quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

 

Profissões e Profissionalismo

 


Ser Profissional

Devemos o maior respeito a todos os que labutam em hotelaria, para obter um salário digno e um melhor porvir para os seus familiares. Ser um trabalhador já traz dignidade, mas quando se chega à conclusão decisória de optar por uma carreira em hotelaria, o profissionalismo aparece como a única opção viável. Ser “profissional” pode significar muitas coisas. Num sentido sociológico, trata-se da ascensão de um trabalhador a uma classe profissional e das mudanças na estrutura e no desempenho do seu trabalho (Evetts, 2003; Hall, 1968). As profissões são categorias de ocupações baseadas no conhecimento. Os profissionais são, portanto, as pessoas que utilizam conhecimento especializado para preencher essas ocupações.

 

As profissões também incluem sistemas de valores que formam uma comunidade moral para o preenchimento de uma ocupação. As pessoas nessas comunidades têm conhecimentos semelhantes sobre como realizar esses trabalhos de forma ética e funcional (Evetts, 2003). Um exemplo de uma comunidade profissional formal pode ser uma associação profissional. Por exemplo, uma Associação de Profissionais de Hotelaria, com a missão de “promover a pesquisa, educação e prática da Qualidade Hoteleira” que desenvolverá um código de ética e capacidades para seus membros e inclua ser verdadeiro, honesto, justo e respeitoso. Poderemos definir um profissional como alguém pertencente a um grupo ocupacional específico, mas um profissional também pode ser definido de forma geral, com um conjunto de características ou comportamentos.

Imagine um “profissional” em sua mente. Como essa pessoa se comporta, como ela se parece? Muitas vezes ouvimos o que significa ser profissional em um contexto ou outro por meio da socialização ou do processo pelo qual observamos ou ouvimos as normas e expectativas de um grupo. Em geral, podemos dizer que ser profissional significa cuidar, ser cortês e seguir as normas comerciais convencionais ao seu tipo de labor. Ser profissional serve a uma função de controle. Os indivíduos julgarão as mensagens e, por sua vez, o remetente dessas mensagens, por seu profissionalismo. Aqueles que são vistos como profissionais têm melhor acesso aos indivíduos e às informações. Uma mensagem não profissional pode ser ignorada e provavelmente não atingirá seu objetivo - pode até ofender outras pessoas e prejudicar relacionamentos.

Pesquisadores da Universidade de Louisville (Lucas & Rawlins, 2015) pesquisaram profissionais, empresas, currículos de cursos de comunicação empresarial em todo o país e literatura acadêmica para articular as principais competências de comunicação empresarial. Ser profissional é uma das principais competências. Na comunicação empresarial, o profissionalismo inclui três componentes: cuidado, cortesia e convenção.

Na Hotelaria eu diria que o acento tónico profissional deve ser colocado no produto, no serviço e no cliente; o resultado obtido deve ser uma fonte de satisfação, pela alegria do dever cumprido, não apenas como fruto de uma aprendizagem, mas sim como uma mudança cultural.

 

Qual é o objetivo da renovação ou redesenho do profissionalismo e qual é a probabilidade de sucesso do processo? Aqui procuraremos abordar essas questões, examinando a eficácia, como mecanismo de desenvolvimento profissional, da imposição de mudanças na política e/ou prática que exijam modificação ou renovação do profissionalismo. Os 'novos' profissionalismos que supostamente foram moldados nas últimas duas ou três décadas em todo o espectro dos setores e contextos educacionais têm sido objeto de extensa análise, e não iremos percorrer um terreno antigo e revisitar questões que já foram muito debatidas. No entanto, o exemplo da política educacional durante esse período, pode ser usado como base para considerar as armadilhas associadas aos mecanismos de modificação do profissionalismo por meio de uma agenda de reformas e padrões. A nossa análise incorpora a redefinição e o exame do conceito e substância do profissionalismo e oferece perspectivas na forma de três concepções distintas: profissionalismo exigido, prescrito e obtido. Explorando o status existencialista de profissionalismos 'novos' ou 'modificados' e a relação entre profissionalismo, cultura profissional e profissionalismo, examinaremos como o profissionalismo pode ser interpretado e utilizado para o desenvolvimento pelos profissionais da educação.

 


Profissão

Profissão significa um trabalho ou uma ocupação, que ajuda uma pessoa a ganhar a vida. Os principais critérios de uma profissão envolvem o seguinte.

 

Especialização avançada − O critério de uma profissão é ter sólidos conhecimentos tanto em aspectos técnicos quanto em artes liberais. Em geral, a educação continuada e a atualização de conhecimentos também são importantes.

 

Auto-regulação − Uma organização que fornece uma profissão, desempenha um papel importante na definição de normas para o acesso à profissão, na elaboração de códigos de ética, na aplicação das normas de conduta e na representação da profissão perante o público e o governo.

 

Profissionais

Uma pessoa que é paga para se envolver em uma determinada profissão, a fim de ganhar a vida, bem como para satisfazer as leis dessa profissão, pode ser entendida como um profissional. A definição de profissional é dada de forma diferente por diferentes especialistas da área. Vejamos as seguintes definições −

 

“Apenas os que são basicamente independentes e livres de coerção podem ser chamados de profissionais.” − Robert L. Whitelaw

 

“Os profissionais precisam atender às expectativas de clientes e empregadores. As restrições profissionais devem ser impostas apenas por leis e regulamentos governamentais e não pela consciência pessoal”. − Samuel Florman

 

“Profissionais são aqueles que atingem padrões de realização em educação, desempenho no trabalho ou criatividade e aceitam as responsabilidades morais mais básicas perante o público, bem como empregadores, clientes, colegas e subordinados, sobre o trabalho ao qual estão relacionados.”

 

Profissionalismo

O profissionalismo atinge de forma abrangente, todas as áreas de prática de uma determinada profissão. Requer habilidades e responsabilidades envolvidas na profissão. O profissionalismo implica um certo conjunto de atitudes.

A arte do “Profissionalismo” pode ser entendida como a prática de fazer a coisa certa, não pelo que se sente, mas independentemente de como se sente. Os profissionais fazem profissão do tipo específico de atividade e conduta com os quais se comprometem e aos quais se espera que se conformem. Os ideais morais especificam a virtude, isto é, a característica desejável do caráter.

· As virtudes são formas desejáveis ​​de se relacionar com outros indivíduos, grupos e organizações.

· As virtudes envolvem motivos, atitudes e emoções.

 

Segundo Aristóteles, as virtudes são os “hábitos adquiridos que nos permitem engajar efetivamente em atividades racionais que nos definem como seres humanos”.

 

Ideais e virtudes profissionais

As virtudes representam a excelência no comportamento moral central. O essencial para qualquer profissional se destacar na profissão são comportamento, habilidades e conhecimento. O comportamento mostra a ideologia moral do profissional.

 

Os ideais morais especificam a virtude, ou seja, os traços de caráter desejáveis ​​que falam muito sobre os motivos, atitudes e emoções de um indivíduo.

 

Virtudes de espírito público

Virtudes de proficiência

Virtudes do trabalho em equipe

Virtudes de autogoverno

As virtudes mencionadas acima mostram a responsabilidade profissional de um indivíduo. Por isso, o profissionalismo que acompanha essas virtudes é chamado de Profissionalismo Responsável. Vamos agora entender cada virtude em detalhes.

 

Virtudes de espírito público

Um profissional deve se concentrar no bem dos clientes e do público em geral, o que significa que nenhum dano deve ser feito intencionalmente. O código de conduta profissional inclui evitar danos e proteger, bem como promover a segurança, saúde e bem-estar público.

Mantendo um senso de comunidade com fé e esperança dentro da sociedade e sendo generoso ao estender tempo, talento e dinheiro para sociedades e comunidades profissionais, o Serviço de Educação pode manter a virtude do espírito público. Finalmente, a justiça nas práticas corporativas, governamentais e econômicas torna-se uma virtude essencial que um profissional sempre deve possuir.

 

Virtudes de Proficiência

Referem-se às virtudes seguidas na profissão de acordo com o talento e o intelecto de um profissional. Os valores morais que incluem esta virtude são competência e diligência. A competência é ter sucesso no trabalho que está sendo feito e a diligência é cuidar e estar alerta aos perigos do trabalho. A criatividade também deve estar presente na realização da tarefa atribuída.

 

Virtudes do Trabalho em Equipe

Estas virtudes representam a coordenação entre os membros da equipe, o que significa trabalhar com sucesso com outros profissionais. Isso inclui o caráter cooperativo, a lealdade e o respeito à sua organização, o que faz com que todos os profissionais  motivem a equipe a trabalhar em prol de seus valiosos objetivos.

 

Virtudes de autogoverno

Estas virtudes dizem respeito às responsabilidades morais que representam a integridade e o respeito próprio da pessoa. A integridade na verdade significa a integridade moral que se refere às ações, atitudes e emoções da pessoa em causa durante o seu período profissional.

 

As virtudes de autogoverno centram-se no compromisso, coragem, autodisciplina, perseverança, auto-respeito e integridade. A veracidade e a confiabilidade que representam sua honestidade são os valores morais fundamentais a serem mantidos por um profissional.

 

O Verdadeiro profissional Se Caracteriza Por:

Saber Assumir Decisões

Ser Tolerante e Flexível

Ser Honesto

Ser Íntegro

Ser Humilde

 

Esperamos ter dado uma contribuição para ajudar os profissionais do presente, a moldarem os que virão após, seja pelo exemplo, seja pelo aconselhamento, e aqueles que os empregam, pela facilitação do desenvolvimento profissional, através do Aprendizado Permanente.

 

Cada dia em que não se aprende ou desenvolve algo novo, é um dia perdido, não importa tudo quanto você tenha trabalhado.

 

Não se contente apenas com o Conhecimento Superficial das Coisas. Procure aprofundar o seu conhecimento sobre tudo o que puder.

 


2000 anos após, as palavras de Sócrates são mais válidas do que nunca:

Quanto mais Sei, mais Sei Que Nada Sei!

 

Jogue fora , se o tiver, o Lema:

 Já sei quanto chega para mim!

 

 

Eu próprio lastimo que,

·       Depois de ter falado e escrito, milhares de vezes sobre ovos.

·       Ter preparado e servido milhares de vezes, ovos em todas as preparações possíveis,

 

Infelizmente pouco sei, sobre os ovos propriamente ditos!

E obviamente será assim sobre muitas coisas!

domingo, 27 de novembro de 2022

 

O Que é afinal a “OPINIÃO”


E Porque Cada Um tem a Sua

 

Na Filosofia grega de Parmênides, opinião (doxa, δόξα, « opinião », « conjectura ») é a ideia confusa acerca da realidade e que se opõe ao conhecimento tido como verdadeiro.

Significa crença comum ou opinião popular e de onde se originaram as palavras modernas ortodoxo e heterodoxo. Utilizada pelos retóricos gregos como ferramenta para formação de argumentos através de opiniões comuns, a doxa (em oposição ao saber verdadeiro, episteme) foi utilizada pelos sofistas para persuadir as pessoas, levando Platão a condenar a democracia ateniense[1].

A palavra doxa ganhou novo sentido nos séculos III a.C. e I a.C quando os “setenta” (evdomikonta) sábios em Alexandria traduziram as escrituras hebraicas para o grego. Nessa tradução das Escrituras, chamada Septuaginta, a palavra hebraica para glória (kabot) foi traduzida para o grego como doxa. Essa tradução das Escrituras Hebraicas foi utilizada pela Igreja primitiva, sendo constantemente citada e utilizada pelos redatores do Novo Testamento. Os efeitos desse novo significado de “doxa” como “glória” são evidenciados pela utilização da palavra em todos os lugares do Novo Testamento e nos serviços de adoração da Igreja Ortodoxa Grega, que reflete os costumes ou práticas mais do que a opinião pessoal.

Doxa na filosofia clássica

Platão costumava opor conhecimento à “doxa”, o que levou à clássica oposição de erro à verdade, cuja análise desde então se tornou um grande interesse na filosofia ocidental. Portanto, o erro é considerado no Ocidente como negatividade pura, a qual pode tomar várias formas, entre elas a forma de ilusão. Desse modo, “doxa” pode ironicamente ser definida como a “falha do filósofo”. Na retórica clássica, ela é contrastada com “episteme”. Entretanto, Aristóteles utilizou o termo endoxa (crenças comumente sustentadas aceitas pelos sábios e pelos mais antigos e influentes retores) para reconhecimento das crenças da cidade. Endoxa é uma crença mais estável do que “doxa”, porque ela foi “testada” nos debates da pólis[2] por algum interveniente. A utilização do termo endoxa pelo estagirita pode ser encontrada nas suas obras “Tópica” e “Retórica"...

“Crenças são estados mentais em que se assume que algo é verdadeiro ou provável. Elas são expressas linguisticamente por meio de afirmações”. Há discordância sobre quais são as características essenciais das crenças: os representacionalistas identificam crenças com atitudes proposicionais em relação a representações, enquanto os funcionalistas veem seu papel causal como essencial e os interpretacionistas se concentram na dependência da interpretação de outra pessoa.

 O conceito de crença se aplica a diferentes tipos de atitudes mentais, que podem ser classificadas usando algumas distinções básicas. As crenças ocorrentes são conscientes ou causalmente ativas de outra maneira, enquanto as crenças disposicionais estão atualmente inativas. As crenças plenas implicam a aceitação sem reservas de que algo é verdadeiro, enquanto as crenças parciais incluem um certo grau de certeza com respeito à probabilidade. Em seu significado principal, crença é considerada como crença-de-que, ou seja, como uma atitude mental em relação a uma proposição ou um estado de coisas. Isto contrasta com o uso como crença-em, que geralmente se refere à confiança em uma pessoa ou a uma atitude em relação à existência de algo. Este sentido desempenha um papel central na crença religiosa com respeito à crença em Deus. Há várias teorias sobre como o conteúdo de uma crença depende do conteúdo de outras crenças mantidas pela mesma pessoa. Os atomistas negam tais relações de dependência, os molecularistas as restringem a crenças intimamente relacionadas, enquanto os holistas sustentam que elas podem existir entre quaisquer crenças. Os externalistas assumem que as crenças de uma pessoa dependem de sua relação com os arredores, enquanto os internalistas sustentam que são determinadas apenas pelo que ocorre na cabeça dessa pessoa.

Uma opinião, é uma crença ou atitude sobre algo que não é necessariamente baseada em fatos. É sua opinião que os cães são melhores animais de estimação do que os gatos, mas sua irmã acha que os gatos são superiores. Pena que a opinião dos seus pais é que os animais de estimação são muito caros.

Um fato é uma afirmação que pode ser verificada. Pode-se provar que é verdadeiro ou falso por meio de Evidência objetiva.

Uma opinião é uma declaração que expressa um sentimento, uma atitude, um julgamento de valor ou uma crença.

É uma afirmação que não é nem verdadeira nem falsa. Ou pode parecer verdadeiro para alguns, mas falso para outros.

 UM FATO:

- pode ser provado verdadeiro ou falso através de Evidência objetiva.

- depende da linguagem denotativa.

- usa frequentemente mensuráveis ​​ou números verificáveis, estatísticas, datas

e medições.

UMA OPINIÃO:

- não pode ser verificado no momento.

- baseia-se na linguagem conotativa.

- pode significar coisas diferentes para diferentes pessoas.

- usa palavras de julgamento de valor e comparações como “melhor”, “mais”, etc...

 Fatos vs. Opiniões

Agora que sabemos as diferenças entre um fato e uma opinião, é importante saber distingui-los ao ler literatura. Vejamos algumas estratégias úteis:

 Fique atento à opinião mascarada como fato: muitas vezes a linguagem profissional ou técnica pode parecer factual. Em particular, você deve estar atento às previsões. Previsões são opiniões, pois não podem ser verificadas no presente. Isso é verdade mesmo se a previsão estiver sendo expressa por um especialista com uma opinião informada. Um zoólogo que prevê que um determinado animal será extinto em 50 anos, por exemplo, está dando uma opinião informada. Esta opinião é baseada em evidências, pesquisas e conhecimentos, mas porque não pode ser confirmada atualmente, não é um fato.

 Palavras de valor ou julgamento, muitas vezes sinalizam uma opinião: “LeBron James é muito alto” é uma afirmação com a qual a maioria das pessoas concordaria. No entanto, a palavra muito torna isso problemático. O que exatamente significa ser “muito alto”? Não está definido. O que uma pessoa considera muito alta, outra pode considerar média ou até baixa. A palavra muito é um exemplo de uma palavra de valor ou julgamento. Aqui está uma lista de palavras de valor e julgamento; se você vir uma dessas em uma declaração, então o texto expresso é provavelmente uma opinião:


Procure palavras como deve ou deveria: Essas palavras geralmente sugerem um curso de ação ou dão conselhos. Embora este conselho possa ser aconselhável, raramente é factual. Não importa o quanto concordemos com uma afirmação “deveria”, é por sua própria natureza uma opinião. Por exemplo, “Deve-se evitar fumar cigarros”, pode ser um bom conselho com muitas evidências de apoio, mas ainda é uma opinião. “Fumar cigarros pode causar diversos males à saúde”, por outro lado, pode ser verificado e, portanto, é factual.

Em essência, os fatos podem ser verificados por evidências, e as opiniões são declarações de crença, atitude, valor, julgamento ou sentimento.

Antes de avançarmos, vamos dar uma olhada rápida.

Você pode ter uma opinião sobre uma celebridade que eu não compartilho. Não há como provar quem está certo e quem está errado. Esses são nossos pensamentos sobre ela, e é assim que é. Ironicamente, quando um juiz decide um caso, sua decisão é chamada de opinião. Mesmo que o que o juiz diga se torne uma questão de direito, ainda é apenas a opinião deles, com base no que foi apresentado pelos dois lados em um julgamento.

 


Definições de opinião

É substantivo, uma crença ou julgamento pessoal que não se baseia em prova ou certeza “minha opinião é diferente da sua” sinônimos: persuasão, acerto de contas, sentimento, pensamento, visão.

Fato Distintivo, Opinião, Crença e Preconceito

Ao formar convicções pessoais, muitas vezes interpretamos evidências factuais através do filtro de nossos valores, sentimentos, gostos e experiências passadas. Portanto, a maioria das declarações que fazemos ao falar e escrever são afirmações de fato, opinião, crença ou Um fato que é verificável. Podemos determinar se é verdade pesquisando as evidências. Isso pode envolver números, datas, testemunhos, etc. (Ex.: "Portugal perdeu a colónia de Goa em 1961.") A verdade do fato está fora de discussão se alguém pode assumir que os dispositivos de medição ou registros ou memórias estão corretos. Os fatos fornecem suporte crucial para a afirmação de um argumento. No entanto, os fatos por si só são inúteis, a menos que os coloquemos em contexto, tiremos conclusões e, assim, demos significado a eles.

Uma opinião é um julgamento baseado em fatos, uma tentativa honesta de tirar uma conclusão razoável a partir de evidências factuais. (Por exemplo, sabemos que milhões de pessoas ficam sem cuidados médicos adequados e, portanto, você forma a opinião de que o país deveria melhorar o serviço nacional de saúde, mesmo que isso custe bilhões de reais.) Uma opinião é potencialmente mutável - dependendo de como a evidência é interpretada. Por si só, as opiniões têm pouco poder de convencimento. Você deve sempre deixar seu leitor saber quais são suas evidências e como elas o levaram a chegar à sua opinião.

 

Ao contrário de uma opinião, uma crença é uma convicção baseada na fé, moralidade ou valores culturais ou pessoais. Declarações como "A pena capital é assassinato legalizado" são frequentemente chamadas de "opiniões" porque expressam pontos de vista, mas não são baseadas em fatos ou outras evidências. Eles não podem ser refutados ou mesmo contestados de maneira racional ou lógica. Como as crenças são indiscutíveis, elas não podem servir como tese de um argumento formal. (Apelos emocionais podem, é claro, ser úteis se você souber que seu público compartilha dessas crenças.)

Outro tipo de afirmação que não tem lugar na argumentação séria é o preconceito, uma opinião incompleta baseada em evidências insuficientes ou não examinadas. (Ex.: "Mulheres são más motoristas.") Ao contrário de uma crença, um preconceito é testável: pode ser contestado e refutado com base em fatos. Frequentemente formamos preconceitos ou os aceitamos dos outros – família, amigos, mídia, etc. – sem questionar seu significado ou testar sua verdade. Na melhor das hipóteses, os preconceitos são simplificações descuidadas. Na pior das hipóteses, eles refletem uma visão estreita do mundo. Acima de tudo, eles provavelmente não ganharão a confiança ou o acordo de seus leitores, ou interlocutores.. A utilidade e aceitabilidade de uma afirmação pode ser melhorada ou diminuída pela natureza da afirmação, dependendo de qual das categorias ela se enquadra:

Dicionário Online de Português








[1] A democracia ateniense representou um dos momentos mais emblemáticos da história de Atenas.

Ela foi desenvolvida por meio dos legisladores e políticos Dracon e Sólon e consolidada por volta de 510 a.C., quando o político aristocrata Clístenes derrota o tirano Hípias.

Sua implementação foi essencial no desenvolvimento das polis gregas, a qual foi espalhada pelas outras cidades-estados.

[2]O termo “polis” em grego significa “cidade”. Note que as polis gregas representam a base do desenvolvimento do conceito de cidade tal qual conhecemos hoje.





quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Opinião e Respeito

 


Discordo da sua opinião, mas respeito a sua experiência

 Todos têm o direito de serem respeitados.

Não importa quem sejam ou de onde venham, ainda são humanos e devem ser tratados com dignidade e respeito, de acordo com um bom conceito de educação e conforme estabelecido nos artigos 1º e 2º da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Tive pessoas em minha vida que não me respeitaram de várias maneiras, como não valorizar a minha opinião ou não considerar as minhas necessidades. Mas isso é passado e apenas registro sem guardar recordações. Gostaria no entanto de frisar aos que me leem, que este tipo de atitude pode fazer com que os atingidos sintam, ao verificar que a sua opinião não é valorizada ou respeitada, uma baixa na sua confiança e autoestima, porque com essa atitude estaremos fazendo com que a pessoa se sinta inferior aos demais.

Todo mundo tem uma opinião, não importa quem seja ou de onde venha, com o direito de ser respeitado nessa opinião. E isto ao longo da vida, pois o artigo 12 da Convenção sobre os Direitos da Criança diz que as crianças e os jovens têm o direito humano de ter opiniões e de que essas opiniões sejam respeitadas, desde que não ofensivas.

Se as opiniões das pessoas forem valorizadas e respeitadas, sua confiança e autoestima se fortalecerão porque elas sentirão que estão sendo ouvidas. Ter sua opinião valorizada também pode ajudar na independência, pois a pessoa sentirá que pode ir a qualquer lugar, confiante de que as suas palavras serão importantes e o que disser será respeitado.

 Você Pode achar que o seu caminho é o certo, mas tenha a certeza que não é o Único

Se todos respeitassem as necessidades e opiniões uns dos outros, a vida seria muito mais fácil. Mas uma atitude diferente no entanto, nem sempre significa que o estão ignorando de propósito. Pode ser porque não conhecem bem  a pessoa ou não a entendem. Acho que esse problema poderia ser minimizado colocando treinamento tanto para crianças e jovens, como  também para adultos, para ajudá-los a entender os raciocínios e as expressões do conhecimento, facilitando o respeito pela opinião alheia.

Recorde sempre, que a maneira como você entende ou faz as coisas, nem sempre é a única. Respeite que as pessoas tenham a sua própria maneira de pensar, embora discorde delas.

A expressão de um pensamento, de forma que não entendemos, pode não significar que essa pessoa está errada, mas apenas que tem uma maneira diferente de pensar. Em alguns casos, pode até ser uma coisa boa, pois significa que haverá mais uma maneira de resolver problemas, ou uma ideia mais eficaz sobre como resolver um problema.

Alguém me disse uma vez: ‘se você respeitar os outros, eles terão respeito por você e se todos se respeitarem, o mundo será um lugar mais feliz”.

Sinto que a maioria das pessoas procura 'vencer' uma discussão quando se encontra perante uma opinião diferente da sua, (claro que essa pode ser apenas a minha percepção, baseada no que vejo em sites de mídia social como Facebook ou Twitter, onde parece que os usuários ficam cada vez mais hostis uns com os outros, quando encontram opiniões e perspectivas diferentes das suas).

Acho que essa não será a abordagem mais produtiva a ser adotada quando se encontra alguém que discorda de você, porque não precisa ser agressivo e hostil em vez de decidir dialogar. Na maioria das vezes, a vida é bastante abstrata e definitivamente há mais de uma maneira de interpretar o que está acontecendo ao nosso redor, então por que não usar isso a nosso favor e aprender ou entender algumas novas perspectivas?

Em vez de tentar dominar agressivamente o interlocutor com a sua opinião e descartá-lo arbitrariamente no processo, tente entender a nova opinião e a perspectiva sobre o assunto. Ninguém cresce ou evolui discutindo com os outros, você cresce e evolui ganhando novos insights, opiniões e perspectivas. Todo mundo tem seu próprio conjunto único de experiências de vida, que os levam a pensar e perceber as coisas de uma determinada maneira, então por que não usar isso a nosso favor? Incentive um diálogo com aqueles de quem você discorda, começando por lhes dizer de forma amável "Isso é interessante, por que você pensa assim?" e depois ouvir o que eles têm a dizer.

 Enquanto ouve a outra pessoa explicar o lado dela, mantenha o sentimento de que o fato de conhecer alguém novo e a sua maneira de pensar, não significa obrigatoriedade de concordar com ela, nem significa que se isso acontecer, está admitindo uma derrota. Significa apenas que você está disposto a ouvir algo novo, porque a outra parte pode ter novos conhecimentos que aumentem o seu saber.

Quando não há coincidência de opiniões, admita que as pessoas geralmente não estão discordando de você simplesmente para discutir ou para enfurecê-lo (é claro, que às vezes isso pode ser o caso, mas geralmente não é), e não sinta a necessidade de reagir quando encontra alguém que tem uma opinião e uma perspectiva diferente da sua.

Incentive uma conversa civilizada e respeitosa, como: ‘Isso é interessante. Por que você pensa dessa maneira?'. Esteja disposto a explicar a sua maneira de pensar, mas também esteja disposto a ouvir a outra parte explicar a perspectiva dela.

Procure usar fatos objetivos, não emoções ou opiniões subjetivas, ao ter uma conversa colaborativa.

Explique com calma o seu ponto de vista.

Lembre-se de que você está discordando da pessoa sobre um determinado assunto, não está tentando lutar contra esse indivíduo em particular.

Encontre um meio termo. Embora discorde da outra parte, provavelmente há partes do tópico em questão com os quais você concorda. Especifique-os para construir uma aproximação, mas depois explique com calma por que você discorda dos outros aspectos.

Use declarações baseadas no 'eu', como: 'Eu entendo...' em vez de dizer 'Você...' Não faça a outra parte se sentir como se você a estivesse atacando, e deixe claro para ela que você quer entender o lado dela das coisas, mesmo discordando delas.

Ouça o que a outra parte tem a dizer. É irritante quando as pessoas apenas se atêm à manchete e não leem o artigo  todo. Certifique-se de ouvir a substância real do que a outra parte está dizendo, não apenas um trecho do que ela fala, ou um resumo de algo que outra pessoa disse que ela disse.

Apenas discorde pacificamente. Geralmente, estar de acordo em algo nem sempre é um pré-requisito para ser amigo ou bom colega de trabalho. Relacionamento é outra coisa.

Esteja disposto a se afastar se a outra pessoa estiver sendo hostil ou se você descobrir que está prestes a se tornar hostil. Ser agressivo não vai forçar a outra pessoa a se submeter à sua opinião, só vai agravar a situação porque ela vai encarar seu tom hostil com ela.

Não diga arbitrariamente a alguém que está errado, só porque a opinião dele é diferente da sua. Há uma chance de que você seja realmente quem está 'errado' e, mais precisamente, há uma boa chance de que a 'verdade' esteja provavelmente em algum lugar entre a sua opinião e a da outra pessoa.

Não seja agressivo nem tenha a mente fechada, porque isso não faz nada além de aumentar as hostilidades entre ambos. Todos, incluindo aqueles com quem você acha que discorda, podem ter algo a ensinar, então esteja disposto a ouvir a opinião deles, mesmo que você filtre algumas partes dela mais tarde.

Não sinta a necessidade de “ganhar” a discussão. Mantenha a mente aberta, porque você provavelmente pode aprender algo com a outra pessoa, mas se começar a sentir que não é o melhor uso do seu tempo, saia da conversa respeitosamente antes que ela se torne hostil.

Não tema conflito ou desacordo, porque o conflito honesto tem mais valor do que a harmonia duvidosa.

Não veja e procure apenas o que a sua visão suporta. Você não crescerá se não abrir sua mente para outras perspectivas e opiniões, algumas até que você ignorou anteriormente. Compreender os outros lados não significa que você tem sempre que concordar com o outro lado. Apenas agregará conhecimento.

Não tente fazer com que todos com quem se relaciona concordem com você e vejam as coisas na sua perspectiva, porque é um desperdício de energia. Simplesmente encoraje um diálogo e, se isso não puder se manifestar, siga em frente.

Busca de entendimentos sem discussão, são uma ótima oportunidade para colaborar e evoluir como pessoa, e há muitas maneiras produtivas de fazer o conflito funcionar para você. Encontre áreas em que você concorda para construir um terreno comum e, em seguida, compreenda melhor as áreas em que você e a outra parte discordam. Incentive uma conversa, porque o fato de você discordar inicialmente, não significa que tenha que reagir com hostilidade e agressão.

 



domingo, 20 de novembro de 2022

Estabelecendo Objetivos


Planejar para avançar

 

Definir objetivos para uma empresa de hospitalidade, faz parte do processo de planejamento de negócios que conduz ao caminho do sucesso. Compartilhe os objetivos com os funcionários para que todos estejam no mesmo caminho. Gerar a receita máxima do empreendimento e alcançar o lucro máximo é o principal objetivo de todo gerente.

Minimize os custos de limpeza treinando os trabalhadores para limpar cada quarto em um tempo determinado. Reduza as contas de serviços públicos desligando o ar condicionado e o aquecimento em quartos desocupados, embora você possa querer manter a luz acesa para que o hotel pareça cheio do lado de fora à noite. Considere trocar a roupa de cama apenas no primeiro dia em que o quarto for alugado obtendo antes a aquiescência do hóspede e, depois a pedido do hóspede nos dias seguintes. O excesso de pessoal desperdiça dinheiro e a falta de pessoal afeta negativamente a satisfação do cliente, portanto, agende apenas trabalhadores suficientes para atender às necessidades.

 

Aumente a receita de alimentos e bebidas

Os restaurantes geram receita com base no número de clientes atendidos por dia e no preço médio por pedido. Aumentar qualquer um desses fatores aumenta a receita. Assim como na hotelaria, o desafio é encontrar a combinação de itens do cardápio e preços que gerem a maior média de pedidos, mantendo o restaurante próximo ou na capacidade máxima. Manter os custos de alimentos e bebidas o mais baixo possível, mantendo a qualidade e o serviço, são os primeiros passos para gerar lucro em um restaurante. O custo ótimo dos alimentos vendidos está entre 25 a 30 por cento, o que significa que a margem bruta está entre 70 a 75 por cento, de acordo com o site Food Service Warehouse. Custeie cada prato e bebida e modifique os preços de acordo. Revise o menu para ver quais itens são os mais vendidos. Pode ser possível aumentar os preços desses itens sem afetar o número de pedidos.

 

Mantenha a satisfação do cliente

Os hóspedes que têm uma estadia desagradável, mau serviço ou um quarto mal limpo, não voltarão. Os clientes  se desgostam quando a comida está fria e a equipe de garçons é rude ou desatenta. Eles podem postar um relato detalhado de sua experiência negativa em sites de avaliação e, no mínimo, dirão a amigos e familiares o desastre que foi sua visita, em vez de recomendar o estabelecimento. Manter a satisfação do cliente alta por meio de métodos de controle de qualidade, treinamento e monitoramento de funcionários é uma boa solução.

 

Funcionários Satisfeitos

A alta rotatividade de funcionários tem custos para a empresa de várias maneiras. Os custos de treinamento aumentam à medida que os novos funcionários se adaptam aos seus trabalhos. Por exemplo, um novo chef não familiarizado com a cozinha e o menu, pode desperdiçar alimentos preparando os pratos, ou não ter completa supervisão sobre o controle das porções. Funcionários insatisfeitos transmitem suas emoções aos hóspedes por meio de expressões e ações, prejudicando a expectativa destes.

 

Analisar As margens de lucro 

As margens de lucro dos restaurantes tendem a ser pequenas, tornando necessário que a maioria dos estabelecimentos de alimentação compense as margens pequenas com vendas altas. Apesar dessas margens baixas, os donos de restaurantes tenazes abrem e mantêm restaurantes mesmo em climas econômicos difíceis, encontrando maneiras criativas de ganhar a vida com base na paixão pela comida e pela criação de experiências gastronômicas memoráveis. A margem de lucro é a porcentagem das vendas brutas de um restaurante que sobra depois de subtrair todas as despesas operacionais, como ingredientes, mão de obra, reparos de apetrechos, aluguel, utilitários, depreciação de equipamentos, impressão de cardápios e decoração de uma sala de jantar. As margens de lucro do restaurante tendem a ser baixas em parte porque preparar e servir comida aos clientes cria altos custos de mão de obra. Além disso, um restaurante precisa manter uma equipe mínima, mesmo quando os negócios estão muito lentos, porque o fluxo de clientes pode ser imprevisível.

Quando os restaurantes compensam as margens reduzidas com o aumento das vendas, eles não aumentam automaticamente suas margens de lucro, mas podem estar ganhando dinheiro extra, ganhando a mesma porcentagem de um número maior de vendas. No entanto, o volume adicional pode aumentar as margens de lucro, ao introduzir economias de escala. As cozinhas podem produzir alimentos com mais eficiência quando gerenciam volumes mais altos, e um restaurante paga menos tempo de inatividade aos funcionários quando está constantemente ocupado. Além disso, os restaurantes podem negociar preços mais baixos dos ingredientes comprando em maior volume.

E podem aumentar as margens de lucro diminuindo as despesas, aumentando a diferença entre as receitas de entrada e as despesas de saída. As estratégias para diminuir as despesas incluem ajustar os horários dos funcionários para minimizar o número de pessoal durante os períodos de lentidão e ajustar os protocolos de pedidos para minimizar o desperdício e diminuir os níveis de estoque. Além disso, os restaurantes podem economizar dinheiro em tudo, desde contas de serviços públicos até despesas de lavanderia, prestando muita atenção e fazendo mudanças criteriosas. Essas mudanças dependem de procedimentos contábeis precisos e oportunos para fornecer feedback crítico.

Os restaurantes raramente ganham a mesma margem de lucro em tudo o que oferecem. Alguns itens, como bebidas e pizzas, têm custos drasticamente mais baixos do que itens de menu, como bifes, que são compostos inteiramente de proteínas. Os preços dos menus tendem a se basear nas expectativas dos clientes, bem como nas tendências predominantes que determinam o que o mercado suportará. as As margens de lucro podem melhorar, incentivando os clientes a comprar mais itens de alto lucro, usando vendas sugestivas ou listando esses alimentos em locais proeminentes do menu.

 


Usar um pensamento crítico

O pensamento crítico leva o gerente do hotel a perceber que todos os funcionários, seja dos serviços da frente e de trás da casa, são vitais para o sucesso geral do hotel. A satisfação no trabalho é importante, para manter a rotatividade de funcionários ao mínimo e manter a produtividade. Pergunte a cada funcionário, por meio de pesquisas anônimas ou entrevistas com uma empresa de recursos humanos independente, o que ele quer de seu trabalho para que seja satisfatório e o que ele gosta e não gosta na experiência de trabalho.

Um gerente de hotel com pensamento crítico, sabe que o hóspede recebe a experiência do hotel como um todo. Cada departamento - alimentos e bebidas, lounge, check-in, reservas e limpeza - impacta o hóspede. Toda a estadia do hóspede pode ser prejudicada por uma refeição ruim no restaurante ou por um funcionário mal-humorado no check-out. O gestor crítico está constantemente buscando formas de melhorar o desempenho de cada departamento. Seu princípio de gestão orientador é "O que podemos fazer para melhorar?" 

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Discurso civil e Supervisores


O Convívio Social

É difícil manter a cabeça fria ao discutir um assunto acalorado, mas diálogos respeitosos são a chave para alcançar o entendimento mútuo. Um discurso civil é uma conversa em um lugar onde há uma mútua aeração de visões sem rancor.

Não é um concurso, mas é destinado a promover uma maior compreensão.

Os Supervisores têm um papel crucial a desempenhar em ajudar os seus colaboradores a desenvolver as habilidades de participar de conversas civilizadas.

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Apresentamos 3 maneiras simples de ajudar os cidadãos  que por isso se interessem a se engajar em um discurso civil produtivo e no convívio pessoal.

 

UM: Comece com você mesmo.

A modelagem é a melhor maneira de ensinar o discurso civil ou qualquer outro valor positivo que você queira que outras pessoas posam imitar. Preparar-se para ser um modelo eficaz pode exigir um pouco de honesta busca da alma. Aqui estão alguns pensamentos a serem considerados:

● Você consegue manter a calma quando outras pessoas dizem coisas que você não gosta?

● Você consegue aceitar confortavelmente, quando outras pessoas chegam a conclusões diferentes da que você pode ter alcançado sobre uma questão controversa?

● Você fica emocionado, quando tem dificuldade em explicar por que acha que as opiniões de outra pessoa estão erradas?

● Você já atacou outra pessoa durante uma discussão?

Se você conhece qualquer uma dessas situações, imagine como é difícil para os subalternos - com muito menos maturidade - lidar com eles mesmos em uma discussão contenciosa.

Isso parece ser uma habilidade em declínio em nossa sociedade, e quanto mais prática os seus comandados obtiverem com a sua ajuda, melhor será o nosso discurso nacional.

Para promover diálogos civis em sua área de trabalho, você deve ter um firme comprometimento com o processo. O objetivo não é que o grupo chegue a quaisquer conclusões sobre um determinado tópico; o objetivo é praticar a habilidade de arejar uma variedade de diferentes pontos de vista, enquanto se comportam respeitosamente uns com os outros. Um diálogo de sucesso não precisa resultar na mudança de opiniões, mas apenas conseguir que alguns intervenientes considerem novas perspectivas, e percebam que questões que apenas apareciam em preto e branco, podem ser mais claras do que eles pensavam anteriormente, se analisadas com maior ponderação.

A atitude necessária para facilitar o diálogo civil é semelhante ao que o psicólogo Carl Rogers chama de “aceitação incondicional”. Os seus comandados devem saber que você está do lado deles (mesmo que nem sempre concorde com eles) e que você não os analisará negativamente se disserem algo que o surpreende. Eles devem acreditar que todos os pontos de vista são respeitados, e que você os protegerá de ataques pessoais ou humilhações se eles “se colocarem em posições contrárias", mesmo que não aceites.

Aceitação incondicional significa criar um ambiente onde as pessoas se sintam seguras para ser quem eles realmente são, e dizer o que eles pensam honestamente, sem medo de enfrentar o ridículo, a hostilidade ou o julgamento negativo severo. Aceitação incondicional cria as condições nas quais alguém com visões rígidas e extremas pode se tornar disposto a ouvir pontos de vista opostos com uma atitude receptiva e não crítica de abertura.

 


É porque isso é tão importante?

Lembre-se: o processo do discurso civil é mais importante que o resultado (atingir a conclusão “certa”). Se as pessoas se expressarem e ouvirem uma variedade de pontos de vista sobre um tema polêmico, e o fizerem de forma civilizada, o discurso (diálogo) será um grande sucesso, independentemente de qualquer conclusão intelectual alcançada.

 

DOIS: Controle e monitore o clima do seu setor de trabalho.

Para promover um diálogo civil, o clima do ambiente deve ser “temperado”. Isso significa que não pode ser muito “quente” ou muito “frio”. Um clima “quente” leva a discussões excessivamente acaloradas, onde os intervenientes perdem a paciência e se tornam emocionais, em vez de racionais. Isso pode levar a ataques pessoais que são improdutivos, perturbadores e prejudiciais. E isso pode acontecer muito rapidamente ao lidar com conservadores ou um tema controverso.

Por outro lado, um clima de sala muito “frio”, pode ser desaconselhado para participantes tímidos arriscarem expressar opiniões impopulares ou minoritárias. Neste caso, todo mundo vai ficar usando apenas chavões seguros na esperança de agradar o chefe e ficar longe de problemas, o que é improdutivo intelectualmente. Evitar muito quente ou muito frio, e nada que valha a pena seja aprendido em sua sala de trabalho. Seu objetivo deve ser mantê-lo na zona temperada!

Os comandados precisam confiar em você e na sua capacidade de manter o ambiente de trabalho seguro para que eles se expressem autenticamente e se arrisquem a se abrir e falar qualquer coisa discutível.

Declare suas expectativas de diálogo claramente desde o início. Você precisará definir claro os limites de discussão e, em seguida, mantê-los. Isso pode exigir alguma conversa preparatória, mas é imperativo que todos conheçam as regras e possam concordar em aderir a elas. Limites firmes farão com que todos se sintam seguros e protegidos de uma forma de diálogo apaixonada.

Limites pouco claros ou mutáveis ​​farão com que todos se sintam desprotegidos e ansiosos, é desconfortável - incluindo você!

A regra básica do discurso civil é ser respeitoso e não torná-lo pessoal. Significa ater-se aos problemas. Em uma conversa civil, você usa lógica, persuasão, evidência, informação e argumentação para fazer um ponto ou defender uma posição, mas você não ataca ninguém pessoalmente. (Isso é semelhante ao tipo de “justo brigando” regras que um conselheiro matrimonial pode ensinar a um casal discutindo), e aprender essas habilidades pode ser útil em relacionamentos mais tarde na vida também.

Cada pessoa num discurso civil tem direito a apresentar as suas próprias opiniões e tem o direito de ser tratado com respeito e dignidade.

Ser desrespeitoso não é se engajar no discurso civil. Alguns comportamentos desrespeitosos que normalmente são considerados fora dos limites: palavrões, xingamentos*, termos depreciativos (estúpido, ignorante…), gritos ou outras tentativas de intimidação, linguagem corporal insultante (como revirar os olhos), tom de voz insultante (conversa de bebê, “falar baixo” para uma pessoa), hostilidade aberta, ridicularização, sarcasmo mordaz, quaisquer outros atos desrespeitosos ou ataques ad hominem/ad feminem, ameaças ou qualquer outro comportamento que poderia ter uma pessoa banida de um site de mídia social. Um tema central de discurso desrespeitoso é empregar táticas destinadas a afastar a outra pessoa, em vez de se envolver com o argumento em si.

*O xingamento pode incluir palavras terminadas em – ão ou ado  – ou começando com anti – e termos críticos semelhantes. Estas são variações modernas e politizadas de xingamentos, mas são ainda rótulos que podem ser considerados prejudiciais e contraproducentes quando usados para condenar ou demonizar uma pessoa ou as suas idéias. Eles podem diminuir a dignidade de uma pessoa enquanto sufocam a capacidade de dialogar. Todo xingamento pode ser considerado desumanizante e uma tentativa de reduzir e minimizar uma pessoa a uma coisa diminuída, a fim de em seguida, descartar seu argumento sem considerá-lo. Em uma discussão civil, respeitosa, você ataca o argumento, nunca a pessoa que o faz.

Em última análise, as pessoas envolvidas em uma discussão decidem o que é “civil” e o que não é; algumas pessoas podem discutir e continuar amigas. No ambiente de trabalho, no entanto, você deve decidir quais são suas regras de discussão. Você pode postar essas regras em seu mural ou distribui-las em um folheto, para futura referência.

Depois de determinar e declarar as regras, você deve se comprometer com o controle e vigilancia, aplicando-as. (Aliás, essas regras certamente poderiam ser negociadas ou alteradas de acordo com a turma. É possível ser excessivamente sensível a causar ofensa, a ponto de sua sala  parecer um jardim de infância e todos entediados por se sentirem infantilizados). A chave para evitar isso é monitorar o comportamento e as reações e ajustar as regras de acordo.

Cabe a você proteger o ambiente para que o diálogo civil possa prosseguir sobre temas importantes dignos de discussão. Criar um ambiente de apoio e seguro significa estar vigilante e preparado para intervir decisivamente quando necessário.

 

TRÊS: Como qualquer outra habilidade, a capacidade de se engajar no discurso civil requer prática.

Não espere que todos se acertem logo de início, e não espere que eles sejam capazes de começar com tópicos altamente controversos logo de cara.

Uma boa maneira de começar é fazer debater temas contenciosos de forma pacífica. Esta é uma forma eficaz de modelar o tipo de discurso que você está tentando promover. (Você pode encontrar alguns deles em Associações de Palestras e Debates. Apenas certifique-se de visualizar o debate, primeiro, para ter certeza que é apropriado para o que pretende, e evite gravitar para certas posições “seguras” ou populares, deixando outros pontos de vista indefesos.)

Lembre-se que pode levar a um compartilhamento de pontos de vista e a uma possível mudança de opinião, à medida que as pessoas ouvem opiniões diferentes.

Seu objetivo é reapresentar ao seu público a noção de que cidadãos “podem ter pontos de vista diferentes ou discordar sem demonizar a oposição.”

 



Uma palavra sobre egos e pressão dos colegas:

Muitos trabalhadores tendem a ter egos muito frágeis e são propensos a criar análises confusas de suas posições  ao enfrentar críticas a si mesmos. Ao se sentir ameaçado ou encurralado por isso (talvez por um forte contra-argumento), eles provavelmente atacarão em resposta.

Adicione o espetáculo público da situação de discussão em local de trabalho, com todas as situações que acompanham a pressão dos colegas e o medo do ridículo, e você começa a entender por que é essencial para o chefe criar um ambiente seguro para evitar discussão.

Por esta razão, outra forma importante de salvaguardar a civilidade da sua sala é manter algum equilíbrio e estruturar o ambiente para que esta situação não ocorra, mas se de alguma forma acontecer, então você deve fornecer apoio extra para aqueles que se tornam confusos ou com a língua presa, para que não se sintam irremediavelmente em desvantagem numérica, encurralados ou ameaçados guardando rancor.

 

Tópicos altamente carregados:

Certos tópicos são mais propensos a despertar emoções do que outros. (Raça, Gênero e Classe tendem a ser os três tópicos “mais quentes”, e por tratarem identidade pessoal, não se surpreenda se as pessoas “personalizarem” essas questões). .Melhor não praticar o discurso civil com esses tópicos, já que muitos adultos não lidam bem com essas discussões.

Quaisquer emoções desencadeadas serão ampliadas pelo grau de maturidade e o fato de estarem na presença de colegas.

Também é aconselhável fornecer aos colaboradores maneiras seguras de responder às perguntas de outra pessoa, sem se colocar numa posição que pode deixá-los se sentindo vulneráveis ​​ou desprevenidos. Por exemplo, não importa que ponto a outra pessoa defende, sempre se pode responder com um descompromisso e declarações como: "Eu  não  sei a que você está se referindo", "Hmm, isso é interessante" ou "Eu nunca pensei nisso”.

Ensine Argumentação e Falácias Lógicas/Retóricas: Se seus comandados estiverem interessados em debater e abrir o discurso civil, o próximo passo seria ensiná-los formalmente as regras de debates competitivos, argumentação, raciocínio crítico, lógica e falas retóricas.

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Aí está!

O Discurso Civil não acontece sozinho. É um ideal pelo qual vale a pena lutar e, com estas diretrizes, você pode ser capaz de melhorar a capacidade de seus colaboradores se envolverem com desafios e controvérsias “E permanecerem amigos uns dos outros”

Quando as pessoas se sentem ameaçadas (neste caso, psicologicamente), tornam-se resistentes e seus mecanismos de defesa do ego entram em ação. Isso pode acontecer em um ambiente intelectual ou em acalorada discussão, se uma pessoa se sente superada, envergonhada ou incapaz de se defender.

Em encontros individuais, a maneira de diminuir a temperatura emocional de uma pessoa é responder diretamente à emoção que a pessoa está expressando, com um “Você parece chateado”.

Infelizmente, isso é difícil de gerenciar em uma sala com um grupo, por isso é muito melhor preparar as pessoas para um convívio saudável.

  

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