quarta-feira, 12 de julho de 2023

 

O CÉREBRO, OS PENSAMENTOS

E SUAS DISTORÇÕES


Porque ninguém tenta encontrar formas de reger ou moderar a sua atividade cerebral?

 O Cérebro controla o corpo e é o menos controlável de todos os elementos que compõem o ser humano. Todos os dias vejo centenas de anuncios, buscas e perguntas de como emagrecer, não engordar, o que comer, como controlar a digestão, o sono e como atingir metas, musculação, postura, etc., etc., etc.

Mas nunca vi ninguém perguntando, como gerir e comandar o seu cérebro. Os Psicólogos tem grande clientela, mas nada ensinam sobre isso. As igrejas tratam de muitas coisas boas, mas pouco sobre como monitorar e restringir as expansões negativas do cérebro, moderando os seus pensamentos. A religiosidade verdadeira é um excelrnte restritor de exuberancias cerebrais e na Igreja Católica existe uma prece que diz “Livrai-nos Senhor de maus Pensamentos”, o que implica a meu ver, que o centro dos problemas humanos é conhecido. O cérebro humano é a origem de todos os males e problemas que assolam a Humanidade. Embora também, em boa verdade, se lhe devam creditar muitas coisas boas. O problema todo vem, da impossibilidade de evitar a impulsão que o pensamento dá, aos gestos atitudes e ações do ser humano, evitando as que são negativas.

O desejo de entender o maior enigma de todos – nossas próprias mentes – tem sido a força motriz por trás de muitos esforços científicos, levando ao desenvolvimento de teorias e experimentos destinados a explicar a mecânica do cérebro humano. Os pensamentos, sentimentos e comportamentos humanos estão enraizados no cérebro, onde uma complexa rede de células recebe informações do ambiente interno e externo, transformando essas informações na nossa experiência de nós mesmos, do mundo ao nosso redor e de nossas relações com ele. Escusado será dizer que como isso acontece ainda está sendo explorado.

Tomei conhecimento pelos noticiários, da demissão de uma senhora do seu cargo, por insinuar que Jesus era trans e, há algum tempo, um pseudo ator que procurava se tornar conhecido, fez um filme apresentando este como Gay. Presumo que este comportamento tenha origem no desejo de explicar atitudes próprias ou atos praticados, justificando-os perante a opinião pública. Nada justifica porém, o ataque grotesco e a jocosidade, contra pessoas respeitáveis que não se podem defender e outras que são até veneradas por certos públicos e sem dúvida ficarão ofendidos, com esta demonstração ridícula de cérebros malformados ou mal conduzidos. Pela minha análise dos canones, acho que Cristo escolheu a castidade, como forma de valorisar a sua palavra e os seus ensinamentos, através do seu exemplo. “Eu Sou o Caminho!” Não teria aplicação, se não fosse transmitido por exemplos e atitudes corretas. Esta sua escolha foi seguida pela Igreja Católica, como base comportamental dos seus representantes e, as atitudes e desvios conhecidos dessa base, são fruto de cérebros menos privilegiados ou mal conduzidos. Henrique VIII ao fundar a Igreja Anglicana, como forma de garantir uma pronta adesão à sua decisão, liberou os padres (agora pastores) e todas as hierarquias dessa obrigação, respaldado pelos excessos de alguns Papas e apoiado pela afirmação de que tendo família, eles estariam mais aptos a ajudar os núcleos familiares sob sua égide, a resolver os problemas que fossem surgindo[i]. Pela minha parte, e procurando exemplificar como estes desvios humanos da correta condução cerebral são penosos, posso citar o meu caso pessoal, pois durante os meus muitos anos de gestor, sempre preservei o relacionamento com  os que trabalhavam comigo, e sempre vi as empregadas, como esposas, filhas, irmãs e mães que precisavam ser respeitadas como tal, pois tinham as suas responsabilidades familiares e o direito de buscar a sua subsistencia no trabalho, sem o flagelo de enfrentar a devassidão cerebral de terceiros. E procurei transmitir esse sentimento pelo exemplo, a todos os integrantes do grupo de trabalho. Esta posição foi interpretada por cérebros malformados, e a certa altura tomei conhecimento de que essa postura originava rumores de que eu seria homossexual, fazendo-me sentir como aquele que é chamado de tuberculoso, embora gose de boa Saúde. Isso em nada me abalou ou modificou a minha atitude, pois não nutro qualquer rejeição ou hostilidade, contra gays, trans ou prostitutas, visto que  os analiso apenas como seres humanos, mas verifiquei como o cérebro humano pode distorcer as coisas e criar situações desagradáveis, sem bases ou justificativas, apenas por uma interpretação errada e pela evolução imparável do pensamento incorreto.

O desafio mais difícil para esta situação generalisada, está em encontrar um modelo unificador ainda que teórico, do cérebro, que realmente motive os pesquisadores a adotá-lo para os seus propósitos. Existem dois obstáculos principais neste cenário. O primeiro é teórico e decorre da necessidade de desenvolver hipóteses baseadas em evidências que abranjam a amplitude da psicologia, em conjunto com pesquisas relevantes de neurociência. Para testar tais hipóteses, o segundo desafio é metodológico – exige que os métodos computacionais e de imagem em neurociência, sejam mais próximos dos métodos experimentais de questionário e observacionais em psicologia. E finalmente, ninguém se preocupa com o desenrolar dos seus pensamentos, quando afinal, eles são a origem de todos os seus atos ou movimentos, e da forma de gestão individual, tanto da sua vida como da sua Paz e Felicidade.

Maridos matam esposas, pais matam filhos e vice-versa, maus caracteres planejam assaltos e maus presidentes levam o povo à miséria e a revoluções. E sem cuidados com a educação e o desenvolvimeno cerebral a todos os níveis, a coisa só tende a piorar, embora a ciencia lute por soluções.

Um supercomputador japonês fez a simulação mais precisa da atividade cerebral humana já realizada. A máquina precisou de 40 minutos para calcular o equivalente a 1 segundo do que acontece no cérebro humano.

Os pesquisadores utilizaram o K, considerado o quarto computador mais potente do planeta, para simular a atividade do cérebro humano. O computador tem 705.024 processadores e 1,4 milhão de GB de memória RAM, mas ainda precisou de 40 minutos para processar as informações de um segundo da atividade cerebral.

O projeto, realizado pelo grupo de pesquisa japonês RIKEN, a Universidade de Ciência e Tecnologia de Okinawa e o Forschungszentrum Jülich, um centro de pesquisa interdisciplinar alemão, foi a maior simulação da rede neural já realizada.



 

Ele utilizou a ferramenta de código aberto Neural Simulation Technology (NEST) para reproduzir uma rede equivalente a 1,73 bilhões de neurônios unidos por 10,4 trilhões de sinapses.Apesar de gigantesca no tamanho, a reprodução representa apenas 1% da rede neural no cérebro humano. O objetivo do projeto, mais do que realizar novas descobertas sobre o órgão, era testar os limites da tecnologia de simulação e as capacidades do computador K.

Os pesquisadores foram capazes de obter informações que irão ajudar na construção de um novo software de simulação. A pesquisa também irá oferecer a neurocientistas uma prévia do que poderá ser conseguido no futuro com a próxima geração de computadores, que irá usar os chamados processos de exoescala.

Os computadores de exoescala conseguem realizar um quintilhão de operações de pontos flutuantes por segundo, capacidade considerada equivalente à do cérebro humano. Espera-se que, com essas máquinas, a ciência consiga realizar uma simulação em tempo real da atividade cerebral.

Pesquisadores da Universidade de Western Ontario, no Canadá, encontraram uma maneira de determinar o que uma pessoa está planejando fazer. Por meio da análise da atividade cerebral, revelada em imagens obtidas por ressonância magnética, as ações de um indivíduo puderam ser previstas. A façanha foi descrita no periódico especializado Journal of Neuroscience. “Este é um considerável passo adiante em nossa compreensão sobre como o cérebro humano planeja ações”, afirma Jason Gallivan, autor do artigo.

Por meio da captação da atividade cerebral, plataforma utiliza inteligência artificial para representar o que indivíduos pensam.


Para alcançar o próximo nível de interação entre o cérebro e um computador, pesquisadores da Universidade de Helsinque, na Finlândia, utilizaram inteligência artificial (IA) para criar um sistema que transforma sinais emitidos pelo cérebro em imagens que são representações do que o usuário está pensando. Os resultados preliminares da criação foram publicados no início deste mês no Scientific Reports.

“Até onde sabemos, este é o primeiro estudo a usar a atividade neural para adaptar um modelo de computador que gera e produz informações que correspondem à intenção de um operador humano”, declara a equipe de pesquisadores.

O projeto usa um sistema criado pelos pesquisadores para interpretar sinais cerebrais vinculados a estímulos para modelar estados mentais. Buscando criar um sistema mais flexível e adaptável, os pesquisadores desenvolveram uma plataforma que pode imaginar e produzir uma representação do que uma pessoa visualiza em seu cérebro.

Ao comentar o êxito do experimento, os cientistas afirmam que sua modelagem gerativa neuroadaptativa é “um novo paradigma que pode impactar fortemente a psicologia experimental e a neurociência cognitiva”.

 

Uma boa notícia que me chega de que a Ciência está progredindo, de forma a ultrapassar a nossa imaginação de ficção-científica, vem dos pesquisadores da Universidade de Brown nos Estados Unidos, onde criaram um sistema que permite a conexão sem fio ao cérebro humano. E tiveram sucesso no seu experimento ao conectar, pela primeira vez, o cérebro de uma pessoa com paralisia a um computador sem o uso de fios. Criada pela BrainGate, o teste clínico da nova tecnologia envolveu um pequeno transmissor que conectava o córtex-motor da pessoa ao computador.

Os participantes dos testes do BrainGate possuíam algum tipo de paralisia física e utilizaram o sistema para controlar um tablet, de acordo com os detalhes do resultado da pesquisa que foram publicados no jornal acadêmico IEEE Transactions on Biomedical Engineering. Os resultados obtidos mostraram que os participantes foram capazes de alcançar velocidades de digitação e precisão de toques similares aos sistemas de conexão com fi


[i] Para se desligar completamente de Roma, Henrique VIII proibiu também nas igrejas, qualquer imagem além da Cruz de Cristo. A partir daí, todas as igrejas ditas Bíblicas, que foram surgindo nos EEUU e depois se espalharam pelo Mundo, foram copiando os preceitos anglicanos. No Brasil, para se diferenciar das restantes, o criador da Igreja Universal introduziu ainda elementos do judaísmo, como Salomão, a kipá e o  talit, um manto de oração que separa o homem do mundo físico e o liga ao mundo espiritual. Ao olhar para ele, os judeus se recordam das leis de Deus, da responsabilidade em obedecê-las e de que foram chamados para serem santos. A keepa ou kipá é outro adereço masculino usado pelos homens judeus, conhecido também por solidéu em português. Cobrir a cabeça expressa respeito e consciência de que sempre há algo acima do homem. Esta obrigação não provém de nenhuma injunção bíblica, é um sinal de reverência a D'us (expressão judaica para designar “O Senhor”. O respeito pelo criador é constante e como ele está presente em todos os lugares, cobrir a cabeça o reafirma. Tefilin (filactérios) são caixas de couro contendo pedaços de pergaminho nos quais trechos escolhidos da Bíblia estão inscritos. Tiras de couro são presas às caixas. A exigência do uso de tefilin tem origem na Bíblia, embora a palavra tefilin propriamente não seja usada.

No judaísmo, são quatro os elementos fundamentais da afirmação judaica: a keepa, kipá ou yarmulke (solidéu), o xale de oração (talit), a mezuzá (pergaminho no batente de uma casa judia) e os tefilin (filactérios). Notadamente, a kipá tem maior exposição porque é utilizada dia e noite sobre a cabeça do judeu, mas é um sacramental apenas, também usado na Igreja Católica, onde só o papa e os bispos podem usar. Somente para Deus, porque eles devem viver exclusivamente para Deus.

Se estiver interessado neste assunto, veja as minhas Postagens Religião e Religiosidade.

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 7 de julho de 2023

 

Breve História do Uísque

 


 Surgimento e Destilação

Apesar de tudo indicar que a bebida surgiu na Irlanda, ainda existe muita controvérsia no que se refere a quem propriamente inventou o whisky. Algumas fontes históricas apontam para os monges irlandeses, que desenvolviam a bebida nos seus mosteiros, como os primeiros produtores de whisky no mundo. Outras fontes, porém, atribuem a criação do whisky aos fazendeiros escoceses que moravam nas highlands e lá, desenvolveram as primeiras garrafas da bebida.

A origem do nome

Ainda que as informações sobre a produção do primeiro whisky do mundo não sejam muito exatas, existe uma coisa da qual sabemos: de onde surgiu o nome do whisky. Para entender isso, vamos falar sobre o surgimento do processo de destilação de bebidas. Diferentes poetas árabes fazem menções ao destilado do vinho nos seus trabalhos ao longo de toda antiguidade. O processo é antigo, e descoberto no século VIII, pelo cientista árabe Jabir ibn Hayyan, em uma cidade atualmente no território do Iraque, sendo apenas no século XII que as civilizações ocidentais conheceram os seus estudos.

Sobre o uísque, hoje acredita-se que a sua destilação tenha começado na Escócia, quando os métodos de vinificação se espalharam pelos mosteiros da Europa; sem acesso às uvas, os monges usavam mosto de grãos para produzir uma forma inicial do destilado popular. O próprio nome deriva do nome gaélico, uisge beatha, que se traduz livremente como 'água da vida'. A primeira instância registrada vem muito mais tarde, em 1494 - registros locais mostram que Frei John Cor da Abadia de Lindores em Fife recebeu a comissão do rei para fazer Acqua Vitae, latim para 'água da vida'.

Hoje, as 141 destilarias da Escócia guardam os segredos e antigas tradições que tornaram o Scotch Whisky famoso em todo o mundo.

Para ser oficialmente classificado como Scotch Whisky, ele deve ser produzido na Escócia e amadurecido em barris de carvalho por no mínimo três anos. Todo o processo é nada menos que uma forma de arte; três ingredientes - água, malte maltado e fermento - são refinados por fermentação e destilação e depois maturação. Cada etapa tem um impacto sutil, mas tangível, no sabor geral e, embora o processo seja sempre o mesmo, as cinco regiões da Escócia produzem uísques escoceses com diferenças importantes.

Os sabores de cada região

Existem mais de 130 destilarias de uísque ativas espalhadas pela Escócia, divididas em cinco regiões produtoras de uísque; Campbeltown, Highland, Islay, Lowland e Speyside. O local onde um uísque é feito pode ter uma grande influência em seu sabor, pois tudo, desde a fonte da água até a presença de turfa na área local, transparecerá no sabor.

A preferência é uma questão de gosto; alguns conhecedores preferem o sabor defumado dos uísques de Islay, enquanto outros apreciam o sabor leve de um uísque de terras baixas.

Islay

Os maltes Islay são geralmente descritos como tendo um caráter turfoso ou defumado derivado da turfa, que é queimada e usada para secar a cevada durante o estágio de maltagem. Os maltes da ilha são conhecidos por serem poderosos, saborosos e cheios de personalidade.

Saiba mais sobre a região de Islay em VisitScotland.com

Campbeltown

As características incluem uma secura definida com pungência, fumaça e salinidade sólida. Antes uma região concentrada para as destilarias de uísque escocês na Escócia, com mais de 30 em operação durante o século XIX, existem apenas três destilarias operando em Campbeltown hoje.

Saiba mais sobre a região de Campbeltown em VisitScotland.com

Highlands (Terras Altas)

A maior região produtora de uísque em tamanho, abrangendo uma vasta área e diversificada gama de destilarias. Os uísques produzidos aqui são conhecidos por um caráter mais pesado e seco, com notas de nozes, mel e urze.

Saiba mais sobre a região de Highland em VisitScotland.com

Speyside

Embora pequena, Speyside tem quase metade do número total de destilarias na Escócia e, consequentemente, é oficialmente reconhecida como uma região distinta. Os uísques produzidos aqui são conhecidos por serem elegantes e refinados, com notas sutis de nozes e frutas, incluindo maçã, pêra, mel, baunilha e especiarias.

Saiba mais sobre a região de Speyside em VisitScotland.com

Lowland (Terras Baixas ou Planície)

Maltes macios e suaves são característicos desta região, oferecendo um paladar suave e elegante que lembra grama, madressilva, creme, gengibre, toffee, torrada e canela. Esses uísques costumam ter um caráter mais leve e são perfeitos para bebidas antes do jantar.

Saiba mais sobre a região de Lowland em VisitScotland.com

Produtos usados para produzir a bebida nacional da Escócia: cevada maltada, água mineral clara e fermento.


Uísque americano

O conceito original pode ter sido importado das terras distantes, mas cerca de 300 anos depois, o uísque americano é um produto em si.

O uísque americano começou sua vida como um espírito cru e não envelhecido que tinha como principal atributo o poder de estimular a coragem dos primeiros colonos. E, ao longo dos anos, o uísque se desenvolveu nos Bourbons, centeios e uísques do Tennessee; complexos, encorpados e distintamente americanos que hoje são saboreados por conhecedores, sorvidos por avós, ingeridos por bebedores de bar e “descobertos” por quase todos os americanos, quando ele ou ela atinge a idade mágica de vinte e um anos. O próprio uísque americano atingiu a maturidade em anos relativamente recentes, depois de passar uma adolescência de 300 anos sendo moldado por todos os grandes eventos que afetaram seu país natal. E, às vezes, o inverso é verdadeiro - o uísque afetou a própria nação.

O primeiro licor a ser feito em quantidade e a ter grande impacto nas colónias foi, de facto, a aguardente tipo cachaça. A partir de meados de 1600, o açúcar e o melaço foram exportados das Índias Ocidentais para a Nova Inglaterra, onde os colonos faziam sua própria variedade de rum. É claro que os colonos das ilhas faziam seu próprio rum, que também era exportado para as colônias americanas, pronto para consumo imediato. Naquela época, o rum era conhecido por muitos nomes diferentes: Rumbullion, rumbustion, rumbowling, kill-devil, rhumbooze e água de Barbados eram termos comuns para o destilado de cana-de-açúcar ou melaço.

A fabricação de uísque foi uma das primeiras indústrias caseiras do país, e foi responsável por George Washington reunir tropas federais pela primeira vez; e o uísque acompanhou os primeiros pioneiros enquanto eles viajavam para o oeste para explorar novos territórios. O uísque foi um espírito de discórdia durante a Guerra Civil e foi, em parte, a razão pela qual Grant nunca cumpriu um terceiro mandato na Casa Branca. O uísque estimulou as mulheres da América a liderar uma cruzada que levou à Lei Seca e desempenhou um papel em todas as grandes guerras que esta nação já viu. Em suma, onde a América esteve, o uísque americano também esteve - e onde o uísque viajou, os americanos também foram influenciados por sua presença.

O Bourbon, aliás, é tão danado de americano que, em 1964, o próprio Congresso o reconheceu como “um produto distintivo dos EUA”. E embora o centeio puro e os uísques do Tennessee não tenham alcançado uma honra tão prestigiosa, eles também percorreram as mesmas trilhas empoeiradas que levaram às superestradas de hoje e são tão distintamente americanos quanto qualquer uísque Bourbon.

Quando os primeiros imigrantes chegaram a este continente, seu amor pelo álcool em quase todas as formas levou a uma cadeia de eventos que culminaria na criação de distintos uísques americanos. Ao traçar a sede que os colonos queriam saciar, podemos traçar o desenvolvimento do uísque americano desde os primeiros dias dos colonos na Virgínia e na Nova Inglaterra até os dias de hoje. Além disso, podemos rastrear a criação do Bourbon e do uísque do Tennessee até suas raízes - uma rara oportunidade quando o assunto é comida ou bebida.

Qual é a diferença entre o uísque americano e o escocês?

O uísque escocês ou Scotch é feito de cevada ou uma combinação de grãos. Isso pode diferir ligeiramente do uísque americano, que é o produto da mistura de grãos fermentados, incluindo trigo, centeio, cevada e milho. Existem dois tipos principais de uísque escocês: o single malt scotch e o blended scotch.

Quando você dá uma olhada na rica história e herança do uísque nas Américas, não pode deixar de lado a importância do uísque escocês como parte integrante da história. Não, Whiskey não é um erro de digitação. A ortografia escocesa na verdade elimina o “e” usado na ortografia americana: Whisky.

Abril é o mês da herança escocesa-americana e, se há uma coisa que você deve esclarecer, é a diferença entre esses dois locais de nascimento do espírito. Eles trabalharam juntos para nos trazer as garrafas que conhecemos e amamos hoje.

Então, qual é a diferença?

As  Diferenças e sua Origem

Existem dois tipos principais de uísque escocês: o single malt scotch e o blended scotch.

O uísque single malt é feito de uma destilação com mistura de cevada maltada.

O uísque blended é feito misturando dois tipos de uísque, malte envelhecido em barril e uísque de grãos.

Os sabores

Ao contrário do sabor gramíneo ou apimentado do uísque de centeio, ou dos tons mais doces de baunilha do bourbon, o blended scotch tem um sabor suave que é ao mesmo tempo maltado e amanteigado, finalizado com um toque picante.

Os Coquetéis

Se você está se sentindo inspirado para criar algumas bebidas escocesas populares, ou se você tem algum escocês em sua família e deseja prestar homenagem à sua herança. Ou se talvez você esteja apenas procurando inspiração e novas maneiras de beber seu uísque, quero dizer, scotch. Não importa o caso, temos algumas recomendações para apresentar!

Se não consegue uma garrafa de scotch, não se preocupe, o uísque americano com certeza fará o truque para aqueles que não são exigentes! Há muitos pontos ao longo da trilha onde você pode explorar garrafas de vários formatos, tamanhos e sabores.

 




PEQUENO DICIONÁRIO DO WHISKY

 Age – (Idade) – Característica importante que determina diferenças de qualidade. O whisky não envelhece na garrafa e, como tal, é deixado amadurecer em cascos de carvalho que, se forem chamuscados, produzirão uma bebida de melhor qualidade.

Segundo a lei do Canadá, o whisky deve ter um envelhecimento mínimo de, 2 anos.

Segundo a lei britânica, o whisky deve ter, pelo menos, 3 anos de idade.

Frequentemente, o envelhecimento em tonéis, prolonga-se, para além desse período. Para um whisky de mistura (blended), indica-se habitualmente a idade do whisky mais novo que entra na sua composição, embora certas marcas recusem proceder deste modo.[1]

O whisky de malte é o único que melhora com o processo de envelhecimento.

Ageing – (Ver Envelhecimento).

Agembics(Alambique) – São utilizadas duas espécies de alambiques diferentes para a destilação do whisky:

a)     O alambique Coffey, utilizado para a destilação do whisky em grão, segundo o método de destilação designado por “patent still”. (Ver Patent Still Process).

b)    O alambique Coffey, utilizado para a destilação do whisky de malte, segundo o processo designado por “pot still” (Ver Pot Still Process).

Ancient Age – Nome de um bourbon americano.

Ballantine’s – Marca de dois whiskies escoceses, misturados: Ballantine’s e Ballantine’s Old.

Barclay’s – Esta firma produz um bourbon americano (Barclay’s Bourbon) e distribui um whisky de centeio canadiano, o Royal Canadian Whisky.

Bellow Club Bourbon – Marca de whisky americano.

Bibliographie – (Bibliografia) – Mini-biblioteca do amador de whisky:

-        “The Social History of Bourbon” – de Gerald Carson.

-        “The Prairie Years” – de Carl Sandberg.

-        “Le Whisky Ecossais dans les Faits et dans L’Histoire” por Sir Robert Bruce Lockahart, KCMG.

       -     “Scoth Whisky” – de J. MARSHALL Robb.

-     “Alchoolic Beverages, Distilled” – de George W. Packowsky.

-     “Scotch Whisky: Its Past and Present” – por David Daiches.

Black & White – Marca de dois whiskies escoceses de mistura: Buchanan’s de Luxe e Black & White.

Blended Whisky – Introduzido no mercado por volta de 1870, a fim de satisfazer o gosto dos consumidores europeus, para quem o whisky de malte era excessivamente aromático. O whisky misturado (blended whisky) é constituído por whiskies diversos: puros, de malte e de grão.

Cada uma das firmas que vende whiskies misturados guarda avaramente o segredo das proporções e a qualidade dos tonéis variados que utiliza, mas sabe-se que, algumas delas, contêm até 40 whiskies puros. A arte delicada do “blending” (mistura) é privilégio do indivíduo nela especializado, o qual faz a sua escolha contentando-se em aspirar os whiskies, a fim de preservar a sua capacidade de julgamento.

Bourbon – Tipo de whisky originário do antigo Condado de Bourbon (Kentucky – EUA), o bourbon é agora produzido na Califórnia, Georgia, Illinois, Indiana e Pensilvânia. O bourbon provém da destilação de uma mistura de milho, com malte de trigo ou cevada. O envelhecimento, em locais quentes e secos, dura dois anos.

O “bonded bourbon” deve ter uma garantia de 100º USA no momento de ser engarrafado.

O “straight bourbon” deve ser destilado a 160º USA e baixado para 125º antes do envelhecimento.

O engarrafamento efetua-se com o bourbon a 80º, sendo a graduação ajustada pela adição de água destilada.

Os bourbons puros “straight  bourbons” comercializados, têm de 6 a 12 anos.

Bourbon Institute – Organização Americana que agrupa as firmas produtoras de bourbon mais importantes. O seu endereço é 227 Park Avenue, New York City, NY - USA.

Brown Forman – Firma que produz dois whiskyes americanos: o Jack Daniels Bourbon e o Bourbon Old Forester.

Chivas Brothers – Firma que produz dois whiskyes escoceses misturados (blended). O Chivas Regal (12 anos) e o Royal Salute (21 anos), bem como um puro malte, o Strathisla (10 anos).

Coffey, Aeneas – De nacionalidade irlandesa, inventou em 1831 o alambique para whisky que tomou o seu nome.

Distillation – (Destilação) – Os princípios da destilação eram já conhecidos na Antiguidade e está provado que os Egípcios praticaram a destilação antes da era Cristã.

Na Escócia, a estação de destilação vai desde o Outono até ao fim da Primavera, que na Europa é de Setembro a Março. Pára durante o Verão, devido ao facto de os produtores considerarem a temperatura demasiado elevada neste período, para que a operação resulte.

Distillers Co. Ltd. – Distribuidor dos whiskies Black & White, Johnny Walker e Vat 69.

Draft(Resíduos) – É dado este nome ao resíduo dos grãos após a brassagem e depois do escoamento dos mostos. Serve como alimento para o gado.

São muitas, as destilarias que se dedicam á criação de gado como atividade anexa, para utilização dos “drafts” de uma forma próspera, pois parece que os animais alimentados com os resíduos das destilarias são bem cotados.

Drambuie – Licor fabricado na Escócia, com base no whisky escocês.

Early Times – Marca de bourbon puro (straight bourbon).

Embalagem – Na maior parte dos países fora do circuito europeu, o whisky é distribuído em tonéis de tamanhos diferentes aos representantes das marcas nesses países, os quais se encarregam do engarrafamento no local, com todas as garantias de manutenção das características e preservação da qualidade, para garantia da marca. Este procedimento visa obter uma redução nas taxas aduaneiras, permitindo que o whisky seja distribuído mundialmente sem que os preços de venda sejam exageradamente encarecidos.

Envelhecimento – O envelhecimento é influenciado pelo formato e tamanho dos tonéis, o grau alcoólico do whisky, a temperatura e a atmosfera das adegas ou depósitos.

Os tonéis que já serviram para Jerez, Bourbon ou Porto, fazem a alegria dos destiladores escoceses, enquanto que os seus colegas americanos (produtores do bourbon), devem contentar-se, apenas, com carvalho novo.

Excalibur – Tipo de whisky escocês misturado, apresentado sob as marcas Carte Blanche e Carte Noire, (de 5 anos).

Federal Club – Nome de um bourbon americano.

Four Roses – Nome de um bourbon americano.

Gallonage – (Galonagem) – “Original Gallonage”. Diz-se “galonagem de origem”, a quantidade de whisky medida em galões que se coloca nos tonéis para envelhecimento.

A quantidade que fica nos tonéis após o envelhecimento, visto que durante todo o período que passa no tonel o whisky sofre uma perda devido à evaporação, é chamada “regauge gallonage”. A quantidade de whisky que se perde por evaporação durante o envelhecimento é dita “Ullage”. O total perdido durante um ano pode ser considerável. Na Escócia, avalia-se a perda total em 13 milhões de “proof gallons”, isto é, 340.000 Hl de álcool puro (104 milhões de garrafas).

Gilbey’s Spey Royal – Marca de whisky escocês.

Glayva- Licor Escocês à base de whisky

Glen Grant – Whisky puro de malte (5,8,12 e 20 anos). A sua cor característica, faz com que os escoceses lhe chamem “ouro líquido”.

Glenlivet – Único whisky escocês de malte puro que tem o nome da localidade onde é produzido. (12 anos)

Glen Mhor -  Marca de whisky escocês de puro malte.

Glenmore -  Marca de bourbon americano.

Grant’s - Destilaria que comercializa dois whiskies escoceses de mistura: Stan Sast e Best Procurable (12 anos ) e também um puro malte, o Glenfiddich, (8 anos )

Haggis – Prato escocês tradicional. Ingredientes principais: Coração, língua e fígado de carneiro, cozinhados com cebola, flocos de aveia, sal pimenta, e noz moscada. Não devemos nunca aconselhar-nos com os ingleses sobre este prato, mas sim com os escoceses, por serem os verdadeiros entendidos. Esta especialidade pode comprar-se enlatada. Serve-se acompanhada com whisky puro.

Highlands – Parte montanhosa da Escócia, onde se produzem whiskies de malte, ao norte de uma linha imaginária que vai de Dundee (a Leste) até Greenock (no Oeste). (A tradução portuguesa deste termo seria, Terras Altas).

Certos Whiskies de malte são também destilados ao sul desta linha; as lowlands, os islays na Ilha de Islay e os Campbelltowns, no Mull de Kintyre.

Highland Nectar – Nome de whisky escocês de puro malte.

Irish Whiskey -  O whisky irlandês pode ser comparado pelo seu modo de fabrico ao whisky escocês de malte. No entanto, até agora não tem sido reconhecido no mercado internacional, tendo sua produção coberto apenas o mercado interno.

Islay Mist – Nome de whisky escocês de puro malte, produzido na ilha de Islay.

Jack Daniels – Whisky  americano do Tenessee, amargo e de infusão (bourbon puro).

James Pepper -  Nome de um  bourbon americano.

Jim Beam - Bourbon americano de 3 anos. Beam’s Choice é um outro bourbon americano de 8 anos e Bonded Beam é também um bourbon do mesmo produtor.

John Haig – Marca de whisky escocês misturado, apresentado em duas versões ( Gold Label e Dimple ).

John Jameson -  Whisky irlandês puro (7 anos).

Johnny Walker -  Marca de whisky escocês apresentado com os rótulos: Swing, Red Label, Black Label (misturado). Da mesma marca, o Cardhu, com 8 anos, é whisky de malte.

Kentucky Tavern -  Nome de whisky americano com 8 anos.

King George IV – Nome de whisky escocês.

King’s Vat -  (4 anos). Este produtor tem também o President (com 10 anos).

Lauder’s – Whisky escocês misturado (5 e 12 anos).

Long John – Nome de whisky escocês misturado.

Lowlands – Designação que indica os terrenos fora da zona montanhosa da Escócia; pradarias e costa. (A tradução em português deste termo seria Terras Baixas).

Low Wines -  Nome dado ao produto derivado de primeira destilação, feita pelo processo de alambique de fogo descoberto (pot still process). Contém a percentagem total de álcool, constituintes secundários e água, e constitui a base da segunda destilação.

Macewan -  Nome da firma que produz dois whiskies escoceses misturados: Abbot’s Choice e Chequers, e também o puro malte: Linkwood. 

Mackinleys – Nome de whisky escocês misturado.

Maclaren – Nome de whisky escocês misturado. (3 e 12 anos).

Murdoch’s – Tipo de whisky escocês misturado (5 anos).

National Distillers – Firma que faz a destilação dos célebres “bourbons puros” americanos: Old Grand Dad, Old Taylor e Old Crow.

Northern Scot – Nome de whisky escocês misturado (4, 8 e 12 anos).

Old Charter -  Um bourbon americano.

Old Fitzgerald – Nome de bourbon americano puro.

Old Stagg – Nome de bourbon americano.

Patent Still Process -  Processo que permite, com uma só operação, fazer a destilação do whisky de grão escocês, do bourbon americano e do whisky de centeio canadiano. Para este processo, utiliza-se o alambique Coffey, cujo princípio é a evaporação do álcool por meio do vapor de água.

Pot Ale - (ou Burnt Ale) – Nome dado ao resíduo que se recolhe após a primeira destilação do pot still process.

Pot Still Process – Processo utilizado para a preparação do whisky de malte escocês e irlandês. Utiliza-se, para este processo, o alambique de fogo descoberto e são necessárias duas destilações.

Proof Gallons -  Um “proof gallon” é igual a um “gallon” de “proof spirit” ou seja 2,6 lts de álcool puro.

Proof -  Grau alcoólico de uma bebida espirituosa. Nos estados Unidos, dá-se à graduação alcoólica o nome de “proof” mas o seu valor é diferente do valor estabelecido na Grã-Bretanha.

 a)       Proof Spirit -  É, por lei, a bebida espirituosa que a 51ºF, pesa 12/13 de uma porção equivalente de água destilada. Com esta graduação, tem uma gravidade específica de, 92,308 e constitui uma mistura de 57% de álcool puro e 43% de água.

b)       Underproof – Mistura de água e álcool que contém menos de 100% da mistura a que se chama “proof spirit”. Assim, em 100 galões de whisky a 20 “underproof”, haverá 80 galões de whisky em “proof strenght” e 20 galões de água.

c)     Overproof -  Mistura que contém mais álcool e menos água do que “proof spirit”. 100 galões de whisky a 30 “overproof” contém tanto álcool como 130 galões de whisky a “proof strenght”. Nos Estados Unidos, 100 proof significa 50% álcool. Puro álcool, representa 200 proof e a água equivale a 0 proof. Inserimos um pequeno mapa de comparação destas graduações.

Queen Anne – Esta firma, fornecedora da corte de Inglaterra, destila três whiskies escoceses misturados: Queen Anne, Nobility e Majesty.

Rye – Whisky misturado, produzido na parte leste dos Estados Unidos e no Canadá. Provém de uma cozedura de centeio não maltado e de malte extraído de centeio ou de cevada. A destilação processa-se segundo o patent still process e o envelhecimento efectua-se em tonéis de carvalho, novos, chamuscados e armazenados em lugares quentes e secos.

Schenley International Co. Production – Nome da firma produtora que tem no mercado os seguintes whiskies canadianos: o F.C (misturado, de 6 anos), Order of Merit (15 anos), Schenley Reserve (6 anos), Golden Wedding (5 anos), Five Thirty (50 meses) e Tradition (4 anos).


Scotch Whisky
– “As bebidas espirituosas, descritas como whisky escocês, não podem integrar-se nesta definição, se não tiverem sido obtidas, por meio de destilação feita na Escócia, de uma cozedura de grãos, sacarificada pela diástase do malte, e se não tiverem sido submetidas a um envelhecimento de, pelo menos, três anos, efetuado em tonéis armazenados” (Acta da Alfândega Britânica, 1952, Cláusula 243 (1) (b)).

Scotch Whisky Association - Associação que agrupa 99% dos produtores de whisky escocês. Tem 60 membros e dispõe de centros de informação em várias cidades estrangeiras. Sede: 17, Half Moon Street, London W.I.

Seagram -  Marca de whisky canadiano (rye). Seagram’s V.O e Seagram’s Crown Royal.

Stony Brook – Nome de bourbon americano (10 anos).

Teacher’s Highland Cream -  Nome de whisky escocês (3 anos).

Tomatin Distillers Ltd. – Big “T”, whisky escocês misturado (5 anos). Whisky de Malte Tomatin (10 anos).

Tom Moore Bourbon americano.

Tullamore -  Nome de whisky irlandês.

VAT 69 – Whisky escocês misturado. O mesmo produtor tem o famoso The Antiquary (whisky escocês velho).

Walker’s – Marca de bourbon americano. Produz também o bourbon puro Ten High.

Water – (água) – A água preferida pelos destiladores escoceses é doce, não calcária, e corre sobre granito vermelho. Eles têm o maior cuidado com as fontes de onde recolhem água, pois a qualidade desta determina o aroma e o bouquet do whisky.

Na Grã-Bretanha, a água escocesa é vendida em sacos aos consumidores fanáticos. A água utilizada na produção do bourbon não contém ferro e provém, geralmente, de Kentucky, onde os riachos se purificam, ao atravessarem cavernas subterrâneas de cal.

Whiskey - O dicionário de inglês da Oxford menciona: “Na escrita comercial moderna, o whisky escocês (scotch whisky) e o irlandês (irish whiskey) são ortograficamente diferenciados desta forma”. No entanto, no relatório da Comissão Real sobre o whisky e outras bebidas espirituosas (1909), o termo “whiskey” é utilizado indistintamente para designar tanto os produtos escoceses como os irlandeses.

Os whiskies americanos, devido à sua ascendência irlandesa, adaptam a designação irlandesa, enquanto os canadianos, mantém a grafia escocesa.

Whisky – Termo que tem a sua raiz no gaelico, ramo céltico das Highlands. Deriva de “usquebaugh” ou “uisgebeatha”(água da vida).

Whisky, Grain – Produzido pela destilação de uma cozedura de grãos de cereais e de cevada, geralmente feita pelo processo patent-still.

Whisky, Malt – Whisky autêntico, criado outrora, sem dúvida, pelos primeiros monges cristãos, os quais teriam introduzido, na Escócia, a arte da destilação.

Whisky, Single – Produto de malte ou grão, de uma só destilaria. É muito procurado pelos conhecedores que o consomem tal como apresenta (single whisky).

White Horse – Marca de whisky escocês misturado. O Logan’s (8 anos), provém da mesma destilaria.

White Label – Nome de whisky escocês, misturado. Da mesma destilaria é também o Ancestor  (8 anos). 

[1] Certos fabricantes de whisky, mencionam no rótulo apenas as designações de “aged” (envelhecido) e “old” (velho), enquanto outros oferecem ao consumidor um certificado que lhe garante oficialmente, a idade exata da bebida.

 

domingo, 2 de julho de 2023

 

BEBIDAS REFRESCANTES

 

Os italianos, que nos tempos áureos do Império e da República, foram os grandes renovadores no campo da alimentação e da bebida, introduziram em França, na época de Catarina de Médicis, e subsequentemente em toda a Europa, uma variedade enorme de refrescos, até então desconhecidos e dos quais se destacam as limonadas e laranjadas naturais (suco de fruto com água e açúcar), o rossoli, a água de frangipana e o sorbet. A essas, outras se sucederam, dado que a imaginação, quando incitada, não cessa de criar. Os ingleses, pela sua expansão e estabelecimento no Oriente e países quentes, e os americanos, pela grande predisposição ao consumo de bebidas, aumentaram a já vasta gama de receitas e preparados tendentes a facilitarem a ingestão de líquido, com enorme prazer dos bebedores e dos que preparam as bebidas.

 São muitas as composições, tendo um grande número delas nomes próprios bastante conhecidos e reputação  firmada junto dos apreciadores.

Poderemos dividir as bebidas refrescantes, em quatro tipos:

 Refrescos;

Xaropes e Concentrados de Frutos;

Refrigerantes,

Sucos e Sumos.

REFRESCOS

Bebidas simples, confeccionadas no momento de servir, com adição de base alcoólica, ou não, sumo de frutos, água ou outro líquido, açúcar, melaço, etc., os refrescos são muitos e variados:

Abacaxi Ricaço

Corte o topo de um abacaxi e retire a polpa com uma faca bem afiada, evitando molestar a casca que colocará no congelador do frigorífico. Depois de retirar a parte dura que se situa no interior do fruto, coloque o restante da polpa no centrifugador, ou, na falta deste, na máquina de batidos, reduzindo-a previamente a puré.

Junte sumo de 1 lima, 2 colheres de chá de xarope de açúcar, 3 a 4 cálices de bom rum e deixe bater até que esteja bem misturado, o que demora cerca de 2 minutos. Junte então o equivalente a 1 copo de whisky de gelo picado e deixe bater mais um minuto. Deite a mistura tal qual na casca e sirva com palhinhas.

Aiola

Pode ser classificada como um ponche frio. É uma bebida refrescante, de sabor agradável e tem um sabor popular que lhe dá o direito de ser servida como bebida típica.

Receita Base: (Para 1 litro) Sumo de 6 laranjas, sumo de 2 limões, 2 dcl de aguardente bagaceira, 2 garrafas de ginger ale, açúcar a gosto. Servir num jarro, bem gelado, adicionando cubos de gelo e meias rodelas de laranja e limão. (Receita do autor).

Arf and Arf (ou Half and Half)

 O mesmo que Shandy Gaff.

Batidos simples (Milk Shakes)

Os batidos são misturas de leite, sumos de frutos ou sorvetes, com um agente aromático, geralmente um licor ou boa aguardente, açúcar e gelo. Batem-se fortemente na coqueteleira ou em misturador elétrico.

Receita Base: 2 dcl do elemento principal (quando se usa puré de frutos ou sorvete, juntar 50% de leite), ½ cálice do elemento aromático ou alcoólico (no caso de licor de menta só ¼ de cálice). Se for utilizada uma essência, bastarão algumas gotas. Junta-se açúcar a gosto e gelo picado. Bater como atrás dissemos. Servir enfeitado com rodela de limão passada por açúcar e polvilhada com canela ou noz moscada. Fazer acompanhar de palhinhas (canudinhos).

Batidos com Ovo

Preparados como os anteriores, mas adicionando uma clara de ovo por cada dose. Estes refrescantes são normalmente servidos como bebidas alimentares.

Café Gelado – (Iced Coffee)

Muito apreciado pelos americanos, a quem deve ser servido sem açúcar, o café gelado é uma bebida de fácil preparação.

Receita base: 1 chávena de café bem forte, 1 rodela de limão, cubos de gelo. Açúcar, se a pessoa a quem se destina assim o desejar. Servir num copo de long drink que se acaba de encher com água gelada. Fazer acompanhar de palhinhas (canudinhos).

Caipirinha

Bebida popular brasileira, preparada com suco de limão gelado, aguardente de cana, açúcar e bastante gelo.

(Esta é a Caipirinha Coada). (Para fazer a Caipirinha normal, corta-se o limão em pequenos cubos e, com o pilão de bar, pisa-se este, dentro de um copo de “on the rocks”, adicionando a cahaça e o açúcar).

Chá Gelado  - (Iced Tea)

Como o café gelado, substituindo este por chá bem forte.

Champagne Midi

Fazer uma mistura com ½ copo de Brandy, sumo de 1 laranja e de 1 limão, ½ cálice de Gin, ½ cálice de Granadina e gelo picado. Bater bem na coqueteleira e despejar num jarro de vidro, acrescentando com uma garrafa de vinho de Champagne bem gelado.

Chilenos

Tal como os Cups, os Chilenos são as bebidas aconselhadas para festas, devido ao seu agradável paladar e facilidade de confecção. Preparam-se, na sua maioria, com leite, natas ou sorvetes.

Receita base: 2 partes de leite, natas ou sorvete; 2 partes  de licor a gosto, podendo ser dois ou três licores diferentes, na proporção desejada; 1 parte de xarope de groselha. Bater muito bem. Servir em copo de long drink, acabando de encher com água gaseificada na proporção de 50%. Fazer acompanhar de palhinhas (canudinhos). Polvilhar com canela ou noz moscada. Quando se destine a uma festa ou reunião, a mistura pode ser preparada previamente em maior quantidade, colocada nos copos consoante a necessidade. No momento de servir, enchem-se os copos com água gaseificada ou sifão.

Clericot

Pode quase classificar-se como uma sangria de vinho branco, pois a única diferença está apenas no vinho e qualidade das frutas. Pode ser servida como refresco, ou acompanhando as refeições.

Receita base: Cortar em rodelas ou pedaços grandes, conforme a natureza da frutas, 2 ou 3 bananas, 2 laranjas, 2 pêssegos amarelos e 1 limão. Colocar num jarro grande, adicionando sumo de ½ limão, açúcar, 1 cálice de Cointreau e ½ cálice de Maraschino, uma garrafa de bom vinho branco, bastante gelo e uma garrafinha de água gaseificada. No momento de servir, pode-se juntar um pouco de canela, se assim se desejar.

Cuba Libre (Também dito “Rum e Coca Cola”)

Num copo de long drink, colocar o sumo de ½ lima ou 1/3 de limão. Acabar de encher com refrigerante de Cola. Mexer e servir rapidamente.

Cups

Como dissemos atrás, ao citar esta bebida em Chilenos, o Cup é, também, uma bebida ideal para festas ou reuniões, pois, tendo apresentação diferente, as duas completam-se e dão sempre o tão desejado “efeito”, inerente à apresentação de vários tipos de bebidas. O Cup é uma bebida refrescante, caracterizada pela inclusão de pedacinhos de fruta em suspensão.

Cup de Sidra – Sumo de 1 limão, sumo de 2 laranjas, sumo de lima, açúcar a gosto, 1 cálice a gosto, 1 cálice de Curaçau, ½ cálice de Licor de Laranja, 1,5 litros de boa sidra. Gelar bem. No momento de servir, adicionar 2/4 de garrafa de água gaseificada ou sifão e bastante gelo. Serve-se em taças, onde previamente se colocaram pedacinhos de frutas à escolha.

Cup de Vinho Branco – Como o anterior, substituindo os licores por outros a gosto. A água gaseificada pode também ser substituída por laranjada gaseificada ou ginger ale.

Cup de Vinho de Champagne – (Champagne Cup) – Cortar em pedacinhos 1 ananás. Cobrir de açúcar e deixar repousar uma hora. Juntar 1 cálice de sumo de limão, marasquino, cognac e rum em partes iguais (1cálice de cada). Manter no frigorífico 12 horas, se possível. Adicionar, no momento de servir, uma garrafa de bom vinho de Champagne e servir em taças.

Para festas, as porções devem ser aumentadas proporcionalmente.

Dog’s Nose

1 parte de Gin e 2 partes de cerveja. Servir em copos altos, com adição de gelo, se necessário. É preferível, no entanto, gelar os copos e as bebidas antes de servir.

French 75

Sumo de 1 lima ou ½ limão, 2 colheres de chá de xarope de açúcar, 1 cálice de cognac bater bem com gelo na coqueteleira, despejar em copo alto e acabar de encher com vinho de Champagne.

Franco-Britânico

O anterior, substituindo o cognac por Gin.

Glacés

Os glacês são preparados com sorvete de leite e gelo, aromatizados com um licor à escolha. Servir em copo de long drink, com toda a espuma no topo, até fora das paredes do mesmo. Enfeitar com rodela de limão espetada no bordo e gotas de granadina. Fazer acompanhar de palhinhas (canudinhos).

Hidromel (Hydromel)

Bebida à base de mel e água, bastante usada como refresco pelos romanos e gregos e que pode ser bebida natural, (solução de mel na água a 64 gr. por litro) ou após mistura de mel, em cinco vezes o seu volume de água.

A mistura é fervida e, depois de arrefecida, deixa-se fermentar durante 5 ou 6 semanas. Consome-se tal qual, destila-se para obter aguardente ou deixa-se azedar se se pretende vinagre.

Lalla Rookh

1/3 cognac, 1/3 rum Carta Dourada, 1/3 creme de baunilha. Juntar ½ colher (chá) de xarope de açúcar e 1 colher (sopa) de natas. Bater bem na coqueteleira, com gelo. Servir em copo alto, acabando de encher com sifão ou água gaseificada.

Maitrank

Excelente bebida alemã, de preparação caseira, que consiste na infusão em vinho branco, de aspérula, folhas de louro, limão e açúcar.

Mazagran

Refresco que consiste na mistura de café, água e açúcar e é geralmente servido, em copo de long drink, com cubos de gelo e rodela de limão. Usa-se por vezes a água gaseificada em vez de água comum. No intuito de variar o paladar da bebida, são por vezes adicionados ao mazagran, licores ao gosto do consumidor.

O mazagran batido leva sempre aroma de licor, sendo batido na coqueteleira ou máquina própria. Pode deixar de se bater desde que se sirva com água gaseificada ou sifão.

Mimosa

Mistura de vinho espumante com suco de laranja, em partes iguais. Ainda que o espumante não saia beneficiado da mistura, esta bebida é agradável e apreciada, sobretudo por senhoras. Use espumante meio-seco.

Pescador

Bebida refrescante, confeccionada no momento de servir, apresenta-se inicialmente em copo alto, enfeitando no bordo com rodela de laranja.

Receita base: 1 cálice de aguardente bagaceira, sumo de 1 limão, um pouco de açúcar. Misturar bem com gelo e acabar de encher o copo com ginger ale. (Receita do autor).

Ponche Frio

Além do cordial designado por este nome, e que já descrevemos em Licores (Bebidas Destiladas Xaroposas), queremos também destacar que o ponche, dito “punch” em inglês, é uma bebida normalmente servida quente, que descreveremos mais adiante no capítulo respectivo. Citaremos no entanto, aqui, o Ponche Frio, que pode ser servido como refresco.

Receita base: 1/3 de rum, 1/3 de vinho branco, 1/3 de chá frio, curaçau para aromatizar e açúcar que baste, além da casca de limão. Colocar o açúcar e a casca de limão num recipiente com chá. Quando estiver dissolvido, juntar os restantes ingredientes e bastante gelo.

 REFRESCOS DE BAR

Incluem-se neste tipo de bebida, todos os refrescos normalmente designados por Highballs, Tall Drinks, Long Drinks, etc., entre os quais alinham os muito conhecidos Coolers, Sangarees e Juleps, que citaremos mais adiante na secção respectiva.

 

Refrescos Diversos

Sumo de frutas com água gelada e açúcar;

Aguardentes ou Brandys com água gelada e açúcar;

Licores com água gelada e açúcar;

Vinho com aroma de licor, açúcar e gelo;

Café, Vinho, Sumo de limão, açúcar e gelo, etc.

Rossoli

Fatias de maçã sem casca nem sementes, maceradas em aguardente velha (cognac) e anis, com pau de canela e cravo da Índia. Fazer uma calda de açúcar com água a 50%. Misturar e deixar gelar bem. Misturar, no momento de servir, com vinho de Champagne, soda e gelo, na proporção de 50% da mistura para outro tanto de vinho. Soda e gelo quanto baste.

Sangria

Colocar numa jarra, rodelas de laranja e de limão, um pouco de açúcar, sumo de ½ limão e de 1 laranja, 1 garrafa de vinho tinto, bastante gelo e água gaseificada, ginger ale ou laranjada gaseificada, consoante o gosto.  Pode aromatizar-se com algumas gotas de licor à escolha, mas de forma alguma é aconselhável usar quantidade exagerada de licor ou aromas vários.

Sangue Turco (Turkish Blood)

Vinho espumante e vinho tinto, em partes iguais. Refresco que não é aconselhado pelos que defendem a integridade característica dos diversos vinhos. Com efeito, tanto um bom espumante como um vinho tinto, só têm a perder com a mistura, pelo que devem ser utilizados vinhos novos ou de garrafão.

Sanguíneo

1 copo de vinho tinto misturado com uma limonada gaseificada. Preferível à bebida anterior.

São Jorge

Num copo de long drink, colocar 1,5 dcl de vinho tinto, 1 rodela de limão e outra de laranja. Acabar de encher com gelo e ginger ale. Refresco agradável, que se pode oferecer a qualquer estrangeiro como bebida típica. (Veja também Aiola e Pescador). (Receita do Autor).

Scotch Lemonade

Sumo de 2 limões, casca de limão e um pouco de açúcar. Colocar em copo alto e misturar bem com 1 cálice de whisky e gelo. Acabar de encher com água simples ou gaseificada.

Shandy (Também dito Shandy Gaff)

Quantidades iguais de cerveja e ginger ale, misturadas num copo. Adicionar um aroma de licor se desejado, não sendo porém necessário.

Sherbet

Muitas vezes confundido com o Sorbet, esta bebida nada tem de comum com aquela, pois é um autentico refrescante, podendo explicar-se as suas características, apresentando-a como uma sangria onde o vinho seja substituído por água.

Receita base – (Pineapple Sherbet): Cortar fatias de ananás fresco ou de conserva em pequenos cubos que se colocam dentro de um jarro. Juntar sumo de limão, açúcar quanto baste e gelo. Acabar de encher com água gelada.

Sorbet

O Sorbet é uma composição compacta de fabricação um tanto complicada, que só se pode levar a efeito com o auxílio de uma sorveteira. A título de informação e como ajuda aos profissionais que por vezes se vêm em situações críticas perante um pedido que gostariam de satisfazer, aqui lhes deixamos uma receita de que nos temos valido para resolver o problema.

Receita: Colocar no misturador, cujo copo previamente se gelou, uma dose de sorvete de baunilha por cada cliente a servir. Bater com um cálice de Porto e aroma de licor à escolha. Adicionar uma clara de ovo previamente batida em castelo, por cada porção. Retirar rapidamente e servir em taças. (Se, em vez de clara em castelo se conseguir, na pastelaria, um pouco de merengue italiano, o efeito será melhor).

Sorvete com Soda (Ice Cream Soda)

Colocar num copo de long drink uma dose de sorvete do aroma escolhido, algumas gotas de granadina e curaçau. Mexer fortemente com uma colher e adicionar água gaseificada. Se a espuma ultrapassar o bordo do copo, tanto melhor. Servir imediatamente.

Spoom

Resolva o problema do mesmo modo indicado para o Sorbet. O Spoom é mais espesso que aquele.

Syllabub

Variedade de ponche frio, onde o chá é substituído por leite. Serve-se em copos, podendo bater-se previamente na coqueteleira ou na misturadora, polvilhando com um pouco de canela.

The Fraid

Colocar, num copo alto, 1/3 de Curaçau. 1/3 de rum, 1/3 de groselha, acabando de encher com chá gelado. Pode pôr-se um copo de açúcar ou cubos de gelo, se necessário.

Vin Sacré

Colocar ½ cálice de Porto ou Madeira e ½ cálice de xarope de capilé num copo de long drink. Juntar uma rodela de laranja e água gelada. Mexer e servir.

 



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