O Que é Management ?
Embora seja um ferrenho defensor do
aportuguesamento de todas as palavras externas, vou aqui, usar o anglicismo
para fortalecer o que pretendo analisar.
Management não é palavra que se possa traduzir como
sempre se faz para Gerência ou Gestão, sem entrar mais profundamente, no seu
significado. Ela significa, em boa verdade, muito mais do que isso.
Management é toda uma filosofia que exagerando um
pouco, pode ser materializada na frase, “Tornar as ilusões reais”. É uma arte, ou técnica, que permite aos que
a utilizam na sua plenitude e com pleno aproveitamento,
conseguir resultados acima do normal, ou
atingir objetivos que a princípio pareceriam utópicos. É a arte de tentar o Impossível, cada vez mais, posta à prova.
Nos EE.UU. o Management baseia-se em técnicas de
análise, ao passo que na Europa e outros continentes, é encarado como Filosofia
e Cultura, mais alheado portanto, das
realidades e dos resultados.
Drucker, apontado como pai do moderno Management, definiu-o do seguinte modo: Bom Management é definir os objetivos da Empresa e depois, motivar as energias humanas de que ela
dispõe, para que os objetivos sejam atingidos.
A definição dos objetivos da Empresa, é feita sob a
Óptica Empresarial. O lado motivacional e de organização dos Recursos Humanos
desta, tem a ver com a Gestão e Liderança. Ambas, constituem a capacidade de
Management.
Quem for capaz de, conciliar e manejar, estes dois
elementos, é um bem sucedido Manager.
Os objetivos de um Hotel Manager começam,
naturalmente, fora do Hotel. Eles são, o mercado e os Clientes.
O Manager deve ter capacidade de análise e
de síntese, condensando o que está acontecendo ao seu redor.
Que alterações e mudanças se estão operando. Que
problemas ou novas oportunidades, estão surgindo.
O que deve ser mantido e, o que precisa ser alterado.
Rápidas soluções geram rápidos resultados.
Em função dos dados recolhidos, há que tomar
decisões, gerar objetivos, verificar o seu cumprimento e, controlar os
resultados.
Um bom Manager é um inovador, sempre sensível às
oportunidades e, muito atento aos resultados. Estes são, a mola real.
Para um bom Management, há que ter bons
instrumentos de análise, muita informação, excelente percepção e capacidade
previsional.
Ha que reagir a cada mudança, à menor das mudanças,
fazendo com que todos, no seu Hotel, saibam qual a sua missão e o seu papel,
desempenhando-o com motivação e empenho. E estar atentos aos momentos de
Inovação e Mudança.
O objetivo final do Management é o desenvolvimento
da Empresa e o progresso Humano e Profissional dos que a integram. Para isso,
todos os Recursos devem ser aproveitados, começando pelos da inteligência
humana, que existem em todos os escalões da hierarquia.
Entender o que é Management, não é difícil;
levará talvez um pouco mais de tempo para conseguir praticá-lo com resultados satisfatórios.
Os princípios básicos são óbvios e facílimos, mas
normalmente esbarram no ultrapassado conceito do “Manual Interno de Serviços”,
onde tudo está escrito, para ser seguido, e cumprido.
As Empresas onde só se trabalha apenas seguindo o
"Manual" são Empresas ultrapassadas, com uma estrutura arcaica,
que não as deixa evoluir.
Os verdadeiros líderes, são os que confiam nos seus
colaboradores e, dando-lhes uma boa Capacitação, com bons Conhecimentos, criam
a possibilidade de que eles possam assumir a Responsabilidade de resolver os
casos que aparecem nas entrelinhas dos Manuais, e para os quais o “Livro” não
dá soluções. Bem habilitados e instruidos, eles serão hábeis delegados e poderão
resolver esses casos, apresentando no final as razões que conduziram a sua
solução.
Uma das cinco obrigações Gerenciais é Controlar.
No moderno Management, controle não é asfixiar as
pessoas, andando atrás delas, para ver
se fizeram ou não as suas tarefas, mas analisar os resultados e, conduzir a
operação, para que os objetivos sejam atingidos.
Normalmente, a Responsabilização dos subalternos,
quando estes são bem treinados e bem esclarecidos sobre quais são os objetivos
da Empresa, traduz-se sempre numa melhoria dos resultados.
Com bons resultados, quase todos os outros
objetivos, podem ser atingidos.
MAIS DO QUE GERENTE
Seja qual for o título que defina o gestor na era
atual, a conclusão será sempre a mesma: essas palavras dificilmente descreverão
as atribuições deste profissional, no dia-a-dia da sua unidade.
O papel do Gerente tem-se modificado no decorrer
dos últimos anos, e nunca será demais
estar atento a essa modificação, devida a inúmeras razões, entre as quais se
incluem: degradação do mercado, competição quase beligerante e aumento de
interesse dos proprietários no
acompanhamento dos seus investimentos.
O Gerente da
nossa época, precisa estar além da rotina departamental.
PENSAR COMO DONO
Antes de gastar um centavo, deve perguntar-se:
Que retorno isto me trará? Será que terei um melhor
retorno, investindo este valor em alguma outra coisa?
Será pouco real da parte do Gerente, pensar que os investidores aprovarão pedidos de despesa extra, sem solicitar uma análise do retomo (dentro das perspectivas que eles próprios terão, de aplicar o seu capital no mercado).
TRABALHAR COM A EQUIPE
DE VENDAS.
O Gerente deve saber o que os seus clientes (ou os
prepostos destes, os agentes de viagem) estão pensando, planejando, ou quais as
suas solicitações especiais. Sempre que o Gerente pessoalmente, for visitar os
seus bons clientes, a sua presença demonstra o quanto ele aprecia, a
continuidade do mutuo relacionamento comercial.
Para além disso, o acompanhamento das vendas dá ao Gerente
uma visão mais concreta, da forma como os clientes estão sendo tratados e, das
dificuldades ou objecções, que este sector enfrenta, no mercado permitindo
corrigir falhas, ou procedimentos, defeituosos.
FAZER UM PAPEL
POLÍTICO (se necessário)
Existem sempre nas comunidades, maiores ou menores,
contatos que o Gerente não pode deixar de fazer, ainda que no momento não
pareçam necessários. A manutenção de um bom relacionamento com a comunidade,
pode facilitar a qualquer momento, soluções que de outro modo seriam mais
complicadas ou demoradas.
OUVIR COMO UM
PSICÓLOGO
Manter o pessoal satisfeito. Ouvir o que eles têm
para dizer, e pensar neles, no momento de tomar decisões.
O gerenciamento hoje, é menos autocrático e mais
participativo. Devem ser ouvidas, as preocupações e opiniões dos que trabalham,
quanto aos problemas da operação e, as suas sugestões de melhoria.
RESPEITAR A
TRADIÇÃO, MAS APOIAR A MUDANÇA
O Gerente é normalmente, treinado e desenvolvido,
para acompanhar o lado operacional do negócio, estando portanto sempre mais
sensível à satisfação das necessidades do cliente. Os investidores não estão.
Onde o Gerente vê necessidade de
flores frescas para manter a imagem do Hotel, os investidores vêm apenas
custos, e perguntarão: Porque não, algo que custe menos?
O Gerente fica assim, dividido entre cortar custos
ou manter níveis de serviço apropriados. Mas, a pergunta que o Gerente deve
fazer, a si próprio é:
O que é mais apropriado para o meu tipo de
clientela?
Em cima das respostas, deve trabalhar procurando conciliar o binómio, que será
sempre o seu maior objetivo: menor custo / maior satisfação da clientela.
Estas podem não ser, as realidades para as quais o Gerente
foi treinado, quer tenha saído da Escola Hoteleira ou seguido uma
carreira, mas elas são as realidades
Hoje.
Estamos sempre, aprendendo. E o aprendizado não
termina quando se ocupa o cargo ou se consegue o diploma. Ele vai ser uma
ferramenta necessária para o resto da sua vida profissional. Sem querer
exagerar, acrescentaria que é um pouco como o médico que encontra uma grande
diferença, entre o Hospital e o que aprendeu na Escola. Precisa saber
aproveitar a Residência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário