sexta-feira, 3 de junho de 2022

 

ORGANIZAÇÂO EM RESTAURANTES


               Gerenciamento de Cozinhas

O Que é Organização

 

Organização é a combinação dos esforços individuais, tendo como finalidade realizar propósitos colectivos. Através da organização, torna-se possível perseguir e alcançar objetivos inatingíveis para uma só pessoa. Uma grande empresa ou um pequeno empreendimento, um hospital, uma escola ou um restaurante, são exemplos de organizações que por sua vez são formadas por um conjunto de pessoas, máquinas e recursos, entre outros.

Mas a organização de uma empresa pode também ser definida, como a ordenação e agrupamento de atividades e recursos, visando o alcance dos objetivos e resultados estabelecidos.

A estrutura organizacional é o conjunto ordenado das definições de autoridade, responsabilidades, comunicações, decisões, sistemas e circuitos dos diversos departamentos e secções de uma empresa.

O termo “organização” é também usado como sinónimo de configuração, estrutura, ordenação, e eficiência. Nos dicionários da língua portuguesa, aparece com a definição de “ato ou efeito de organizar”.

A organização deve ser entendida como a estrutura através da qual funcionam, sem percalços, erros ou dificuldades, os serviços normais de uma atividade e compreende, além do quadro estrutural de cargos, definidos pelos respectivos títulos, responsabilidades, relações formais, nível de autoridade, atribuições básicas e aspectos culturais, todo o ciclo dos circuitos, tanto de bens como de serviços e produtos, dentro ou fora da empresa, se esta se propõe competir externamente.

A função básica de organização[1] é o estudo e montagem da estrutura que movimentará a movimentação geral, para que esta seja bem definida e possa atender as necessidades e os objetivos estabelecidos, de forma integrada com a organização informal e as estratégias estabelecidas para os resultados finais do empreendimento.

Uma estrutura formal inclui organograma e descrição dos cargos, políticas, sistemas, padrões vigentes para os serviços prestados, manuais de procedimentos ou organização, comunicados e instruções.

 

Estrutura Organizacional

 

Estrutura  organizacional  é o conjunto ordenado das  responsabilidades, autoridade, comunicações e decisões, bem como dos métodos e sistemas que regem e orientam as unidades internas de uma empresa.

Esse trabalho compreende uma atividade que tem por objectivo criar a estrutura inicial para um empreendimento, ou aprimorar a existente de acordo com as necessidades, pois a estrutura organizacional não é estática e, numa empresa moderna, é até por vezes bastante dinâmica, para fazer face às constantes mudanças, tanto gerenciais como de mercado, tendo em conta que a estrutura organizacional deve ser delineada, considerando as funções de administração como um instrumento para facilitar o alcance dos objetivos estabelecidos.

 

O Gerenciamento das Cozinhas

Apresentação do Pessoal

Todo o pessoal de cozinha deve apresentar-se devidamente uniformizado e limpo, sendo da responsabilidade do chefe de cozinha ou do seu substituto, em caso de folga ou impedimento, a fiscalização desta norma.

Sempre que existam dificuldades com a rouparia, para troca ou entrega de uniformes, o chefe de cozinha deve, imediatamente, avisar a direcção, para que elas sejam sanadas.

O director ou o seu preposto, deve tomar essas providências imediatamente, para que a apresentação do pessoal de cozinha e copas, esteja dentro do desejável.

O uniforme deve estar de acordo com os padrões estabelecidos.

(Veja em UNIFORMES os padrões para a cozinha).

 

Apresentação no sector

A apresentação dos cozinheiros no sector deve ser feita, até, no máximo, 10 minutos após a hora indicada, para início do seu período de trabalho. O cozinheiro deve cumprimentar os seus colegas e chefe, ou supervisor (e vice-versa). Deve procurar saber se há algum serviço, fora daqueles que lhe são correspondentes e tomará conhecimento de alterações que possam existir em relação à sua rotina.

 

Arrumação dos utensílios e prateleiras

A arrumação dos utensílios e prateleiras deve ser mantida de forma a que se faça uma rápida identificação, dos materiais ou utensílios, sempre que for necessário.

Compete ao chefe de cozinha designar os lugares dos vários objectos a arrumar, e compete aos cozinheiros responsáveis pelos vários sectores da cozinha, manter cada coisa no lugar que lhe foi destinado, habituando o seu pessoal  a cumprir essa rotina.

 

Arrumação das câmaras, frigoríficos e congeladores

A arrumação de produtos, nas câmaras, frigoríficos e congeladores, não poderá, em hipótese alguma, ser feita em recipientes de alumínio ou metal, caixas de madeira ou papelão, ou latas de folha. Devem ser usados apenas recipientes de plástico para o efeito. A cozinha deve dispor sempre de recipientes de plástico em vários tamanhos, para armazenar os produtos, para os conservar e transportar.

Os alimentos preparados com antecedência, não podem ficar descobertos ou destapados.

Não deverá ser permitido, colocar recipientes sem tampa, uns sobre os outros.

A carne moída não pode ser guardada por mais de 24 horas, pelo que deve ser moída de cada vez, apenas o necessário para o consumo.

Os derivados de leite, deverão ter um lugar fixo, ao lado dos frios.

Os peixes e crustáceos, deverão ser guardados num congelador próprio.

As aves não devem ser guardadas juntamente com as outras carnes, para evitar a transmissão de salmonelas.

(Deve ser explicado o que são salmonelas, através de um curso de higiene e sanidade disponível no estabelecimento).

 

Ementas e sugestões

(Ver EMENTAS, na secção própria do manual).

 

Cartão de ponto

A marcação deve ser obrigatória: Para a refeição, à chegada e à saída.

Confecção dos Alimentos

A confecção dos pratos que constams do ementa, deve obedecer às especificações inerentes ao mesmo, de acordo com as receitas, da culinária tradicional.

A qualidade das matérias primas, intervenientes na receita, deve ser a melhor, e nuncadeverá obedecer ao  desejo, ou à necessidade, de comprar mais barato.

A preparação dos pratos deve ser feita exactamente como solicitado pelo cliente, pelo que o chefe de cozinha, deve ter o maior cuidado em prestar ao pessoal de sala, através do chefe de mesa, ou de um quadro especial afixado, todas as informações sobre as faltas ou restrições eventuais de materiais, para que estes possam evitar pedidos, sem possibilidade de sequência.

Na confecção de alimentos devem seguir-se todas as normas de higiene e sanidade.

 

Controlo dos custos

Compete ao chefe de cozinha, garantir um eficaz controlo dos custos, em todos os sectores sob a sua supervisão, através de

Orientação ao Pessoal para Controlo dos desperdícios

Minimisar as Despesas com materiais e utensílios, através de cuidados com o manuseio e manutenção.

Desinfestação

A desinfestação das copas, cozinhas, restaurante e outros departamentos, incluindo vestiários, deve ser feita com a maior frequência (três a quatro vezes por ano, no mínimo). Oito dias antes da desinfestação, pelo menos, deve ser feito um aviso escrito, com distribuição a todos os sectores e afixação na portaria de serviço para que todos tomem as providências cabíveis de guarda de alimentos e vestuário, bem como no caso do pessoal, para que este deixe os armários abertos. Este aviso deve ser feito pelo departamento de pessoal e responsáveis pelo acompanhamento dos serviços.

 

Disciplina

Os supervisores detestam abordar a questão da disciplina e o pessoal nem quer ouvir falar no assunto. Este posicionamento vem do facto de a disciplina ter sido mal interpretada e mal aplicada, induzindo a maior parte das pessoas a associá-la a falta de liberdade ou a punições.

Eis algumas idéias acerca de disciplina, que não correspondem à realidade:

   a disciplina é uma forma de castigo.

   mandar significa que todos têm de fazer o que o lider diz.

   quem for “bonzinho” para o pessoal não precisa de disciplina.

   todas as situações disciplinares são tratadas da mesma maneira.

Análise  da disciplina

Todos os esforços desenvolvidos no sentido de inculcar disciplina nas empresas, visam a manutenção de padrões razoáveis de atitudes e serviços, o que beneficia os próprios empregados.

É importante que os supervisores comecem por analisar as normas e verificar a sua  aplicabilidade, evitando manter ou impor normas que sejam frequentemente ignoradas, por não se adaptarem às necessidades. Se o supervisor verificar que as normas são razoáveis e que, uma vez seguidas, irão facilitar o serviço ou a convivência, deve começar por explicar e justificar estas normas aos empregados. A forma comprometida como estes as aceitarem e seguirem no seu dia-a-dia, será uma atitude de disciplina.

Quanto mais se ativerem às normas, menores serão os problemas disciplinares, e um apoio positivo do supervisor à atitude dos empregados, tornará a disciplina um jogo agradável para ambas as partes.

 

Pedido de Serviços

Também chamado comanda, é o documento emitido pelo pessoal de restaurante para obter, na cozinha ou copa, os artigos inerentes aos pedidos dos clientes. Uma cópia é entregue na cozinha, na copa, ou na cave de dia, outra no caixa e a terceira via fica com o emissor, para poder fazer o serviço, de acordo com o solicitado pelo cliente. As duas primeiras vias (as quais são casadas no controlo),servem para se fazer uma conferência, não podendo apresentar rasuras ou divergências no seu texto.

Emergências

Todos os empregados devem ser preparados, para agir em caso de emergência, cabendo ao Gerente a responsabilidade de fornecer a formação adequada, através do sector de segurança da unidade.

Equipamentos

Os equipamentos devem ser tratados com cuidado, seguindo o que dizem os manuais, de forma a evitar acidentes ou desgaste prematuro.

As normas abaixo apresentadas devem ser difundidas entre os empregados:

   manusear os equipamentos com cuidado, para evitar reposições constantes.

   arrumar os equipamentos que não está usando, em uma bancada de apoio.

   verificar a temperatura das câmaras e, manter estas, sempre bem limpas.

   manter a temperatura de câmaras e freezers, regulada para cada produto.

   evitar que os queimadores de gás, fiquem acesos desnecessariamente.

   no final de cada turno de trabalho, deve ser feita uma limpeza geral na cozinha e áreas anexas, incluindo máquinas e equipamentos (Ver LIMPEZA DA COZINHA).

 

Estoques e arrumação dos produtos

Os estoques devem ser mantidos tendo em conta os consumos normais da secção. O estoque máximo deve igualar o consumo médio de uma semana, o estoque mínimo, o consumo de três dias. Deve haver cuidado, para evitar aumento ou deterioração, bem como permanência de produtos sem consumo por longos períodos.

 

Ficha de prato

A ficha de prato ou ficha técnica, é a receita padronizada, elaborada pelo chefe de cozinha.

Partindo desta receita, com base nos produtos para a sua preparação e nos seus preços, deve ser elaborada a ficha de custo, com a qual se pode estabelecer o preço de venda adequado ao restaurante.

A elaboração da ficha técnica é da responsabilidade da direcção-geral, que delegará e formará para a sua elaboração, quem achar mais adequado.

Todos os estabelecimentos devem ter fichas técnicas dos seus pratos.

Higiene e sanidade

A excelência na higiene é um aspecto fundamental, em todos os locais onde são manipulados ou armazenados alimentos, razão por que a limpeza é tão importante na cozinha. Mas a higiene não implica apenas uma limpeza impecável: implica ainda, o arejamento, a desinfestação, verificação de prazos de validade e cuidados na armazenagem, evitando a existência de produtos tóxicos perto de alimentos.

Um tratamento sanitário de qualidade evitará a contaminação dos alimentos e as doenças.

Manter as condições sanitárias é um trabalho de todos, mas deve ser uma preocupação constante do pessoal de cozinha, que deve seguir as seguintes normas:

   lavar as mãos depois de fumar, espirrar, comer ou ir ao quarto de banho;

   não trabalhar em áreas contaminadas, ou se estiver doente;

   usar utensílios e não as mãos, para manipular alimentos;

   manter os alimentos na embalagem própria e, não destruir os rótulos;

   verificar a temperatura das câmaras e, manter estas bem limpas;

   limpar e desinfectar todas as áreas de trabalho, ao fim de cada turno;

   manter as áreas de lixo limpas. depositar o lixo, em lixeiras com tampa;

   guardar os alimentos tapados, mesmo nas câmaras frigoríficas;

   não guardar carne, peixe e frangos, no mesmo freezer.

O estabelecimento deve dispor de um curso completo de higiene e sanidade.

 

Inventários

Mensalmente, devem ser feitos inventários, nas cozinhas, caves, copas e outros sectores de consumo, dos géneros e dos estoques de materiais, de uso permanente, sempre com a presença dos chefes de sector e de um representante da área administrativa.

 

Kit de primeiros socorros

Na área de cozinha e copas, deve existir uma caixa de primeiros socorros.

Os primeiros socorros deverão ser prestados a qualquer pessoa, seja ou não do sector. Para isso, só é necessário ter alguns conhecimentos, além da boa-vontade (deve existir um curso de primeiros socorros disponível no estabelecimento).

Qualquer empregado pode precisar desses conhecimentos. Até na sua casa, ou para ajudar os seus vizinhos.

É muito importante o conhecimento do que pode ser feito, a quem recorrer e como evitar o perigo.

 

Limpeza da cozinha

A limpeza das áreas de trabalho deve ser impecável e constante.

No final de cada turno de trabalho, deverá ser feita uma limpeza geral na cozinha e áreas anexas, incluindo máquinas e outros equipamentos.

Os fogões, fornos, chapas, queimadores, placas etc., devem ser bem limpos.

Devem ser removidos detritos e sujidades dos equipamentos e áreas de serviço.

As fritadeiras devem ser bem limpas, e o óleo existente  deve ser verificado.

Os gratinadores e salamandras devem ser limpos e o seu funcionamento.deve ser verificado

Recorrendo a água quente e aos materiais de limpeza indicados, devem ser limpos:

• balcões e pisos;

• prateleiras, cubas e pias de lavagem;

• paredes e azulejos.

 

Limpeza das câmaras, congeladores e frigoríficos

Independentemente da manutenção diária, é aconselhável que uma vez por semana, em dia indicado pelo chefe de cozinha, seja feita uma limpeza geral dos frigoríficos, congeladores e câmaras frigoríficas, com verificação do estado dos artigos ali armazenados e datas de validade para os que a tiverem, com lavagem geral das mesmas. Deve tomar-se imediatamente uma decisão para os artigos que se apresentarem fora da validade ou com aspecto de conservação duvidoso.

 

Limpeza das hotes

A limpeza das hotes e das condutas a estas ligadas, deve ser uma das grandes preocupações do chefe de cozinha, pois além do aspecto desagradável de sujidade, é também necessário prevenir riscos de incêndio.

Sugere-se um modelo: uma vez por semana, sábados das 15 às 16 horas.

Deve ser feita a limpeza das hotes e substituição dos filtros com ajuda do pessoal da manutenção, que tem a responsabilidade por este trabalho.

 

Limpeza dos ralos

Para o bom funcionamento de uma cozinha, bem como para a sua limpeza, é muito importante que os ralos estejam em perfeito funcionamento e desentupidos.

O chefe de cozinha deve solicitar à manutenção, frequentes inspecções destes.

Lixos

O lixo é um perigoso transmissor de doenças e, pela sua natureza, atrai para os locais onde se encontra, variados tipos de insectos, também eles veículos de transmissão de perigosos males.

Os recipientes do lixo devem ser mantidos nos locais fixos e previamente designados, sempre com um saco de plástico dentro, para facilitar a remoção final.

-  Devem ser conservados tapados, sempre que não estiverem em uso.

-  Manter as áreas de lixo limpas.

-  Evitar acumular grandes quantidades de lixo.

-  Depositar o lixo em lixeiras com tampa.

-  Limpar e desinfectar os locais onde o lixo seja armazenado, ainda que por pouco tempo.

-   

Manutenção geral

Compete ao chefe de cozinha garantir a manutenção daquele local, sempre que sejs necessário e supervisionar o funcionamento e o manuseio de todas as máquinas e equipamentos em serviço na sua secção.

Deve ser mantido um esquema de manutenção preventiva, previamente estabelecido e coordenado em conjunto pelos chefes de cozinha e de manutenção.

A seguir apresenta-se um esboço de plano, que pode facilitar esse trabalho:

No primeiro sábado de cada mês:

   revisão geral dos equipamentos da cozinha, câmaras, frigoríficos.

• revisão de exaustores, fornos, batedeiras, fogões, cortadores de frios, gratinadores etc.

  poderão também ser revistas as tomadas, lâmpadas e outros aparelhos eléctricos.

 

Normas gerais

As cubas deverão estar sempre limpas e observadas as regras de sanidade.

A lavagem das baterias de cozinha, não poderá ser feita, juntamente com louças de cerâmica ou travessas.

Utensílios como liquidificadores, espremedores etc., deverão ser lavados de cada vez que se mudar o produto neles processado e ao final do turno.

Nos congeladores de carne, peixe e aves, não será permitido sob qualquer pretexto, a colocação de outros produtos.

Os frigoríficos deverão ser desligados, para limpeza, uma vez por semana,  seguindo o critério de desligar no último turno de sexta-feira, para limpeza ao sábado.

Os dias e horários indicados, servirão também para limpeza geral e manutenção.

A lavagem de louças, deve ser feita, com água, à temperatura entre 65º e 70ºC.

Os doseadores de produto de lavagem devem estar sempre regulados, para bom aproveitamento em qualidade e consumo.

No fim de cada turno, devem ser seguidos os seguintes procedimentos:

• remover todas as sujidades e restos de comida, das cubas em que se estiver procedendo às lavagens.

  usar sempre água bem quente e produtos de lavagem indicados.

• usar o material de limpeza de acordo com as instruções, com respeito  pelas quantidades.

• empilhar as louças, de acordo com seu tipo e tamanho.

  os materiais prateados, devem ser revistos após a lavagem e, se necessário, devem ser alvo de uma nova limpeza, para melhorar o brilho.

Todas as normas de limpeza geral, manutenção, uniformes ou outras, aplicadas na cozinha e copas, são aplicáveis às caves de dia.

Para os casos omissos, cada director estabelecerá normas, que vigorarão no seu estabelecimento.

 

Organização geral

Uma boa organização é importante para a obtenção de resultados, bem como chegar às metas ou objectivos propostos. Ela começa numa boa distribuição do quadro de pessoal e termina numa boa distribuição de serviços e responsabilidades. Compete ao chefe de cozinha vigiar e manter uma boa organização neste sector.

Pedidos e requisições

Não haverá pedidos de materiais ou produtos sem que seja feita uma requisição.

As requisições devem de conter, além do nome, os códigos de materiais. Deverão ser legíveis e mostrar todos os dados que permitam a identificação da mercadoria.

• Não devem apresentar rasuras ou emendas.

• Devem estar assinadas pelo chefe da secção ou seu preposto, que deve ter funções de supervisão.

• As mercadorias não entregues, devem constar com esta indicação e não poderão ficar em pendência para entrega futura.

• As bebidas para serviço, devem ser diferentes das vendidas no bar.

 

Pessoal

Devem existir normas de conhecimento geral para os seguintes aspectos:

·  admissão de pessoal,

·  vagas a preencher,

·  fichas de avaliação,

·  penalizações e demissões,

·  reuniões com o pessoal.

 

Prazos de validade

Nunca é demais alertar para os cuidados a ter na verificação periódica de prazos de validade, sobretudo do que diz respeito à  alimentação.

A verificação dos prazos de validade deve ser feita na despensa ou no sector de destino, no momento do recebimento e, como norma geral, uma vez por semana, em todos os sectores.

Prevenção de acidentes

O acidente é o mais perigoso inimigo de quem trabalha.

Devem ser evitadas todas as causas de acidente ou de incêndio, pelo que o pessoal deve ser habituado a cumprir os seguintes preceitos:

·  não armazenar produtos inflamáveis, perto de quadros de energia, ou de caldeiras.

·  não amontoar ou guardar papéis, plásticos ou papelão, nas áreas de trabalho.

·  evitar obstruir com caixas ou semelhantes, as passagens ou rotas de fuga, para o caso de incêndio.

·  não deixar líquidos ou gorduras no chão, sem limpar e evitar os pisos escorregadios.

·  abrir portas vaivém, devagar e com as mãos.

·  não sobrecarregar, recipientes ou bandejas.

·  remover, imediatamente, líquidos ou sujidades derramados.

·  manejar com cuidado, facas, garrafas ou líquidos muito quentes.

·  fumar apenas nos lugares indicados.

·  evitar correr (andar apenas e não perder tempo).

 

Prevenção de incêndio

Muitos incêndios originam-se na área de alimentos e bebidas, sobretudo nas cozinhas e copas. São o resultado de negligência, falta de cuidado, ou de atenção às possíveis causas.

Seguem-se alguns elementos que provocam incêndio:

   grandes quantidades de óleo inflamável e gordura.

   fios gastos ou desencapados.

   pontas de cigarro.

   queimadores de fogão deixados acesos.

   excesso de gordura nas coifas e fogões.

A maioria dos incêndios pode ser prevenida com as seguintes normas:

   verificar quadros de energia e detectar fios gastos ou desencapados.

   retirar material inflamável, de perto das áreas de calor.

   não sobrecarregar circuitos eléctricos.

   colocar cinzeiros suficientes e bem distribuídos.

   relatar a existência de fios soltos ou desencapados.

   desligar conexões ou equipamentos defeituosos.

   tomar cuidado, ao acender bicos de gás ou queimadores de álcool e ao manusear álcool perto destes dispositivos.

   fumar apenas nos locais indicados.

  desligar todos os equipamentos e queimadores, quando não estiverem sendo usados, ou durante o período do fechamento.

 

Primeiros socorros

 (Deve existir um curso de primeiros socorros, disponível no estabelecimento).

Veja o que dizemos sobre pedir ajuda aos Bombeiros Voluntários da sua área para esta formação ao pessoal.

 

Responsabilidade

 

A responsabilidade pela cozinha e copas é do chefe de cozinha, devendo este supervisionar as suas equipas, dar apoio e ministrar formação, fazer escalas e distribuir tarefas, manter a disciplina e zelar pelo cumprimento das normas, vigiar a apresentação e a limpeza dos uniformes, bem como a mise-en-place e a qualidade da preparação, dos pratos e do serviço. Na ausência do chefe de cozinha, estas funções são exercidas pelo substituto natural, ou designado.

Antes do início de cada período de serviço e de cada período de refeição, compete ao chefe de cozinha verificar o estágio de adiantamento da mise-en-place e preparação dos diversos pratos da ementa, ou carta, e toma as providências necessárias, para que o serviço decorra em ordem.

Mensalmente, o chefe de cozinha deve orientar o inventário de todos os materiais, em uso ou para consumo, que se encontrem sob sua supervisão, dando apoio ao representante do órgão de controlo, no escritório.

O armazenamento e a arrumação de todos os materiais deve ser cuidada e verificada pelo chefe de cozinha.

Segurança

Independentemente dos cuidados a ter na prevenção de acidentes, existem outras normas de segurança que todos devem conhecer:

Compete à gerência ou direção e às chefias, garantir as acções de formação necessárias para a segurança dos empregados e dos clientes.

Formação

Para que o pessoal que trabalha na cozinha tenha um bom conhecimento das normas e procedimentos, das especificações, políticas, rotinas, leis e posturas que regem o sector em que trabalham, bem como as técnicas inerentes ao serviço, higiene e sanidade, segurança e prevenção de acidentes, é importante que recebam formação adequada, relativamente a estes aspectos, logo na altura da admissão e antes do início do seu trabalho na secção.

Compete ao chefe de cozinha, manter a qualidade da formação na altura da admissão, através da reciclagem e nas acções postas em prática, com vista à valorização e promoção do seu pessoal.

Sempre que o chefe de cozinha, notar que os erros do pessoal de sala são excessivos, seja nos pedidos, seja no preenchimento dos pedidos (ou sempre que houver mudança de cartas), deve solicitar uma pequena reunião, para que seja dado conhecimento dos novos pratos, ou para revisão dos erros ou falhas, cometidos nos períodos anteriores.

Uniformes

A apresentação dos uniformes deve ser impecável, cabendo aos chefes evitar que os empregados que  não estão devidamente uniformizados se apresentem ao serviço.

O crachá é parte integrante do uniforme e como tal deve ser sempre usado.

Os uniformes devem obedecer ao padrão estabelecido, o qual pode ser o seguinte:

CHEFE DE COZINHA                                COZINHEIROS E CONFEITEIROS

                 Calça branca                                                Calça Xadrez

Blusa de manga comprida, branca                             Blusa branca, manga comprida

                                                                         Verão – Blusa branca, manga curta

     Chapéu branco                                                      Chapéu branco

Lenço e avental branco                                                       Avental branco

Sapato branco                                                                       Bota de acordo com a lei

Todos os uniformes devem ser entregues, por troca, na rouparia, no momento da lavagem. A periodicidade, das lavagens de uniforme, deve ser estabelecida pela direcção para cada sector, tendo em conta todas as premissas e analisadas todas as necessidades. Para casos em que não seja possível fazer todas as lavagens desejadas pelos funcionários, estes podem ser autorizados a cuidar, eles próprios, do seu uniforme.

CUSTOS DE ALIMENTAÇÃO

 

Controlo dos Custos

Compete ao chefe de cozinha garantir os custos nos sectores sob a sua supervisão, pelo que lhe cabe controlar os custos dos alimentos, através de uma boa estrutura de ementas e da formação do seu pessoal, na compreensão da melhor forma de aproveitar e manipular os géneros e materiais utilizados no sector.

O chefe da cozinha deve também transferir ao maitre e pessoal de sala, o sentimento e os conhecimentos que lhes permitam controlar os custos e as despesas adicionais na sua área, seja restaurante ou coffee-shop.

Os custos, porém, não são se baseiam apenas numa gestão sábia e profissional, em tudo que se prepare. Os bons preços de compra das mercadorias e a sua qualidade  ajudam bastante. Tal consegue-se através de uma pesquisa de mercado adequada, tão ampla quanto as quantidades a comprar e o tempo disponível.

O gerente do estabelecimento, deve informar a todos os chefes e supervisores o índice de custos, para que cada um possa trabalhar na sua área, a estrutura de custos e despesas.

Controle dos desperdícios

No ambito da alimentação, os custos são altos e o retorno pequeno. Se os custos e despesas se tornarem muito grandes, não poderá haver lucro. Muitos restaurantes deixam de funcionar, por não olharem correctamente os seus custos.

Para manter os custos e asdespesas dentro de padrões aceitáveis, é preciso  controlá-los, e todos os empregados que trabalham no sector podem dar a sua ajuda, evitando despesas desnecessárias.

Os custos, podem ser minimizados, através da eliminação dos desperdícios, nas várias etapas do processo: recebimento/armazenamento/preparação/serviço.

Orientação para controlo dos desperdícios

• Preparar alimentos só em quantidades necessárias para o serviço imediato.

No caso de buffets com pratos quentes, é preciso evitar preparar grandes quanti- dades de uma vez e fazer apenas o que for sendo necessário para reposição, pois esta atitude, além de evitar desperdícios, melhora a qualidade da comida que está a ser consumida. É aconselhável um cozinheiro no buffet, para reposição.

• Manter as áreas de arrumação fechadas, quando não estiverem em uso e, os estoques no mínimo necessário.

• Exigir pedidos escritos de maneira legível e correcta.

• Dividir os alimentos em porções, de acordo com o indicado nas receitas.

• Ao preparar os pedidos, há que verificar o tamanho das porções, as quantidades, o acompanhamento e a  temperatura correctas.

• Reutilizar todos os produtos que seja possível, para evitar desperdício.

• Manter a temperatura das câmaras e congeladores, regulada para cada produto.

 

DESPESAS COM MATERIAIS E UTENSÍLIOS

 

Os materiais e utensílios usados no serviço de cozinha representam um inves- timento considerável (todos os funcionários devem saber o preço de cada peça).

As despesas inerentes podem ser controladas, reduzindo-se a quebra.

Será interessante divulgar no sector um conjunto de instruções como o que sugerimos.

Siga as instruções abaixo:

• Empilhar travessas e outros materiais de serviço, de acordo com o tipo e tamanho.

• Arrumar os equipamentos que não estejam a ser usados, numa bancada de apoio.

• Nunca arremessar ou amontoar travessas ou outros materiais.

• Transportar correctamente bandejas equilibradas.

• Manusear os equipamentos com cuidado, para evitar reposições desnecessárias.

• Evitar que os queimadores de gás fiquem acesos, desnecessariamente.

• Usar material de limpeza de acordo com as instruções do rótulo, sobretudo quanto às quantidades.

• Dar preferência a materiais de fácil manutenção.

• Carregar bandejas com cuidado, para evitar quedas.

 

PREÇOS

Preços  de  compra

 

Os preços de compra devem ser estabelecidos através de uma pesquisa de mercado, que será tão ampla quanto as quantidades a comprar e o tempo disponível  para isso.
O economato  deve  efectuar uma  pesquisa mensal dos itens de maior consumo (curva A/B/C). por  amostragem, informando-se dos  preços médios de mercado  para  sua orientação.

O chefe de cozinha deve ter  conhecimento de todos os preços das mercadorias usadas no seu  departamento, assinando as respectivas facturas.

 

Preços  de  venda

 

Descontos  ou  Condições  Especiais

Quaisquer descontos ou condições especiais fora do que estiver estabelecido no manual de  banquetes, consoante o caso, carecem da aprovação do gerente ou director, que deve seguir o indicado nos  procedimentos  inerentes.

 

Posicionamento  Perante a Concorrência

O estabelecimento deve ter a sua política  própria e bem definida , procurando criar, manter e dar  satisfação à sua clientela, evitando entrar na perigosa competição de preços para conquistar clientes.

Sempre que um preço especial for estudado, isto deve  acontecer em função  do interesse que o estabelecimento possa ter no evento ou cliente em causa, e não do preço menor apresentado pela concorrência. Em muitos casos, o cliente busca apenas um preço mais baixo, em  vez de qualidade.

Ao obter melhor preço, vai  com ele ao concorrente, para conseguir um desconto maior.       

Esse não deve ser o objectivo nem a política de um estabelecimento de qualidade.
No caso de restaurante, o  preço não deve sobrepor-se à  qualidade (baixar preço e servir qualquer coisa), cabendo ao chefe de cozinha, encontrar o equilíbrio desejado.
O preço de venda dos ementas deve ter em conta o prato servido, a qualidade deste, o mercado e o lucro presumível; para isso, a  confecção dos pratos deve obedecer às especificações inerentes ao mesmo, de acordo com as receitas da culinária tradicional.
A qualidade das matérias primas intervenientes na receita deve ser a melhor, nada  tendo a ver com  o desejo de comprar mais  barato.

 

Preços  de  Banquetes

 

Os preços a praticar para os vários tipos de banquetes, devem constar de um “Manual de Banquetes” aprovado pela gerência e usado, também, pelo pessoal de vendas da empresa, se este existir.

Qualquer outro arranjo deve ser estudado pelo gerente, que analisará as suas possibilidades  e o seu  interêsse em fazer algum preço especial.

 

Preços  de  Carta ou Ementa

 

A política de preços é definida pela administração, mas o director ou gerente pode e deve dar a sua opinião, sempre que julgar necessário,  propondo o que achar mais adequado às condições do mercado ou do momento. Para os preços da carta, tanto o chefe de cozinha como o chefe de mesa devem ser chamados a dar a sua opinião e a contribuir com pesquisas de mercado. Os preços devem ser  elaborados de forma a terem dezenas ou  meias-dezenas  fechadas e, nunca, números quebrados.



[1] A disciplina que estuda, analisa, acompanha e implanta a organização numa empresa é designada por O&M ou OSM. Os Sectores que desempenham essas funções são os de Organização e Métodos.

domingo, 22 de maio de 2022

 



Atualize-se com o Mundo à sua Volta

Fique em dia com o seu tempo

 

Seguindo o jornalista Bemfica de Oliva, que disse no Povo em 2021, “após a influencer Carol Rocha perguntar, em uma publicação no Twitter, o que a geração Z (veja abaixo o significado dos termos) acha 'um mico' (ou cringe) entre o que é corriqueiro para millenials, milhares de respostas trouxeram à tona um debate que se repete de tempos em tempos: o conflito geracional.”                              

“As crianças começam a se tornar os tiranos, não os escravos, de suas casas. Elas não se levantam mais de suas cadeiras quando os idosos entram no cômodo; elas contradizem seus parentes, conversam à revelia das outras pessoas, devoram guloseimas à mesa, e cometem várias ofensas aos costumes helênicos, como cruzar as pernas. Elas tiranizam pedagogos e professores.”

“A discussão sobre o que é cringe, portanto, não passa de mais um capítulo de um conflito geracional que se fez presente com frequência ao longo da história. Para ajudar a entender a situação, porém, O POVO explicou alguns termos usados no debate. Veja abaixo:

O que é cringe?

A palavra vem do verbo inglês 'to cringe', que significa 'encolher-se' (de medo, angústia ou algum sentimento negativo similar). Nos últimos anos, virou gíria no próprio inglês, para atitudes que causariam, explicando em português coloquial, 'vergonha alheia'.

Transformada em adjetivo, a palavra 'cringe' se espalhou além da internet anglófona, com pessoas mais jovens usando a expressão 'isso é cringe' para descrever situações vergonhosas ou irritantes cometidas por alguém.”

“O que é millennial?

A grosso modo, 'millennials', ou 'geração Y', são as pessoas nascidas entre 1980 e 1994. Também chamados, na sociologia, de 'geração do milênio' ou 'geração da internet', este grupo é definido pelas pessoas que viveram a infância ou adolescência nos últimos anos do século XX e primeiros do século XXI.

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Uma característica dos millennials, por esta definição, é o uso costumeiro de tecnologia, sem, porém, terem nascido em um mundo onde eletrônicos avançados eram ubíquos. É possível pontuar, por exemplo, que esta geração tem uma grande integração com o uso da internet, mas que parte significativa começou a usá-la na época das conexões discadas; ou que hoje são pessoas habituadas com smartphones, mas que cresceram em uma época onde mesmo os celulares mais básicos, que faziam apenas chamadas, não eram quase onipresentes.”

“O que é geração Z?

Geração Z, ou Gen Z, é a geração que vem imediatamente depois dos millenials. Nascido entre 1995 e 2010, este grupo é composto de pessoas que hoje estão entre o começo da adolescência e o começo da vida adulta.

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Uma das características mais comuns da geração Z é serem os chamados 'nativos digitais', por terem crescido em um mundo onde a internet já era de uso corriqueiro em boa parte do planeta. Também neste tema, a geração Z teve contato desde muito cedo com grande parte dos avanços em aparelhos eletrônicos atuais - o primeiro iPhone (que, embora não tenha sido o primeiro smartphone, foi o aparelho que popularizou o formato), por exemplo, foi lançado em 2007.

Por que a geração Z está chamando millennials de 'cringe'?

Este ponto é um pouco complicado. Na publicação feita no Twitter, alguns usuários apontaram que coisas que muita gente entende como corriqueiras, como beber café ou pagar boletos, seria 'cringe'. Ser fã dos livros da saga Harry Potter, que foram publicados (em primeira edição) no Brasil entre 2000 e 2007, seria outro traço 'vergonhoso' dos millennials, bem como gostar da série televisiva Friends - exibida originalmente entre 1994 e 2004 - ou de filmes da Disney.

Alguns pontos podem ser ainda mais confusos: também foram apontados como 'cringe': tomar café da manhã, usar calça skinny (que é justa em todo o comprimento das pernas), usar emojis ou usar o cabelo de lado. O motivo para esses comportamentos serem considerados estranhos? Se você não sabe, talvez você também seja 'cringe'.”

“O que a geração Z considera cringe nos millennials?

Segundo o Twitter, seguem os pontos mais comuns considerados, pela geração Z, coisas 'cringe' que os millenials fazem:

 Gostar de café

Tomar café da manhã

Usar emojis nas mensagens

Pentear o cabelo de lado

Ter calça skinny

Ouvir rock

Ser fã de Friends

Ser fã de Harry Potter

Ser fã de filmes da Disney

Usar hashtags (#) em fotos

Chamar cerveja de 'litrão'

Usar sapatilhas

Gostar de minimalismo

Não entender ou gostar do TikTok

Ter ido a locadoras de filmes

Pagar boletos

Em mensagens, rir com as expressões 'rs' ou 'hahaha'

Ouvir Raça Negra.”


Tome cuidado para não ser considerado um “Cringe”. No Mundo em que vivemos, perdemos até a noção de qual é o comportamento mais apropriado.


segunda-feira, 16 de maio de 2022


A Cozinha E OS COZINHEIROS

Os Profissionais e a profissionalização

 Todo o restaurante que se preza, precisa de uma boa qualidade de serviço e de um atendimento à altura da categoria que aspire, mas é sem dúvida da cozinha que surgem as bases para a real qualidade do estabelecimento. E essa qualidade vem do pessoal.

O pessoal de cozinha não pode, de uma maneira geral, ser analisado de maneira diferente do seu chefe, mas este, sendo o responsável pelo andamento geral da secção, merece a nossa análise mais detalhada. Se ele for limpo, metódico, ordenado e rápido, no seu trabalho, todos os que trabalharem sob as suas ordens estarão inclinados a seguir estas tendências. É sobre o chefe que repousam as responsabilidades da cozinha, mas todos à sua volta irão favorecê-lo com uma assistência proveitosa, que será pautada no seu exemplo.

Um bom cozinheiro tem todas as razões para se orgulhar da sua profissão, pois o seu trabalho é uma valiosa contribuição para o prestígio do estabelecimento.

E uma das coisas mais importantes na culinária é a tradição. Sejam as técnicas para preparar ou cozinhar um prato ou o uniforme do cozinheiro, tudo tem uma história. Por isso, entrar numa cozinha é como redescobrir mais de 2000 anos de tradição e história.

chapéu de cozinheiro (em francês toque blanche) surgiu na França, na Idade Média, numa época em que a função de cozinheiro era considerada tão importante que eles até recebiam o título militar de officiel de bouche (oficial da boca). E vale a pena aprofundar o conhecimento.  

Dentro da cozinha existia uma hierarquia e as alturas variáveis dos chapéus identificavam o posto exercido por cada um, sendo que o chef usava sempre o chapéu mais alto enquanto os auxiliares mais simples vestiam apenas um boné.

Reza a lenda que 7 séculos aC, os cozinheiros do rei da Assíria usavam chapéus em forma de coroa que os diferenciavam de outros ajudantes de cozinha. Por quê? Parece que o rei foi envenenado por cozinheiros descontentes. Para apaziguá-los e dar-lhes mais importância, foram autorizados a usar um uniforme muito particular (que os distinguia dos demais funcionários da cozinha) com uma touca em forma de coroa em tecido. O chapéu do chef nasceu ali!

Os chefs passavam muito tempo lendo e estudando para descobrir novas receitas e aperfeiçoar as suas técnicas. Como poucas pessoas sabiam ler e escrever naquela época, eram portanto  considerados estudiosos ou magos. Infelizmente, ser instruído e culto não era proteção e, como muitos intelectuais, os cozinheiros alfabetizados eram perseguidos No século XI, quando o Império Bizantino entrou em declínio, muitos chefs começaram a se esconder em monastérios para fugir dos bárbaros e, neste período, eles buscaram refúgio na Igreja Ortodoxa Grega. Vestiram então o guarda-roupa dos monges e o toque surgido dos chefes da Assíria evoluiu novamente para se inspirar no toque dos monges, pois começaram a usar toucas pretas para ficar parecidos com estes. Quando a invasão chegou ao fim, os cozinheiros recuperaram o seu prestígio e mudaram a cor da indumentária para o branco.  

E agora, Fato ou ficção?

Um cortesão do rei Henrique VIII contou que quando o rei Henrique encontrou um fio de cabelo em sua sopa, quase enlouqueceu. Ou melhor, alguém a perdeu. O dono do cabelo, um cozinheiro, foi decapitado, e seu substituto foi educadamente convidado a usar um chapéu para evitar que isso acontecesse novamente. Então, desde aquela época, o uso de uma vestimenta oficial na cozinha tornou-se generalizado.

Com todas as variações de chapéus usados pelos chefs ao redor do mundo (gorro escocês na Inglaterra, gorro de lã na Espanha, gorro com borla na Alemanha ou gorro de algodão na França), foi preciso um pouco de criatividade e design para obter os chapéus de pano branco, também conhecidos como Toques Blanches, a que estamos acostumados hoje. No século XIX, na França, um chef chamado Marie-Antoine Carême (1784-1833) decidiu que os chefs mereciam um uniforme específico. E escolheu o branco como cor, sinal de limpeza na cozinha, bem como diferentes alturas de chapéus. De acordo com a sua classificação na cozinha, o Chef usaria o chapéu mais alto.

Hoje, o chapéu do chef continua sendo um símbolo de autoridade, conhecimento e maestria culinária. O chapéu ainda é usado pela maioria dos cozinheiros, mas o chapéu de pano tem sido muitas vezes substituído pelo chapéu de papel descartável: às vezes menos estético, mas talvez um pouco mais econômico. Outros chefs mais modernos adotaram o boné de beisebol, o boné de tecido ou a bandana. Qualquer que seja o chapéu que um chef use, ele se tornou uma parte essencial da roupa do cozinheiro e as dobras no chapéu também são usadas para indicar a experiência deste. Elas representam as cem maneiras de se preparar ovos, e os profissionais adquirem-nas à medida em que vão aprendendo novas técnicas na cozinha.

 


O CHEFE DE COZINHA

 Algumas qualidades que definem um bom chefe de cozinha são:

Apresentação – Tanto o uniforme como a sua apresentação pessoal devem ser sempre impecáveis.

Capacidade – Deve ter bons conhecimentos de culinária e ser capaz de comandar o trabalho de uma equipe. Conhecer bem os ingredientes e as preparações de cozinha, a sua aplicação e apresentação final.

Organização – Deve ser organizado e capaz de criar organização e cumprimento das obrigações, em todos os componentes da sua equipe.

Limpeza e higiene – Uma cozinha pouco limpa é uma infelicidade para qualquer estabelecimento. E não custa muito manter a limpeza da cozinha, pois esta pode ser feita, nos intervalos permitidos pela cocção dos alimentos. A higiene pessoal é importante, sobretudo o cuidado com as mãos. Limpar, ao mesmo tempo que se avança com a preparação dos alimentos é importante, e não deixar que se acumulem nas bancadas e nas pias, pratos, caçarolas, frigideiras e conchas por lavar.

Economia – Nunca desperdiçar ou deitar fora o que pode ser aproveitado. Organizar as suas compras de acordo com os menus a preparar, e as existências da sua despensa e dos seus frigoríficos. Preparar as suas sugestões do dia, tendo em conta as existências a aproveitar ou os itens com mais tempo de casa. Saber apresentar os vários itens, com molho ou sem molho, de acordo com o seu tempo de permanência no frigorífico ou no congelador.

Abastecimento – Saber acompanhar os seus stocks e fazer os pedidos tendo em conta as necessidades e o período sazonal em que se encontra, pois os artigos da estação são sempre mais baratos. Não fazer pedidos além das necessidades imediatas, pois é mais fácil reciclar produtos do que evitar que eles se estraguem.

Pontualidade – Esta qualidade é indispensável num cozinheiro. Seja para a preparação do serviço diário, ou para apresentar um ou mais banquetes em horários determinados, a leitura do tempo necessário para as várias preparações é muito importante.

Cuidado com os esgotos e sifões – Não deixar que sejam lançados nos esgotos outros artigos ou géneros além de água, para evitar entupimentos ou odores desnecessários, os quais são além de aborrecidos, também perigosos, muitas vezes, para a saúde.

Deve ter preocupação com a manutenção dos equipamentos.

 Descrição de Cargos de Cozinha

 As grandes cozinhas do passado tinham cozinheiros especializados nos diversos cargos, os quais eram conhecidos pelo serviço executado: rotisseur; saucier; grilleur; poissonier, etc. Eram cozinheiros do primeiro escalão que poderemos classificar como 1º Cozinheiro, mas fazendo trabalhos específicos na brigada de cozinha. Por razões de economia, essas posições foram sendo executadas cumulativamente pelo mesmo cozinheiro, de forma a garantir uma exploração económicamente mais viável.

Assim, iremos apenas classificar os cargos pela sua categoria profissional, sem entrar no detalhe do trabalho que lhes é destinado, pois um 1º cozinheiro tanto pode ser garde-manger como executar um cargo de fogão, embora possa ser melhor num do que no outro. Compete ao chefe de cozinha colocar os seus profissionais nas posições onde as suas qualidades possam ser melhor aproveitadas.

Do mesmo modo e pelas mesmas razões, o cargo de subchefe de cozinha está sendo eliminado, sendo designado um 1º cozinheiro, para substituir o chefe nas suas folgas ou impedimentos.

 

 

 AS FUNÇÕES PROFISSIONAIS DA COZINHA

 Chefe de Cozinha

Organiza, coordena, dirige e verifica os trabalhos de cozinha e pastelaria.

Elabora ou contribui para a elaboração das cartas e menus com certa antecedência, tendo em atenção a natureza e o número de pessoas a servir, os víveres existentes ou susceptíveis de aquisição, tendo em vista a época do ano e o preço que vai ser cobrado.

Requisita às secções respectivas os géneros que necessita para a confecção dos ementas escolhidos.

Dá instruções ao pessoal da cozinha sobre a confecção dos pratos, tipos de guarnição e quantidade a servir.

Cria receitas e prepara especialidades de forma a manter o interesse da clientela pelos serviços do restaurante.

Acompanha o andamento do trabalho dos cozinheiros, intervindo directamente na preparação dos pratos e assegurando-se da sua perfeição, qualidade e concordância com a receita base.

Substitui os cozinheiros nas preparações de fogão sempre que tal seja necessário ou aconselhável.

Verifica a ordem e a limpeza de todos os locais e utensílios da cozinha bem como das secções sob a sua responsabilidade.

Estabelece os horários e turnos de trabalho do pessoal sob suas ordens.

Selecciona funcionários e propões a sua admissão para o preenchimento de vagas existentes.

Vigia a apresentação e higiene de todo o pessoal  que dirige.

Mantém em dia todo o material da cozinha e secções anexas.

É responsável pela conservação e boa utilização dos alimentos entregues à sua guarda.

Dá informações sobre as quantidades necessárias às confecções de pratos e ementas.

Pode ser encarregado pelo aprovisionamento da cozinha e de elaborar um registo diário de consumos.

Supervisiona as requisições, bem como a qualidade dos víveres, comparando os seus preços de forma a manter os custos dentro dos padrões aceitáveis à rentabilidade da sua secção.

Deve supervisionar os inventários periódicos das mercadorias existentes na sua secção.

Elabora as escalas de serviço e de folgas de todo o pessoal da sua secção.

É responsável pela distribuição das tarefas inerentes a cada um dos componentes da sua brigada de trabalho.

 1º Cozinheiro

Prepara, tempera e cozinha os alimentos destinados às refeições normais ou extraordinárias, banquetes, etc.

Elabora, ou contribui para a elaboração das ementas, na ausência ou impedimento do chefe.

Recebe os víveres e outros produtos necessários à sua confecção, sendo responsável pela sua conservação e boa utilização.

Prepara os peixes os legumes e as carnes de forma a poderem ser utilizados, e procede à execução das operações culinárias segundo o tipo de pratos a confeccionar.

Emprata e guarnece as iguarias já preparadas.

Pode ter que auxiliar na preparação dos doces, na ausência ou impedimento de pasteleiro, ou prepara sobremesas de fácil concepção, de forma a garantir o serviço normal  para os hóspedes e clientes.

Executa e vela pela limpeza da cozinha, fogões, fornos e utensílios, de forma a manter um alto nível de higiene.

Cuida da sua própria higiene e apresentação, tendo em conta que as funções lhe exigem muito cuidado neste campo.

Colabora no inventário do material da sua secção, de forma a mantê-lo controlado.

Pode ter de substituir qualquer outro colega da mesma secção, na sua falta ou impedimento.

Controla e fiscaliza o serviço do ajudante ou ajudantes que lhe forem designadas pelo chefe de cozinha.

No caso de o funcionamento da cozinha para onde for contratado ter funções específicas ou delimitadas dentro do que atrás foi designado com descripção de outras funções, as mesmas serão especificadas pelo chefe de cozinha.

 


2º Cozinheiro

Prepara tempera e cozinha os alimentos destinados às refeições normais ou extraordinárias, banquetes, etc.

Recebe os víveres e outros produtos necessários à sua confecção, sendo responsável pela sua conservação e boa utilização.

Prepara os peixes, os legumes e as carnes, de forma a poderem ser utilizados e procede à execução das operações culinárias segundo o tipo de pratos a confeccionar.

Emprata e guarnece as iguarias já preparadas.

Pode ter que auxiliar na preparação dos doces, na ausência ou impedimento do pasteleiro, ou preparar sobremesas de fácil concepção de forma a garantir o serviço normal para os hóspedes e clientes.

Executa e zela pela limpeza da cozinha, fogões, fornos e utensílios, de forma a manter um alto nível de higiene.

Cuida da sua própria higiene e apresentação, tendo em conta que as funções, lhe exigem muito cuidado nesse campo.

Colabora no inventário do material de sua secção, de forma a mantê-lo controlado.

Pode ter que substituir qualquer outro colega da sua secção, na sua falta ou impedimento.

Controla e fiscaliza os serviços do ajudante, ou ajudantes, que lhe forem designados pelo chefe de cozinha.

No caso de o funcionamento da cozinha para onde for contratado ter funções específicas ou delimitadas dentro do que atrás foi designado, como descrição de funções, as mesmas serão especificadas pelo chefe de cozinha do sector.

 


Confeiteiro

Confecciona os bolos e doces destinados às refeições dos clientes, bem como as massas e complementos das preparações culinárias.

Prepara as massas e os cremes, xaropes de recheio e as coberturas, de acordo com as receitas próprias, tradicionais ou da região.

Vigia a cozedura dos produtos confeccionados, evitando manter os fornos acesos mais tempo do que necessário.

Procede à decoração dos bolos e suas guarnições.

Faz doces e bolos especiais para banquetes, reuniões ou cerimónias diversas, bem como aqueles próprios de certas épocas ou festividades do ano. Toma especiais cuidados com a conservação dos alimentos em uso na secção pela qual é responsável.

Organiza e colabora nos trabalhos de asseio, higiene e arrumação da sua secção. Limpa as máquinas e utensílios empregados.

Requisita, de acordo com o chefe de cozinha, as matérias primas ou outros produtos da confeitaria.

Procura manter a rentabilidade na secção através de baixos custos operacionais, usando os produtos e frutos da época nas suas preparações.

Procura manter a melhor qualidade, apresentação e variedade, evitando produção exagerada, para o que deve sempre estar informado das necessidades previstas para o dia.

Elabora uma folha diária de produção para efeito estatístico, de controlo e de contabilidade.

Elabora uma folha de entrega de produtos prontos na sua secção, e no momento de receber as devoluções, estas serão anotadas.

Deve colaborar na realização periódica mensal de inventários e existências de mercadoria e utensílios da secção.

Pode, eventualmente, ter que auxiliar na cozinha ou na “roda”, se necessário.

 

Padeiro

Prepara os pães utilizados na confecção das sanduíches e nas refeições e Café da manhã

 

Ajudante  de  Cozinha  

Ajuda os cozinheiros nas suas responsabilidades e, quando já tiver alguma prática de cozinha, pode ser solicitado a auxiliar na confecção de alguns pratos, tendo em vista a sua própria valorização profissional e promoção futura. Pode, eventualmente, ter que substituir o copeiro ou o cafeteiro.  Assume também as responsabilidades inerentes ao auxiliar de cozinha, sempre que tal seja necessário

 

Auxiliar de Cozinha

Faz a limpeza de todos os utensílios usados na confecção dos alimentos, fogões, louças e locais de trabalho.

Ajuda na preparação de peixes e legumes, de forma a poderem ser confeccionados.

Faz o transporte dos víveres desde o armazém ou despensa, para a sua secção.

Auxilia na copa, cafetaria ou pastelaria, ou ajuda os cozinheiros nos seus trabalhos.

Encarrega-se da troca de roupas sujas da cozinha, indo à lavanderia efectuar essa troca por roupa lavada.

 

Copeiro / Cafeteiro

Prepara todo o serviço do Café da manhã (pequeno-almoço em Portugal) e orienta o serviço da copa ou cafetaria para o dia.

Providencia, sob a orientação do chefe de cozinha, para que os estoques necessários ao bom andamento dos serviços estejam em ordem na copa ou cafetaria.

Prepara café, chá, leite e outras bebidas, quentes ou frias, não alcoólicas, sumos de frutas, sanduíches ou torradas.

Dispõe os acompanhamentos para o couvert, manteiga, queijo, compotas ou outro doce, em recipientes próprios.

Pode empratar as sobremesas, as frutas e as saladas.

Auxilia na lavagem das louças e vidros.

Mantém a boa limpeza e apresentação, do material em uso para os serviços inerentes à sua secção.

Pode, eventualmente, ter que fazer serviços de cozinha ou pastelaria e auxiliar também os profissionais destas secções nas suas atribuições normais.

Pode, se necessário, ter que prestar os serviços inerentes ao seu cargo no balcão do snack-bar, coffee-shop ou similar, se ele existir no estabelecimento.

 

  

domingo, 1 de maio de 2022

 

COZINHA VEGETARIANA



VEGETARIANISMO

 

Tendo apresentado aos profissionais, vários tópicos para o entendimento da Cozinha Profissional, da gastronomia e das várias facetas da alimentação, não poderíamos deixar passar em branco uma referência a este tipo de alimentação, que tem os seus adeptos em todo o mundo.

É importante que os profissionais do ramo conheçam algo sobre aqueles que escolheram não se nutrir com alimentos animais, ou preferem uma dieta alternativa.

 A alternativa vegetariana é observada desde as mais remotas idades do homem, tanto por necessidades ambientais, como por práticas religiosas ou imposições de saúde. Na Grécia antiga, o vegetarianismo era praticado, e os Hindus resistem há muitas gerações, consumindo apenas alimentação vegetal. Na Europa, o assunto tem sido tratado com base no que se pode considerar uma reforma dietética e muitas pessoas aderiram já ao vegetarianismo, abolindo completamente a alimentação animal, ou limitando esta ao leite, queijo, manteiga ou ovos.

Os mais convictos, porém, evitam também esses produtos que hoje são perfeitamente substituíveis, com leite de soja, tofu e similares. Mas são muitos, também, os que não se consideram vegetarianos, mas aprovam a redução dos alimentos de origem animal, como uma boa forma de manter a sua saúde física. Ambas as correntes levaram à criação de restaurantes especializados em comida dita vegetariana.

Não é nossa intenção aprovar, criticar ou combater o vegetarianismo, mas uma vez que estamos falando nesta vertente da alimentação, somos forçados a analisá-la com alguma profundidade. E somos forçados a verificar as razões que podem nos levar a entender, porque o homem é preparado fisiologicamente para uma dieta mista.

Todos os animais, por seleção natural e pela natureza do seu habitat, estão estruturalmente adaptados para o tipo de alimentação que melhor serve para a sua nutrição. Este ajuste fisiológico é determinado pela natureza da dentição, pelo comprimento e complexidade do canal digestivo, pelas características do ambiente em que vive, e pela sua constituição particular. O Homem está, na sua estrutura física, tanto dental como dos órgãos digestivos, numa posição intermédia entre os animais de alimentação vegetal e os de alimentação estritamente carnívora, o que o situa como um animal predestinado a uma dieta mista. A raça e o clima são, contudo, fatores importantes para determinar o quanto de carne deve ser inserido na sua ementa. Nas regiões frias, gorduras e hidrocarbonetos são necessários, não apenas para renovar os tecidos gordurosos do organismo, mas também para gerar calor e energia. Nas regiões temperadas, a dieta mista deve ser equilibrada e, em climas quentes, a alimentação fresca de leguminosas e frutas em maior quantidade, é a mais aconselhável.

Verifica-se assim que o clima, e o tipo de constituição individual, são preponderantes para a seleção da dieta a seguir, seja ela vegetariana, mista, ou com preponderância de carnes.

 CONSTITUINTES DA ALIMENTAÇÃO

Parece-nos desnecessário dizer que seja qual for a dieta escolhida, os mesmos constituintes devem estar presentes. Água, féculas ou açúcar, sais e reconstituintes do corpo sólido de um indivíduo, não são menos necessários a uma parte da população do que a outra. A água é acessível a todos, mas vale a pena assinalar que a maior parte dos guias de alimentação vegetariana preponderantemente apresenta sopas, estufados e papas, todos eles alimentos húmidos e contendo bastante água, o que inibe o uso da água para acompanhar o seu consumo. Os vegetais não provocam tanta sede como a carne. Na maior parte das receitas, os condimentos e temperos são também sempre usados com parcimónia.

 AMIDOS OU AÇÚCAR

Estes são alimentos vegetais usados por todos. As únicas pessoas que eventualmente sobrevivem sem eles são as que vivem nas regiões geladas, onde a neve e o gelo inibem as plantas de crescer. Aqui, uma alimentação vegetariana teria que ser abandonada muito rapidamente, pois a luta pela sobrevivência imporia a escolha alimentar a seguir. As farinhas preparadas, como o milho, a araruta e o sagu, podem hoje ser transportadas a longas distancias, mas não garantem por si só, as necessidades de uma alimentação quotidiana, nos difíceis territórios do Ártico ou do Polo Sul.

 GORDURA

 Embora a gordura de carne seja de difícil digestibilidade, e em mercados bem abastecidos possa ser substituída pela manteiga ou óleos alimentares, a ela têm que recorrer os que não têm outras opções. Os cereais apresentam alguma quantidade de gordura, mas outros tipos de alimentos vegetais não têm sequer resíduos desta. Alguns frutos, como as nozes, são também grandes portadores de gordura, tal como a azeitona e o algodão.

 ALBUMINOIDES

 Grandes nutrientes do organismo, os albuminoides estão presentes em quase todos os tipos de vegetais. O glúten nas farinhas, fibras nos cereais, algum nitrogénio em todas as espécies de plantas, todos apresentam albuminoides em maior ou menor quantidade. Os vegetarianos nunca recomendam e poucas vezes usam o pão branco, pelo que conseguem canalizar para o organismo, mais albuminoides do que a maioria da população, através desta sua escolha alimentar.

O grande reservatório deste nutriente, porém, encontra-se no feijão, ervilhas e lentilhas, que são mais ricos em albuminoides do que todas as outras plantas conhecidas.

O macarrão e a semolina, preparados com farinha e água, são também mais ricos em nutrientes do que a farinha branca normalmente usada.

Em algumas das sugestões de receitas que apresentamos, o leite e os ovos podem ser usados, pois não existe contra eles objecção tão grande dos vegetarianos como contra a carne, mas estes poderão também ser abolidos se assim for desejado. Não há dúvida nenhuma em afirmar, que é dos legumes e dos frutos que recebemos as nossas rações de sais minerais, quer a carne faça parte ou não da nossa dieta.

 

Lista de Receitas Vegetarianas

 SOPAS  (Soupes ef Potages)

 Sopas de Legumes (Potages de Légumes)

Sopas Puré de Legumes (Soupes Purée de Légumes)

Sopa de Castanhas Piladas (Soupe aux Marrons Sèchés)

Usar leite de soja em vez do leite comum.

Sopas Creme de Legumes (Soupes Créme de Légumes)

Sopa de Queijo (Soupe de Fromage)

Parmesão ralado; manteiga; ovos; leite de soja e água; cebola cortada fino; papo-seco; sal e pimenta.

Cortar o pão em fatias e deixar secar bem no forno sem torrar. Aquecer a manteiga numa frigideira e fritar a cebola sem deixar escurecer. Juntar o leite e a água  e, quando estiverem quase a ferver , adicionar os ovos levemente batidos, o queijo ralado, sal e pimenta  ao gosto.

Deixar a sopa engrossar um pouco, como um creme ralo, mas sem ferver para evitar que os ovos endureçam.   Colocar o pão numa terrina, com a sopa em cima, e servir.

 ENTRADAS LIGEIRAS (Entrées Légeres)

 Alcachofras Fritas  (Artichauds Frites)

Caril de Feijão (Les Haricots au Curry)

Caril de Legumes (Les Légumes au Curry)

Legumes Albardados

Pudim de Cenouras (Pouding  Crécy)

Massa de cenouras raladas e miolo de pão, amassada com manteiga e molho branco, temperada ao gosto. Colocar em forma untada e cozinhar em banho-maria.( Pode ser feito com outros legumes).

 MASSAS (Pâtes)

Todos os tipos de massas

 

SALADAS (Salades)

Todas as saladas de vegetais

 

ENTRADAS (Entrées)

 Croquetes de Legumes (Croquettes de Légumes)

Papas de Milho com legumes

Pode ser servida natural ou deixar arrefecer, cortar e fritar em pedaços.

Pastéis de Legumes (Petites Pâtes de Légumes)

Polenta

Raviolis

Risottos Diversos

Rissóis de Legumes (Rissoles de Légumes)

Tortas Diversas (Les Tartes au Choix)

Cebola, aipo, cogumelos,tomates, etc.

Legumes  Gratinados (Légumes au Gratin)

 

SANDUÍCHES (Sandwiches)

Tomate; alface; ovos cozidos; queijo fresco; etc.

 


A Coxinha Vegana que pode ser feita com qualquer tipo de legume ou fruta, é um dos alimentos bastante usados neste tipo de culinária

 


Chefs especializados apresentam excelentes pratos de Comida Vegana

SOBREMESAS (Desserts)

 Todos os tipos de frutas.

Queijo fresco (Tofu é uma opção).

Confeitaria - sem manteiga. Usar óleo para substituir. E água em vez de leite.

Crepes - sem ovo e sem leite, com recheios de frutas. Ou cobertos com mel.

Compotas.

Maçãs assadas.

Frutas Secas.

Numa cozinha estritamente vegetariana, podem ser usadas as nozes para dar um acento oleaginoso a algumas receitas de confeitaria. Do mesmo modo, podem ser usadas as castanhas piladas moídas, para fazer massa de pudins e outras pastelarias, como é já feito no sul da Itália e na Córsega.

                                                                                 VEGANISMO

 O termo vegan (“vegano” quando traduzido para o português) foi criado em 1944 pelo britânico Donald Watson e, desde então, o “veganismo” transformou-se em um movimento político, ético e de estilo de vida, ganhando muitos adeptos no calor das revoluções contraculturais da década de 1960. Mas não se trata apenas de abolir a carne da alimentação. Tornar-se vegano significa uma mudança de estilo de vida. Conheça um pouco desse movimento que ganha cada vez mais adeptos, ao ler um texto de André Baioff*, e Amanda Ferreira - Especial para o Correio Brasiliense, postado em 26/08/2018.

 Assim, gostaríamos de deixar claro que Vegetarianismo e Veganismo não significam a mesma coisa e devem sempre ser analisados em si próprios. E para aguçar a sua curiosidade vou transcrever aqui, o início da Postagem que cito.

 “Paul e Stella McCartney, Miley Cyrus, Anne Hathaway, Ariana Grande, Brad Pitt; A lista de famosos veganos é extensa e só tende a crescer. Mais do que deixar de comer carne animal, ser adepto do veganismo significa seguir uma filosofia e um estilo de vida.

Longe do estereótipo de hippies ou comedores de alface, quem segue essa filosofia mostra que é possível, a cada dia, inovar no cardápio. Os adeptos da alimentação vegetariana, por exemplo, somam 30 milhões ; segundo dados de uma pesquisa realizada pelo Ibope e encomendada pela Sociedade Vegetariana Brasileira, realizada em 102 municípios brasileiros. Os resultados mostraram o interesse da população por mais itens veganos (livres de qualquer ingrediente de origem animal): mais da metade dos entrevistados (55%) disse que consumiria mais produtos se eles tivessem informações mais claras na embalagem. Nas capitais, o índice de interessados nesse tipo de alimentação sobe para 65%. “

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