sábado, 15 de janeiro de 2022

 

Você Como Supervisor de Hotelaria (texto  7)

 


Conheça bem como a DISCIPLINA funciona

A autodisciplina é fundamental em qualquer indivíduo, não só na sua conduta em sociedade, mas também na sua vida particular ou pessoal.

O indivíduo disciplinado é senhor de si, domina-se, corrige os seus atos e as suas ações e é, enfim, um óptimo elemento social.

Na hotelaria, a disciplina é necessária, mas é também necessário que cada um compreenda e sinta essa necessidade, procurando cumpri-la sem ter de ser forçado. Nada pior que a disciplina imposta pela força. A disciplina deve nascer naturalmente, do desejo de cada um cumprir o melhor possível a sua obrigação.

Os vários sectores de funcionamento do hotel deverão ser disciplinados através de regulamentos, informações e ordens de serviço. Se cumprirem as instruções emanadas dos responsáveis ou contidas nos regulamentos, os empregados estarão, disciplinadamente, a cumprir a sua obrigação.

As relações humanas têm um efeito preponderante na manutenção da disciplina, pois permitem a aproximação entre a gerencia a supervisão e o pessoal.

Medo, ameaças e punições, são qualidades negativas da disciplina que limitam a sua ação efetiva como motivador a longo prazo. O castigo só se justifica em casos extremos e por razões especiais. Do mesmo modo, o sarcasmo e a humilhação do empregado pelo chefe, não devem ser tolerados.

Todos os empregados devem ter conhecimento das regras por que se  devem orientar dentro do estabelecimento onde trabalham. Por isso é aconselhável que haja um regulamento interno. A gerencia deve estabelecer as regras, e os chefes devem mantê-las. A disciplina deve ser da responsabilidade de todos. Alguém já a comparou a um fogão em brasa, que só nos queima a cada vez que o tocamos. Além disso, deve ser impessoal. Não é o gerente que castiga, não é o chefe que castiga. O regulamento não foi cumprido, houve razão para castigo, o empregado deve aceitá-lo, como resultado da sua má atuação. Para poder resultar, a punição disciplinar deve ainda ser, além de impessoal, firme, imediata e acompanhada de uma pequena conversa explicativa e de aviso escrito. A impessoalidade e a firmeza asseguram uma disciplina imparcial e justa, com excepções quando for necessário, as quais não podem contudo basear-se numa empregada que chora, ou num empregado que beneficie de maior simpatia.

Saber avaliar a dimensão de quadros

Ser chefe ou supervisor, é uma das ambições naturais de quem inicia uma carreira. Esse desejo natural deve ser apoiado e incentivado, mas quem aceitar efetivamente ocupar esses lugares, deve estar perfeitamente preparado, pois em caso contrário será prejudicial à empresa, aos funcionários e a si mesmo.

Psicologicamente, deve estar preparado para aceitar que a responsabilidade do cargo é por vezes, muito mais penosa e difícil de suportar do que a situação subalterna de cumprir, ainda que de má vontade, as ordens superiores.

O chefe ou supervisor, nunca se deve queixar da qualidade do seu pessoal. Nenhuma empresa contrata um supervisor para que este se queixe do pessoal, mas sim para que ele oriente aquele sobre a melhor maneira de atingir os resultados. Se isso não for conseguido, alguma coisa está errada, mas não é com o pessoal.

De qualquer modo, quem em algum momento for promovido a um cargo de supervisão, já terá demonstrado antes, ter qualidades que o colocaram acima da média, pelo que deve aceitar o desafio, tal como ele se apresenta: difícil, mas não intransponível.

Sabemos que uma das dificuldades que se colocam aos supervisores, é a da compatibilidade dos resultados finais, tanto financeiros como de qualidade, com o dimensionamento dos quadros. Parece que nunca há pessoal suficiente, quando se precisa.

De acordo com as sugestões da OMT, o número ideal de funcionários por cada 10 quartos em hotel três estrelas é de 8 pessoas, em hotel quatro estrelas 12 pessoas, e em hotel 5 estrelas 20 pessoas.

O grande segredo é sabê-los distribuir equitativamente pelos vários serviços do hotel, de acordo com as necessidades.

A grande simpatia que nos merecem, leva-nos a escrever esta pequena mensagem, para lhes dizer que, na maioria dos casos, os resultados não estão ligados diretamente ao maior ou menor número de empregados no quadro, mas sim aos seguintes factores que devem sempre ser considerados:

-           boa seleção dos elementos,

-           formação adequada e reciclagem periódica,

-           racionalização dos trabalhos a executar,

-           boa distribuição de tarefas,

-           análise cuidadosa das necessidades de mão-de-obra, em relação aos vários períodos de afluência de hóspedes e aos serviços a executar,

-           motivação eficaz da equipa.

 

O preenchimento de vagas, significa mais do que a simples colocação de um trabalhador, num lugar onde antes não estava nenhum. A admissão de novos empregados, tem repercussões em toda a equipe.

A qualidade e a quantidade desses empregados relaciona-se, como é óbvio, com a futura gestão e administração dos mesmos. A admissão de empregados, deve ser feita tendo em conta, que receitas e despesas devem estar equilibradas, para que haja certa tranquilidade na gestão.

Por vezes, menos empregados a trabalhar alegremente, produzem mais e melhor que muitos empregados com má vontade.

Empregados são seres humanos e como tal têm problemas. O fato de haver mais empregados, por vezes significa mais problemas para o chefe ou supervisor.

Não é correto admitir pessoal em excesso, seguindo o raciocínio simplista de que a qualquer momento se pode reduzir o quadro, se as previsões saírem erradas. Esta atitude não considera o valor humano do indivíduo e vai gerar, também, mal-estar nos empregados que ficam, sempre que houver redução no quadro de pessoal. É por outro lado inegável, que uma optimização nos cálculos de pessoal, necessário ao dia-a-dia do sector, demonstra capacidade de gestão e conhecimento profissional do lugar ocupado.

Os géneros, as bebidas e outros materiais, são requisitados de acordo com as vendas que se espera ter. A mesma atitude é recomendável em relação à mão-de-obra.

E a prática indica que os empregados estão mais satisfeitos e mantém moral mais elevado, quando estão permanentemente ativos, sem estarem sobrecarregados. É ainda um facto constatado que, quanto maior a inatividade, mais problemas surgem com o pessoal.

Uma boa forma de analisar as necessidades de pessoal, é fazer um estudo do movimento previsto, usando como base o número de couverts, o volume de vendas ou a quantidade de quartos ocupados em determinado período e, a partir daí, estabelecer o número de empregados necessários.

Esse trabalho pode ser auxiliado por um pequeno quadro, que tenha na parte superior o número de dias do mês ou o número de horas do dia, dependendo do período que se vai analisar e, numa coluna, á direita, a previsão do movimento. No espaço intermédio, traça-se a curvatura de acordo com a expectativa e planeia-se a quantidade de funcionários para fazer face ao fluxo de clientes esperados.

Damos abaixo, um esboço de como pode ser feito.

        Horas de Funcionamento


 

Continuaremos na Próxima Postagem

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