A
Hospitalidade no Antropoceno (Texto 3)
Estes
textos só poderão interessar a Hoteleiros interessados na Mudança
O
que significa ser responsável?
Ser
responsável é seguir as diretrizes aprendidas para o cumprimento das suas
funções, de forma a não prejudicar a sequência do trabalho dos que estão à sua
volta, ou no prosseguimento do seu serviço
Pode-se
dizer que a responsabilidade é a condição permanente de uma ética incondicional,
para que seja possível oferecer um acolhimento sustentado e perfeito, Derrida
(2005) determina que é na tentativa de cumprir essa obrigação, na luta pelo
horizonte impossível, que podemos começar a demonstrar responsabilidade. De
acordo com o conceito de hospitalidade, e em congruência com a discussão futura
sobre o tempo e o lugar da hospitalidade, a responsabilidade não é estática nem
contínua. A responsabilidade não é dada à sociedade por dever ou lei (Derrida,
2000), nem é um gesto de gentileza ou filantropia para com o “outro”. Em vez
disso, a responsabilidade é uma obrigação, uma ação no momento que reconhece a
tensão entre bem-vindo (anfitrião) e rendição (refém do outro), no sentido de
cumprir todas as incumbências e disposições inerentes à Hospitalidade. Derrida
(2000) descreve a dificuldade lógica do acolhimento como necessária para a
responsabilidade: “Minha hipótese ou tese seria que essa dificuldade lógica..não
é negativa; e que sem essa contradição, a responsabilidade da hospitalidade ...
não teria chance de acontecer ”(p. 13). Como tal, a responsabilidade é melhor
entendida como a “persistência repetida” do momento da saudação, quando o eu é
questionado a mando do aparecimento do “outro”.
A responsabilidade é caracterizada pela humildade e pelo desejo de aprender e erncontrar o caminho para “o certo”. Ao encontrar o outro, a pessoa é chamada a receber a novidade como um presente - novos olhos para ver o mundo existente - em vez da atitude defensiva inerente a um mestre (anfitrião) com algo a preservar. A responsabilidade requer o sacrifício da garantia e da conservação. Ele abre o eu, o estabelecimento e o mundo para a incerteza da mudança que o recém-chegado apresenta. Ele não possui ou merece, como hospedeiro, o direito de explorar e determinar unilateralmente as condições para o outro ser. Em vez disso, é chamado a compreender a própria responsabilidade como o âmbito da ação em que se pode engajar para responder ao outro, preservando a liberdade dele. A responsabilidade é agir sem domínio, arrogância ou autopreservação em resposta ao “outro”.
Na
sociedade e na educação para a plena participação na cidadania, a hospitalidade
torna-se o meio de uma mediação constante entre o eu e o “outro”, guiada pela dificuldade
absoluta e animada pela humildade. Este ato de mediação, embora em si mesmo
imperfeito, é responsabilidade; e se torna o terreno fértil para leis, políticas e ações
éticas.
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