Entender e
Praticar a Hospitalidade
Como Ela se Define
A
hospitalidade envolve trocas, encontros, o ato do ir e vir, de receber e dar,
do dom e da dádiva entre seres humanos, e não somente como meros atendentes e
serviçais.
É
o respeito entre pessoas como indivíduos.
Se procurarmos uma
definição de hospitalidade, condizente com o significado da palavra, em
linguagem hoteleira, precisamos vê-la sob múltiplos pontos de vista; o do hóspede,
dos operadores e o papel que a tecnologia desempenha. Do ponto de vista do
hóspede, define um serviço cuidado, ambiente acolhedor e comida saborosa.
Considerando que os operadores vêm a hospitalidade como uma receita que leva à
repetição de negócios, é como tal que deve ser considerada. Embora a tecnologia
exerça um grande papel na hospitalidade atualmente, não poderemos esquecer que
a grande força por detrás, ainda é o ser humano e, como tal, a preparação deste
para a responsabilidade que lhe é entregue, deve ser sempre analisada e
valorizada.
Quem oferece a
verdadeira hospitalidade “sente-a”, e fica feliz em saber que seus hóspedes
estão satisfeitos e que as suas expectativas foram atendidas. No entanto, esta
não termina com a experiência de chegada, pois as expectativas dos hóspedes são
definidas na sua estadia completa.
Compreender as
diferenças culturais, é crucial para fornecer um bom atendimento ao cliente em
hotelaria. Os profissionais de um hotel devem estar cientes do facto de que
algumas culturas podem ter expectativas diferentes em relação ao espaço pessoal
e podem ser mais reservadas ou formais nas suas interações com outras pessoas.
Isso inclui a compreensão das diferenças na linguagem corporal, níveis
apropriados de toque físico e contato visual. Ao compreender estas diferenças
culturais, os profissionais de hotelaria podem evitar qualquer ofensa ou
desconforto não intencional no atendimento aos hóspedes.
Outro exemplo de
diferenças culturais a ter em conta, é o uso de nomes e títulos. Em algumas
culturas, é importante usar títulos formais ao dirigir-se a alguém, enquanto em
outras, usar os primeiros nomes é mais apropriado. Estar ciente dessas
diferenças e usar as formas indicadas de tratamento pode ajudar a construir
confiança e respeito com hóspedes de diferentes culturas.
Além disso,
compreender as diferenças culturais também pode incluir estar ciente e
respeitar as práticas e crenças religiosas, bem como os valores pessoais.
O que é
consciência cultural?
Consciência cultural
é a sensibilidade e o reconhecimento de que existem diferenças culturais ou não
semelhanças entre diferentes regiões e erudições do planeta, e a utilização
dessa sensibilidade para criar formas de comunicação e respeito por essas
diferenças, se apresenta como um grande auxiliar da hospitalidade. Os aspectos
que distinguem as culturas podem incluir comportamentos, os alimentos e a maneira
como são consumidos, onde e quando praticam a sua religião, como se comunicam e
os seus antecedentes educacionais ou socioeconómicos.
Essas diferenças
culturais podem surgir com uma vasta gama de interações e requisitos com
clientes e funcionários, e é aí que muitas empresas podem melhorar.
Por que é
importante diferenciar na hospitalidade?
Num mundo
multicultural, é importante que todos os clientes se sintam seguros, bem-vindos
e respeitados em qualquer serviço, cada uma merecendo o mesmo nível de respeito
e acessibilidade que qualquer outro.
Ao atender a todas as
culturas, você pode expandir o alcance de seus clientes e permitir o acesso de
mais ainda, além de evitar a discriminação no local de trabalho.
Como a
hospitalidade contribui para a sensibilidade cultural?
É importante reservar
um tempo para se inteirar completamente sobre a questão da consciência
cultural, e existem alguns fatores que podem ser implementados no trabalho de
hotelaria sem grande esforço, para uma melhor experiência dos funcionários e
dos clientes.
A sensibilidade
cultural envolve o respeito aos costumes e tradições das pessoas. Isso pode se
estender a restrições alimentares, práticas religiosas ou até mesmo organização
de quartos. Deve incluir a evitação dos gestos, atitudes ou risadinhas furtivas
dos funcionários, perante o que para eles é novo ou inusual, pelo que um
treinamento sobre o assunto pode ser bem-vindo, para a carreira profissional
destes.
1. Abraçando a Diversidade
Abraçar a diversidade
é um aspecto essencial da sensibilidade cultural. Ao receber hóspedes de
diferentes origens e culturas, um hotel pode criar um ambiente mais inclusivo e
harmonioso para todos os hóspedes. Isso pode levar ao aumento da satisfação destes
e à repetição de negócios. Outro aspecto de abraçar a diversidade é criar um
ambiente inclusivo para hóspedes com deficiência, sendo acessível às
necessidades destes, tais como fornecer quartos e instalações adaptadas ao seu
uso. Além disso, abraçar a diversidade também inclui valorizar e respeitar as
origens culturais de todos os hóspedes, independentemente de raça, etnia,
religião ou orientação sexual. A hotelaria não coloca restrições de origem ou
de qualquer outro tipo. Ser hoteleiro significa ter a mente aberta e um grande
coração. A origem do nome surge de “hospedale”, que também engloba
“hospital” e conduz portanto, a “portas abertas para quem precisar”.
A sensibilidade
cultural é crucial para o sucesso na indústria hoteleira, pois garante que
hóspedes de diferentes origens se sintam confortáveis e respeitados. Ao
compreender as diferenças culturais, fornecer serviços personalizados, adaptar
estilos de comunicação, respeitar costumes e tradições, fornecer comodidades
culturais específicas, formar funcionários em sensibilidade cultural e abraçar
a diversidade num hotel, pode melhorar significativamente a experiência do
hóspede e construir uma reputação positiva.
2. Fornecimento de
serviços personalizados:
Se os hóspedes
habituais representam determinada cultura, personalizar os serviços para
atender às suas necessidades específicas, pode melhorar muito a sua
experiência. Um hotel pode oferecer opções de comida e ao prestar serviços
personalizados, mostra que compreende e respeita as necessidades culturais dos
seus hóspedes.
Outro exemplo de prestação de serviços personalizados é oferecer assistência linguística para hóspedes que não falam fluentemente o idioma local. Isso pode incluir funcionários que falam vários idiomas, fornecimento de materiais traduzidos ou assistência linguística disponível por telefone ou recursos on-line. Ao fornecer assistência linguística, os hóspedes podem compreender e navegar melhor pelos serviços e comodidades oferecidos pelo hotel.
Além disso, a
prestação de serviços personalizados também pode incluir a oferta de
comodidades específicas da cultura, e isso pode ajudar estes a se sentirem mais
confortáveis e conectados à sua própria cultura enquanto viajam.
Adaptar os estilos de
comunicação à cultura dos hóspedes pode ajudar a construir confiança e melhorar
as interações. Algumas culturas podem preferir a comunicação indireta, enquanto
outras preferem a comunicação direta. Ao estar ciente destas diferenças e
adaptar o seu estilo de comunicação em conformidade, colocando informações por
escrito ou através de canais de voz, os hoteleiros podem garantir que as suas
interações com os hóspedes são claras e eficazes.
Outro aspecto da
adaptação dos estilos de comunicação é estar atento e respeitar a comunicação
não-verbal. Por exemplo, algumas culturas podem ter normas diferentes para
contato visual, toque físico ou uso de gestos. Ao compreender essas diferenças
e adaptar-se de acordo, a equipe pode evitar qualquer ofensa ou desconforto não
intencional para os seus hóspedes.
Além disso, a
adaptação dos estilos de comunicação também pode incluir estar ciente e
respeitar as práticas e crenças religiosas. Algumas culturas podem ter rituais
específicos para saudação e despedida, pelo que compreendê-los e respeitá-los,
pode ajudar a construir a confiança e o respeito dos hóspedes.
Respeitar os costumes
e tradições dos hóspedes é um aspecto importante da sensibilidade cultural. Por
exemplo, a equipe de um hotel deve estar ciente do fato de que algumas culturas
podem ter requisitos específicos de código de vestimenta ou podem ter rituais
específicos de saudação e despedida. Ao compreender e respeitar estes costumes
e tradições, os funcionários podem mostrar que valorizam e apreciam as origens
culturais dos seus hóspedes.
Ao respeitar os
costumes e tradições dos hóspedes, um hotel pode criar um ambiente mais
acolhedor e inclusivo, o que pode levar a uma maior satisfação dos hóspedes e à
repetição de negócios.
Fornecer comodidades
que atendam às necessidades culturais dos hóspedes pode melhorar muito a
experiência destes. Por exemplo, um hotel pode fornecer roupões e chinelos
tradicionais para hóspedes da Ásia ou incluir no menu pratos de iguarias selecionadas.
Ao fornecer estas comodidades culturais específicas, pode mostrar que
compreende e aprecia as origens culturais dos seus hóspedes, o que sem dúvida
levará a uma maior satisfação destes e à repetição de negócios. Outro aspecto
do fornecimento de comodidades culturais específicas é estar ciente e facilitar
as restrições alimentares horárias ou de certos dias ou datas do ano.
6.
Formação do pessoal em sensibilidade cultural
A formação do pessoal
em sensibilidade cultural é crucial para garantir que os profissionais sejam
capazes de prestar um bom atendimento a hóspedes de diferentes origens. E pode
incluir informações sobre costumes e tradições culturais, bem como sobre como se
comunicar eficazmente com hóspedes de diferentes culturas. Ao treinar a sua equipe
em sensibilidade cultural, um estabelecimento pode garantir que ela esteja
preparada para lidar com uma gama diversificada de hóspedes e pode fornecer
atendimento personalizado para clientes de diferentes origens. Isso pode levar
ao aumento da satisfação dos hóspedes e à repetição de negócios. Outro aspecto
da formação dos funcionários em sensibilidade cultural é ensiná-los a adaptar
os seus estilos de comunicação à cultura dos seus hóspedes. Algumas culturas
podem usar a comunicação indireta, enquanto outras preferem a comunicação
direta, pelo que os funcionários devem ser formados sobre como se comunicar
eficazmente com hóspedes de diferentes culturas. Além disso, a formação do
pessoal em sensibilidade cultural também pode incluir educação sobre como
respeitar e acomodar os costumes e tradições dos hóspedes, com as dos próprios
profissionais.
Se está procurando
mais funcionários, preste atenção em como recruta e avalia os seus candidatos.
Você pode até usar um líder de equipe para garantir um processo de recrutamento
justo e objetivo.
Pense, se for
possível, em reservar espaços privados para oração no seu estabelecimento, para
acolher as origens religiosas e tome nota dos eventos do calendário de
significado cultural – especialmente quando estes eventos não são feriados. Certas
práticas religiosas têm horários rígidos para as refeições, portanto, considere
flexibilizar, se lhe for possível, para acomodar essas mudanças. A apresentação
de uma capela ou oratório, também pode ser um atrativo em alguns casos ou
locais.
Não são apenas os
clientes, mas também os funcionários. Certifique-se de criar para todos os
funcionários o mesmo espaço de apoio que cria para seus clientes, incluindo
tempo para oração e prática religiosa, regimes de trabalho flexíveis para
feriados e eventos culturais e respeito mútuo entre colegas.
Criando um negócio
inclusivo
Todos queremos nos
sentir bem-vindos quando visitamos um novo estabelecimento, e os empresários
podem tomar algumas medidas simples para garantir um ambiente inclusivo. Lembramos
às empresas que considerem a importância da diversidade cultural na
hospitalidade e implementem mudanças para os seus funcionários e para os seus
clientes.
O ato da hospitalidade é inspirado num verdadeiro espírito Cristão e, segundo Os Escritos, os judeus acreditavam que Deus o fiscalizava, enviando às vezes anjos disfarçados para verificar se as pessoas estavam de fato obedecendo à lei da hospitalidade.
Eles
sabiam que isso acontecera com Abraão (Gn 18.2-13) e com Gideão (Jz 6.17-22), e
presumiam portanto que a mesma coisa poderia acontecer-lhes (Hb 13.2).
A
hospitalidade era tão importante que os judeus consideravam a bênção final como
um grande banquete dado pelo próprio Deus (Sf 1.7). E Jesus falou desse mesmo
tema na parábola: “O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as
bodas de seu filho” (Mt 22.2-14).
Nos
dias do Novo Testamento, a recusa em dar hospitalidade equivalia a uma rejeição
(Mt 10.14), e tornou-se então essencial que os cristãos fossem hospitaleiros
(Gl 6.10; 1 Pe 4.9).
Embora
tal prática desse proteção moral devido ao caráter de várias estalagens, e em
vista de muitos cristãos terem de deixar suas casas por causa da perseguição,
era ainda mais que isso: “hospitalidade” era considerada “Philo xênia”, ou
seja, “amor pelos outros”.
Hospitalidade
é “receber de Coração Aberto” e colocar as pessoas à vontade.
Seja
Hoteleiro ou Profissional de Hotelaria, em toda a Sua Plenitude.
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