segunda-feira, 9 de outubro de 2023

 

O idioma Brasileiro


E a Influência do Inglês no seu desenvolvimento

A decisão de decretar um idioma oficial no Brasil foi um pouco tardia, e baseada na necessidade de cercear a evolução de regionalismos que se faziam sentir, e de evitar sentimentos separatistas como vieram a acontecer em Pernambuco e Rio Grande do Sul. Na perspectiva apresentada pelo poder central, a imposição do português como única língua falada e ensinada, representava a possibilidade de controle, visando alcançar a transparência na gestão do cotidiano da colônia brasileira a partir do século XVIII.

É importante entender que esta imposição produziu efeitos, nomeadamente: o efeito da homogeneidade (ou a ficção da monoglossia) glossia[i]; o efeito da prova (aqui sempre se falou português); e o silenciamento das línguas indígenas. Essa política linguística instituída no século XVII teve repercussões para o Estado brasileiro nos séculos seguintes, na forma de polêmicas entre gramáticos e literatos, e entre gramáticos e linguistas.

A historicização da Língua Portuguesa no Brasil não deixa de ter contradições na forma como a língua tem sido significada. Os significados da Língua Portuguesa têm historicamente variado entre os analistas, desde a língua do colonizador e do catecismo, a língua do movimento da Independência, a língua oficial e a língua que não representa a identidade nacional. Se a unificação linguística silenciou as línguas indígenas, a nacionalização fomentou lentamente pelo menos dois processos: a discussão do nome e dos significados da língua falada e uma política linguística que visava gramaticalizar a(s) língua(s) indígena(s) com vista a refletirem realmente a formação social. Tem sido muito discutida a questão do idioma, mas não foi ainda esclarecida a razão porque ele não corresponde ao idioma de Portugal apesar de ser vindicado como português, e ser falada de uma forma sem grandes modificações, nos outros países onde é utilizada. Para chegar perto de alguma compreensão, deste fato, devemos considerar que o próprio idioma metropolitano sofreu muitas modificações através dos séculos, e no Brasil o idioma base foi o português arcaico, tendo sido esquecido o fator da presença inglesa, que foi socialmente muito forte, pois os ingleses ocupavam posições em todos os setores de impacto económico, como Bancos, Empresas e outros empreendimentos similares, enquanto os portugueses ficavam mais no agrário. Se analisarmos o idioma brasileiro, encontraremos uma forte influência do inglês, tanto na construção de frases, como na dicção, pois ela representa a tradução e expressão à maneira inglesa, que era depois adotada pela população, na falta de outras fontes.

 Se analisarmos os verbos ingleses na sua expressão ativa do presente, verificamos que eles se apresentam sempre com uma forte inclinação para o gerúndio:

Giving; Sleeping; Going; Staying; Living etc. e que portanto, a sua tradução geraria sempre palavras nesse formato, que passavam a ser usadas pela população em geral.

Por outro lado, palavras como This eram usadas dualmente, o que originou a que no Brasil, apenas se diz “esse”, deixando o “este” de fora. E assim por diante numa variedade de situações.

 A própria expressão falada das suas traduções pelos ingleses, nos leva à razão da real pronunciação no Brasil:

- Eu êstou viajando pára Inglaterra.

- Pôr favor diga, como chegar na cidade.

- Lhe agradeço bastante pôr sua ajuda,

- Etc., etc., etc.

 Português de Portugal e a diferença com o português do Brasil

A língua portuguesa é a quinta língua mais falada do mundo. De acordo com a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), são nove os países que têm a língua como idioma oficial. Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe, além de Macau, província chinesa.. Embora Portugal seja o país de origem do português, a variante brasileira é a mais utilizada, pois com mais de 200 milhões de falantes, é a que dá mais acesso aos grandes interesses comerciais.

 Variante brasileira: Oi! Tudo bom? Como você está?

Variante portuguesa: Olá! Tudo bem? Como tu estás?

 Que diferenças há afinal entre o português falado em Portugal e o português falado no Brasil?

 Além das principais que apontamos no texto acima, existem inúmeras diferenças: no vocabulário, na ortografia, na acentuação, na pronúncia, na colocação pronominal, e na construção frásica, mas a diferença mais notória é a diferença nas palavras utilizadas no dia a dia pelos falantes para nomear objetos, seres, e situações. O que é devido à captação de informação nos países vizinhos, bem como ao contato com outros idiomas.

 Palavras diferentes em Portugal e no Brasil

O atual acordo ortográfico diminuiu as diferenças de acentuação existentes entre o português do Brasil e o português de Portugal, porque eliminou na variante brasileira alguns acentos que já não eram utilizados na variante portuguesa, como o acento agudo no ditongo aberto ei e o trema:

 


No acordo ortográfico estão previstos dois paradigmas de acentuação verbal, sendo correta a forma acentuada no Brasil e a forma não acentuada em Portugal, o que faz com que a sílaba tônica das formas verbais seja diferente:

 eu enxáguo (Brasil) e eu enxaguo (Portugal);

que ele averígue (Brasil) e que ele averigue (Portugal);

ela apazígua (Brasil) e ela apazigua (Portugal).

Diferença no uso de preposições e artigos

Relativamente às preposições, a principal diferença é no uso das preposições em e a. No português do Brasil é utilizada maioritariamente a preposição em com o verbo ir (ir em, na, no) e no português de Portugal é utilizada predominantemente a preposição a (ir a, à, ao).

 

Nos últimos anos foram publicados vários livros que relacionam Linguística com Economia (Mariani, 2005). Os economistas Bloom e Grenier (1992) identificam uma publicação de vários autores de 1965 como ponto de partida de uma nova área de estudo: as línguas como variável económica. Se a língua é significada como uma variável económica, seja por linguistas ou por economistas, isso permite que ela seja considerada como um elemento adicional em cenários económicos reais ou projetados, com custos e benefícios a serem calculados. Quais são as implicações políticas e as consequências ideológicas de considerar as línguas como uma variável económica?

A seguinte questão já foi colocada: o que significa falar de línguas em termos económico-financeiros? Tendo em conta que não existe língua sem as pessoas que a falam, a atribuição de valores económicos às línguas não determinaria também o valor de uma sociedade e o valor dos falantes, tanto no caso de uma língua materna como de uma segunda língua? O que isso significa para as línguas como elementos simbólicos da nacionalidade? O preconceito linguístico levaria ao preconceito linguístico entre as nações?

Há um discurso político-económico particular em circulação que proclama os benefícios e a inevitabilidade da globalização sob a forma de um mercado único e mundial, com uma moeda comum e uma língua comum. Sonhos totalitários que remontam à ideia de inventar um 'inglês básico' nos séculos anteriores... Sonhos totalitários de uma língua única, da eliminação da diversidade e da manutenção da desigualdade, ignorando o facto de que a diferença é inerente às pessoas e às línguas que se falam.

 

 Este texto emite uma opinião baseada em análise pessoal, e não tem bases científicas ou oficiais para apoiá-lo.

 



[i] -glossia

elemento de formação pospositivo, de origem grega e carácter nominal, que exprime a ideia de língua, fala

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

  TERMOS DE COZINHA E GASTRONOMIA  - SUA DEFINIÇÃO - A branco ( A Blanc ) Cozinhar “a branco” é cozinhar em caldo, sem quaisquer con...