sexta-feira, 3 de junho de 2022

 

ORGANIZAÇÂO EM RESTAURANTES


               Gerenciamento de Cozinhas

O Que é Organização

 

Organização é a combinação dos esforços individuais, tendo como finalidade realizar propósitos colectivos. Através da organização, torna-se possível perseguir e alcançar objetivos inatingíveis para uma só pessoa. Uma grande empresa ou um pequeno empreendimento, um hospital, uma escola ou um restaurante, são exemplos de organizações que por sua vez são formadas por um conjunto de pessoas, máquinas e recursos, entre outros.

Mas a organização de uma empresa pode também ser definida, como a ordenação e agrupamento de atividades e recursos, visando o alcance dos objetivos e resultados estabelecidos.

A estrutura organizacional é o conjunto ordenado das definições de autoridade, responsabilidades, comunicações, decisões, sistemas e circuitos dos diversos departamentos e secções de uma empresa.

O termo “organização” é também usado como sinónimo de configuração, estrutura, ordenação, e eficiência. Nos dicionários da língua portuguesa, aparece com a definição de “ato ou efeito de organizar”.

A organização deve ser entendida como a estrutura através da qual funcionam, sem percalços, erros ou dificuldades, os serviços normais de uma atividade e compreende, além do quadro estrutural de cargos, definidos pelos respectivos títulos, responsabilidades, relações formais, nível de autoridade, atribuições básicas e aspectos culturais, todo o ciclo dos circuitos, tanto de bens como de serviços e produtos, dentro ou fora da empresa, se esta se propõe competir externamente.

A função básica de organização[1] é o estudo e montagem da estrutura que movimentará a movimentação geral, para que esta seja bem definida e possa atender as necessidades e os objetivos estabelecidos, de forma integrada com a organização informal e as estratégias estabelecidas para os resultados finais do empreendimento.

Uma estrutura formal inclui organograma e descrição dos cargos, políticas, sistemas, padrões vigentes para os serviços prestados, manuais de procedimentos ou organização, comunicados e instruções.

 

Estrutura Organizacional

 

Estrutura  organizacional  é o conjunto ordenado das  responsabilidades, autoridade, comunicações e decisões, bem como dos métodos e sistemas que regem e orientam as unidades internas de uma empresa.

Esse trabalho compreende uma atividade que tem por objectivo criar a estrutura inicial para um empreendimento, ou aprimorar a existente de acordo com as necessidades, pois a estrutura organizacional não é estática e, numa empresa moderna, é até por vezes bastante dinâmica, para fazer face às constantes mudanças, tanto gerenciais como de mercado, tendo em conta que a estrutura organizacional deve ser delineada, considerando as funções de administração como um instrumento para facilitar o alcance dos objetivos estabelecidos.

 

O Gerenciamento das Cozinhas

Apresentação do Pessoal

Todo o pessoal de cozinha deve apresentar-se devidamente uniformizado e limpo, sendo da responsabilidade do chefe de cozinha ou do seu substituto, em caso de folga ou impedimento, a fiscalização desta norma.

Sempre que existam dificuldades com a rouparia, para troca ou entrega de uniformes, o chefe de cozinha deve, imediatamente, avisar a direcção, para que elas sejam sanadas.

O director ou o seu preposto, deve tomar essas providências imediatamente, para que a apresentação do pessoal de cozinha e copas, esteja dentro do desejável.

O uniforme deve estar de acordo com os padrões estabelecidos.

(Veja em UNIFORMES os padrões para a cozinha).

 

Apresentação no sector

A apresentação dos cozinheiros no sector deve ser feita, até, no máximo, 10 minutos após a hora indicada, para início do seu período de trabalho. O cozinheiro deve cumprimentar os seus colegas e chefe, ou supervisor (e vice-versa). Deve procurar saber se há algum serviço, fora daqueles que lhe são correspondentes e tomará conhecimento de alterações que possam existir em relação à sua rotina.

 

Arrumação dos utensílios e prateleiras

A arrumação dos utensílios e prateleiras deve ser mantida de forma a que se faça uma rápida identificação, dos materiais ou utensílios, sempre que for necessário.

Compete ao chefe de cozinha designar os lugares dos vários objectos a arrumar, e compete aos cozinheiros responsáveis pelos vários sectores da cozinha, manter cada coisa no lugar que lhe foi destinado, habituando o seu pessoal  a cumprir essa rotina.

 

Arrumação das câmaras, frigoríficos e congeladores

A arrumação de produtos, nas câmaras, frigoríficos e congeladores, não poderá, em hipótese alguma, ser feita em recipientes de alumínio ou metal, caixas de madeira ou papelão, ou latas de folha. Devem ser usados apenas recipientes de plástico para o efeito. A cozinha deve dispor sempre de recipientes de plástico em vários tamanhos, para armazenar os produtos, para os conservar e transportar.

Os alimentos preparados com antecedência, não podem ficar descobertos ou destapados.

Não deverá ser permitido, colocar recipientes sem tampa, uns sobre os outros.

A carne moída não pode ser guardada por mais de 24 horas, pelo que deve ser moída de cada vez, apenas o necessário para o consumo.

Os derivados de leite, deverão ter um lugar fixo, ao lado dos frios.

Os peixes e crustáceos, deverão ser guardados num congelador próprio.

As aves não devem ser guardadas juntamente com as outras carnes, para evitar a transmissão de salmonelas.

(Deve ser explicado o que são salmonelas, através de um curso de higiene e sanidade disponível no estabelecimento).

 

Ementas e sugestões

(Ver EMENTAS, na secção própria do manual).

 

Cartão de ponto

A marcação deve ser obrigatória: Para a refeição, à chegada e à saída.

Confecção dos Alimentos

A confecção dos pratos que constams do ementa, deve obedecer às especificações inerentes ao mesmo, de acordo com as receitas, da culinária tradicional.

A qualidade das matérias primas, intervenientes na receita, deve ser a melhor, e nuncadeverá obedecer ao  desejo, ou à necessidade, de comprar mais barato.

A preparação dos pratos deve ser feita exactamente como solicitado pelo cliente, pelo que o chefe de cozinha, deve ter o maior cuidado em prestar ao pessoal de sala, através do chefe de mesa, ou de um quadro especial afixado, todas as informações sobre as faltas ou restrições eventuais de materiais, para que estes possam evitar pedidos, sem possibilidade de sequência.

Na confecção de alimentos devem seguir-se todas as normas de higiene e sanidade.

 

Controlo dos custos

Compete ao chefe de cozinha, garantir um eficaz controlo dos custos, em todos os sectores sob a sua supervisão, através de

Orientação ao Pessoal para Controlo dos desperdícios

Minimisar as Despesas com materiais e utensílios, através de cuidados com o manuseio e manutenção.

Desinfestação

A desinfestação das copas, cozinhas, restaurante e outros departamentos, incluindo vestiários, deve ser feita com a maior frequência (três a quatro vezes por ano, no mínimo). Oito dias antes da desinfestação, pelo menos, deve ser feito um aviso escrito, com distribuição a todos os sectores e afixação na portaria de serviço para que todos tomem as providências cabíveis de guarda de alimentos e vestuário, bem como no caso do pessoal, para que este deixe os armários abertos. Este aviso deve ser feito pelo departamento de pessoal e responsáveis pelo acompanhamento dos serviços.

 

Disciplina

Os supervisores detestam abordar a questão da disciplina e o pessoal nem quer ouvir falar no assunto. Este posicionamento vem do facto de a disciplina ter sido mal interpretada e mal aplicada, induzindo a maior parte das pessoas a associá-la a falta de liberdade ou a punições.

Eis algumas idéias acerca de disciplina, que não correspondem à realidade:

   a disciplina é uma forma de castigo.

   mandar significa que todos têm de fazer o que o lider diz.

   quem for “bonzinho” para o pessoal não precisa de disciplina.

   todas as situações disciplinares são tratadas da mesma maneira.

Análise  da disciplina

Todos os esforços desenvolvidos no sentido de inculcar disciplina nas empresas, visam a manutenção de padrões razoáveis de atitudes e serviços, o que beneficia os próprios empregados.

É importante que os supervisores comecem por analisar as normas e verificar a sua  aplicabilidade, evitando manter ou impor normas que sejam frequentemente ignoradas, por não se adaptarem às necessidades. Se o supervisor verificar que as normas são razoáveis e que, uma vez seguidas, irão facilitar o serviço ou a convivência, deve começar por explicar e justificar estas normas aos empregados. A forma comprometida como estes as aceitarem e seguirem no seu dia-a-dia, será uma atitude de disciplina.

Quanto mais se ativerem às normas, menores serão os problemas disciplinares, e um apoio positivo do supervisor à atitude dos empregados, tornará a disciplina um jogo agradável para ambas as partes.

 

Pedido de Serviços

Também chamado comanda, é o documento emitido pelo pessoal de restaurante para obter, na cozinha ou copa, os artigos inerentes aos pedidos dos clientes. Uma cópia é entregue na cozinha, na copa, ou na cave de dia, outra no caixa e a terceira via fica com o emissor, para poder fazer o serviço, de acordo com o solicitado pelo cliente. As duas primeiras vias (as quais são casadas no controlo),servem para se fazer uma conferência, não podendo apresentar rasuras ou divergências no seu texto.

Emergências

Todos os empregados devem ser preparados, para agir em caso de emergência, cabendo ao Gerente a responsabilidade de fornecer a formação adequada, através do sector de segurança da unidade.

Equipamentos

Os equipamentos devem ser tratados com cuidado, seguindo o que dizem os manuais, de forma a evitar acidentes ou desgaste prematuro.

As normas abaixo apresentadas devem ser difundidas entre os empregados:

   manusear os equipamentos com cuidado, para evitar reposições constantes.

   arrumar os equipamentos que não está usando, em uma bancada de apoio.

   verificar a temperatura das câmaras e, manter estas, sempre bem limpas.

   manter a temperatura de câmaras e freezers, regulada para cada produto.

   evitar que os queimadores de gás, fiquem acesos desnecessariamente.

   no final de cada turno de trabalho, deve ser feita uma limpeza geral na cozinha e áreas anexas, incluindo máquinas e equipamentos (Ver LIMPEZA DA COZINHA).

 

Estoques e arrumação dos produtos

Os estoques devem ser mantidos tendo em conta os consumos normais da secção. O estoque máximo deve igualar o consumo médio de uma semana, o estoque mínimo, o consumo de três dias. Deve haver cuidado, para evitar aumento ou deterioração, bem como permanência de produtos sem consumo por longos períodos.

 

Ficha de prato

A ficha de prato ou ficha técnica, é a receita padronizada, elaborada pelo chefe de cozinha.

Partindo desta receita, com base nos produtos para a sua preparação e nos seus preços, deve ser elaborada a ficha de custo, com a qual se pode estabelecer o preço de venda adequado ao restaurante.

A elaboração da ficha técnica é da responsabilidade da direcção-geral, que delegará e formará para a sua elaboração, quem achar mais adequado.

Todos os estabelecimentos devem ter fichas técnicas dos seus pratos.

Higiene e sanidade

A excelência na higiene é um aspecto fundamental, em todos os locais onde são manipulados ou armazenados alimentos, razão por que a limpeza é tão importante na cozinha. Mas a higiene não implica apenas uma limpeza impecável: implica ainda, o arejamento, a desinfestação, verificação de prazos de validade e cuidados na armazenagem, evitando a existência de produtos tóxicos perto de alimentos.

Um tratamento sanitário de qualidade evitará a contaminação dos alimentos e as doenças.

Manter as condições sanitárias é um trabalho de todos, mas deve ser uma preocupação constante do pessoal de cozinha, que deve seguir as seguintes normas:

   lavar as mãos depois de fumar, espirrar, comer ou ir ao quarto de banho;

   não trabalhar em áreas contaminadas, ou se estiver doente;

   usar utensílios e não as mãos, para manipular alimentos;

   manter os alimentos na embalagem própria e, não destruir os rótulos;

   verificar a temperatura das câmaras e, manter estas bem limpas;

   limpar e desinfectar todas as áreas de trabalho, ao fim de cada turno;

   manter as áreas de lixo limpas. depositar o lixo, em lixeiras com tampa;

   guardar os alimentos tapados, mesmo nas câmaras frigoríficas;

   não guardar carne, peixe e frangos, no mesmo freezer.

O estabelecimento deve dispor de um curso completo de higiene e sanidade.

 

Inventários

Mensalmente, devem ser feitos inventários, nas cozinhas, caves, copas e outros sectores de consumo, dos géneros e dos estoques de materiais, de uso permanente, sempre com a presença dos chefes de sector e de um representante da área administrativa.

 

Kit de primeiros socorros

Na área de cozinha e copas, deve existir uma caixa de primeiros socorros.

Os primeiros socorros deverão ser prestados a qualquer pessoa, seja ou não do sector. Para isso, só é necessário ter alguns conhecimentos, além da boa-vontade (deve existir um curso de primeiros socorros disponível no estabelecimento).

Qualquer empregado pode precisar desses conhecimentos. Até na sua casa, ou para ajudar os seus vizinhos.

É muito importante o conhecimento do que pode ser feito, a quem recorrer e como evitar o perigo.

 

Limpeza da cozinha

A limpeza das áreas de trabalho deve ser impecável e constante.

No final de cada turno de trabalho, deverá ser feita uma limpeza geral na cozinha e áreas anexas, incluindo máquinas e outros equipamentos.

Os fogões, fornos, chapas, queimadores, placas etc., devem ser bem limpos.

Devem ser removidos detritos e sujidades dos equipamentos e áreas de serviço.

As fritadeiras devem ser bem limpas, e o óleo existente  deve ser verificado.

Os gratinadores e salamandras devem ser limpos e o seu funcionamento.deve ser verificado

Recorrendo a água quente e aos materiais de limpeza indicados, devem ser limpos:

• balcões e pisos;

• prateleiras, cubas e pias de lavagem;

• paredes e azulejos.

 

Limpeza das câmaras, congeladores e frigoríficos

Independentemente da manutenção diária, é aconselhável que uma vez por semana, em dia indicado pelo chefe de cozinha, seja feita uma limpeza geral dos frigoríficos, congeladores e câmaras frigoríficas, com verificação do estado dos artigos ali armazenados e datas de validade para os que a tiverem, com lavagem geral das mesmas. Deve tomar-se imediatamente uma decisão para os artigos que se apresentarem fora da validade ou com aspecto de conservação duvidoso.

 

Limpeza das hotes

A limpeza das hotes e das condutas a estas ligadas, deve ser uma das grandes preocupações do chefe de cozinha, pois além do aspecto desagradável de sujidade, é também necessário prevenir riscos de incêndio.

Sugere-se um modelo: uma vez por semana, sábados das 15 às 16 horas.

Deve ser feita a limpeza das hotes e substituição dos filtros com ajuda do pessoal da manutenção, que tem a responsabilidade por este trabalho.

 

Limpeza dos ralos

Para o bom funcionamento de uma cozinha, bem como para a sua limpeza, é muito importante que os ralos estejam em perfeito funcionamento e desentupidos.

O chefe de cozinha deve solicitar à manutenção, frequentes inspecções destes.

Lixos

O lixo é um perigoso transmissor de doenças e, pela sua natureza, atrai para os locais onde se encontra, variados tipos de insectos, também eles veículos de transmissão de perigosos males.

Os recipientes do lixo devem ser mantidos nos locais fixos e previamente designados, sempre com um saco de plástico dentro, para facilitar a remoção final.

-  Devem ser conservados tapados, sempre que não estiverem em uso.

-  Manter as áreas de lixo limpas.

-  Evitar acumular grandes quantidades de lixo.

-  Depositar o lixo em lixeiras com tampa.

-  Limpar e desinfectar os locais onde o lixo seja armazenado, ainda que por pouco tempo.

-   

Manutenção geral

Compete ao chefe de cozinha garantir a manutenção daquele local, sempre que sejs necessário e supervisionar o funcionamento e o manuseio de todas as máquinas e equipamentos em serviço na sua secção.

Deve ser mantido um esquema de manutenção preventiva, previamente estabelecido e coordenado em conjunto pelos chefes de cozinha e de manutenção.

A seguir apresenta-se um esboço de plano, que pode facilitar esse trabalho:

No primeiro sábado de cada mês:

   revisão geral dos equipamentos da cozinha, câmaras, frigoríficos.

• revisão de exaustores, fornos, batedeiras, fogões, cortadores de frios, gratinadores etc.

  poderão também ser revistas as tomadas, lâmpadas e outros aparelhos eléctricos.

 

Normas gerais

As cubas deverão estar sempre limpas e observadas as regras de sanidade.

A lavagem das baterias de cozinha, não poderá ser feita, juntamente com louças de cerâmica ou travessas.

Utensílios como liquidificadores, espremedores etc., deverão ser lavados de cada vez que se mudar o produto neles processado e ao final do turno.

Nos congeladores de carne, peixe e aves, não será permitido sob qualquer pretexto, a colocação de outros produtos.

Os frigoríficos deverão ser desligados, para limpeza, uma vez por semana,  seguindo o critério de desligar no último turno de sexta-feira, para limpeza ao sábado.

Os dias e horários indicados, servirão também para limpeza geral e manutenção.

A lavagem de louças, deve ser feita, com água, à temperatura entre 65º e 70ºC.

Os doseadores de produto de lavagem devem estar sempre regulados, para bom aproveitamento em qualidade e consumo.

No fim de cada turno, devem ser seguidos os seguintes procedimentos:

• remover todas as sujidades e restos de comida, das cubas em que se estiver procedendo às lavagens.

  usar sempre água bem quente e produtos de lavagem indicados.

• usar o material de limpeza de acordo com as instruções, com respeito  pelas quantidades.

• empilhar as louças, de acordo com seu tipo e tamanho.

  os materiais prateados, devem ser revistos após a lavagem e, se necessário, devem ser alvo de uma nova limpeza, para melhorar o brilho.

Todas as normas de limpeza geral, manutenção, uniformes ou outras, aplicadas na cozinha e copas, são aplicáveis às caves de dia.

Para os casos omissos, cada director estabelecerá normas, que vigorarão no seu estabelecimento.

 

Organização geral

Uma boa organização é importante para a obtenção de resultados, bem como chegar às metas ou objectivos propostos. Ela começa numa boa distribuição do quadro de pessoal e termina numa boa distribuição de serviços e responsabilidades. Compete ao chefe de cozinha vigiar e manter uma boa organização neste sector.

Pedidos e requisições

Não haverá pedidos de materiais ou produtos sem que seja feita uma requisição.

As requisições devem de conter, além do nome, os códigos de materiais. Deverão ser legíveis e mostrar todos os dados que permitam a identificação da mercadoria.

• Não devem apresentar rasuras ou emendas.

• Devem estar assinadas pelo chefe da secção ou seu preposto, que deve ter funções de supervisão.

• As mercadorias não entregues, devem constar com esta indicação e não poderão ficar em pendência para entrega futura.

• As bebidas para serviço, devem ser diferentes das vendidas no bar.

 

Pessoal

Devem existir normas de conhecimento geral para os seguintes aspectos:

·  admissão de pessoal,

·  vagas a preencher,

·  fichas de avaliação,

·  penalizações e demissões,

·  reuniões com o pessoal.

 

Prazos de validade

Nunca é demais alertar para os cuidados a ter na verificação periódica de prazos de validade, sobretudo do que diz respeito à  alimentação.

A verificação dos prazos de validade deve ser feita na despensa ou no sector de destino, no momento do recebimento e, como norma geral, uma vez por semana, em todos os sectores.

Prevenção de acidentes

O acidente é o mais perigoso inimigo de quem trabalha.

Devem ser evitadas todas as causas de acidente ou de incêndio, pelo que o pessoal deve ser habituado a cumprir os seguintes preceitos:

·  não armazenar produtos inflamáveis, perto de quadros de energia, ou de caldeiras.

·  não amontoar ou guardar papéis, plásticos ou papelão, nas áreas de trabalho.

·  evitar obstruir com caixas ou semelhantes, as passagens ou rotas de fuga, para o caso de incêndio.

·  não deixar líquidos ou gorduras no chão, sem limpar e evitar os pisos escorregadios.

·  abrir portas vaivém, devagar e com as mãos.

·  não sobrecarregar, recipientes ou bandejas.

·  remover, imediatamente, líquidos ou sujidades derramados.

·  manejar com cuidado, facas, garrafas ou líquidos muito quentes.

·  fumar apenas nos lugares indicados.

·  evitar correr (andar apenas e não perder tempo).

 

Prevenção de incêndio

Muitos incêndios originam-se na área de alimentos e bebidas, sobretudo nas cozinhas e copas. São o resultado de negligência, falta de cuidado, ou de atenção às possíveis causas.

Seguem-se alguns elementos que provocam incêndio:

   grandes quantidades de óleo inflamável e gordura.

   fios gastos ou desencapados.

   pontas de cigarro.

   queimadores de fogão deixados acesos.

   excesso de gordura nas coifas e fogões.

A maioria dos incêndios pode ser prevenida com as seguintes normas:

   verificar quadros de energia e detectar fios gastos ou desencapados.

   retirar material inflamável, de perto das áreas de calor.

   não sobrecarregar circuitos eléctricos.

   colocar cinzeiros suficientes e bem distribuídos.

   relatar a existência de fios soltos ou desencapados.

   desligar conexões ou equipamentos defeituosos.

   tomar cuidado, ao acender bicos de gás ou queimadores de álcool e ao manusear álcool perto destes dispositivos.

   fumar apenas nos locais indicados.

  desligar todos os equipamentos e queimadores, quando não estiverem sendo usados, ou durante o período do fechamento.

 

Primeiros socorros

 (Deve existir um curso de primeiros socorros, disponível no estabelecimento).

Veja o que dizemos sobre pedir ajuda aos Bombeiros Voluntários da sua área para esta formação ao pessoal.

 

Responsabilidade

 

A responsabilidade pela cozinha e copas é do chefe de cozinha, devendo este supervisionar as suas equipas, dar apoio e ministrar formação, fazer escalas e distribuir tarefas, manter a disciplina e zelar pelo cumprimento das normas, vigiar a apresentação e a limpeza dos uniformes, bem como a mise-en-place e a qualidade da preparação, dos pratos e do serviço. Na ausência do chefe de cozinha, estas funções são exercidas pelo substituto natural, ou designado.

Antes do início de cada período de serviço e de cada período de refeição, compete ao chefe de cozinha verificar o estágio de adiantamento da mise-en-place e preparação dos diversos pratos da ementa, ou carta, e toma as providências necessárias, para que o serviço decorra em ordem.

Mensalmente, o chefe de cozinha deve orientar o inventário de todos os materiais, em uso ou para consumo, que se encontrem sob sua supervisão, dando apoio ao representante do órgão de controlo, no escritório.

O armazenamento e a arrumação de todos os materiais deve ser cuidada e verificada pelo chefe de cozinha.

Segurança

Independentemente dos cuidados a ter na prevenção de acidentes, existem outras normas de segurança que todos devem conhecer:

Compete à gerência ou direção e às chefias, garantir as acções de formação necessárias para a segurança dos empregados e dos clientes.

Formação

Para que o pessoal que trabalha na cozinha tenha um bom conhecimento das normas e procedimentos, das especificações, políticas, rotinas, leis e posturas que regem o sector em que trabalham, bem como as técnicas inerentes ao serviço, higiene e sanidade, segurança e prevenção de acidentes, é importante que recebam formação adequada, relativamente a estes aspectos, logo na altura da admissão e antes do início do seu trabalho na secção.

Compete ao chefe de cozinha, manter a qualidade da formação na altura da admissão, através da reciclagem e nas acções postas em prática, com vista à valorização e promoção do seu pessoal.

Sempre que o chefe de cozinha, notar que os erros do pessoal de sala são excessivos, seja nos pedidos, seja no preenchimento dos pedidos (ou sempre que houver mudança de cartas), deve solicitar uma pequena reunião, para que seja dado conhecimento dos novos pratos, ou para revisão dos erros ou falhas, cometidos nos períodos anteriores.

Uniformes

A apresentação dos uniformes deve ser impecável, cabendo aos chefes evitar que os empregados que  não estão devidamente uniformizados se apresentem ao serviço.

O crachá é parte integrante do uniforme e como tal deve ser sempre usado.

Os uniformes devem obedecer ao padrão estabelecido, o qual pode ser o seguinte:

CHEFE DE COZINHA                                COZINHEIROS E CONFEITEIROS

                 Calça branca                                                Calça Xadrez

Blusa de manga comprida, branca                             Blusa branca, manga comprida

                                                                         Verão – Blusa branca, manga curta

     Chapéu branco                                                      Chapéu branco

Lenço e avental branco                                                       Avental branco

Sapato branco                                                                       Bota de acordo com a lei

Todos os uniformes devem ser entregues, por troca, na rouparia, no momento da lavagem. A periodicidade, das lavagens de uniforme, deve ser estabelecida pela direcção para cada sector, tendo em conta todas as premissas e analisadas todas as necessidades. Para casos em que não seja possível fazer todas as lavagens desejadas pelos funcionários, estes podem ser autorizados a cuidar, eles próprios, do seu uniforme.

CUSTOS DE ALIMENTAÇÃO

 

Controlo dos Custos

Compete ao chefe de cozinha garantir os custos nos sectores sob a sua supervisão, pelo que lhe cabe controlar os custos dos alimentos, através de uma boa estrutura de ementas e da formação do seu pessoal, na compreensão da melhor forma de aproveitar e manipular os géneros e materiais utilizados no sector.

O chefe da cozinha deve também transferir ao maitre e pessoal de sala, o sentimento e os conhecimentos que lhes permitam controlar os custos e as despesas adicionais na sua área, seja restaurante ou coffee-shop.

Os custos, porém, não são se baseiam apenas numa gestão sábia e profissional, em tudo que se prepare. Os bons preços de compra das mercadorias e a sua qualidade  ajudam bastante. Tal consegue-se através de uma pesquisa de mercado adequada, tão ampla quanto as quantidades a comprar e o tempo disponível.

O gerente do estabelecimento, deve informar a todos os chefes e supervisores o índice de custos, para que cada um possa trabalhar na sua área, a estrutura de custos e despesas.

Controle dos desperdícios

No ambito da alimentação, os custos são altos e o retorno pequeno. Se os custos e despesas se tornarem muito grandes, não poderá haver lucro. Muitos restaurantes deixam de funcionar, por não olharem correctamente os seus custos.

Para manter os custos e asdespesas dentro de padrões aceitáveis, é preciso  controlá-los, e todos os empregados que trabalham no sector podem dar a sua ajuda, evitando despesas desnecessárias.

Os custos, podem ser minimizados, através da eliminação dos desperdícios, nas várias etapas do processo: recebimento/armazenamento/preparação/serviço.

Orientação para controlo dos desperdícios

• Preparar alimentos só em quantidades necessárias para o serviço imediato.

No caso de buffets com pratos quentes, é preciso evitar preparar grandes quanti- dades de uma vez e fazer apenas o que for sendo necessário para reposição, pois esta atitude, além de evitar desperdícios, melhora a qualidade da comida que está a ser consumida. É aconselhável um cozinheiro no buffet, para reposição.

• Manter as áreas de arrumação fechadas, quando não estiverem em uso e, os estoques no mínimo necessário.

• Exigir pedidos escritos de maneira legível e correcta.

• Dividir os alimentos em porções, de acordo com o indicado nas receitas.

• Ao preparar os pedidos, há que verificar o tamanho das porções, as quantidades, o acompanhamento e a  temperatura correctas.

• Reutilizar todos os produtos que seja possível, para evitar desperdício.

• Manter a temperatura das câmaras e congeladores, regulada para cada produto.

 

DESPESAS COM MATERIAIS E UTENSÍLIOS

 

Os materiais e utensílios usados no serviço de cozinha representam um inves- timento considerável (todos os funcionários devem saber o preço de cada peça).

As despesas inerentes podem ser controladas, reduzindo-se a quebra.

Será interessante divulgar no sector um conjunto de instruções como o que sugerimos.

Siga as instruções abaixo:

• Empilhar travessas e outros materiais de serviço, de acordo com o tipo e tamanho.

• Arrumar os equipamentos que não estejam a ser usados, numa bancada de apoio.

• Nunca arremessar ou amontoar travessas ou outros materiais.

• Transportar correctamente bandejas equilibradas.

• Manusear os equipamentos com cuidado, para evitar reposições desnecessárias.

• Evitar que os queimadores de gás fiquem acesos, desnecessariamente.

• Usar material de limpeza de acordo com as instruções do rótulo, sobretudo quanto às quantidades.

• Dar preferência a materiais de fácil manutenção.

• Carregar bandejas com cuidado, para evitar quedas.

 

PREÇOS

Preços  de  compra

 

Os preços de compra devem ser estabelecidos através de uma pesquisa de mercado, que será tão ampla quanto as quantidades a comprar e o tempo disponível  para isso.
O economato  deve  efectuar uma  pesquisa mensal dos itens de maior consumo (curva A/B/C). por  amostragem, informando-se dos  preços médios de mercado  para  sua orientação.

O chefe de cozinha deve ter  conhecimento de todos os preços das mercadorias usadas no seu  departamento, assinando as respectivas facturas.

 

Preços  de  venda

 

Descontos  ou  Condições  Especiais

Quaisquer descontos ou condições especiais fora do que estiver estabelecido no manual de  banquetes, consoante o caso, carecem da aprovação do gerente ou director, que deve seguir o indicado nos  procedimentos  inerentes.

 

Posicionamento  Perante a Concorrência

O estabelecimento deve ter a sua política  própria e bem definida , procurando criar, manter e dar  satisfação à sua clientela, evitando entrar na perigosa competição de preços para conquistar clientes.

Sempre que um preço especial for estudado, isto deve  acontecer em função  do interesse que o estabelecimento possa ter no evento ou cliente em causa, e não do preço menor apresentado pela concorrência. Em muitos casos, o cliente busca apenas um preço mais baixo, em  vez de qualidade.

Ao obter melhor preço, vai  com ele ao concorrente, para conseguir um desconto maior.       

Esse não deve ser o objectivo nem a política de um estabelecimento de qualidade.
No caso de restaurante, o  preço não deve sobrepor-se à  qualidade (baixar preço e servir qualquer coisa), cabendo ao chefe de cozinha, encontrar o equilíbrio desejado.
O preço de venda dos ementas deve ter em conta o prato servido, a qualidade deste, o mercado e o lucro presumível; para isso, a  confecção dos pratos deve obedecer às especificações inerentes ao mesmo, de acordo com as receitas da culinária tradicional.
A qualidade das matérias primas intervenientes na receita deve ser a melhor, nada  tendo a ver com  o desejo de comprar mais  barato.

 

Preços  de  Banquetes

 

Os preços a praticar para os vários tipos de banquetes, devem constar de um “Manual de Banquetes” aprovado pela gerência e usado, também, pelo pessoal de vendas da empresa, se este existir.

Qualquer outro arranjo deve ser estudado pelo gerente, que analisará as suas possibilidades  e o seu  interêsse em fazer algum preço especial.

 

Preços  de  Carta ou Ementa

 

A política de preços é definida pela administração, mas o director ou gerente pode e deve dar a sua opinião, sempre que julgar necessário,  propondo o que achar mais adequado às condições do mercado ou do momento. Para os preços da carta, tanto o chefe de cozinha como o chefe de mesa devem ser chamados a dar a sua opinião e a contribuir com pesquisas de mercado. Os preços devem ser  elaborados de forma a terem dezenas ou  meias-dezenas  fechadas e, nunca, números quebrados.



[1] A disciplina que estuda, analisa, acompanha e implanta a organização numa empresa é designada por O&M ou OSM. Os Sectores que desempenham essas funções são os de Organização e Métodos.

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