Você Como Supervisor de Hotelaria (texto 8)
Estude algo sobre GESTÃO DE PESSOAL
A
direcção ou gestão de pessoal, assenta em três princípios básicos: relações
humanas; formação e profissionalização; administração, selecção e recrutamento.
SELECÇÃO
A
partir do momento em que os quadros do hotel estão estabelecidos, começa a
procura de empregados. Em hotelaria, esse processo nunca termina.
Aconselha-se
que os serviços de pessoal tenham um ficheiro de candidatos actualizado, no
qual se possa fazer uma selecção de cada vez que for necessário proceder a
admissão.
As
fichas de admissão devem ter, além do nome, morada, último emprego, etc., o
maior número possível de referências sobre o currículo e carácter do empregado,
o que permitirá um estudo prévio do candidato mesmo antes da entrevista. Nessa
altura, se houver necessidade, podem ser feitas outras perguntas de carácter
mais pessoal ao candidato, assim como é possível pedir-lhe referências de
terceiros.
Em
grandes empresass, a admissão e a formação de novos empregados cabe ao Gerente
de pessoal. Na maior parte dos nossos estabelecimentos, tal tarefa é da
responsabilidade do gerente-geral e dos chefes de secção. Se o chefe de secção
vai ser responsável pelo trabalho e rendimento do novo empregado, é de toda a
conveniência que ele o entreviste e dê a sua opinião antes da admissão.
O
empregado deve ser informado sobre o cargo que vai ocupar e o tipo de trabalho
que lhe vai ser destinado, bem como os horários que têm de cumprir e o salário
que receberá.
RECRUTAMENTO
As
vagas podem ser preenchidas lançando mão dos recursos internos ou utilizando os
externos.
Com
recursos internos, queremos designar a promoção de empregados que já estejam ao
serviço, aos quais sejam reconhecidas qualidades para o lugar a preencher.
Pode-se ainda recorrer aos empregados já ao serviço, como referência para
contactos com possíveis candidatos.
O
principal objectivo do critério da promoção interna é estimular a
auto-valorização dos empregados. Apresenta um lado negativo que gostariamos de
apontar como referência , o de criar uma certa ‘espionagem’ ou ‘pirataria’
entre secções, que pode levar os chefes de uma secção a procurarem aliciar noutra, o empregado que lhes faz
falta ou reúne as condições que os satisfazem, com grande aborrecimento dos que
ficam prejudicados.
Os
contactos ou referências de empregados em relação a novos candidatos, comportam
um risco: podem levar à formação de grupos. Deve considerar-se, porém, que esta
via pode ser benéfica para a empresa, pois o empregado recrutador sente-se
responsável pela sua informação e mais ligado à gestão, pelo que considera
partilha de riscos – ainda que em alguns casos esta situação possa criar
conflitos, pois este julga-se também obrigado a apoiar o empregado que
recomendou à empresa.
Quando
se recorre ao exterior para o recrutamento de novos empregados, utilizam-se as
formas tradicionais: anúncio, agência de emprego, escolas técnicas da
especialidade, serviços oficiais de colocação de desempregados, etc.
Em
momentos e/ou locais em que há escassez de pessoal, a chamada ‘pirataria’ entre
colegas, funciona como fonte de recrutamento. Não havendo outra opção, o
hoteleiro a quem falta um empregado, vai contactar quem está trabalhando noutro estabelecimento congénere.
Este procedimento tem como resultado imediato, o aumento descontrolado dos
salários. Do outro lado, o empregado admitido nestas condições, não dá
quaisquer garantias de ficar muito tempo na empresa – e é possível que mude de
emprego logo que receba uma proposta mais satisfatória.
Avalie o homem e o seu trabalho
Após
a admissão e antes de começar o seu serviço efectivo, o novo empregado deve ser informado acerca da
empresa e dos seus métodos e objetivos. Deve ser-lhe dito o que se espera dele
e o que pode esperar da firma que o emprega, se o seu trabalho for
satisfatório. Deve ser-lhe mostrado o local de trabalho e explicada a tarefa ou
tarefas que vai desempenhar, bem como a sua posição no organograma e quais os
seus superiores, em especial, aquele a quem se deve dirigir em caso de
necessidade.
Todos
os empregados contribuem para os resultados finais, pelo que não deve ser
menosprezado este procedimento inicial em relação a qualquer empregado. Tem,
entre outros, o mérito de por este à vontade e de criar no seu espírito a idéia
de que se encontra numa empresa organizada onde gostará de estar e onde se
sentirá bem. Este raciocínio inicial pode ser muito vantajoso para o
estabelecimento.
Conheça a sua responsabilidade na formação de pessoal
Ensinar
é um aspecto fundamental e inerente às funções de gestão. Todos os gerentes e
supervisores que utilizarem este sistema como base do seu trabalho beneficiam
do método, pois podem aprender ao mesmo tempo que ensinam; quer estudando novas
técnicas, quer desenvolvendo os seus próprios métodos.
Se
os recursos humanos não forem desenvolvidos, tanto a gestão do pessoal como a
gestão do negócio acabarão por perder.
O
desenvolvimento pode efectuar-se por graus em todos os escalões da organização:
o primeiro grau de ensino designa-se por formação o segundo por ensino de
chefia ou supervisão e o terceiro é o desenvolvimento de capacidade gerencial.
Primeiro
grau – quando se inicia o ensino do primeiro grau, que visa sobretudo apurar a
competência técnica do empregado, o objetivo é o aumento de eficiência deste e,
como consequência, melhoria do produto, o serviço. Outros resultados podem,
contudo, advir, tais como: elevação do moral; maior sentido profissional e
satisfação pessoal, redução do turnover (demissão/admissão) e ainda a possibilidade
de começar a seleccionar dentro da própria empresa candidatos para o segundo
grau: chefia ou supervisão.
Segundo
grau – a formação que visa desenvolver capacidades de chefia, implica maior
responsabilidade e tato, porquanto o empregado já necessita, não de habilidade
técnica, mas de qualidades que lhe permitam comandar pessoas. Mantendo a sua
condição de colega, o chefe ou supervisor deve começar a sentir a sua
responsabilidade para com a empresa e para com a gerencia de quem é um elemento
de suporte. Como elo da ligação entre o pessoal e a direcção, são imperiosos o
bom carácter e a paciência. Nesta nova etapa, são ainda necessários profundos
conhecimentos de relações humanas. É preciso aprender rudimentos de gestão e
rentabilidade, para assim estar apto a avaliar o rendimento do grupo que se
encontra sob as suas ordens.
Terceiro
grau – o terceiro grau tem forçosamente de ser mais ambicioso e não está ao
alcance de todos os que a ele aspiram. De qualquer modo, o gerente pode e deve
prestar formação preliminar aos seus mais direcos colaboradores. Ao desenvolver
as suas qualidades e conhecimentos técnicos, pode fazer surgir a faísca que
revele o executivo de mérito; ao criar-lhes reservas de talento directivo e ao
contribuir para formar à sua volta, uma equipa válida e coesa, perita na
difícil arte de dirigir hotéis.
Continuaremos na Próxima Postagem
Obrigado
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