OS COQUETÉIS 1
Cocktails
Nesta profissão como em qualquer
outra, a predisposição natural, o carinho dedicado à aprendizagem e o brio
profissional, distinguem o “mestre” do barman
comum.
Manhatan
e Old Fashioned – À base de Whisky
Daiquiri
– À base de Rum
Side-Car
– À base de Brandy
-
O seu estabelecimento era, em 1779, o ponto de reunião
dos oficiais franceses e americanos, servindo sob as ordens de Washington.
Certo dia, combinaram fazer almoçarada com frangos tomados à força numa herdade
das cercanias, propriedade de um Tory. À mesa do almoço como decoração, as
taças de bebida servidas tinham todas uma pena da cauda dos frangos, tendo a
saudação feita sido: Vive le cocktail. Daí em diante e, como recordação
do facto, a saudação manteve-se e, bem assim, o nome que se ligou à mistura.
Poderíamos juntar, ainda, mais
algumas citações, mas tal não nos parece necessário, porquanto nada viria
ajudar a esclarecer o mistério da origem do cocktail.
De acordo com qualquer dicionário de inglês, é “uma mistura de bebidas alcoólicas entre si, ou com outras que o não sejam, adicionada de vários elementos aromáticos ou sápidos”.
Ainda que esta seja uma definição
suficiente para um dicionário, não o é, contudo, para um técnico, razão porque
teremos de a tornar mais pormenorizada.
Não poderemos nunca, determinar
com segurança, quais os ingredientes a utilizar na preparação, nem as suas
quantidades, se não compreendermos qual é a sua função, ou não soubermos os
fins que se deve atingir.
O coquetel de aperitivo, deve ser
um estimulante do apetite e, ao mesmo tempo, um auxiliar da digestão. Nele não
podem intervir, ingredientes que pelo seu valor alimentar, retirem a vontade de
ingerir alimentos. Assim sendo, excesso de sucos, ovos, ou creme de leite não
são aconselhados. Os coquetéis de alto valor alimentar, como o Alexander,
o Porto Flip, etc., com base em creme de leite, ovos e frutos, podem ser
aconselháveis a meio da tarde, para acompanhar bolos ou biscoitos, substituindo
outras bebidas e permitindo uma ração de calorias suplementar.
Ao mesmo tempo que estimula o
apetite ou alimenta, consoante o fim desejado, o coquetel deve, também, ser um
estimulante do espírito, satisfazendo assim o lado humano imaterial. O
verdadeiro coquetel satisfaz os três principais sentidos, influenciando os
outros: relaxa os nervos, desprende as línguas, predispõe às amizades e
glorifica o barman que o produz. Deve ser seco, sem ser amargo e ser servido
sempre bem gelado.
- Uma base
- Um elemento contrastante e
aromático
- Um estimulante do sabor e
corante.
A base é, como se compreende, a
parte fundamental do coquetel, constituindo um mínimo de 50% do corpo final da
bebida. Em casos excepcionais, pode ir a 75%, ou mesmo mais.
Falando rigidamente, a base deve
ser sempre uma aguardente: brandy,
whisky, gin, rum, vodka, etc. Em algumas raras excepções porém, certos vinhos são aceites como base de
coquetéis, caso do vermute por exemplo. Dentro de certos limites, podem
juntar-se dois tipos das aguardentes atrás descritas, para formar uma base,
como por exemplo, dois tipos de whisky;
gin e rum branco; etc. Deve porem haver o cuidado de selecionar bem os
elementos desta mistura, e não exagerar, pois dois ou três elementos na base,
já podem destruir-se mutuamente, anulando-se e prejudicando o resultado da
mistura.
O elemento de contraste
selecionado, deve exercer sobre a base uma influência que lhe permita modificar
o seu carácter particular, sem o anular, antes pelo contrário, permitindo-lhe
que surja em contraste, tal como o vinagre num molho de salada.
Podemos selecionar como elementos
aromático-contrastantes: os vermutes e outros vinhos aromáticos, Dubonnet, Byrrh, Campari, etc.; os sumos
de frutas, o creme de leite, os ovos ou o açúcar.
Como estimulantes do sabor e
corantes, podem ser usados os vários licores e xaropes, atuando de acordo com o
que deles se deseja efetivamente, pois o mesmo licor pode ser usado em dois
coquetéis diferentes, em diferentes proporções; num, em função da sua cor, e
noutro, para utilizar o seu sabor especifico.
Devemos no entanto guardar em
mente, que a base do coquetel deve ser sempre de fácil identificação. Um
coquetel de gin, deve ter sabor a gin; um de whisky, a whisky, etc.
À priori, concordaremos
que um princípio básico do coquetel é, “servi-lo bem gelado”. Não
podemos deixar de convir que um coquetel batido se apresenta mais gelado do que
um simplesmente mexido. Logo, todos os coquetéis deveriam ser batidos.
Mas, quando se mexe um coquetel,
deve mexer-se vigorosamente, e não apenas dar voltas com a colher dentro do
copo.
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O coquetel é tão bom quanto os ingredientes usados.
Artigos de segunda qualidade produzem coquetéis de segunda qualidade.
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A fórmula deve ser estritamente seguida.
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Os ingredientes devem ser utilizados na medida certa.
Use uma medida, se não tiver confiança na sua capacidade de medir “a olho”.
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Se tiver que mexer, mexa com força. Sete batidas são
suficientes, mas devem ser dadas com energia. Mexer longamente dilui excessivamente
o gelo, exagerando a quantidade de água na bebida.
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Quando bater na coqueteleira, bata com firmeza, sem
rolar o líquido no interior. 10 segundos é suficiente. Mais do que isso,
corresponde a bebida muito aguada por adição excessiva de gelo derretido.
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Use sempre gelo novo. Nunca o mesmo gelo para duas
bebidas diferentes, mesmo que o lave para o efeito.
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Use sempre fruta fresca. Não corte fatias de limão ou
laranja muito finas. As cascas de laranja ou limão usadas na decoração dos
coquetéis devem ser retiradas muito finas, sem atingir a parte branca que, na
maior parte das frutas, tem um sabor amargo.
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Nunca adicione águas ou refrigerantes de má qualidade.
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Se tiver que usar licor, adicione este, sempre, em
último lugar.
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Procure sempre servir coquetéis em copos previamente
gelados. Assim, a bebida aguenta mais tempo em condições de ser apreciada.
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Nunca deixe gelo ou restos de bebida na coqueteleira.
Nunca deixe a coqueteleira fechada,
quando não estiver em uso.
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Use sempre um passador quando despejar a bebida nos
copos.
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Se usar receita sua, dê-lhe o seu nome, se usar receita
de outro, não lhe troque o nome para parecer sua. A fraude aparecerá, mais cedo
ou mais tarde.
– Uma das adições mais conhecidas
para o Gin. É baseada, em suco de limão e quinino.
– Sob este nome são apresentadas
bebidas que servem para “corrigir” o sabor de algumas misturas de bar, ou para
dar, um “toque” de paladar, à bebida, (como faz o do molho inglês, na
culinária).
– O limão, a laranja, a lima e o kiwi, são usados, no bar, tanto em
rodelas e fatias, como em casquinhas finas, para decoração ou guarnição das
bebidas ou ainda, para correção do sabor destas.
Creme de Leite (ou Natas)
– São várias as possibilidades de
utilização das natas, na composição de bebidas de bar. Estas, vão desde as
natas puras até ao leite puro, sendo as várias consistências ditadas pelo
carácter que se pretende dar à bebida que se vai preparar. As natas puras
produzem uma bebida cremosa e consistente, que pode ser usada como um
revigorador. O leite dá à bebida uma consistência mais leve, podendo ser usado
em bebidas onde o aspecto “alimentar” não possa, ou não deva, ser considerado.
Contudo, o ideal para a maioria
dos coquetéis será o meio termo, ou seja, natas não muito consistentes.
Diversos
– Para a preparação de coquetéis
e bebidas de bar, utilizam-se, por vezes, preparados comerciais, entre os quais
se encontram o leite de coco, a noz moscada, o melaço e o mel.
– A
granadina (grenadine), é conhecida pela sua participação em uma
grande variedade de bebidas. Esta bebida, preparada com suco de romã e
apresentada sob a forma de xarope, deve ser usada apenas em gotas, sempre que a
sua participação for indicada.
– Tal como a granadina, a
groselha é, outro dos xaropes bastante usados no bar, seja como adição ou
decoração de coquetéis. Deve, tal como aquela, ser usada apenas em gotas, e não
em grande quantidade.
– O café
e o chá são muito usados como aditivos em preparações de bar.
– São feitas á base de limão, ou
lima, e açúcar.
- Veja Creme de Leite
– A soda, normalmente conhecida
como “club soda”, é uma água gaseificada, levemente salgada.
– Tal como os refrigerantes, os
sumos são misturas essenciais para as bebidas de bar. Entre as principais
frutas usadas para sumo estão: limão; laranja; lima; tomate; abacaxi; ananás e
maracujá. Em certos casos é usado também o grape-fruit.
Azeitonas
– As verdes são usadas para
decoração, sobretudo do Martini, devendo ser mantidas na embalagem até ao
momento de ser servidas, para evitar que sequem e enruguem.
- São usadas como decoração,
devendo ser tomado com elas o mesmo cuidado indicado para as cebolinhas.
– Usa-se como aditivo, macerada, ou como
decoração, em folhas.
– Usado, tal como o tabasco, para
tempero, sobretudo no Bloody Mary.
– A casca do pepino é muito
usada, sobretudo, como guarnição do Pimm´s.
– Além
de tempero, para o coquetel ou sumo de tomate, pode ser usado em outras
bebidas.
– Usam-se
como guarnição ou acompanhamento de alguns coquetéis, sobretudo do Bloody Mary.
– Entram na composição de muitos
coquetéis, seja para substituir o açúcar, seja com a função própria de
acrescentar algum sabor especial à bebida. Devem, porém, ser usados com muito
cuidado, apenas algumas gotas.
Nas
Próximas Postagens daremos as receitas de Coquetéis
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