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Como Supervisor de Hotelaria (texto 7)
Conheça
bem como a DISCIPLINA funciona
A autodisciplina é
fundamental em qualquer indivíduo, não só na sua conduta em sociedade, mas
também na sua vida particular ou pessoal.
O indivíduo disciplinado
é senhor de si, domina-se, corrige os seus atos e as suas ações e é, enfim, um
óptimo elemento social.
Na hotelaria, a
disciplina é necessária, mas é também necessário que cada um compreenda e sinta
essa necessidade, procurando cumpri-la sem ter de ser forçado. Nada pior que a
disciplina imposta pela força. A disciplina deve nascer naturalmente, do desejo
de cada um cumprir o melhor possível a sua obrigação.
Os vários sectores de
funcionamento do hotel deverão ser disciplinados através de regulamentos,
informações e ordens de serviço. Se cumprirem as instruções emanadas dos
responsáveis ou contidas nos regulamentos, os empregados estarão,
disciplinadamente, a cumprir a sua obrigação.
As relações humanas
têm um efeito preponderante na manutenção da disciplina, pois permitem a
aproximação entre a gerencia a supervisão e o pessoal.
Medo, ameaças e
punições, são qualidades negativas da disciplina que limitam a sua ação efetiva
como motivador a longo prazo. O castigo só se justifica em casos extremos e por
razões especiais. Do mesmo modo, o sarcasmo e a humilhação do empregado pelo
chefe, não devem ser tolerados.
Todos os empregados
devem ter conhecimento das regras por que se
devem orientar dentro do estabelecimento onde trabalham. Por isso é
aconselhável que haja um regulamento interno. A gerencia deve estabelecer as
regras, e os chefes devem mantê-las. A disciplina deve ser da responsabilidade
de todos. Alguém já a comparou a um fogão em brasa, que só nos queima a cada
vez que o tocamos. Além disso, deve ser impessoal. Não é o gerente que castiga,
não é o chefe que castiga. O regulamento não foi cumprido, houve razão para
castigo, o empregado deve aceitá-lo, como resultado da sua má atuação. Para
poder resultar, a punição disciplinar deve ainda ser, além de impessoal, firme,
imediata e acompanhada de uma pequena conversa explicativa e de aviso escrito.
A impessoalidade e a firmeza asseguram uma disciplina imparcial e justa, com
excepções quando for necessário, as quais não podem contudo basear-se numa
empregada que chora, ou num empregado que beneficie de maior simpatia.
Saber
avaliar a dimensão de quadros
Ser chefe ou
supervisor, é uma das ambições naturais de quem inicia uma carreira. Esse
desejo natural deve ser apoiado e incentivado, mas quem aceitar efetivamente
ocupar esses lugares, deve estar perfeitamente preparado, pois em caso
contrário será prejudicial à empresa, aos funcionários e a si mesmo.
Psicologicamente,
deve estar preparado para aceitar que a responsabilidade do cargo é por vezes,
muito mais penosa e difícil de suportar do que a situação subalterna de
cumprir, ainda que de má vontade, as ordens superiores.
O chefe ou
supervisor, nunca se deve queixar da qualidade do seu pessoal. Nenhuma empresa
contrata um supervisor para que este se queixe do pessoal, mas sim para que ele
oriente aquele sobre a melhor maneira de atingir os resultados. Se isso não for
conseguido, alguma coisa está errada, mas não é com o pessoal.
De qualquer modo,
quem em algum momento for promovido a um cargo de supervisão, já terá
demonstrado antes, ter qualidades que o colocaram acima da média, pelo que deve
aceitar o desafio, tal como ele se apresenta: difícil, mas não intransponível.
Sabemos que uma das
dificuldades que se colocam aos supervisores, é a da compatibilidade dos
resultados finais, tanto financeiros como de qualidade, com o dimensionamento
dos quadros. Parece que nunca há pessoal suficiente, quando se precisa.
De acordo com as
sugestões da OMT, o número ideal de funcionários por cada 10 quartos em hotel três
estrelas é de 8 pessoas, em hotel quatro estrelas 12 pessoas, e em hotel 5
estrelas 20 pessoas.
O grande segredo é
sabê-los distribuir equitativamente pelos vários serviços do hotel, de acordo
com as necessidades.
A grande simpatia que
nos merecem, leva-nos a escrever esta pequena mensagem, para lhes dizer que, na
maioria dos casos, os resultados não estão ligados diretamente ao maior ou
menor número de empregados no quadro, mas sim aos seguintes factores que devem
sempre ser considerados:
- boa seleção dos elementos,
- formação adequada e reciclagem
periódica,
- racionalização dos trabalhos a
executar,
- boa distribuição de tarefas,
- análise cuidadosa das necessidades de
mão-de-obra, em relação aos vários períodos de afluência de hóspedes e aos
serviços a executar,
- motivação eficaz da equipa.
O preenchimento de
vagas, significa mais do que a simples colocação de um trabalhador, num lugar
onde antes não estava nenhum. A admissão de novos empregados, tem repercussões
em toda a equipe.
A qualidade e a
quantidade desses empregados relaciona-se, como é óbvio, com a futura gestão e
administração dos mesmos. A admissão de empregados, deve ser feita tendo em
conta, que receitas e despesas devem estar equilibradas, para que haja certa
tranquilidade na gestão.
Por vezes, menos
empregados a trabalhar alegremente, produzem mais e melhor que muitos
empregados com má vontade.
Empregados são seres
humanos e como tal têm problemas. O fato de haver mais empregados, por vezes
significa mais problemas para o chefe ou supervisor.
Não é correto admitir
pessoal em excesso, seguindo o raciocínio simplista de que a qualquer momento
se pode reduzir o quadro, se as previsões saírem erradas. Esta atitude não
considera o valor humano do indivíduo e vai gerar, também, mal-estar nos
empregados que ficam, sempre que houver redução no quadro de pessoal. É por
outro lado inegável, que uma optimização nos cálculos de pessoal, necessário ao
dia-a-dia do sector, demonstra capacidade de gestão e conhecimento profissional
do lugar ocupado.
Os géneros, as
bebidas e outros materiais, são requisitados de acordo com as vendas que se
espera ter. A mesma atitude é recomendável em relação à mão-de-obra.
E a prática indica
que os empregados estão mais satisfeitos e mantém moral mais elevado, quando
estão permanentemente ativos, sem estarem sobrecarregados. É ainda um facto
constatado que, quanto maior a inatividade, mais problemas surgem com o
pessoal.
Uma boa forma de
analisar as necessidades de pessoal, é fazer um estudo do movimento previsto,
usando como base o número de couverts, o volume de vendas ou a quantidade de
quartos ocupados em determinado período e, a partir daí, estabelecer o número
de empregados necessários.
Esse trabalho pode
ser auxiliado por um pequeno quadro, que tenha na parte superior o número de
dias do mês ou o número de horas do dia, dependendo do período que se vai
analisar e, numa coluna, á direita, a previsão do movimento. No espaço
intermédio, traça-se a curvatura de acordo com a expectativa e planeia-se a quantidade
de funcionários para fazer face ao fluxo de clientes esperados.
Damos abaixo, um
esboço de como pode ser feito.
Horas de Funcionamento
Continuaremos
na Próxima Postagem
Obrigado
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