desenvolvimento dos contatos com o cliente na indústria da restauração.

Começaremos por esclarecer que:

Atendimento é uma atitude.

Serviço é uma obrigação que faz parte do trabalho do empregado.

O atendimento engloba, em relação ao cliente:

A forma amável de o receber.

A maneira prestável de o ajudar a escolher o menu.

A simpatia ao dar-lhe a ajuda necessária. 

A presteza com que os pedidos são processados.

Rapidez no cumprimento de uma nova solicitação.

O interesse na satisfação do cliente.

A preocupação para que este se sinta satisfeito.

A forma de fazer tudo isso deixando o cliente à-vontade.

O desejo de que o cliente volte, fazendo-lhe esse convite na despedida.

 Serviço é proceder de forma apropriada:

Ao colocar os couverts na mesa.

Ao apresentar os pratos.

Ao Servir os vinhos ou outras bebidas.

Ao verificar se as iguarias quentes estão quentes.

Ao verificar se o que deve estar frio ou gelado, está frio ou gelado.

Ao verificar se o que está a servir corresponde ao pedido feito.

Ao verificar se pratos e copos colocados na mesa estão bem limpos e sem falhas.

Ao dar acompanhamento e sequência aos vários serviços solicitados.

Na forma correta de apresentar a conta.

Na forma correta de puxar uma cadeira a uma senhora.

Na forma de substituir um guardanapo que caiu no chão.

Os profissionais da restauração podem  ainda, se assim o desejarem, complementar a sua atividade com atitudes cívicas de sua própria intenção ou criatividade, as quais só contribuirão para valorizar o seu trabalho e o bom nome do estabelecimento que o emprega.


O SERVIÇO DE MESA

Os Vários Tipos do Serviço de Mesa

 Introdução

Serviço é um termo usado para descrever a forma e o método como a comida é servida aos clientes nas operações de restauração.  Nos tempos antigos, era observado um protocolo elaborado e envolvente, que não está mais em voga, apesar de alguns termos técnicos ainda serem seguidos hoje. São usadas no entanto, várias formas de executar os serviços, de acordo com a clientela, o menu ou o tipo de função.


Serviço á Inglesa Direto

No sistema de serviço à Inglesa Direto, o empregado de mesa (garçon) serve o alimento pelo lado esquerdo, diretamente da travessa para o prato colocado à frente do cliente, com a travessa sobre a mão esquerda e utilizando um garfo e uma colher, em forma de pinça, na mão direita. 

No Brasil, este modo de servir é erradamente chamado “à Francesa”, visto que aquele é um outro tipo de serviço, como veremos adiante.

Preparação

1) Não havendo seleção de ementa, o que pode acontecer no caso de um banquete, os clientes são recepcionados e acomodados à mesa, sendo-lhes servidos os aperitivos e, logo a seguir, as iguarias. 

2) No caso de restaurantes, os pedidos são anotados e uma vez feita a escolha do prato é oferecida a bebida que irá acompanhar a refeição, bem como os aperitivos, se o cliente assim desejar.

Nota: Para poder oferecer e sugerir, os pratos indicados na ementa, o empregado de mesa (garçon) deverá conhecê-los bem.

3) Enquanto os clientes se servem dos aperitivos e do couvert, o empregado de mesa (garçon) deverá verificar se há necessidade de completar a mise-en-place da mesa (trocar os talheres se o prato pedido for peixe, ou acrescentar copo para vinho, se este foi solicitado, etc.). No caso de mariscos, providenciar os alicates que deverão ficar sobre um prato de sobremesa forrado com um guardanapo, sobre o guéridon, até ao momento de serem necessários.


Execução

1) Quando todos tiverem terminado os acepipes (dito antepasto no Brasil e, “hors d´oeuvre” na França), ou quando o prato pedido estiver pronto, o commis (ou o empregado de mesa) deverá levantá-lo na “roda”, transportando a(s) travessa(s) juntamente com os pratos pré-aquecidos.

2) Enquanto o empregado de mesa (garçon) mostra a travessa com a iguaria, pelo lado esquerdo do cliente que fez a escolha, o commis deverá retirar, pela direita, o prato que está na frente dos convivas, substituindo-o pelo prato aquecido. Feita a apresentação do prato, deve servir-se a iguaria pelo lado esquerdo do cliente.

Nota: Serve-se primeiro, o elemento principal da receita, o qual deverá ser colocado no centro do prato e as guarnições deste ao redor. Se for carne ou peixe inteiro ou em postas, este deve ser colocado na metade do prato mais perto do cliente e na outra metade as guarnições. Não encher o prato demasiado, para não atingir a borda.

3) O que sobrar na travessa deverá ser mantido quente, em estufa ou réchaud, para servir como repasse, o que deverá acontecer, logo que os convivas tenham terminado a primeira porção servida. 

4) Em caso de banquete, o repasse será feito, a todos os convivas, simultaneamente.

Nota: Ao servir uma mesa, deve seguir-se sempre a ordem estabelecida pela etiqueta, como explicamos na parte dedicada a este item.

 

Serviço à Inglesa Indireto

Toda a preparação prévia deste serviço se pratica como explicado para o anterior, mas, em vez de servir diretamente para o prato, na frente do cliente, o empregado de mesa (garçon), coloca a travessa em um guéridon junto à mesa e, usando um garfo na mão esquerda e, uma colher na mão direita, faz o empratamento e serve, ou deixa o commis servir, se for uma mesa com várias pessoas.

Nota: Se este sistema for utilizado para banquete, o empregado de mesa (garçon) deve ser auxiliado por, pelo menos, dois commis, os quais farão a colocação dos pratos, na mesa.

Preparação

Idêntica à do “Serviço à Inglesa direto”

Execução

1) Idêntica ao que se explica no “Serviço à Inglesa Direto”.

2) Apresentar a travessa com os alimentos pelo lado direito do cliente que fez a escolha. Após ter sido aceite por este, depositá-la sobre o guéridon enquanto o commis retira os pratos que estão à frente do cliente, pelo lado direito 

3) O empregado de mesa (garçon) deverá colocar a(s) travessa(s) e os pratos pré-aquecidos sobre o guéridon, deixando a travessa à sua esquerda e os pratos no lado direito.

4) Fazer o prato do cliente, com o garfo na mão esquerda e a colher na mão direita, seguindo as mesmas observações do “Serviço à Inglesa Direto”, servindo-o rapidamente, pelo lado direito do cliente.

Nota: Ter cuidado para evitar que o polegar se introduza no prato, ao pegar neste.

No caso de mais do que quatro pessoas, o empregado de mesa (garçon) deve ser auxiliado por um commis, o qual fará a  colocação dos pratos. 

O repasse, deverá ser servido à “Inglesa Direto”.


Serviço à Americana

Este tipo de serviço é utilizado para banquetes com grande número de convivas, ou para festas com música e dança, onde os convivas se servem segundo o seu desejo.

A principal característica do serviço dito “à Americana”, é a montagem de um “buffet” com as iguarias, onde os próprios clientes se servem.  Para manter a qualidade dos alimentos e a reposição do que for faltando, bem como para facilitar o corte ou adaptação das peças maiores, é hábito colocar um empregado de mesa (garçon) ou um cozinheiro na função de auxiliar de buffet.

São várias as vantagens desse tipo de serviço, quando adoptado por um restaurante: requer pouco espaço, pouca mão de obra e pouco material, sendo bastante prático e rápido. Além dessas vantagens, reúne condições para um serviço elegante e requintado, bastando para isto uma boa preparação, a qual indicamos a seguir:

Preparação:

1) Escolha do local: - A mesa de buffet deve ser montada em lugar de destaque, com boa acessibilidade e facilidades de locomoção ao seu redor. Sendo o ponto alto do serviço, é de todo o interesse que seja destacada como primeira visão para quem chega.

2) Arrumação: - A montagem da mesa poderá ser feita usando mesas quadradas ou retangulares, pranchões de pés dobráveis, tábuas sobre cavaletes, ou mesas desmontáveis de eventos.

O topo deve ser coberto com toalhas e os pés da mesa, com uma decoração própria, normalmente designada “saia”, plissada ou não. Para valorização e decoração desta saia, podem ser usadas rendas, setins, folhas ou flores, fixadas com alfinetes, com bom gosto e sentido estético. Perto do buffet, mas nunca encostadas a este, poderão ser colocadas mesas pequenas, onde serão colocados os pratos, os talheres adicionais ou outros itens julgados necessários.

3)   Mise-en-place:

Esta operação deve levar em conta o tipo de evento que se pretende, como explicaremos a seguir:

Serviço à Americana em Pé

Se o serviço for em pé, a mise-en-place deverá ser a seguinte:

a) Esterilização do material necessário;

b) Nas mesas pequenas, colocadas junto ao buffet, deverão ser colocados os pratos, simetricamente, mas em pilhas não muito altas (máximo de 20 pratos);

c) Na frente desses pratos, colocam-se os garfos e os guardanapos, procurando que ocupem pouco espaço (guardanapos não empilhados) e cestas com pães cortados.

Nota: Neste tipo de serviço, não é habitual usar facas, pois os alimentos serão trinchados pelo assistente de buffet ou estarão já cortados em pequenos pedaços.

d) De acordo com os desejos da organização e o tipo de convivas, poderão ser colocadas algumas cadeiras e  mesas, as  quais serão usadas pelos convivas sobretudo idosos e senhoras ou, como aparador para pratos já descartados, que os empregados de mesa retirarão imediatamente.

Serviço à Americana com mesas (sentado)

Para este serviço, será seguido o que dizemos na abertura deste item. Depois de escolhido o local do buffet, serão colocadas as mesas e cadeiras, alinhando-as esteticamente.

Nota: Para este tipo de serviço, é aconselhável preparar com o organizador um esboço de distribuição de mesas, pois eventualmente haverá mesas especiais ou reservadas.  

a) Nas mesas pequenas, junto ao buffet, serão colocados os pratos, seguindo a explicação dada para o serviço em pé.

b) As mesas para os convivas serão montadas com a mise-en-place  habitual, sem pratos, no lugar dos quais estarão, apenas, os guardanapos,  o nome do ocupante e uma ementa, se este for o desejo do organizador.

Montagem do “Buffet”

A disposição das travessas com iguarias sobre o buffet, deve seguir todos os preceitos da estética, da harmonia de cores, da sequência dos pratos, bem como da ligação dos molhos com os respetivos alimentos.

a) O prato de maior destaque deverá ser colocado no centro do buffet.

b)  Os pratos de menor destaque devem ser alternados por cores, desde que não sejam iguais. Dependendo da extensão do buffet, poderão ser colocadas travessas contendo o mesmo tipo de alimento em pontos diferentes da mesa, obedecendo-se à recomendação anterior. Deve, tanto quanto possível, ser mantida a sequência de: saladas ou acepipes; peixes; carnes; sobremesas; frutas; etc.

c) Os molhos que acompanham os pratos, em molheiras, deverão estar próximos às travessas com o alimento correspondente;

Exemplo: Molho Tártaro \ Maionese – Peixes; Vinagrete – Saladas, “Roast-beefs”, etc.

Execução

Os empregados de mesa (garçons) devem ser distribuídos para servir bebidas, recolher os materiais usados, trocar cinzeiros e repor alimentos que estiverem a faltar no buffet.

Nota:  Como neste tipo de serviço se servem pratos quentes e frios, deve haver o cuidado de selecionar pratos quentes, com molhos, bife à strogonoff, picadinhos, fricassés, etc., pois, dado que estes serão servidos em réchaud ou em banho-maria, os molhos evitarão que, ao longo do tempo, as iguarias ressequem e percam qualidade.  

Para que o serviço tenha qualidade e a fim de evitar aglomeração de convivas junto ao mesmo buffet, é de toda a conveniência que se montem: buffet de frios; buffet de quentes e buffet de sobremesas e frutas.


Serviço à Francesa (ou Diplomata)

O facto de o “Serviço à Francesa” ser muito apresentado em residências ou em banquetes formais e requintados onde os empregados de mesa (garçons) estão uniformizados  com gala e luvas, induz a pensar que este serviço é muito dispendioso em material e mão de obra, devendo, portanto, ser utilizado, somente, em ocasiões muito especiais. Tal porém não corresponde à realidade. O Serviço à Francesa pode também ser apresentado sem luxo, e ele era comum e corriqueiramente usado na Europa nas pensões, estalagens e restaurantes baratos, onde havia a preocupação de deixar o cliente escolher da travessa o que ele gostava. A travessa vinha para o salão, nas casas com table d´hôte e fazia o circuito das mesas até se esgotarem as iguarias, quando a empregada ia à cozinha, pegar mais.

Claro que o mesmo serviço era usado na corte e nas casas dos fidalgos, onde em função do ambiente, toda a gala e as luvas eram necessárias e imprescindíveis. E é este o tipo de apresentação que foi copiado para os serviços de requinte. 

O que não quer dizer que não possa ser usado, também, o serviço original, mais simples.


Preparação

Mise-en-place normal, de acordo com a ementa estabelecida.

Execução

O empregado de mesa (garçon) apresenta a travessa com as iguarias pelo lado esquerdo do conviva, que se servirá fazendo uso de um garfo e de uma colher que estarão na borda da travessa.

Nota: O serviço deve começar pela cabeceira da mesa ou pela pessoa homenageada, de acordo com o protocolo ou a etiqueta que descrevemos no capítulo próprio, seguindo depois, em sequência, as demais pessoas.

No caso de banquetes, os empregados de mesa (garçons) devem iniciar o serviço ao mesmo tempo, e cada um deles deve ter um número de convivas determinado. Se a mesa for contínua, em U, ele deve começar a servir o primeiro lugar que lhe foi destinado, após o último destinado ao seu colega. 

Se forem mesas individuais, o serviço deve começar em todas ao mesmo tempo e cada empregado de mesa já deve saber de antemão as mesas que vai servir.

Se o prato a servir tiver guarnição diversa ou difícil, o empregado de mesa (garçon) pode servir a peça e um commis servir a guarnição, deixando sempre um intervalo de dois convivas entre ambos, no início. 

“Serviço à Russa” ou “Table d’Hôte”

É um tipo de serviço simples mas que denota intimidade; é usado em restaurantes de menor categoria, pensões ou pequenos hotéis. Neste tipo de serviço, o empregado de mesa (ou empregada) coloca a travessa com o talher sobre a mesa e o próprio cliente se serve.

Em pequenos hotéis, principalmente os de temporada, onde os clientes confraternizam entre si, as mesas são de 8 a 10 lugares, e as refeições servidas aos hóspedes coletivamente, usando-se esse tipo de serviço. 

Alguns pratos de cozinhas típicas, ou  internacionais, de origem regional, rústica ou popular, como; Feijoada, Caldeirada, Rizotto, “Paella” ou “Cassoulet”, requerem mesmo, em restaurantes finos, serem servidos “À Russa”.

Serviço à Chinesa

Os pratos da cozinha chinesa não são habitualmente servidos em sequência como no Ocidente. São todos trazidos para a mesa ao mesmo tempo e cada conviva vai selecionando o que prefere ou misturando a seu bel-prazer. Por essa razão, as mesas de comida chinesa têm, no centro, uma rodela rotativa sobre a qual os pratos ou iguarias são colocados. Cada conviva faz girar a roda, de acordo com o prato que quer atingir.

Self-Service (Auto-Serviço)

No Brasil, este tipo de serviço é mais usado em refeitórios, ou no restaurante conhecido como “Bandejão”, mas nos Estados Unidos e por toda a Europa existem muitos restaurantes que usam este tipo de serviço, e alguns deles até com certo requinte e sofisticação. Dependendo do tipo e classe do restaurante, o empregado é menos utilizado. As pessoas que atendem são copeiros, ou balconistas, visto que as iguarias são apresentadas sobre um balcão refrigerado..

Instalação

As instalações usuais de um Self Service são:

- Um balcão para distribuição, revestido de aço inoxidável, contendo: lugar para pegar bandeja, pratos, copos e talheres. O lado externo do balcão tem uma corredeira metálica que serve de apoio à bandeja, durante a operação.

- Equipamento de banho-maria, compartimentado;

- Vitrina fria, para as saladas, sobremesas e bebidas;

- Setor de devolução de materiais sujos.

Distribuição

O cliente passa por uma das extremidades de distribuição, pega uma bandeja e/ou um prato, e percorre o balcão servindo-se, ou sendo servido por um funcionário, dos alimentos, bebidas e sobremesas que mais lhe apetecerem. Dirige-se a uma mesa e escolhe um lugar. Quando tiver terminado a refeição, ele mesmo leva a bandeja suja ao sector de devolução. Este serviço foi criado pelo exército norte-americano, a fim de atender grandes contingentes.

Serviço de Coquetel “Cocktail Party”

Serviço usado em eventos, aniversários, inaugurações, lançamentos, etc., pela facilidade que apresenta de atender um grande número de pessoas, com um serviço mais simples, que pode, apesar disso ser requintado.

Normalmente, este tipo de serviço é em pé. Consta de bebidas (puras ou coquetéis) e salgadinhos (mini-sanduíches, canapés, croquetes, etc.), podendo, também, se não preceder um jantar, ser complementado com um ou mais pratos quentes, do tipo Rizotto ou Boeuf Strogonoff, que possam ser consumidos em pé e sem faca, bem como alguns vinhos.

Os coquetéis, precedendo jantares, são mais simples em alimentos, tendo apenas alguns aperitivos. Antes de um almoço não é muito usual servir coquetel.

Preparação

Em bufés , restaurantes e hotéis, usa-se um documento denominado “OS” (Ordem de Serviço) para passar aos sectores envolvidos as informações necessárias à preparação e execução dos serviços. Nelas consta:

- horário da realização;

- número de convidados;

- quantidade e tipo de comestíveis a serem servidos;

- quantidade e tipos de bebidas do bar a serem servidas;

- quantidade e tipos de bebidas da cave de dia a serem servidas;

- informações gerais sobre o serviço (equipamentos, decoração, etc.)


A partir destas informações, os Sectores tomam as suas providências.

Quanto a bebidas

- Levantamento do material necessário e providências junto à despensa;

- Preparação e esterilização do material;

- Preparar as bandejas com os copos a serem usados, separando; bandejas para coquetéis, bandejas para água e refrigerantes, bandejas para whisky (neste caso, prever espaço na bandeja  para o balde de gelo, garrafas de soda e whisky)

- Preparar coquetéis e providenciar as bebidas que irão ser servidas;

- Dobrar guardanapos de papel;

- Colocar as garrafas de bebidas a servir geladas, em um recipiente (tambor) com gelo e água;

- Alguns minutos antes do início do serviço, colocar as bebidas em seus respectivos copos.

Quanto a comidas

A comida é preparada pelo sector de cozinha, exceto os canapés e mini-sanduíches, os quais são feitos na copa ou garde manger; o empregado de mesa  (garçon) deve porém conhecer a montagem dos alimentos na travessa e ajudar nisso se for necessário;

- Providenciar a matéria prima e confeccionar canapés e pequenos sanduíches (se for este o caso) e dispô-los nas travessas, previamente forradas;

- Dobrar guardanapos e colocá-los em pequenos pratos;

- Montar os salgados que serão servidos quentes em travessas, observando os diferentes tipos de elaboração,

- Os salgados devem ser dispostos em travessas, previamente forradas e aquecidos em uma estufa momentos antes de serem servidos. 

Arrumação e decoração dos ambientes

- Distribuir cadeiras, poltronas, vasos com plantas ornamentais, mesas e outros móveis de maneira estética.

- Forrar as mesas, colocando sobre elas os ornamentos (vasos de flores, puffs etc.) e porta-guardanapos.

- Devem ser usados  cinzeiros de pé, bem distribuídos pelo salão, para evitar o deprimente espetáculo de pontas de cigarro nos pires e copos.

Serviço

Deve ser elaborada uma escala de tarefas, determinando o que compete a cada empregado de mesa, para evitar falhas, negligência ou irresponsabilidade.

Como servir:

Bebidas – cada tipo de bebida deverá ser servido em bandejas separadas;

Coquetéis, aperitivos, coquetéis não-alcoólicos, numa mesma bandeja; entre os copos, devem ser apresentados, guardanapos de papel, dobrados.

Whisky, a garrafa deve ser levada na bandeja e a bebida deve ser servida só após  colocado gelo no copo; ao conviva deve ser oferecido club soda.

A bandeja deve conter, além dos copos, balde de gelo com pinça, a garrafa de whisky, uma garrafa de soda e, entre os copos, guardanapos de papel dobrados .

  Refrigerantes serão servidos com outra bandeja, não sendo necessário usar guardanapos de papel.

Atendimento - O atendimento deve ser discreto, mas atencioso.

Bebidas - O empregado de mesa (garçon) deve conhecer o nome e tipo das bebidas; ao oferecer, com um gesto de simpatia, deve colocar a mão direita nas costas e, caso o conviva esteja sentado, deve se inclinar, ligeiramente, para que este possa ver o que lhe está sendo oferecido.

Salgados – Os canapés e os mini-sanduíches, bem como os salgados frios, devem estar em bandejas separadas,  sendo sempre servidos antes dos salgados quentes.

O empregado de mesa (garçon) deve levar a travessa na mão esquerda, como aconselhado, e  na mão direita, um porta guardanapos ou um pequeno prato com guardanapos de papel, dobrados, a serem oferecidos com os salgadinhos. 


Buffet, Smörgasbord e Zakouski

Buffet, dito bufê no Brasil ou bufete em Portugal, é uma forma mais facilitada de servir comida a uma grande quantidade de pessoas. Normalmente, neste tipo de serviço, a comida é exposta em uma ou mais mesas, para que o consumidor se sirva sozinho em uma ou mais passagens.

Um buffet ou bufer no Reino Unido, ou nos EUA, é um modo de servir as refeições no qual o alimento é colocado numa área pública, onde os comensais geralmente vão servir-se. Buffets são oferecidos em vários locais, incluindo hotéis e eventos sociais. Aparadores, também são conhecidos como buffets, pois podem ser usados para oferecer os pratos de uma refeição buffet aos convidados.

Uma forma de buffet é apresentar uma mesa com bandejas ou travessas contendo porções fixas de alimentos, onde os clientes selecionam os que preferem e se servem de acordo. Este formato é mais comum em cafetarias, mas uma variante ocorre, quando os clientes fazem a sua escolha a partir de um ou mais carrinhos que contém recipientes diferentes de alimentos, e circulam pelo restaurante. Outros derivados de buffet aparecem, quando os clientes escolhem os alimentos e pagam pelo que foi escolhido (por vezes com base no peso do alimento), ou no buffet de forma livre, com taxa fixa, independente do que foi consumido na refeição. Esta forma é encontrada frequentemente em restaurantes, e especialmente em hotéis.

Um tipo de buffet oferecido normalmente em delicatessens e supermercados, é o balcão de saladas, onde os clientes montam o seu prato com os ingredientes selecionados, e depois pagam por peso.

Os buffets são eficazes para servir um grande número de pessoas ao mesmo tempo. Por esta razão, são predominantes em ambientes institucionais, tais como convenções ou grupos grandes. Outra vantagem do buffet em relação ao serviço de mesa, é que os comensais têm uma grande possibilidade de escolha e a capacidade de inspecionar de perto os alimentos apresentados, antes de selecionar. No início, o buffet era considerado uma forma menos formal do serviço de mesa. Atualmente no entanto, jantares buffet são cada vez mais populares e até usados pelos anfitriões no jantar em casa, principalmente em moradias onde o espaço limitado dificulta a colocação de lugares individuais.

O termo buffet referia-se originalmente, em francês, ao aparador onde a comida era servida, mas tornou-se eventualmente aplicado também ao tipo de serviço. No século 16, o termo francês buffet já era aplicado tanto para a apresentação da comida em si, como para o mobiliário onde estava montada, muitas vezes coberto com tecidos ricos, e durante esse século, evoluiu para um armário rendilhado encimado por prateleiras a diversos níveis. Buffet tornou-se popular no mundo de língua inglesa, na segunda metade do século 19, após os suecos terem usado o sistema num banquete de Nova York . A palavra foi assim anexada ao idioma Inglês.

Durante o século 18, o buffet foi revivido na Inglaterra, e na França, no final do século, quando novas ideias sobre privacidade tornaram o self-service ao pequeno almoço atraente, mesmo para aqueles que poderiam ter um lacaio atrás de cada cadeira. No seu Dicionário de Gabinete de 1803, Thomas Sheraton apresentou um projeto neoclássico e observou que "um buffet pequeno pode, com alguma propriedade, ser restaurado para uso moderno, e ser até ornamental numa moderna sala de jantar". Num livro de housekeeping de 1922, intitulado Como preparar e servir uma refeição, Lillian B. Lansdown escreveu:

“O conceito de comer com buffet surgiu em meados do século 17 na França, quando os chamados cavalheiros chegavam inesperadamente às casas de senhoras que os queriam obsequiar. A sua chegada de surpresa colocava a equipa da cozinha em pânico, e a única forma de remediar a situação era fazer uma seleção dos alimentos que poderiam ser servidos, encontrados na sala de frios.”

“O almoço informal era, originalmente, uma refeição leve, consumida entre o pequeno-almoço e o jantar, mas passou a ocupar também o lugar do jantar, como uma moda, com dois tipos. O buffet de almoço, em que os convidados comem em pé, e o almoço servido em mesas pequenas, em que os convidados ficavam sentados”. “A faca é tabu no buffet de almoço, e toda a comida deve ser preparada para que possa ser comida com garfo ou colher. Como regra, cada um serve-se a si próprio e os pratos fundamentais de um "buffet" do almoço são:

Bebidas: sumos, café, chocolate (servido em chaleira ou em copos trazidos da copa numa bandeja). 

Entradas quentes de vários tipos (servidas a partir do réchaud ou em prato quente) precedidas por caldo de carne quente e pratos principais frios, saladas, lagostas, batatas, frango, camarão, com molhos pesados, rolos quentes, wafer, sanduíches cortadas (alface, tomate, presunto picante, etc.); pequenos bolos, cremes gelados e sorvetes. O almoço informal em pequenas mesas, exige para o serviço um certo número de empregadas domésticas, daí o ser preferível um buffet em pé.”

O buffet “tudo incluído”, tem sido atribuído a Herb Macdonald, um diretor de hotel em Minneapolis, Minnesota, que introduziu a ideia em 1946.

Na Austrália, cadeias de buffet, como a Sizzler servem um grande número de clientes com serviço rotacional de frutos do mar, saladas e sobremesas. Buffets são também comuns em clubes e alguns restaurantes de motel.

No Brasil, restaurantes de comida a quilo ou comida por quilo são comuns. São um buffet onde os comensais são faturados pelo peso do alimento selecionado, excluindo o peso do prato. No Japão, um buffet é conhecido como viking (baikingu). Diz-se que esta designação se originou a partir do restaurante "Imperial Viking" no Hotel Imperial, em Tóquio, que foi o primeiro restaurante no Japão a servir refeições tipo buffet. Estabelecimentos de sobremesas ditas vikings são muito populares no Japão, e neles pode-se comer de um completo buffet de sobremesas.

Na Rússia, a cadeia moomoo (ou МaiМai em russo), serve toda a sua comida em estilo buffet. Nos Estados Unidos, a Buffets, Inc. é uma grande cadeia de buffets, proprietária dos Old Country Buffet, Buffet Country, Fire Mountain, Ryan Churrascaria, e Buffet Home Town, que popularizou o "buffet disperso", que coloca os alimentos separados por tipos em pavilhões diferentes. Outras cadeias de restaurantes americanos conhecidos pelos seus buffets incluem a Companhia da América Incredible Pizza, Chuck-A-Rama,  Pizza de Cici, Fresh Choice (um concorrente na Costa Oeste da Sweet Tomatoes), Pizza Gatti, Golden Corral (que apresenta os produtos alimentares em panelas), Pancho Mexican Buffet, Ponderosa Steakhouse, Pizza Shakey, Sizzler, e Sweet Tomatoes (conhecido em especial pelas suas sopas e saladas).

Las Vegas é famosa pelos seus buffets tudo incluído (comuns em casinos).

 Smorgasbord

A forma tradicional de buffet na Suécia é o smörgåsbord, que literalmente significa “mesa de sanduíches” e teve a sua origem no Brännvinsbord Sueco, uma mesa com encaixes para garrafas de bebidas alcoólicas, de onde os comensais se serviam diretamente do seu shot. A ideia foi implantada em meados do século 16, e teve o seu auge durante o século 18. A adaptação para o buffet deu-se no início do século 19 e aumentou a sua popularidade com a expansão das ferrovias.

Era apresentado como um local onde os clientes se reuniam antes do jantar, para tomar uma bebida, e não fazia parte do jantar formal a ser seguido. O buffet de aperitivos era frequentemente realizado em sala separada, antes do jantar ser servido.

O Smörgåsbord tornou-se internacionalmente conhecido na exposição Mundial de Nova York em 1939, onde os suecos tiveram que inventar uma nova maneira de mostrar o melhor da comida sueca, no seu Pavilhão, "Restaurante Três Coroas”.

Smorgasbord é assim um tipo escandinavo de refeição, servida no estilo buffet com pratos múltiplos de vários alimentos originários da Suécia. Na Noruega é chamado koldtbord, na Dinamarca det Kolde bord, na Finlândia seisova pöytä; na Islândia é chamado hlaðborð e na Estónia Rootsi laud (menu sueco). É tipicamente uma refeição comemorativa e os clientes servem-se a partir de uma variedade de pratos apresentados para a sua escolha. Num restaurante, é usada por vezes uma mesa de buffet em estilo definido, com muitos pratos, a partir da qual, o cliente pode escolher optar por uma quantia fixa para o total dos pratos, ou selecionar apenas um e pagar por ele.

A palavra sueca smörgåsbord consiste nas palavras smörgås (sanduíche aberta) e bord (menu). Smörgås por sua vez, baseia-se nas palavras smör (manteiga) e gás (ganso). Gas, literalmente significa ganso, mas aqui originou-se nas bolinhas de manteiga que se formavam e flutuavam na superfície das natas quando elas eram batidas e que lembravam, aos camponeses suecos, gansos gordos a nadar. As peças pequenas de manteiga tinham o tamanho certo para colocar no pão, e smörgås veio assim a significar pão com manteiga. Na Suécia, o termo breda smörgåsar (sanduíches abertas com manteiga) tem sido usado desde pelo menos o século 16.

Em inglês, tal como nas outras línguas escandinavas, a palavra smörgåsbord (sem os sinais diacríticos, apenas smorgasbord) refere livremente qualquer buffet com uma variedade de pratos, mesmo sem conexão com as tradições suecas que citamos. 

O smörgåsbord tradicional sueco é composto por pratos quentes e frios, tendo o pão, a manteiga e o queijo, sempre como parte integrante. É costume iniciar com os pratos de peixe frios que são geralmente de arenque, salmão e enguias. Depois de comer a primeira parte, as pessoas costumam continuar com o segundo serviço (outros pratos frios), e terminar com pratos quentes. Sobremesas podem, ou não, ser incluídas num smörgåsbord.

Julbord

Um tipo especial de smörgåsbord é o julbord ou jantar de Natal padrão na Suécia. Julbord é uma palavra composta dos elementos julho ou Yule (hoje sinónimo de Natal) e bord, menu. O clássico julbord é um destaque na cozinha sueca, um smörgåsbord tradicional, que começa com pão embebido em caldo de presunto, e continua com uma variedade de peixes, salmão, arenque, peixe branco e enguia, presunto, pequenas almôndegas, queijo  bola e salsichas, batata cozida ou caçarola, pão leve e crocante, manteiga e queijos, salada de beterraba, repolho (vermelho, castanho ou verde) e arroz doce e bebidas.

Tal como acontece com o smörgåsbord, o julbord é tipicamente consumido em três serviços. Os pratos incluem especialidades locais e da família. O primeiro prato é normalmente uma variedade de peixes, sobretudo arenque em conserva e salmão defumado gravlax. É costume comer determinados alimentos juntos, o arenque com batata e ovo cozidos é frequentemente acompanhado por espirituosos fortes, como o brännvin ou akvavit e com ou sem temperos. Outros pratos tradicionais são defumados de enguia, rollmops, salada de arenque, arenque cozido, salmão defumado e canapés de caranguejo, acompanhados de molhos. O segundo prato é uma seleção de carnes frias fatiadas, sendo a mais importante o presunto de Natal, frio, julskinka, com mostarda. Outros aportes tradicionais incluem enchidos caseiros, leverpastej e vários tipos de preparados, sendo comum servir as carnes frias com fatias de queijo, pickles de pepinos, refrigerantes e pães crocantes.

O terceiro prato são os quentes. Tradicionalmente, inicia-se por embeber o pão no molho do presunto de Natal. Os pratos quentes incluem almôndegas suecas köttbullar, pequenas salsichas fritas (prinskorv), costelas de porco assadas  revbenspjäll e caçarola de batata quente, batata palito em camadas com cebola, natas e espadilhas  chamado Janssons frestelse (literalmente Jansson Temptation).

Outros pratos são salsichas de porco fläskkorv, carne de porco defumada e salsichas de batata isterband e rolos de repolho com feijão kåldolmar, omeleta com camarões ou cogumelos cobertos com molho béchamel.

Acompanhamentos incluem beterraba, salada de maionesa e compota quente, repolho vermelho, verde ou castanho.

Lutfisk, prato de peixe em camadas, feito de bacalhau seco tipo ling, ou bacalhau servido com batata cozida, em molho branco grosso, e ervilhas verdes que podem ser servidas com os pratos quentes ou em separado. O Lutfisk é frequentemente servido também como jantar no segundo dia após as tradicionais sobremesas de Natal. A mesa de Julbord inclui pudim de arroz risgrynsgröt, polvilhado com canela em pó. Na Dinamarca, uma tradição típica semelhante à julbord sueca é o Julefrokost, “Almoço de Natal", que envolve um bem apresentado smörgåsbord dinamarquês, com, pratos quentes e frios, e muita cerveja e aguardente.


Zakouski ou Zakouskis

Os canapés e aperitivos são ditos em russo закуски zakouski, ou no plural закускаa zakouska, sendo grande a variedade de produtos típicos da culinária russa, servidos como aperitivos.

São apresentados em mesas grandes, onde as travessas são distribuídas por especialidades e incluem, principalmente, carnes frias, peixes, arenque marinado ou defumado, ovas de peixe, salmão, caviar de esturjão ou de berinjela, pepino em agridoce, e saladas variadas.

Eles detêm um lugar importante na cozinha russa e polaca, e são geralmente servidos, numa sala diferente daquela onde a refeição ocorre.

Na cozinha arménia, especialmente em recepções, eles são também normalmente apresentados em outra sala antes da refeição.

O mais importante é sempre a pequena nota final de cada peça, que pode ser um enfeite de limão, o ovo, cebolinha, salsa, ou pickles, depositado como enfeite para dar acabamento e cor contrastante.

Alguns zakouskis frios são: 

Salada de surimi sobre blinis.

Lapa e ovas de peixe com uma rodela de limão.

Rodela de ovo com maionesa e anchova enrolada. 

Salmão rosa com queijo fresco.

Rolinho de presunto italiano.

Gingerbread, foie gras e damasco seco.

Tarteleta vegetal, couve-flor e espargos verdes.

Tapenade de azeitonas, queijo de cabra fresco e creme de tomate.

Tarteleta de tomate á tártara com espargos verdes.

Salmão defumado e pepino. 

Tapenade de azeitonas pretas sobre torradas com mussarela.

Presunto defumado com queijo fresco e cebolinho.

Mini pizza à bolonhesa.

Mini Quiche Lorraine.

Presunto quente com queijo.

Massa folhada recheada com queijo.

Quiche de alho-porro.

Salsichas pequenas em massa.

Ameixas com bacon. 

Pizza tradicional.

Blinis com mussa de salmão e favas.

Presunto e alcachofra.

Caviar de berinjela e pato defumado com torradas.

Grelhado de vegetais à tártara.

Tarteleta com queijo parmesão.


O SERVIÇO DE MESA NUM RESTAURANTE


Pelo menos 15 minutos antes da hora marcada para início do serviço, o chefe de turno ou o seu ajudante devem achar-se no setor da sala que lhes for atribuído, para ultimarem as operações de retoque e verificação, compondo as respectivas mesas.

Quando parados, devem manter-se direitos, em atitude ativa, evitando conversas.

Durante as horas de serviço o pessoal de mesa deve evitar ajuntamentos ou grupinhos, pelo mau efeito que causa nos clientes.

Aproveitar os passos, planejando o serviço previamente e adquirindo o hábito de transportar do turno e da sala tudo o que possa e deva ser retirado, quando tenha de ir à copa.  Inversamente, quando regressar, trazer para a sala tudo o que ali seja preciso.

O barulho deve ser reduzido ao mínimo possível.  Falar só o indispensável e dar as ordens com precisão e a meia-voz. O bater de talheres e louças torna-se incomodativo para o cliente pelo barulho causado, sendo um dos sintomas mais flagrantes da falta de classe do pessoal.  

Deve evitar-se esse defeito o mais possível.

O logotipo das louças e dos copos deve ficar direito e voltado para o cliente.

Para as crianças, devem utilizar-se, de preferência, pratos pequenos (os de sobremesa, por exemplo).  Para os adultos, porém, nunca se deve servir seja o que for em prato mais pequeno que o de sobremesa.  O prato de pão é só para o pão.

Os talheres não se transportam nas mãos para as mesas, nem mesmo embrulhados em guardanapo. Levam-se em bandeja ou em um prato forrado com guardanapo, em cima do qual se dispõem, arrumados e separados (nunca em monte), as facas, os garfos e as colheres.

(No caso de ter que pôr a mesa para um cliente, utiliza-se um prato ou uma bandeja pequena, pegando cada peça pelo cabo e colocando esta, na mesa, pela direita, sem incomodar as pessoas com este ato).

Louças e vidros não devem ser transportadas em grandes quantidades, pois é desagradável à vista,  pouco profissional e susceptivo de queda desastrosa.

As mesas postas, devem ser utilizadas para servir os clientes e não como aparador de serviço.  Fazer de conta que estão realmente ocupadas, não colocando nada em cima delas. Evitam-se assim marcas nas toalhas e a desagradável impressão causada aos clientes que chegam, de serem mesas já servidas.

A mesa sempre limpa, deve ser um dos objetivos a atingir pelo empregado de mesa (garçon) profissional.  Se um copo de vinho ou algum molho se entornarem, limpar imediatamente, colocando um guardanapo ou cobre-mancha no lugar da nódoa.

As tampas ou coberturas de pratos e das travessas, devem ser colocadas com a parte interior voltada para cima, a fim de não sujar ou marcar a toalha.

Ao pegar nos copos, fazê-lo sempre pelo lado do pé, ou junto ao fundo.  Nunca tocar nas bordas onde o cliente deve beber. O contacto dos dedos mancharia o vidro.  Embora as mãos estejam lavadas, deixam sempre ficar marcas impressas. Para o transporte de copos, limpos ou sujos, deve sempre se usar uma bandeja .

O fundo das travessas pode estar sujo do fogão.  Passá-los bem na lona que para o efeito está na roda, tendo ainda o cuidado de as passar com o guardanapo de serviço, antes de as colocar à vista do cliente.

A troca de cinzeiros sujos por outros limpos é prática que não deve ser descurada, devendo estes ser mudados com frequência, para não dar o feio visual de um cinzeiro carregado de cinzas e restos de cigarros, numa mesa de refeição.


Arrumação da Sala (Mise-en-Place)

A apresentação das mesas deve ser uniforme, pelo que a mise-en-place deve ter um padrão que todos seguirão e procurarão manter coerente, ou seja, cada peça deve ser colocada da mesma forma em todas as mesas, e em todos os horários.

Preparação  da  mesa

- Corrigir  o  nível  da  mesa caso  esta  não  esteja  equilibrada.

- Regular  os  pés,  caso  estes  sejam  ajustáveis.

- Colocar pequenos calços se eles não forem ajustáveis e chamar a manutenção para  fazer  o acerto  definitivo.

Colocação  das  Toalhas

 -  Escolher  toalhas  que  estejam  de  acordo  com  o  tamanho  das  mesas.       

Se o restaurante usar toalhas ou cores diversas para os vários serviços, certificar-se de  estar a usar a toalha correta.

O vinco central das toalhas deve ficar no centro da mesa e todos voltados na mesma  direção

Colocação  dos  restantes  Materiais

 -  Colocar  uma  peça  em  cada  lugar  que  pretenda  montar.

-  Usar uma distribuição de lugares variada, permitindo vários tipos de grupo (2; 3 ou  4  pessoas).

-  Não  usar  material  sujo  ou  danificado.

- Verificar  as  condições  de  limpeza e apresentação dos talheres e copos.

- Usar  guardanapos iguais em toda a montagem.

- Colocar  os guardanapos só após montagem completa da mesa.

- Verificar  a  apresentação  das  flores  se  houver.

- Colocar  o  saleiro  e  pimenteiro  junto  às  flores  e  ao cinzeiro.

- Colocar as flores e o cinzeiro :  

No centro,  se  forem  4  lugares.

Na aba livre, se forem três lugares.

No canto das duas abas livres, se forem dois.


MANUTENÇÃO  DA  MESA

Após  Saída  do  Hóspede

- Imediatamente após a saída do hóspede, o empregado de mesa (garçon) deve limpar a mesa e prepará-la para nova utilização. As mesas devem ser remontadas com a mise-en-place padrão.

Durante a Refeição

- Reabastecimento - Repor com presteza os itens solicitados pelo cliente (pão, água,  etc.)

- Limpar a Mesa - Remover os pratos e copos terminados, antes de servir os próximos.

-   Deixar os pratos e copos usados no aparador, enquanto serve.

- Verificar se os talheres correspondem ao prato servido.

- Limpar a mesa quando necessário (retirando migalhas, líquidos derramados, copos 

servidos, etc.)

- Descarregar Cinzeiros - Trocar os Cinzeiros sujos, sempre que necessário.

Colocar o limpo emborcado sobre o que está na mesa; retirar ambos e, depois, colocar o limpo no  local. Esvaziar os cinzeiros em lixeiras metálicas e verificar se não tem pontas ou fósforos acesos.

A EMENTA E COMO SERVI-LA

Antes de começar o serviço, é indispensável saber a composição da ementa ou das sugestões do dia, bem como os molhos ou guarnições que acompanham os pratos (á parte), se os houver.

A composição dos diversos pratos é conhecimento que todo o profissional consciencioso não dispensa obter. (O nosso livro Manual de Gastronomia será um bom auxiliar nesta tarefa). Consulta-se o chefe de mesa (maitre) ou o chefe de cozinha para obter todos os esclarecimentos que se julguem necessários. Só quando se tem plenos conhecimentos se está apto a praticar bom serviço.

Os clientes não devem ter a sensação de se sentirem abandonados. Ao terminar o serviço em qualquer mesa, o Empregado de Mesa (garçon) . deve lançar, sempre, um olhar geral pelo seu sector, de forma a localizar possíveis faltas aos clientes: o pão, a manteiga, o vinho ou a bebida e o cinzeiro, são os pontos que êsse olhar deve verificar, em primeiro lugar.

Depois, e na sequência dessa inspeção, ver: sal e pimenta, saladas e molhos e, se o cliente acabou de comer, se é oportuno tirar o prato.  Por vezes, o cliente tem um pedido adicional a fazer; no momento desta pequena inspeção, o Empregado de Mesa, (garçon) pode também verificar se o cliente deseja a sua presença, por quaisquer outras razões.

O ajudante ou commis, antes de partir para a cozinha, deve lançar uma vista de olhos ao seu sector, para se certificar de quais os pedidos que deve trazer primeiro.

O empregado de mesa (garçon) não deve esperar que o cliente lhe peça, deve andar rápido e ter sempre tudo em ordem, para que o serviço não sofra demoras.

Todas as travessas, antes de serem servidas, devem ser apresentadas ao cliente pelo lado esquerdo, para que ele tenha a oportunidade de ver o trabalho da cozinha.  Depois, coloca-se a travessa no carro de serviço ou guéridon e faz-se o prato; bem servido, mas sem exagero nas quantidades, sobretudo se se destina a senhoras; coloca-se o prato na mesa, passando pelo lado direito do cliente. (As bebidas, incluindo o chá e o café, são servidas pela direita).

Nas mesas encostadas à parede, ou encaixadas entre sofás, o serviço não é fácil, mas o empregado deve procurar incomodar o menos possível, tendo sempre o cuidado e atenção aos movimentos do cliente, pois existe o perigo de este levantar o braço, entornando sobre si a iguaria, com inutilização desta, da vestimenta  e, talvez mesmo, do prato.

Nunca retirar os pratos sem perguntar ao cliente se deseja um pouco mais. Esta pergunta deve ser sempre feita segurando a travessa na mão, se nesta houver ainda alguma coisa para servir. (Neste caso, o empregado deve ter tido o cuidado de deixar a travessa tapada, com um prato voltado, junto à mesa do cliente e, de aquecer a sobra no réchaud, antes de fazer a pergunta).

O cliente, normalmente, indica ao empregado de mesa que já terminou de comer, através da posição do talher.

Sopa - Colocando a colher voltada, com a parte convexa para cima.

Outros Pratos - Juntando o garfo e a faca, lado a lado, com os cabos voltados para si próprio, ou à direita do prato, na posição 3 do mostrador do relógio.

(Dado que muitos clientes não utilizam esse código, deve existir a maior atenção do empregado nesse ponto e, em caso de dúvida, perguntar delicadamente ao cliente se já acabou).

Os pratos sujos retiram-se pela direita e são mudados para a mão esquerda, sempre por detrás do cliente. Nunca acumular muitos pratos, de uma só vez, na mão. Um máximo de quatro, juntando todos os talheres, ossos ou espinhas, no que ficar por cima.  Nunca arrumar pratos sujos em pilha, com restos de comida ou talheres pelo meio.

Os pratos sujos devem ser retirados de uma mesa de cada vez e depositados no aparador.  Nunca se levantam pratos numa mesa tendo-se na mão pratos sujos de outra mesa diferente.

Os copos sujos retiram-se da mesa pela direita, depois de ter sido servido o vinho seguinte e nunca antes disso. Claro que se o cliente desejar continuar bebendo o mesmo vinho (ou se estiver bebendo outra bebida) mantém-se o copo. Só em caso de terminar o vinho e de se abrir nova garrafa é que o se muda copo. O copo da água mantém-se na mesa, até ao final da refeição.

O prato de salada, vulgarmente dito “meia-lua”, coloca-se à esquerda, entre a posição 9 e 12 dos ponteiros do relógio, encostado ao prato principal e com um garfo especial ou de sobremesa.  Se este lado da mesa estiver muito tomado, pode colocar-se a meia-lua à frente do prato.

Para servir o queijo, limpa-se a mesa toda, deixando apenas o prato do pão e a manteiga.  Corta-se o queijo desejado pelo cliente, mas não se tira a casca (excepção feita aos queijos cuja casca tenha corante, do tipo holandês, ou invólucro de alumínio, do tipo gorgonzola) e servem-se bolachas especiais para queijo (tipo água e sal).

O doce e a fruta são servidos depois de a mesa ter sido libertada de todos os objetos da refeição e bem limpa de migalhas, para o que se utiliza o aparelho próprio (dito “escova”). Na falta deste, pode utilizar-se um guardanapo e um prato, mas com cuidado para que não caiam migalhas no chão.  Nunca se deve limpar uma mesa para o chão.

Os talheres de sobremesa são colocados sobre a mesa, só depois de o cliente ter escolhido o que vai tomar da lista de sobremesas que lhe será apresentada pelo empregado de mesa (garçon) ou seu ajudante.

Se o tipo de sobremesa escolhido requer que esta já venha servida no prato, este será colocado na mesa pelo lado direito.

Em coffee-shop todos os pratos quentes devem ser cobertos com tampa especial, que só deve ser retirada depois de o prato estar sobre a mesa, em frente do cliente. Ter o máximo cuidado para que estas tampas venham sempre impecavelmente limpas.

Sempre que seja necessário trinchar uma peça, fazê-lo com a maior rapidez para que não arrefeça muito. Os pratos grelhados não podem, nem devem, ser reaquecidos no réchaud, mas necessitam de ser servidos bem quentes, pelo que não se pode perder tempo ao servi-los:


- Os frangos não devem ser desossados; apenas partidos em quartos ou peças pequenas (mas não muito) para melhor acomodação no prato.

- Os entrecotes, ou contrafilés, devem ser servidos com a gordura que vem da cozinha, apenas se lhe tirando o osso, se o trouxer.

- As costeletas de vitela podem ser servidas sem o osso, mas as de carneiro ou cabrito, devem ser servidas tal como vêm da cozinha.

- Os peixes pequenos, robalinho, salmonete, etc., devem ser servidos com a cabeça. No caso de não caberem no prato e para melhor acomodação da peça, pode cortar-se a ponta do rabo, mas nunca a cabeça.

- O chateaubriand, a picanha e peças idênticas devem ser cortadas em tantas peças quantas forem as pessoas a servir. Não fazer peças mais pequenas, porquanto cada corte significa perda do suco da carne, com consequente inutilização do valor da peça, para os conhecedores. Não devem ser reaquecidos no réchaud, pelo que devem ser servidos muito rápido e em pratos bem quentes.

Aliás, todos os grelhados deverão ser servidos em pratos quase a escaldar.

Servir o pão no cesto próprio, forrado com um guardanapo de chá, sem lhe tocar com os dedos, usando talher ou pinça. O pão torrado deve estar sobre a mesa, no cesto próprio, também forrado com guardanapo de chá. Este pão deve ser preparado (torrado) diariamente, entregando-se à cozinha para ralar as sobras do dia anterior.

Com grelhados ou assados de carne vermelha, deve ser oferecida mostarda.  Apresentar ao cliente, pelo lado esquerdo, a bandeja com as várias, qualidades.  Servir a escolhida, colocando no prato uma pequena porção, sem bater neste com a colher.

O molho inglês e o catsup são servidos só a pedido do cliente, bem como o horseradish a paprica ou o tabasco e a pimenta em grão. São usados, normalmente, com peixes fritos, sopas ou caldos de carne. Nesta última quando grelhada, assada e em alguns guisados .

- Para os consomés sem guarnição, oferecer vinhos do Porto ou da Madeira, queijo ralado,  profiteroles ou pequenos crostões.

- Para os cremes de tomate, oferecer queijo ralado ou pequenos crostões.

- Com o caril, oferecer coco ralado ou mango chutney (agridoce de manga).

- Com a perna de carneiro assada, molho de menta feito na cozinha.

- Com as saladas, saber sempre qual é o molho desejado pelo cliente, antes de as temperar.

- Para saladas de frutas, laranja descascada ou fatias de ananás e para o iogurte, nunca esquecer de colocar na mesa o polvilhador de açúcar.

- Casca de limão ralada é excelente para polvilhar uma fatia de ananás.

- Com o café, oferecer sempre leite ou natas e não esquecer de colocar na mesa um pratinho com alguns biscoitos ou petit-fours.

- O sorvete deve ser sempre acompanhado de bolachas de baunilha ou línguas de veado.

Para as iguarias comidas com as mãos, tais como mariscos, ostras, aspargos, alcachofras, frutas, etc., deve sempre colocar-se um lava-dedos, por pessoa, sobre a mesa, do lado esquerdo; com água tépida e, rodela de limão, para os mariscos e aspargos; com água fria e sem limão, para as frutas.  Se estas últimas são de comer com casca, caso das uvas, cerejas, etc., deve ainda colocar-se um lava-frutas com água gelada, ou servir a fruta dentro de água, com gelo.

O lava-frutas coloca-se á frente do cliente, ou no centro da mesa, se o mesmo vai ser utilizado por vários clientes ao mesmo tempo.

 

segunda-feira, 11 de abril de 2022

O SUSHI NA VALORIZAÇÃO DE EMENTAS

O que é o sushi?

Tendo começado como um método de conservação de peixes há séculos atrás, o sushi evoluiu para uma experiência gastronómica que está a conquistar o mundo dos gourmets. Na primitiva formula, o peixe seco era colocado com sal entre camadas de arroz, como uma forma de o conservar e armazenar. O vinagre foi adicionado mais tarde como uma necessidade profilática e o nori (alga) como uma maneira de segurar o arroz e evitar que os dedos fiquem pegajosos. Tecnicamente, a palavra sushi define o arroz (su palavra japonesa para vinagre, e shi, de meshi, a palavra japonesa para arroz) sushi, portanto, é "arroz avinagrado, embora coloquialmente o termo seja usado para descrever o conjunto do pedaço de peixe cru ou marisco com palitinhos ou rolinhos de arroz ou, simplesmente, o consumo de peixe cru no estilo japonês. Embora o sushi não seja uma invenção japonesa, o estilo japonês é considerado nos dias de hoje, o padrão de facto para este serviço. Ele pode ser comido tal qual, ou mergulhado em molho de soja japonês shoyu e em seguida consumido. A criação do prato requer cuidado e os vários métodos de preparação do alimento são avaliados pela aparência, que tem muita importância para o consumidor educado. O sushi é uma obra de arte, tanto como alimento quanto em apresentação. Apesar de ser agora apresentado num estilo ocidentalizado de serviço “rápido e fácil” as suas formas tradicionais não foram de forma alguma perdidas.

Quais os diferentes tipos de sushi?

Existem alguns tipos diferentes, dependendo de como o item é apresentado, os quais são:




O que é sashimi?

Sashimi é peixe fatiado servido cru, no seu estado natural. Isso significa que não tem nenhuma cama ou acompanhamento de rolo de arroz, embora muitas vezes seja servido ao lado, daikon e/ou shiso. Este é o estilo sugerido para obter o melhor sabor do peixe, além de uma óptima maneira de impressionar os novatos no sushi! O sashimi é normalmente cortado de diferentes formas para melhorar a aparência do peixe.

Hira zukuri é a forma rectangular padrão de corte. Um corte chamado zukuri ito não tem mais do que 6 mm. de espessura, mas outro mais fino, chamado kaku zukuri da grossura de papel fino é muitas vezes apresentado também como um padrão.

Que outras coisas podem entrar no prato?

Dependendo do que for escolhido ou dos caprichos do chefe, você pode ver itens como wasabi (rábano verde japonês - um rizoma picante), gari (gengibre em conserva, que se apresenta com dupla cor, rosa e castanho claro, indicando boa qualidade). Pode também aparecer uma grande folha verde chamada shiso, que geralmente é servida com sashimi e uma massa branca de daikon desfiado (rabanete japonês também às vezes servido com sashimi).


Apresentação do Sushi

A prática do sushi nasceu no Sudeste Asiático pela necessidade de conservação de peixe cru e foi-se desenvolvendo através dos tempos com o aperfeiçoamento das técnicas aplicadas à sua preparação. A primeira referência conhecida aparece na China por altura do século II dC.

Na sua preparação mais remota, eram retiradas a cabeça e as vísceras, e as tiras do peixe cru eram salgadas e acondicionadas em barris de madeira, em camadas alternadas com arroz cozido. A fermentação natural do arroz gerava ácido láctico, o qual azedava o peixe e garantia a sua conservação. O longo processo de armazenamento porém, tornava o arroz impróprio para consumo pelo que ao final somente o peixe era aproveitado.

Ao ser introduzido no Japão, cerca do século VII, esse procedimento sofreu uma pequena modificação, passando a ser utilizadas pedras para prensar o peixe cru e o arroz. Esta preparação designada “nare zushi”, tinha um odor e sabor fortes, sendo esta uma das suas principais características. Um exemplo actual desse processo ainda é o “funa zushi”, feito com carpas.

No século XV porém, surgiu um novo tipo de sushi chamado “nama nare zushi” o qual por ter um período de fermentação menor (cerca de 1 mês), já permitia o consumo do arroz e do peixe juntos. Esta pode ser considerada a primeira forma do sushi moderno.

A introdução do vinagre na elaboração do arroz para sushi ocorreu no século XVII, em Edo (actual Tóquio) e deve-se ao médico Matsumoto Yoshiichi, o qual procurou com esta inovação tornar o sushi um alimento mais saudável e possibilitar a redução do tempo de preparação deste para um dia apenas. Beneficiando-se da fartura de peixes e mariscos na baía de Tóquio, o peixe passou a ser consumido cru e fresco. Além do ganho em tempo de preparação do sushi, o vinagre adicionou um sabor especial ao prato que passou a ser chamado de “haya zushi”. Na região de Osaka o “oshi zushi” é preparado com pedaços rectangulares de peixe, num estilo conhecido como estilo Kansai.

No século XVIII surgiu aquele que é considerado o primeiro sushiman da história: Hanaya Yohei que criou o “niguiri zushi” tipo de sushi popular, constituído de um bolinho de arroz de sushi com uma fatia de peixe cru por cima, para consumo imediato, o qual podia ser manuseado com as mãos, dispensando os hashis. Como não havia refrigeradores naquele tempo, os peixes eram marinados em molho de soja ou vinagre e o tamanho dos bolinhos era aproximadamente o dobro dos actuais. A alteração introduzida tornou este tipo de alimentação muito popular no Japão, podendo dizer-se que a sua divulgação se assemelha à do fast-food nos Estados Unidos: as pessoas petiscavam na entrada dos estabelecimentos, nas ruas ou à beira de estradas. O estilo de sushi de Tóquio ficou conhecido como estilo Edo, estando o quiosque de Yohei, no bairro de Ryogoku, cotado como o principal pioneiro da sua divulgação.

Com a competição entre os vários quiosques de venda, surgiram outros tipos ou variedades de sushi como o “inari zushi”, o “maki zushi” (nome genérico para o sushi enrolado) e o “chirashi zushi”. A grande inovação foi a abolição da prensagem com pedras, passando a ser utilizada apenas a força das mãos para formatar o sushi.

Em 1923, após um terremoto que atingiu a cidade de Tóquio, muitos donos de quiosques alimentícios voltaram para as suas regiões de origem e disseminaram a receita do sushi por todo o Japão.

Finalmente, no século XX, a globalização está a espalhar por todo o mundo o gosto por este tipo de prato que, além do sabor peculiar, vai ao encontro da preocupação do homem moderno com uma alimentação sadia.


O SUSHI

Ao mencionar a palavra sushi, uma imagem vem logo à mente, correspondendo a rolos de arroz e algas, ingredientes exóticos e cortes de peixe fresco cru graciosamente montados sobre uma pequena cama de arroz. Alguns pensam apenas no peixe cru, enquanto outros não fazem idéia, mas imaginam um sujeito japonês sorridente, servindo-lhes um prato artisticamente arranjado de comida desconhecida.

Não é de admirar que o sushi se preste a confusões e mal-entendidos, pois apesar de estar dando a volta ao mundo como prato seleccionado por muitos bons restaurantes e ter estabelecimentos especializados na sua preparação, não teve ainda a sua divulgação ao grande público.

O que é pois, exactamente, o sushi? Sushi é o nome de um arroz temperado com vinagre. E, genericamente, inclui todas as formas de uma cozinha altamente especializada que tem o arroz avinagrado como componente de base. Pode incluir peixe cru. Pode incluir marisco cozido. E também pode não ter, nem marisco nem peixe. Na América, por exemplo, o sushi pode conter quase qualquer coisa. Mas este já será um sushi comercial e não o tradicional.

Noções básicas do Arroz Sushi

Arroz Sushi é o fundamento de toda a gastronomia sushi e baseia-se na forma como o vinagre é usado no arroz. Embora os ingredientes e a frescura do peixe possam variar de um sushiya (sushi bar) para o outro, é o arroz que realmente determina a qualidade de um estabelecimento e cada itamae (sushiman), geralmente tem a sua própria receita personalizada para o arroz de sushi.

A preparação cuidadosa de arroz de sushi requer experiência e baseia-se em seis etapas. Os grãos devem ser ricos em brilho e apresentar-se separados mas, simultaneamente, pegajosos. Em outras palavras, o arroz de sushi deve aderir a si mesmo quando prensado, mas os grãos devem-se separar facilmente e uniformemente em toda a língua, a cada mordida. Se o arroz for saboroso, a quantidade de molho de soja necessária para melhorar o gosto será muito pouca e, por vezes até, completamente desnecessária.

 

A escolha dos ingredientes

Um bom arroz, parabolizado.

Um bom vinagre de arroz (vinagre de saké).

Sal, açúcar e sumo de limão espremido na hora.

Wasabi em pó (o wasabi é uma raiz semelhante ao rabanete, com sabor picante).

Conservas de Gengibre (Gari, Sushi Shoga).

Molho de Soja.


Os Seis Passos para um Arroz Sushi perfeito

Lavar o arroz com água e marinar frio.

A preparação do arroz sushi leva aproximadamente 1 1/2 horas. Garanta que cada passo leva o tempo que precisa para ser completamente concluído.

Lavar as mãos antes e durante o processo de manipulação do arroz de sushi.

NÃO aplicar loções ou cremes para as mãos antes de fazer sushi. O arroz irá absorver todo o perfume das mãos.

NÃO manusear cebola ou alho com as mãos antes de fazer sushi.

Retirar anéis, pulseiras e relógios ao fazer sushi. Não usar recipientes metálicos.


Receita de Arroz Sushi (Sushi Rice)

Rendimento: cerca de 8 copos.

4 chávenas de arroz de grão curto; 4 chávenas, menos 2 colheres de sopa, de água.

Vinagre de arroz

1/4 de chávena de vinagre de arroz sem tempero; 1 colher de sopa de açúcar;

1 1/2 colher de chá de sal; 1/2 colher de chá de sumo de limão, opcional

Lavar o arroz antes de cozinhar; colocar em uma bacia de tamanho médio e lavar com água fria pelo menos 4 vezes para remover o excesso de amido.

Escorrer. Permitir que o arroz escorra num coador, durante 10 minutos.

Cozer o arroz ao vapor. Colocar a quantidade de água necessária numa panela de arroz. Iniciar um temporizador ou anotar o tempo; o arroz leva aproximadamente 40 minutos para cozinhar por este processo.

Enquanto o arroz cozinha, misturar o vinagre, o açúcar, o sal e o suco de limão, se desejado, em um pequeno púcaro ou tigela. Aguardar. Não aquecer para dissolver o açúcar e não refrigerar.

Quando o arroz estiver cozido, despejar para um recipiente de plástico ou placa de madeira de corte, certificando-se de retirar quaisquer peças metálicas. Com uma colher de madeira molhada, misturar levemente o arroz com a mistura de vinagre. Garantir que todos os grãos são impregnados pela marinada. Deixar o arroz arrefecer à temperatura ambiente. Cobrir com um pano húmido sem fiapos, toalha de cozinha ou toalha de papel.





COMO FAZER O SUSHI


Nigiri Sushi (O sushi padrão)

Fazer o sushi tradicional é realmente muito simples. Humedeça as mãos para poder trabalhar o arroz de sushi e manipulá-lo sem que ele adira a elas, o que tornaria a tarefa de moldar impossível. Tenha arroz suficiente para encher a palma da sua mão (talvez o tamanho de um ovo muito pequeno) quando é fechada e formá-lo em um rectângulo (ou palito) com bordas arredondadas e aproximadamente 5cm. de comprimento e 2 de largura por 1cm. de altura, pressionando os lados. Pode-se enrolar o arroz com a mão, mas com cuidado para não pressionar demasiado duro, deixando que ele retenha parte do ar que foi incorporado na sua preparação final. Se pressionar muito, o arroz ficará muito compactado e não dará uma boa sensação na boca. Depois de ter a "cama" formada, é escolha pessoal colocar ou não um pouco de wasabi sobre ela antes da neta (peixe). Se achar que o wasabi não é necessário, pode omitir este passo. Deve ter o peixe ou outra cobertura escolhida, já pronta para colocação no arroz. Os peixes devem ser cortados em fatias relativamente finas no tamanho suficiente para cair ligeiramente sobre as bordas da cama de arroz. Tradicionalmente, a neta tem 5cm. de comprimento, 2cm. de largura e 5mm. de espessura. Claro que estas medidas podem ser alteradas se uma neta gigante for preferida. Os tamanhos tradicionais, correspondentes a uma porção para caber na boca, podem ser alterados sempre que tal for julgado necessário. Alguns restaurantes já tentaram cortes inovadores para tornar a apresentação mais interessante, mas para o iniciante, um simples rectângulo de peixe será o indicado. Uma vez que o peixe foi colocado, a peça de sushi estará pronta. Neste ponto, um itamae (preparador de sushi) enrolaria uma peça fina de nori (alga seca) em volta da peça para terminá-la por fora (comum com itens como vieiras, por exemplo) cortando um pedaço de nori em uma tira de aproximadamente 1,5 a 2cm. de largura e cerca de 3 a 4cm. de comprimento (dependendo da espessura do sushi). Esta tira é enrolada em torno do sushi e fechada no fundo. Ela não se prenderá por si própria de imediato, mas basta esfregar sobre ela um pouco da humidade do arroz para que isso aconteça. E o sushi estará pronto. Para cobertura, pode-se usar tudo o que se desejar e não ficar apenas restrito aos peixes, mas claro que o resultado já será um sushi estilizado e não o tradicional. Deve-se apenas manter a neta pequena com um tamanho que possa caber na boca sem dificuldade.


Gunkan Maki (rolo reforçado)

Embora chamado "maki" achamos útil a inclusão deste item na secção de sushi visto que a sua preparação se aproxima do estilo deste. Existem alguns alimentos que não são facilmente colocados em uma cama de arroz. Vários tipos de ovas, como ovas de salmão (ikura) e tobiko. Esses itens precisam de um invólucro para conter o conteúdo. E isso se consegue ao usar o mesmo tipo de “cama” de arroz que é utilizado com o sushi tradicional. No entanto, uma vez a “cama” feita, será preciso um pedaço de nori cortado transversalmente em tiras com cerca de uma polegada de largura e acondicionado em torno do arroz para formar um copo. A humidade do

arroz deve permitir que o nori adira sobre si mesmo mas, se tal não acontecer, basta usar novamente o truque indicado atrás. Certificar-se então de que a “cama” de arroz é plana e tem espaço suficiente para segurar o seu recheio. Este estilo de sushi permite algumas combinações interessantes. Uma peça favorita de muitos, sobretudo como “sobremesa” é tobiko com um ovo de codorna cru aberto no topo. Pode parecer estranho, mas a combinação funciona realmente bem ainda que o ovo cru não seja para todos. O ponto principal de qualquer experiência de principiante é que ele se sinta confortável ao testar o prato. Seja como insensato ou conservador, a iniciação ao sushi acaba sendo uma opção agradável. O prazer natural desse alimento virá depois.


Como fazer um Rolo de “dentro para fora”

Os rolos de “dentro para fora”, onde o arroz ao invés das algas está no exterior, são a forma mais popular de rolos de sushi.

Começar com um nori 1 de 10cm por 20cm. Colocar o nori sobre uma tábua de corte, com o lado menos liso voltado para cima. Com a ponta dos dedos levemente mergulhada em água fria, distribuír uniformemente ¾ de uma chávena do arroz cozinhado sobre toda a superfície do nori. Virar o nori para que o arroz fique por baixo. Juntar os ingredientes desejados sobre o nori, certificando-se que estes estão distribuídos uniformemente e cobrem as bordas do nori. Com a ponta dos dedos humedecidas, colocar os polegares por baixo do nori e segurar o recheio com todos os outros dedos. Enrolar firmemente deixando o nori apenas sobre os recheios, e garantir o fechamento sob a tampa. Continuar rolando após a primeira dobra até atingir o topo do nori. Com uma esteira de bambu coberta com folha de plástico, formar o rolo pressionando os indicadores em cima da esteira e, ao mesmo tempo, pressionando os polegares e dedos médios dos lados. Deixar descansar o rolo com o lado da emenda para baixo em uma tábua de corte, pelo menos 2 minutos, antes de cortar em 6 a 8 pedaços.


Como fazer um Rolo Fino (Roll Thin)

Rolos finos são a forma mais tradicional de servir sushi e muitas vezes contêm apenas um único ingrediente.

Comece com um pedaço de nori de 10cm por 20cm e coloque-o sobre uma esteira de bambu própria para enrolar, certificando-se que o lado áspero está voltado para cima. Com a ponta dos dedos levemente molhada em água fria, espalhe uniformemente cerca de ½ chávena de arroz marinado sobre 2/3 do nori. Juntar os ingredientes desejados no meio do arroz, certificando-se que estejam bem distribuídos e molhar ambas as bordas do nori. Com a ponta dos dedos humedecidos, colocar os polegares por baixo de esteira e segurar os recheios com todos os outros dedos. Rolar a parte inferior da esteira sobre os recheios, certificando-se que algumas ligações feitas sob a tampa estão firmes. Delicadamente forme o rolo, pressionando os indicadores sobre a esteira e, ao mesmo tempo, os polegares e dedos médios dos lados. Levante a extremidade da esteira rolante e continue a enrolar até atingir o final do nori. Deixe descansar o rolo com o lado da emenda para baixo em uma tábua de corte, pelo menos 2 minutos antes de cortar em 6 peças.


Como Fazer um rolo grosso

Os rolos grossos de sushi são chamados futomaki e constituem uma oferta mais generosa para os apreciadores de sushi mais ávidos.

Seguir o método indicado para os rolos finos mas aumentar os ingredientes do recheio. Deixe descansar 2 minutos antes de cortar em 4 a 5 pedaços.


Como Fazer um Cone de Mão (Hand Roll)

Os rolos “Hand”, cones de alga recheados com arroz e ingredientes saborosos, são o melhor sushi do tipo fast-food. Estes cones levam apenas alguns segundos para fazer. E para comer, basta algumas dentadas no cone.

Alinhar o nori horizontalmente na palma da mão esquerda certificando-se que o lado áspero da alga esteja voltado para cima. Com a mão direita, colocar aproximadamente ¼ de chávena de arroz sushi moldado verticalmente sobre o nori, e cobrindo cerca de 1/3 da superfície da esquerda. Se desejar, coloque uma pequena quantidade de wasabi2 no centro do arroz e em sequência os recheios. Pegue o canto inferior esquerdo do nori e dobre este sobre os ingredientes até atingir o ponto de início, um pouco além do arroz. Role para baixo, formando um cone apertado até que todo o nori tenha sido enrolado em torno dos ingredientes. Se desejar, firme a borda solta usando um grão de arroz para a colagem.

Para maior satisfação do paladar, deve ser consumido imediatamente.

Recheios sugeridos para o sushi (além dos tradicionais peixes)


Maki de Vieiras ao Caril

Embora não seja um sabor típico de sushi, a adição de um pouco de tempero de caril dá uma boa variante a este prato que é mais saboroso frio do que quente. Um pouco de sumo de limão, sal e cebolinha podem ser adicionados para concluir o centro cremoso de pepinos, cenouras picadas e um revestimento exterior de flocos de tempura crocante.


Futomaki de Santola

Aqui, podem usar-se os temperos clássicos do sushi ou optar por um estilo contemporâneo e utilizar um ingrediente novo no sushi - coco.

Em uma frigideira de tamanho médio, aquecer óleo a cerca de 340 graus e fritar a santola passada por farinha e massa de tempura3. Fritar até dourar, escorrer em papel toalha e usar a técnica da preparação dos rolos de sushi grossos; espalhe o arroz e coloque ovas de peixe e pepino picado fino no meio do arroz. Enrole de acordo com o método do rolo grosso. Deixe descansar 2 minutos com a emenda para baixo antes de cortar em 5 pedaços.


Santola com Coco

Em uma frigideira de tamanho médio, aquecer o óleo a cerca de 340 graus. Misturar panko4 e flocos de coco numa tigela pequena. Passar a santola por farinha, em ovos batidos e depois na mistura de coco e miolo de pão. Fritar até dourar, escorrer em papel toalha e usar com a técnica da preparação dos rolos de sushi grossos. Misturar um pouco de manga no arroz e polvilhar com cebolinha. Colocar a santola e enrolar. Deixar descansar por 2 minutos antes de cortar em 5 pedaços.


Atum Temperado e seus amigos

Atum picante pode ser uma boa saída para um sushi comercial. Tente fazer isso e algumas outras variações saborosas com mariscos, usando mostarda ou catsup ou um picante futomaki de lagosta, com quiabo em conserva, bacon, camarão e lagosta picante.


Variações picantes.

Variações com queijo.

Variações com pepino em conserva, champignons, azeitonas, etc.

Variações com patés de carne, foie-gras ou torresmos de porco.

Variações com bacalhau e maionesa.

Variações com sardinha em conserva e cebola,etc.


Como usar os pauzinhos (hashis)?


Pense no pauzinho (hashis) como um par de dentes; a única diferença é que há duas partes distintas, ou varas. Um dos bastões é mantido em posição estacionária e o outro é movido.





GLOSSÁRIO DE TERMOS SUSHI

E da Culinária Japonesa



Esta lista não é de forma alguma completa, mas apenas um guia para iniciantes.


Aburage - bolsas de tofu frito, geralmente preparadas para uso na culinária ou doces, com shoyu ou dashi. Utilizado em vários pratos como o miso shiru e o inari zushi.

Aemono - legumes (às vezes carnes) servidos com um tempero ou molho.

Agari - um sushi-bar japonês.

Agemono - Fritos – em fritadeira ou frigideira.

Ahi - atum.

Aji - carapau pequeno com cerca de 6 cm de comprimento que é servido em filetes marinados em vinagre.

Aji-no-moto - glutamato monossódico (MSG).

Aka missô - pasta avermelhada feita de feijão de soja.

Akagai - molusco vermelho, nem sempre disponível.

Ama Ebi - camarão vermelho que é sempre servido cru em nigirizushi. Às vezes também é apresentado frito com as cascas podendo ser comido tal qual.

Um Ahn - creme de feijão vermelho cozido. Também chamado anko, não deve ser confundido com o tamboril que também tem este nome.

Anago - enguia de água salgada (um tipo de congro) é normalmente cozida para em seguida ser servida grelhada. É menos rica em sabor do que uma gi (enguia de água doce).

Ankimo - fígado de tamboril, geralmente servido frio depois de cozido no vapor.

Anko - tamboril.

Aoyagi - molusco redondo também chamado de galinha. Ameijoa.

Awabi - abalone.

Ayu - um pequeno membro da família das trutas indígenas do Japão, geralmente grelhados.

Azuki - pequeno feijão vermelho usado para fazer cozido.

Beni Shoga - gengibre vrmelho em conserva. Usado para os pratos inari zushi, futomaki e chirashizushi, mas nunca parao nigirizushi.

Bonito - Veja Katsuo.

Buri - solha. Hamachi refere-se à solha mais velha e buri quando nova.

Buri Toro – solha gorda. As tiras da barriga da solha são incrivelmente ricas em proteínas, com um agradável sabor amanteigado.

Butaniku - carne de porco. Buta significa porco.

Califórnia Roll - estilo americano de maki (roll), criado na Califórnia para o paladar americano. Ele geralmente consiste de kamaboko (carne de caranguejo de imitação) e abacate, por vezes com pepino.

Chikuwa - bolo de peixe gratinado, com um buraco que atravessa o seu comprimento.

Chirashi-zushi – traduz-se como "sushi espalhado" e consiste numa tijela ou caixa de arroz de sushi coberto com uma variedade de sashimi.

Chutoro - a parte da barriga de atum ao longo da lateral dos peixes, entre os akami e o otoro. Muitas vezes preferido porque é gordo, embora não tão gordo como o otoro.

Daikon - rabanete branco gigante, geralmente servido ralado como enfeite para o sashimi.

Dashi - sopa básica ou cozinhado geralmente feitos a partir de uma combinação de iriko (anchovas secas), konbu (tipo de marisco) e katsuobushi (flocos de bonito seco). Contudo, qualquer outra forma de preparação pode ser chamada "dashi"o que até certo ponto pode levar esta palavra a substituto de “cozinhado”.

Donburi – termo para designar uma tigela de macarrão e pratos de arroz. Também se pode referir especificamente a um preparado de arroz servido em terrina grande, com um dos principais ingredientes colocados em cima do arroz, como por exemplo tendon (tempura donburi) e unadon (unagi donburi).

Ebi - camarão. Não é o mesmo que ama ebi pois o ebi é cozido, enquanto o ama ebi é servido cru, ao natural.

Edamame - soja nova, ainda verde, servida cozida no vapor com sal e, normalmente, ainda na vagem.

Fugu - fugu é o peixe que no Brasil se diz baiacu o qual é uma delícia, embora as suas vísceras e o sangue contenham tetrodotoxina, extremamente venenosa. No Japão, apenas os cozinheiros licenciados como chefes fugu são autorizados a preparar o fugu ou baiacu.

Fuki - fuki é uma planta japonesa que contém uma substância amarga chamada fukinon (um tipo de acetona), a qual é facilmente retirada do pecíolo (partes comestíveis) através de branqueamento e possibilita a preparação de um prato japonês de legumes, excelente.

Futo-Maki - rolos enormes.

Gari - conservas de gengibre (rosa ou branco) que acompanham o sushi.

Gobo - raiz longa e delgada de bardana.

Gohan - arroz cozido sem temperos.

Goma - sementes de sésamo.

Gunkan-maki - rolo de maki preparado para formar um recipiente para a neta líquida ou mole. Usado para as ostras, uni, ovos de codorna, ikura, tobiko, etc ..

Gyoza - um bolinho que foi frito ou cozido. O shumai (outro tipo) é sempre cozinhado.

Ha-Gatsuo - gaiado. Semelhante ao bonito, mas mais leve e rosado.

Hamachi - atum novo ou solha.

Hamaguri - ameijoa. Inclui os mexilhões americanos e as lapas.

Hamo – tipo de congro nativo do Japão.

Hanakatsuo - peixes secos, geralmente o bonito, ralado ou em flocos. Normalmente vendidos em um saco. Também chamado katsuobushi (flocos de bonito).

Harusame - macarrão fino transparente como gelatina e feijão.

Hashi - pauzinhos.

Hatahata – peixes do fundo arenoso, nativos do norte do Japão.

Hijiki - algas negras que se apresentam em fios minúsculos.

Hirame - este nome é usado para designar muitos tipos de peixes chatos, especificamente solha ou linguado. O verdadeiro nome para a solha é karei , mas muitas vezes os restaurantes não fazem distinção entre este e hirame "negro", no entanto a real palavra japonesa para negro é "ohyo".

Hikari-mono - um termo abrangente para todos os peixes brilhantes que, no entanto, se refere aos peixes brilhantes e oleosos, como os aji, iwashi, sanma ou kohada.

Himo – designa a franja ao redor da parte externa de qualquer molusco.

Hocho - termo japonês para facas de cozinha. Podem ser classificadas como estilo tradicional japonês (wa-bocho) ou de estilo ocidental (yo-bocho)

Hokkigai - (também chamado hokkyokugai). Lapas. Ouriços do mar, com coloração vermelha de um lado.

Hotate-Gai - vieiras.

Ika - lula. Como sushi ou sashimi o corpo é consumido cru e os tentáculos são geralmente servidos grelhados ou estufados bem crespos.

Inada - savelha muito nova.

Inari-zushi - aburage recheado com arroz de sushi.

Kaibashira - vieiras grandes. Na verdade designa o músculo adutor do molusco gigante, embora muitas vezes as vieiras sejam servidas com este nome; vieiras pequenas cozidas, mais macias e doces são kobashiri, e kaibashira pode designar tanto vieiras como outros bivalves.

Kajiki - designação incluindo espadarte e marlins. O espadarte especificamente é chamado me-kajiki ou kajiki-maguro.

Kaki - ostras.

Kamaboko - imitação de carne de caranguejo também chamada surimi, geralmente feita de santola e soja. Embora utilizada em rolos maki e outros, não é a mesma coisa que usar o "caranguejo” de casca mole. Esta preparação também aparece sob o nome de kanikama.

Kanpachi - espécie de lúcio grande. É semelhante ao hamachi, mas trata-se realmente de um peixe diferente (e não é nem solha nem o lúcio japonês).

Kampyo - cabaça seca. Antes de cozinhado tem uma cor castanho claro. Preparado é de um castanho translúcido. Apresenta-se em tiras longas, no formato de fettuccine.

Kani - carne de caranguejo. O material real é sempre servido cozido e muito melhor se cozido fresco, embora geralmente sejam cozidos e congelados.

Karasu Garei - traduzido literalmente significa “vaca” mas é o termo usado para designar o halibute do Atlantico.

Karei - solha de Inverno.

Katsuo - Bonito. Encontra-se geralmente nos bares de sushi na Costa Oeste, porque ele vive no oceano Pacífico e não congela muito bem. Às vezes é confundido com o gaiado o que é incorrecto pois o gaiado é chamado de ha-gatsuo.

Katsuobushi - flocos de bonito. Blocos de gaiado (katsuo) fumados e secos que são raspados e usados normalmente para fazer dashi, ou guardar.

Kohada - Sável japonês (ou punctatus jovem, nome da espécie em latim). Kohada é o nome dado quando marinado e usado como neta sushi. Este peixe era antes chamado konoshiro mas a sua designação foi mudada com o tempo.

Kuro Goma - sementes de gergelim preto.

Maguro - atum vendido para os consumidores em cortes diferentes, listadas abaixo em ordem crescente de gordura: Akami- a carne mais magra e os lados do peixe. Se for pedido maguro num restaurante sushi, este será o corte apresentado. Chutoro - a área da barriga do atum ao longo da lateral dos peixes entre os akami e o otoro. Preferido muitas vezes porque não ser tão gordo como o otoro. Otoro – A parte mais gorda do atum, encontrada na parte de baixo do peixe. Toro (ou chutoro ou otoro) - é o termo genérico para a parte gorda do atum do corte akami.

Makisu - esteira feita de tiras de bambu para criar o maki-zushi.

Maki-zushi - rolos de arroz e alga com peixe e / ou legumes. A maioria faz os maki com o nori na parte externa, mas alguns sushiman colocam o arroz no exterior.

Matoudai – peixe-galo.Peixe conhecido como Saint Pierre ou John Dory.

Mirin - vinho doce de arroz para cozinhar.

Mirugai – tipo de peixe entre a cavala e o atum, servido levemente crocante e doce.

Miso - pasta de feijão de soja.

Moyashi - brotos de feijão.

Murasaki - significa "roxo" e é um termo sushi antigo para designar shoyu.

Namako - pepino do mar. Muito difícil de encontrar fora do Japão. Em substituição, pode ser usado o fígado de peixe pickled/curado, konowata. O fígado anago no kimo é servido também.

Nasu - beringela. Também chamada nasubi.

Natto - grãos de soja fermentados. Tem odor e sabor forte, sendo também viscoso. A maioria das pessoas não gostam disto.

Negi - Cebolinha verde. A cebola tama é chamada round-negi.

Neta - O pedaço de peixe que é colocado em cima do arroz de sushi nigiri.

Nigiri-zushi - Os palitos de arroz cobertos com wasabi e um filete de peixe cru ou cozido, ou marisco. Geralmente a forma mais comum de sushi que se encontra fora do Japão.

Nori - Folhas de algas secas utilizadas no maki.

Odori Ebi - Gambas servidas ainda vivas.

Oshibori - uma toalha limpa humedecida com que se limpa as mãos antes da refeição.

Ocha - Chá.

Ohyo - alabote do Pacífico, por vezes incorrectamente chamada dohyo. O halibute do Atlantico é chamado karasu garei.

Ono - Wahoo. O ono (palavra havaiana para "delicioso") tem uma carne muito branca, com uma consistência delicada, semelhante a um hamachi branco (solha).

Oshibako – Tela usada para pressionar o sushi e fazer o oshi-zushi.

Oshi-zushi - Sushi feito de arroz prensado numa caixa.

Ponzu - molho feito com shoyu, dashi e limão japonês.

Ramen – macarrão instantâneo5, criado por extrusão ou comprado em pacotes de fácil preparo. Macarrão servido ao estilo chinês, em caldo, numa tigela. "Fast-food. tradicional japonês, o ramen instantâneo foi inventado na década de 1960 e é agora encontrado em todo o mundo. É popular e servido com ovas de peixes ou ovas de salmão em todos os restaurantes de sushi. As ovas são: Ikura - ovas de salmão; embora ikura signifique Quanto? em japonês, a palavra ikura é compartilhada com a palavra russa Ikra para designar as ovas de salmão. Kazunoko - ovas de arenque, geralmente servidas marinadas em saqué, caldo de carne e molho de soja, mas também servidas cruas, kazunoko konbu. Tobiko - ovas de peixe-voador, vermelhas e crocantes, servidas regularmente como parte do maki-zushi, mas também como nigiri-zushi com gemas de ovo de codorna uzura no tamago cozidas em cima. Masago - capelim da argentina - ovas muito semelhantes ao tobiko mas de cor um pouco mais alaranjada, não tão comuns como o tobiko na América do Norte. O Capelim shishamo, também é servido grelhado (depois de levemente salgado) como um aperitivo.

Saba - cavala, servida quase sempre salgada e marinada por um período que varia de um par de horas a alguns dias e então cozida. Nesta forma, é chamada shime-saba. A cavala crua (nama-saba) é servida às vezes, mas deve ser extremamente fresca pois perde qualidades rapidamente.

Saké - vinho de arroz. Servido quente ou frio, dependendo do tipo e da marca. Algumas pessoas adoram esta bebida, enquanto outras a detestam.

Sake - Salmão. Para evitar confusão com a bebida, algumas vezes é dito ke sha. Sashimi - filetes de peixe cru sem o arroz de sushi.

Sansho – pimenta, em japonês. Indispensável com a maioria dos pratos unagi.

Sazae - tipo de concha, não encontrada fora da região asiática.

Shari – sushi meshi (arroz de sushi). Um sushi bar .

Shiokara - um prato feito de órgãos internos de criaturas aquáticas com vinagre e sal.

Shiro Goma - sementes de gergelim branco.

Shiro maguro – atum branco, às vezes chamado bincho maguro ou bin-naga maguro. Este peixe pode ter um efeito laxante sobre algumas pessoas.

Shiro Miso - pasta esbranquiçada de feijão de soja.

Shiromi - termo para designar qualquer peixe de carne branca. Se for pedido shiromi itamae, será servido qualquer peixe de carne branca da estação existente no momento.

Shiso - a folha da planta perilla. Usado com frequência em makizushi e com sashimi. O termo real sushi é Ooba.

Shitake - tipo de cogumelo japonês, geralmente disponível seco.

Shoga - raiz de gengibre. Normalmente ralada.

Shoyu - molho de soja japonês.

Soba - macarrão de trigo sarraceno.

Somen - macarrão de trigo branco, filiforme (tipo esparguete muito fino).

Su soo - vinagre de arroz.

Suimono - sopa caldosa.

Surimi - imitação de carne de caranguejo, também chamada kamaboko e normalmente feita de santola e soja. Geralmente utilizada em rolos maki não é a mesma coisa que usar o caranguejo de casca mole. O surimi é usado fora do Japão e é conhecido pelo termo kani-kama, abreviatura de kani-kamaboko.

Sushi - tecnicamente refere-se ao arroz temperado. O peixe é sashimi. Os dois juntos como sushi mantém o nome do arroz e não do peixe. No Japão, quando se diz sushi está se referindo todo o pacote, o arroz de sushi além da neta. E isso vale para todos os tipos de sushi. Quando se quer dizer "arroz de sushi", diz-se sushi-meshi. Quando alguém sugere no Japão, em sair para o sushi, está se referindo especificamente ao nigirizushi.

Suzuki - robalo - (de uma espécie ou outra e muitas vezes completamente diferentes).

Tai - pargo ou imperador (tem bons substitutos) mas o verdadeiro é o preferido.

Tairagi - Navalhinhas.

Tako - Polvo cozido.

Tarabagani – Santola grande (o marisco real, ao contrário de kani kama, que é a pasta de caranguejo feita a partir de surimi).

Tamago Yaki - omeleta de ovos, que é sempre um bom teste para um restaurante de sushi, pois se se apresentar como borracha, não será aceite. No Japão é a marca de cada chefe e muitas vezes os potenciais clientes pedem um tamago, a fim de avaliar a eficiência do chefe.

Tataki - tataki é um termo japonês que pode significar cortado apenas (como no katsuo) ou picado e servido natural (como no aji).

Temaki-zushi - cones de arroz de sushi, peixe e vegetais envoltos em algas. Muito semelhante ao maki.

Tempura - frutos e legumes mergulhados em massa e fritos.

Tofu - coalhada de soja.

Tori - frango.

Torigai - berbigão japonês, fresco, mas geralmente congelado.

Toro – atum gordo. Num restaurante de sushi existem sempre vários tipos diferentes de atum melhores ou menos bons. O toro, o chu-toro e o akami (que não tem nenhum conteúdo de gordura).

Udon - macarrão largo feito de trigo (tipo fettuccine).

Unagi - Enguia de água doce grelhada, com um molho do tipo teriyaki. Mais saborosa que a enguia de água salgada.

Uni - lagostas.

Usukuchi shoyu - molho de soja japonês muito leve.

Wakame - folha de algas conhecidas como “seca-lobo” que se apresenta em longos cordões verde escuros.

Wasabi – rabanete japonês. Apresenta-se como uma massa de material verde que se parece com argila. Deve ser usado em doses extremamente pequenas. Este rizoma não está relacionado com o rabanete ou o rábano a não ser pelo nome e, infelizmente, na maioria das vezes não é servido natural, mas em pó e reconstituído com corante alimentar. O real wasabi é difícil de encontrar na maioria dos restaurantes. É completamente diferente no aspecto bem como no gosto, pois tem um picante natural que complementa e realça o sabor de sushi. Na Europa pode tentar-se a substituição por rábano bem picante ralado.

Yakumi - termo genérico para condimentos.


O Temaki, Uma Variedade de Sushi




O temaki, um tipo de sushi com ingredientes e tamanho diferenciados, é um dos pratos japoneses de maior sucesso em todo o mundo. Ele é enrolado com as mãos e tem a forma de cone. Para dar estrutura, coloca-se arroz. Para dar sabor, peixes e legumes.  

As temakerias obtiveram grande sucesso em todos os países onde se instalaram, pois trabalham exclusivamente com os temakis, um dos pratos mais conhecidos e agradáveis da gastronomia japonesa.



Rápida Introdução à Culinária Japonesa


Apesar das influencias estrangeiras sofridas num ou noutro momento da sua história, nas quais se inclui também a dos portugueses, o Japão manteve-se sempre uma sociedade fechada e distante do mundo, por muito tempo. Isso esclarece a razão porque a cultura japonesa é tão desconhecida no Ocidente, inclusive a sua culinária. Tal como os chineses, de quem são vizinhos, os japoneses tiveram uma cultura voltada para a arte, com um grande respeito pela natureza, o que de certo modo influenciou a sua cozinha e a apresentação dos seus pratos. A cozinha japonesa é baseada em métodos práticos e simples, sendo os pratos agrupados de acordo com a sua forma de cocção.

Teriyake: Os alimentos são marinados antes de serem grelhados ou fritos.

Yakimono: Designa os grelhados.

Mushimono: É a denominação dos pratos cozinhados no vapor.

Sushi: Arroz levemente avinagrado, servido em pequenos rolos, envoltos em algas e algumas vezes cobertos com tiras de peixe cru.e outros ingredientes

Sashimi : Peixes crus cortados em tiras muito finas e servidos simples ou com o sushi.

A introdução do Zenbudismo no Japão pelos chineses, no século XIII, condicionou mais ainda o tipo da alimentação neste país, pelo ênfase dado ao vegetarianismo.

Os japoneses comem pouca carne, e a maior parte da sua dieta é baseada em legumes e frutos do mar, incluindo as algas marinhas, o que resulta numa alimentação excepcionalmente saudável.

Tal como na China, a refeição típica japonesa apresenta todos os pratos ao mesmo tempo. Uma refeição tradicional japonesa é constituída por uma tigela de arroz branco, sopa geralmente de missô (pasta de soja), uma rica variedade de hortaliças ou de pickles (tsukemono) prato favorito no Japão, acompanhados de pequenas porções de peixe ou carne, embora a gastronomia não se reduza apenas a isso e exista uma grande variedade de outros pratos.

O saqué (vinho de arroz) ou o chá, são o complemento da refeição. A fruta fresca é a sobremesa comum, embora em ocasiões especiais, uma gelatina possa ser servida. Os bolos, costumam ser comidos como mimo ou regalo, fora das refeições.

A gastronomia japonesa, tanto pela forma de misturar os ingredientes, quanto pela beleza na apresentação dos pratos, é sempre uma expressão de arte.

Para designar refeição, usa-se tanto a palavra gohan, que em boa verdade se refere ao arroz cozido, base da alimentação japonesa do pequeno almoço ao jantar, como meshi palavra informal que também designa arroz cozido.

Para comer, os japoneses usam os hashis, pequenas hastes longas feitas de madeira crua ou laqueada, mas também de outros materiais, como marfim, ossos, dentes de elefante, bambu e metal (o mais utilizado é o chamado sugi-bashi).

No Japão actual, outros componentes já foram incorporados à ementa caseira, como pão, massas e carnes. O fast-food, o hambúrguer e o frango frito, são populares entre as crianças e jovens japoneses, tal como em qualquer outro país do mundo.

Para um intermediário entre lazer e alimentação, existem no Japão os Kissaten, estabelecimentos semelhantes aos nossos cafés onde é servido chá e doces, conhecidos pelos ocidentais como “Casa de Chá”,

A cultura japonesa é notória pela gentileza e educação de seu povo, pelo que à mesa, não poderia ser diferente: antes de cada refeição é costume dizer "itadakimassu", que significa mais ou menos "sua licença ou permissão para comer" mas expressa, também, gratidão a todos os que trabalharam para preparar a comida. Ao terminar, diz-se "gotissossama deshita", como forma de demonstrar agradecimento e satisfação pela refeição que se acabou de ingerir.


Ingredientes da Culinária Japonesa

O facto de o Japão ser um país formado por ilhas, onde nenhum lugar está a mais de cem quilómetros do mar, fez com que os japoneses buscassem nele a sua principal fonte de alimento, consumindo diversos tipos de peixes, moluscos e algas marinhas.

O peixe é o ingrediente básico para os pratos típicos tão populares que já ganharam o mundo, como o sashimi (peixe cru em fatias muito finas) e o sushi (pequenas porções de arroz temperado com vinagre, cobertas ou recheadas com fatias de peixe cru, ou outros ingredientes).

A carne só foi introduzida na culinária japonesa no século 19, pois até então não fazia parte da dieta tradicional. Depois da sua introdução, foram criados novos pratos utilizando carne bovina, suína e de frango. Actualmente, receitas que utilizam esses ingredientes são muito populares, caso do yakitori (espetinhos de frango grelhado) e do sukiyaki.

Os temperos mais comuns são o shoyu (molho de soja), o missô, o wasabi (semelhante ao rábano), o karashi (mostarda), saké (bebida alcoólica à base de arroz) e dashi (caldo de peixe).


Os doces japoneses

Podem parecer exóticos ou estranhos, mas são com certeza diferentes, por si próprios ou pelo seu “design”. A influência portuguesa é bem acentuada neste sector da culinária, onde até as designações têm um forte acento português.

Kompeito – de confeito, designa doce ou rebuçado

Kasutsera – pão de ló

Keiransomen – fios de ovos

Nanban-gashi, são as confecções doces de origem estrangeira, e tiveram a sua origem nas receitas introduzidas de Portugal pelos navios de transporte de missionários e comerciantes desse país que chegavam ao Japão. O contacto entre o Japão e o Ocidente começou em 1543, quando os portugueses chegaram às margens de Tanegashima, uma ilha ao sul de Kyushu, e levaram consigo, não apenas o cristianismo e as armas de fogo, mas também os alimentos e doces do seu país europeu. Tipos populares de Nanban-gashi têm nomes derivados do português: kompeito (do português, confeito); boro (de bolo), e kasutsera (então o termo japonês para pão de ló). Os Nanban-gashi, que utilizavam ovos e grandes quantidades de açúcar, eram novidades na época, pelo que os “fios de ovos” ou Keiransomen, fizeram grande sucesso entre os nobres japoneses.

Pouco divulgados em Portugal e no Brasil onde está mais conhecida e com sucesso a sua culinária salgada, os doces japoneses são muito diferentes da idéia que se tem de doce, por usarem ingredientes como o arroz e o feijão .

Os doces típicos japoneses são chamados wa-gashi enquanto os de origem ocidental são denominados yo-gashi. Nos wa-gashi, é comum ver ingredientes como farinha de arroz, feijão azuki e açúcar. A manteiga e o leite, muito comuns na nossa pastelaria, são raramente usados na preparação destes doces.

Anko (feijões vermelhos adocicados) é um típico ingrediente usado para rechear o manju (bolinho de massa bem macia com recheio doce), dorayaki (crepes), taiyaki (bolo em forma de carpa), são algumas dessas especialidades. O anko pode também ser comido com mochi (bolo de arroz) e outros wa-gashi muito populares são o yokan (gelatina doce de feijão) e o daifuku (bolinhos doces de arroz, recheados com frutas).

Normalmente, os japoneses concluem as suas refeições com uma chávena de o-cha ou chá verde, que é servido quente e sem açúcar. O café é preparado ao estilo americano.

O consumo do álcool é habitual no Japão e encontram-se no mercado diversas marcas de cerveja especialmente a Suntory, a Sapporo ou a Kirin.

Entre as outras bebidas alcoólicas, destaca-se o saké, a bebida tradicional preparada com arroz fermentado que contém aproximadamente 17% de álcool e o shochu, bebida que surgiu recentemente e contém praticamente só álcool e água.

Durante o verão, os japoneses consomem uma bebida chamada mugicha, à base de água fria e cevada. A maior parte do vinho e, sobretudo o whisky, são importados de outros países.

Um dos pratos mais consumidos no Japão é o sushi que já se tornou conhecido e apreciado à escala mundial. Mas usam ali também o sashimi, além de outras

1 Nori é a alga seca usada no sushi. Dita nori em japonês: 海苔; hǎidài em chinês: 海苔; e kim ou gin em coreano , é uma espécie de folha feita a partir de algas marinhas, amplamente utilizada em pratos da culinária japonesa. É geralmente de cor esverdeada ou avermelhada dependendo da espécie de alga empregada na fabricação. No Japão ele é geralmente de cor esverdeada.

Pode ser usado ao redor dos onigiri e sushi, muito populares no Japão, mas também é muito usado esfarelado, ou cortado em pequenas tiras e misturado ou polvilhado por cima da comida.

A alga Nori é rica em proteínas, cálcio, ferro, vitamina A, B e C e contém duas vezes mais proteína do que algumas carnes.

2 Wasabi é um rizoma japonês semelhante ao rabanete, mas picante.

3 Tempura é uma massa de fritar para a qual pode ser usada a receita da nossa massa normal para fritar, mas nunca com leite, e sempre com água gelada

4 Panko é uma espécie de granulado usado na cozinha japonesa, feito de miolo de pão duro ralado, passado no forno para secar sem deixar torrar.

5 No Brasil, este tipo de macarrão é muito comum e conhecido como Lamen. Cozinha rápido (em 3 minutos) e já vem com o tempero a acompanhar, podendo este ser escolhido pela embalagem.







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