Supervisão em Hotelaria
Extrato do meu livro “Introdução à Hotelaria”
distribuido por Amazon Kindle Books
A todos os que
possam se interessar em ler estes textos, deixo um aviso. Eles podem parecer
monótonos, desnecessários e pura filosofia, mas ao longo dos meus anos de
profissão verifiquei, que os mais preparados não são os que têm mais
conhecimentos técnicos, mas sim aqueles que se conhecem melhor e sabem conhecer
os outros e proporcionar melhores relações de trabalho e convivência. Pensei em
incluí-los, pois foi por usá-los que consegui resultados positivos na minha
carreira.
Conhecimento, é
como um gtande quebra-cabeças, ao qual vamos juntando peças até ter conseguidp
a imagem perfeita. Não importa o que julgamos saber, se o conhecimento conseguido
não se concretizar para um uso coerente com as nossas necessidades e
objectivos. O aprendizado permanente é impositivo, para quem pretenda construir
uma carreira com futuro, ou exercer a sua profissão com resultados. Podemos ter
conseguido muitas informações pertinentes ao assunto, mas se nos falta aquela
que consolida todas as outras, a imagem final nunca será perfeita e os
resultados não serão os esperados. Em supervisão e gestão, o ponto fulcral da
nossa análise deve ser sempre, o Homem, motor de todo o emprendimento. E ele
está representado, nos clientes, nos gestores ou supervisores, e no pessoal que
move o empreendimento. Desejo a todos uma boa leitura.
Parte um
O SUPERVISOR
Na industria hoteleira, o termo ‘supervisor’
geralmente designa o chefe de secção ou os seus auxiliares. Alguém que está
encarregado da gestão de empregados no primeiro e segundo escalão, desde que
não tenham, eles próprios, tarefas supervisoras. Por exemplo: o chefe de
cozinha supervisiona, cozinheiros, copeiros, pasteleiros, garde-manger,
etc. É um supervisor de primeira linha; mas, se o pasteleiro ou o copeiro,
tiverem, cada um deles, uma equipa sob as suas ordens, são também considerados
supervisores, ainda que subalternos ou de segunda linha.
Tal como os Directores ou Gerentes, os Supervisores
estão sujeitos a pressões diversas, inerentes ao cargo, e são confrontados
diariamente com exigências e reclamações, não só dos seus comandados, mas
também dos hóspedes, directores departamentais, chefias, órgãos públicos,
sindicatos, controlo, e RH, entre outros.
O tratamento, ou análise das exigências ou reclamações
podem, assim, ser relacionados na descrição de obrigações ou responsabilidades
de um supervisor.
O
Supervisor e o Processo de Gestão
Todo o supervisor de hotelaria (tal como o gestor
principal) deve conhecer e entender os princípios básicos da actividade
gerencial e procurar aplicá-los no seu sector operacional, como forma de se
valorizar e à sua equipa, com vista a facilitar o seu trabalho.
O processo de direcção ou gerência é, essencialmente,
o mesmo em qualquer tipo de negócio e a todos os níveis de uma organização.
O que muda são as responsabilidades, o escopo ou a
abrangência da actuação, as metas ou objectivos, os ambientes e o tipo de
negócio.
A gestão de pessoal é muito mais importante e complexa
do que se imagina, mas é apenas uma das muitas tarefas que um supervisor tem a
seu cargo, embora possamos considerá-la a mais importante, a mais difícil e, a
mais problemática.
O supervisor deve ter um conhecimento sólido das
tarefas técnicas do seu departamento, ainda que, em algumas delas, esse
conhecimento possa ser mais superficial. A maior parte do seu tempo e dos seus
esforços, porém, terão como objectivo a gestão (ou orientação) do trabalho de
outros; negociar ou tratar assuntos com os seus subordinados, seja de uma forma
pessoal, seja de forma profissional ou ainda relacionada com a tomada de
decisões.
No capítulo subordinado à direcção ou Gerência,
definiram-se os princípios básicos da gerência e dos seus componentes. Ali se
apontaram os aspectos técnicos de relações humanas e os conceitos importantes
para o trabalho de um supervisor, ali se enfatizaram as responsabilidades da
direcção e da supervisão. Sugerimos a releitura desse capítulo.
Neste ponto, apontaremos também as três razões que
normalmente conduzem ao insucesso do supervisor. Assim, os nossos leitores poderão
identificá-las e evitá-las.
Nunca é demais enfatizar que um bom supervisor é
preparado, não nasce pronto. Uma boa forma de ser o melhor e atingir o topo é
recorrer ao estudo e ao conhecimento, com a humildade de admitir que nunca se
sabe o suficiente, por muito que se saiba.
Procuraremos ajudar no que for possível. Esperamos que
os nossos leitores façam a sua parte.
O supervisor inclui-se na equipa de gerência ou de
direcção, razão pela qual se espera dele que saiba pensar e agir, partindo
dessa premissa. Ele é importante para o sucesso de qualquer política implantada
no estabelecimento, e representa perante os seus funcionários, tanto o hotel,
como os dois níveis de gestão acima do seu. Quando for chamado a dialogar com
esses escalões de gestão, ele estará a representar o seu pessoal. Pode-se assim
verificar que o supervisor é o elo, e até certo ponto o controlador, do fluxo
de comunicação, para cima e para baixo, em toda a organização.
No seu futuro, o supervisor poderá vislumbrar outros
níveis de gestão, mas no seu próprio patamar, pode e deve desenvolver os
conhecimentos e qualidades que farão dele, no futuro, um bom ou mau gestor.
Responsabilidade
dos Supervisores
Quem toma para si o cargo de supervisor, aceita
tácitamente as responsabilidades inerentes e, bem assim, a autoridade que a
função confere. Fica além disso, responsável pela boa aplicação dessa
autoridade.
Os supervisores são avaliados pela forma como
conseguem levar a cabo as tarefas inerentes ao seu cargo. Algumas dessas
tarefas poderão ser cumpridas individualmente, para outras é necessária a
colaboração dos seus comandados. Poderá delegar essas tarefas, mas continuará
responsável por elas. Deve pois garantir que os funcionários estejam aptos a
desenvolvê-las, com a segurança de resultados positivos. Ser responsável pelas
acções dos seus auxiliares, é uma dura realidade no dia-a-dia de um supervisor.
Os resultados positivos podem contudo ser garantidos se se cuidar da formação e
se se mantiver um bom relacionamento e alto espírito de equipa, no sector em
causa.
A experiência diz, que não há bom ou mau pessoal, pois
o ser humano é, de uma forma geral, todo semelhante. O que há, são bons ou maus
chefes ou supervisores, o que pode ser traduzido por:
Supervisores bem preparados, versus supervisores mal
preparados.
Porque
Motivo falham os Supervisores?
O leitor poderá ficar surpreendido, ao saber que a
inabilidade nas tarefas técnicas do cargo não é uma das três principais razões
que levam os supervisores ao insucesso. A principal razão é a falta de
capacidade (ou de conhecimentos), para promover uma gestão eficaz e um bom
relacionamento com os seus subordinados
Quando o supervisor não alcança o sucesso no
relacionamento, o resultado é um enfraquecimento do moral, a baixa
produtividade e alto turnover (rotatividade). Nestas circunstâncias, o
trabalho produzido não estará de acordo com os padrões desejados. O resultado,
sem dúvida afectará profissionalmente a reputação do supervisor, bem como o seu
relacionamento com a direcção ou administração.
Se não corresponder às expectativas, não poderá
aspirar a uma promoção e, eventualmente, arriscar-se-á a sofrer os efeitos da
instabilidade laboral.
Normalmente, o insucesso tem origem em falhas de
carácter e personalidade que por vezes se encontram nos supervisores, mas que podem
ser facilmente corrigidas, se estes tiverem
a humildade de reconhece-las,.
Se um supervisor se deixar levar por preconceitos, se
for baixa a sua auto-estima, ou se problemas semelhantes o afligem, não estará
preparado para assumir as responsabilidades e pressões associadas ao cargo.
Deverá ser analisada também, a falta de capacidade
para executar as tarefas básicas de gerência: planear, organizar, coordenar,
seleccionar, dirigir, controlar, supervisionar, avaliar e reconhecer.
A incapacidade de cumprir estas tarefas pode conduzir ao
insucesso de um supervisor, tal como de um director ou gerente. Desse modo a
história repetir-se-á. Não conseguirá ter bons relacionamentos e alcançar bons
resultados, com todas as consequências já apontadas.
Qualquer director ou supervisor pode melhorar as suas
capacidades, desde que tenha a humildade de reconhecer que isso é necessário.
Os resultados serão úteis ao seu futuro profissional, e ao estabelecimento onde
desempenhe funções.
O Supervisor e A sua influência
na satisfação no trabalho
A forma de comunicação entre o superior e o subordinado tem uma
influência importante sobre a satisfação no local de trabalho. A maneira pela
qual o subordinado analisa o comportamento do supervisor pode influenciar
positivamente ou negativamente a sua satisfação no trabalho. Comportamentos de
comunicação tais como, aperto de mão, palmada nas costas e expressão vocal
positiva, são cruciais para a relação entre superior e subordinado. Mensagens
não verbais ou gestuais positivas, desempenham um papel central na interacção
interpessoal com relação à formação de impressão e expressão emocional. Um
polegar voltado para cima, bater palmas para comemorar um sucesso, ou um dedo
indicador bamboleante, são gestos de contacto contínuo não verbal do
supervisor, que ajudam a aumentar a participação interpessoal com os seus
subordinados, e afectam a satisfação destes no trabalho. O modo descontraído
pelo qual os supervisores se comunicam com os seus subordinados pode ser mais importante
do que o conteúdo verbal. Indivíduos que antipatizam e pensam negativamente
sobre o seu supervisor estão menos dispostos a comunicar-se ou a ter motivação
para trabalhar, enquanto indivíduos que gostam e pensam positivamente do seu
supervisor são mais propensos a comunicar-se e estão satisfeitos com o seu
ambiente de trabalho. A relação de um subordinado com o seu supervisor é um
aspecto muito importante no local de trabalho. O supervisor que usa o
imediatismo não verbal descontraído, com simpatia e com linhas de comunicação
abertas, está mais propenso a receber retorno positivo e a conseguir alta
satisfação no trabalho dos seus subordinados, enquanto um supervisor tenso,
hostil ou pouco disposto a se comunicar, irá naturalmente receber um retorno
negativo e baixa satisfação no trabalho dos seus subordinados.
Supervisão em Hotelaria
Extrato
do meu livro “Introdução à Hotelaria” distribuido por Amazon Kindle Books
Parte DOIS
Relacionamento
e sua implicação na
satisfação no trabalho
As relações e as implicações práticas destas na satisfação no trabalho,
podem ser um importante indicador de como os funcionários se sentem sobre o seu
emprego e um prenunciador de comportamentos de trabalho negativos, tais como
problemas organizacionais, absentismo e baixa qualidade de serviços.
Uma das constactações observadas numa pesquisa comum, foi que a
satisfação no trabalho está correlacionada à satisfação com a vida pessoal e
que esta correlação é recíproca, pois pessoas que estão satisfeitas com a vida
tendem a estar satisfeitas com o seu trabalho. Assim, fica patente que a
satisfação pessoal dos funcionários deve ser um desafio primário para os
gestores.
Outra constatação importante, mas esta para as organizações, foi a de
ter sido observado que a satisfação no trabalho tem uma correlação bastante
ténue com a produtividade. Esta é uma peça fundamental de informação para
pesquisadores e empresas, pois a ideia de que o desempenho no trabalho e a
satisfação estão directamente relacionados entre si é frequentemente citada na
mídia e em alguma literatura de gestão não-académicas. Em essência, a relação
de satisfação e produtividade não é necessariamente simples, e pode ser
influenciada por uma série de outras concepções relacionadas com o trabalho, tais
como a noção de que "um trabalhador feliz é um trabalhador produtivo"
a qual não deve servir como base para a tomada de decisões organizacionais no
trabalho. A relação entre desempenho e satisfação no trabalho é hoje vista como
um relacionamento artificial, visto que desempenho e satisfação estão mais
ligados às reações da personalidade individual. A personalidade do empregado
pode ser mais importante com relação ao desempenho do que a satisfação no
trabalho, razão pela qual é importante vigiar o tipo de relacionamento mantido
com os supervisores e pelo pessoal entre si, como forma de manter uma boa
cultura de empresa, visando a produtividade e a qualidade do serviço.
Pelo estudo e compreensão da atitude defensiva do carácter, o
psicólogo Reich desenvolveu uma metodologia técnica para a análise e a
diminuição dos aspectos não saudáveis deste, ou seja, dos seus aspectos
defensivos. Chamou essa metodologia de análise do carácter. Ela consiste
basicamente em perceber a forma de comportamento do analisado, e
conscientizá-lo dos aspectos defensivos que mais o prejudicam. Essa
conscientização dá-se em três níveis básicos: o psíquico afectivo
comportamental relacional, a contrapartida orgânica muscular (correspondência
da contracção muscular), e o estrangulamento energético.
Embora não faça parte
de nenhum dos trabalhos que temos vindo a citar, podemos indicar como ajuda,
que são traços positivos de carácter, os seguintes:
·
aceitar
sempre as críticas e as recomendações com compreensão,
·
apresentar
as qualidades desejáveis nos princípios positivos de comportamento (alegria,
simpatia, postura, estabilidade), da moralidade e da ética,
·
cooperar
em conformidade com os regulamentos de empresa, relativos à propriedade,
padrões, serviço, relacionamento, etc.,
·
demonstrar
padrões elevados de honestidade e confiabilidade, cortesia, preocupação com o
cliente e colegas de serviço e respeito pelos outros,
·
observar
instruções e normas, ser pontual e cumpridor dentro e fora do local de
trabalho,
·
demonstrar
capacidade de concentração, auto-disciplina e atenção sustentada, e mostrar
perseverança e aplicação no seu trabalho,
·
obediência
às normas, evitando abusos e mostrando relutância para lucrar com os erros dos
outros,
·
trabalhar
activamente para melhorar o ambiente de trabalho, evitar más influências e
aceitar contribuições para melhor compreender os traços de personalidade de
seres humanos e seus comportamentos.
A participação dos
empregados é hoje a meta principal dos que pretendem melhorar a produtividade e
o ambiente de trabalho na organização.
Uma das principais
obrigações do gestor é, pois, conhecer bem o seu estabelecimento e os seus
trabalhadores, e fazer também que os que nela trabalham, conheçam a empresa e a ele próprio. O bom
conhecimento, faz o bom relacionamento. O passo seguinte, deve ser o da
participação.
Nem todos terão,
inicialmente, a mesma capacidade de participação, por não terem o mesmo grau de
conhecimentos. A formação, contudo, poderá resolver esta parte do problema; pois
os que sabem menos também possuem capacidades e, como tal, podem aprender,
apenas precisam ser ensinados. Se podemos ‘ensinar’ uma máquina como o
computador, por que não ensinar um ser humano? Se quantificarmos o custo da
ignorância, verificaremos que a formação é sempre mais económica.
A empresa, através
dos seus responsáveis, e os Supervisores estão aqui incluidos, deve considerar
o seu pessoal, uma mais valia e os seus clientes, como um património que
deve ser preservado a todo o custo. Qualquer formação deve pois começar por
descrever e identificar o cliente, para todo o pessoal. Na maior parte das
empresas prepara-se tudo e explicam-se todos os pormenores ao pessoal, sem
nunca falar no cliente, que deve, afinal, ser o primeiro a ser analisado em
qualquer acção deste género.
Quanto mais rico
for o conhecimento do empregado, mais rica será a empresa que o utiliza. E o
empregado deve ser colocado perante a verdade de que ele próprio também estará
como cliente em muitos momentos da sua vida, e deverá usar para os seus
clientes o que gostará de receber como tal.
A valorização do
indivíduo melhora o ambiente de trabalho e, consequentemente, o relacionamento.
Empregados com sólida formação e motivados,
prestam melhores serviços aos clientes e melhoram o relacionamento
destes com o estabelecimento.
Na maior parte das
vezes, os grandes problemas derivam da cultura da empresa. As admissões e as
demissões não trarão melhoria alguma. Deve-se analisar a verdadeira raiz do
problema.
Numa grande maioria
dos casos, os empregados nas linhas de base não se identificam com o bom ou mau
nome da empresa, nem se sentem a ele ligados, pelo que não estão alertados para
o que, bem ou mal, possa afectar essa área. Estão apenas preocupados com o seu
caso pessoal.
Ao produzir, o
empregado procura apenas desempenhar-se de uma tarefa de que foi incumbido. Por
não conhecer os vários passos do processo, não se identifica com o produto.
O empregado que
se habituou a cumprir apenas (ou a evitar cumprir) ordens, sem nunca ter sido
chamado a dar a sua opinião, não desenvolve qualquer sentido de
responsabilidade – logo, atribuir-lhe responsabilidade é puro devaneio.
Quem executa, deve
estar preparado para executar, mas também para avaliar. Não apenas se o
trabalho está feito, mas também se está feito com qualidade e dentro dos
padrões estabelecidos. Cada empregado deve ser o verdadeiro avaliador da
qualidade do seu trabalho, e sentir
satisfação pelo resultado dele.
Para que isso
seja atingido, o empregado deve ser elevado a um grau superior de
profissionalismo e participação, através do orgulho pelo trabalho bem feito e
da sua contribuição para o resultado final.
Quem se propõe comandar outras pessoas deve procurar ter um bom
conhecimento de si próprio e amnter uma auto-estima elevada.
A satisfação pessoal é uma avaliação subjectiva, que corresponde ao
julgamento ou à atitude expressa por um indivíduo, em relação à realização de
determinados objectivos ou necessidades, com base no seu nível de aspirações ou
expectativas, e está estreitamente ligada à felicidade.
Todos podem aumentar o seu sentimento de satisfação se realmente
desejarem.
Mas o que significa “pode se quiser”. Claro, quem não quer?
Pode começar com um pequeno exercício e dizer para si mesmo: “Pesando
tudo, o bom e o mau, estou satisfeito com a minha vida”.
“Como se sente quando diz isso e acredita no que diz”?
Existem dentro de todos nós, coisas do passado que não
queremos esquecer nem perdoar.
Alguém ou alguma coisa que nos magoou muito, ou nos deixou recordações
desagradáveis. Mas por que penalizar toda uma vida, por algo que já passou?
O Presidente Lincoln disse uma vez, “podemos ser tão felizes quanto
prepararmos a nossa mente para sê-lo”.
Isto é igualmente aplicável à satisfação pessoal.
Podemos estar tão satisfeitos com o nosso passado, quanto as recordações que
guardarmos dele.
Mas porque eu deveria trabalhar em satisfação pessoal? Para ser
feliz, é a resposta. Satisfação pessoal e emoções positivas têm um
significado especial. O problema é que, à medida que avançamos na idade, as
emoções positivas tendem a escassear, enquanto aumentam as emoções negativas. A
vida é assim mesmo, e Buda preocupou-se em explicar isso aos seus seguidores,
como uma imagem filosófica. "Viver cada momento" é sem dúvida um bom
conselho, uma vez que deixa a mente livre do passado e do futuro, mas tal
prática é extremamente difícil para a maioria das pessoas, pois vai contra a
própria natureza da mente. Tentamos vivenciar o momento do "aqui e
agora", mas sem nos dar conta disso, estamos a pensar sobre alguém que fez
algo errado ou preocupados com uma situação futura que nos sinaliza problemas. Parece que todos os pensamentos e sentimentos
negativos sobre o passado ou o futuro se reúnem para diminuir o nosso grau de
satisfação pessoal no presente. Amigos podem dizer "Não pense nisso",
mas, será que funciona?
Funcionará, se tomarmos uma posição positiva em relação ao passado,
presente e futuro. Para aceitar o passado seja ele qual for e para ser
optimista sobre o futuro, devemos conseguir uma posição moderada no presente.
Deixar de lado acontecimentos passados. Evitar construir falsas expectativas e
não escolher objectivos muito grandes no curto prazo. Determinar os
objectivos a alcançar, mas dividir estes em etapas, sobre as quais seja fácil
estabelecer a medição. E isto vale, tanto para a carreira profissional como
para o património.
Evitar comparar-se aos outros, tanto vizinhos como amigos ou colegas.
As oportunidades não surgem iguais para todos, mas todos podem ter a sua
oportunidade, a qualquer momento. Apenas devem saber aproveitá-la. Os franceses
têm um ditado que se aplica aqui: “Não tenho tudo o que eu amo, mas amo tudo
o que tenho!” O nosso é nosso, o dos outros, não sabemos como foi
conseguido, nem isso nos deve interessar.
O nosso melhor é sempre bom o suficiente, porque se trata do nosso, e
nós sempre somos “bons o suficiente”.
Se examinarmos qualquer noção diferente desta, iremos verificar que ela
não faz muito sentido, pois cada um só precisa cumprir o seu próprio potencial,
e se enquanto permanecer fiel a esta chamada fizer o melhor para cumprir esse
propósito, não precisa esperar mais nada de si mesmo.
É fácil se obcecar com a ideia de tentar ser o melhor — o melhor pai, o melhor empregado, o melhor
filho ou o melhor amigo. Se tentarmos ser o melhor, corremos o risco de queimar
a nossa originalidade, porque estaremos lutando para nos ajustar a “alguém” na
nossa visão de sucesso.
Além disso, se todos estiverem a esforçar-se para apresentar um
resultado idêntico, corre-se o risco de perder em criatividade e diversidade,
criando alternativas visionárias para a forma como as coisas são feitas.
Não há nada errado em querer melhorar, antes pelo contrário, mas
devemos ser coerentes nas nossas expectativas, porque ao querer ser melhor do
que os outros colocamos o nosso ego em jogo com todos os problemas que isso
acarreta.
·
Nós, somos nós. Devemos evitar ser os piores, mas por
que ser o melhor?
·
Basta que sejamos bons o suficiente e nos mantenhamos
felizes.
·
Deixar de lado a tendência para se guiar pelos padrões
de vida das outras pessoas, e deixar de lado a crença de que precisamos
competir e vencer, não significa que não devemos nos esforçar por fazer o
melhor dentro das nossas possibilidades.
·
Sempre devemos nos esforçar por fazer o nosso melhor,
mas quando criarmos uma vida livre de pesares, sabendo que trabalhamos com o
melhor da nossa capacidade, iremos sentir grande satisfação pessoal pelos
nossos esforços, independentemente de como os outros percebam isso.
·
Não devemos nunca fazer nada na vida, para satisfação
dos outros. Devemos sim, trabalhar para a nossa família e para a nossa própria
satisfação pessoal. Ajudar alguém é outra coisa.
E manter uma consciência limpa e livre, coerente com a cidadania, a moral
e a solidariedade ao próximo, no cumprimento das nossas obrigações.
E nada mais do que isso será necessário para ser feliz e dar felicidade
aos que nos rodeiam. Até ao nosso pessoal, se nós somos Supervisores.
A satisfação profissional tem sido definida como um estado emocional
prazeroso, resultante da apreciação de uma ocupação, uma reação afectiva para
com uma função, ou uma atitude positiva em relação a uma profissão. Esta
definição sugere que as pessoas formam atitudes sobre os seus empregos ou
profissões, tendo em conta os seus sentimentos, as suas crenças e os seus
comportamentos.
A satisfação profissional, ou seja, o sentido do
trabalhador quanto à sua realização e sucesso, geralmente é percebida como
vinculada directamente ao bem-estar pessoal. Satisfação profissional implica
fazer um trabalho de que se gosta, fazê-lo bem, e ser devidamente recompensado
pelos seus esforços. Satisfação profissional pode também estar ligada a
reconhecimento, renda, promoção e realização de outros objectivos que levam a
um sentimento geral de cumprimento.
Um trabalhador satisfeito é provável que seja mais criativo, flexível,
inovador e leal.
Para o Supervisor, satisfação com o trabalho dos seus colaboradores
entende-se como uma força de trabalho motivada e empenhada em desempenho de
alta qualidade. Maior produtividade aparece como um subproduto da melhoria da
qualidade de vida profissional, embora esteja ligada à personalidade do
indivíduo.
Formas tangíveis de avaliar a satisfação no trabalho, incluem redução
nas reclamações e queixas, menor absentismo, maior pontualidade e moral elevado
do trabalhador. É importante que os Supervisores estejam conscientes destes
pontos.
Extrato
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Parte TRÊS
Como Criar Satisfação no Trabalho
As organizações podem ajudar a criar satisfação no trabalho, com
sistemas que garantam desafios à capacidade dos trabalhadores, mas também com
recompensas quando eles forem bem sucedidos nos seus esforços. As empresas que
aspirem a criar um ambiente de trabalho que aumente a satisfação profissional
devem estar preparadas para incorporar:
·
oportunidades
de crescimento profissional e formação,
·
trabalho
interessante que ofereça desafio,
·
oportunidades
que permitam "personalizar" o produto acabado (ouvir opiniões),
·
ensejo
para usar o talento pessoal de cada empregado em possibilidades criativas,
·
facilidades
para assumir a responsabilidade e dirigir o próprio trabalho,
·
protecção
do ambiente de trabalho incluindo segurança e continuidade deste,
·
ambiente
“aberto”, com um supervisor acessível que forneça feedback,
·
membros
da équipa com cultura de colaboração e entreajuda,
·
benefícios
flexíveis, tais como acolhimento de crianças para o caso das mulheres,
·
métodos
e tecnologia actualizada,
·
instalações
confortáveis e arejadas,
·
salário
competitivo e oportunidades de promoção.
Para além dos aspectos mencionados, a satisfação profissional também é
influenciada pelas características pessoais, sendo importante ter em mente que
há muitas peculiaridades que afectam a satisfação no trabalho, as quais variam
de um trabalhador para outro, e até de um dia para o outro. As características
pessoais do gestor ou Supervisor e o estilo de gestão, além da natureza do
trabalho em si, são aspectos a considerar. Supervisores que pretendam manter um
elevado nível de satisfação na sua força de trabalho, devem tentar compreender
as necessidades de cada membro desta. Ao criar as équipas, podem aumentar a
satisfação dos trabalhadores, colocando pessoas com origens, experiências, ou
idades semelhantes, no mesmo grupo de trabalho. Este procedimento é
enriquecimento do labor, o qual inclui também, geralmente, maior
responsabilidade, maior liberdade, formação e realização. Descobertas empíricas
mostraram que características organizacionais, como compromisso e
relacionamento com supervisores e colegas de trabalho, têm efeitos
significativos na satisfação profissional.
E se satisfação no trabalho é um benefício ao trabalhador, este deve
certamente ser chamado a contribuir para a sua própria satisfação e bem-estar
no trabalho.
·
Devem
ser dadas oportunidades para demonstrar habilidades e talentos.
·
Desenvolver
facilidades de comunicação, com acesso dos empregados à direcção.
·
Incentivar
o incremento das capacidades de trabalho em équipa e individual.
·
Aceitar
a diversidade das pessoas, com as suas diferenças e culturas.
·
Motivar
a équipa a encontrar soluções para lidar com as imperfeições dos seus membros,
e aprender a dar e receber a crítica construtiva.
Na sua essência, satisfação profissional é o resultado dos eventos e
condições que as pessoas experimentam nos seus postos de trabalho. Um autor que
li e que lamento não poder citar, pois não me recordo onde, escreveu: "Se
o trabalho de uma pessoa é interessante, a sua remuneração é justa, as suas
oportunidades promocionais são boas, o seu supervisor é honesto e íntegro, e os
seus colegas de trabalho são amigáveis, uma abordagem situacional leva a prever
que ela estará satisfeita com o seu trabalho".
Satisfação profissional não é o mesmo que motivação, nem está ligada a
aptidão, embora possam ter vínculos entre si, mas quanto mais satisfeitas as
pessoas estiverem no seu trabalho, mais felizes serão fora dele.
Ética profissional DE UM SUPERVISOR
Pode definir-se
ética, como um conjunto de princípios morais que nos ajudam a responder a
perguntas, sobre o que é certo ou errado nas acções humanas.
A ética, em si
própria, pode ser definida como o estudo da natureza geral da moral e das
escolhas específicas que se apresentam ao indivíduo, no seu relacionamento com
os outros.
Na actualidade,
somos levados a pensar na ética, de uma forma pragmática, ou seja, as nossas
escolhas baseiam-se no que nos parece razoável, de acordo com os nossos
próprios valores. Em boa verdade, contudo, a ética é algo muito diferente. O
verdadeiro conceito de ética indica uma distinção clara, entre o que é certo e
o que é errado e que é nossa obrigação fazer o melhor para distinguir entre
estas duas vias e procurar fazer o que é certo.
Há princípios
universais com os quais quase todas as religiões, culturas e sociedades
concordam. Esses princípios formam as bases do comportamento ético. Essas bases
conduzem-nos a acreditar que os direitos dos outros são tão importantes como os
nossos e que tudo devemos fazer para não molestar ninguém, se estiver ao nosso
alcance evitá-lo. É nossa obrigação, ajudar, sempre que possível.
A ética
profissional é o código moral das relações entre profissionais. Uma ética
sólida, desenvolve o sentido de
camaradagem e aproxima os que, afinal, precisam
estar unidos para solucionar problemas que são comuns.
Ao servir-se de
um código de ética tão rígido quanto possível, o Superisor está ao mesmo tempo,
e pelo exemplo, a orientar a conduta do seu pessoal. Os que ocupam os lugares
superiores nunca poderão escapar ao julgamento daqueles que se encontram abaixo
na escala hierárquica.
E é bem sabido
como os gestos são distorcidos e mal interpretados, quando não são claros,
plenos de lógica e de razão.
Estabelecer
aqui um código de ética seria supérfluo e desnecessário. A ética deve ser
comandada pelo bom senso e deverá sempre estar de acordo com a vontade do
indivíduo.
Focámos este
ponto por nos parecer essencial, mas deixamos ao leitor a liberdade de escolha
e julgamento, quanto ao posicionamento ético que melhor corresponde à sua
personalidade.
Pela nossa
parte, achamos que o código de ética a seguir numa empresa, não deve ser algo
pessoal que cada responsável interpreta da sua maneira, mas algo definido pela
administração, tal como a missão ou os procedimentos, de forma a garantir que a
sua aplicação seja idêntica em todas as situações.
Sem um código
de ética implantado, alguns Supervisores podem ser tentados a tomar decisões
pouco éticas, muitas vezes até, empurrados pelas situações. “Vamos agir antes
que seja tarde”, pode levar muitas vezes, a que se enverede por atalhos éticos,
de resultados duvidosos.
Mesmo com
normas e políticas da empresa, o comportamento ético é algo muito pessoal.
Alertamos portanto os candidatos a Supervisor para que usem o mais possível uma
ética integral e encoragem o seu pessoal a caminhar nessa direcção. Não há
normas que funcionem ou se apliquem com a mesma eficiência, em todas as
circunstâncias. Por essa razão, os filósofos que se dedicam à ética aconselham
a seguir a obrigação moral de levar sempre em consideração, os interesses de
todos os intervenientes em qualquer situação.
Três simples
perguntas podem ajudar nesses momentos de tomada de decisão:
- Será isto justo?
- Será isto equilibrado?
- Como é
que esta decisão me fará sentir comigo próprio?
Valores morais
Há seis
maneiras de analizarmos os valores morais do indivíduo. Estes, emanam dos
sentimentos sobre o que é bom ou justo e chegam até ao ser humano, da mesma
forma que os outros sentimentos.
As seis
maneiras de passar os valores morais são as seguintes:
- autoridade,
- dedução lógica,
- senso de experiência,
- emoção,
- intuição,
- científicamente.
Todos temos uma
escala de valores, que pode ser igual ou diferente à daqueles com quem
convivemos, dependendo da forma como cada um pensa a moral. Para algumas
pessoas, certas acções são negativas, porque os livros religiosos ou cívicos,
ensinam a criticá-los. Para outros, só são condenáveis as acções que a família
ou o círculo de amigos, condenam. Muitos acreditam que só está mal, o que é
contra a lei ou se não for apanhado. Quase toda a gente acredita, contudo, que
não é bom mentir e que roubar é mau.
De acordo com
alguns filósofos da moral, a honestidade é o único princípio aceitável. Quando
se mente aos outros, tira-se-lhes o direito de fazer a sua própria escolha, e
manipulam-se as pessoas que irão basear a sua decisão em falsas informações. Se
formos realistas, estaremos a impedir a sua liberdade. A menos que exista uma
forte razão para isso, a mentira nunca deve ser tolerada.
Há duas outras
correntes maioritárias, que dominam a tradição do pensamento moral na
filosofia. Elas são a deontologia e o utilitarismo ou relativismo ético.
A deontologia,
defende que devem existir ideais básicos
e universais, que dirijam os nossos pensamentos.
Baseia-se na
crença de Immanuel Kant, o qual, apesar de acreditar em Deus, dizia que não
poderíamos aceitá-lo como uma certeza total, pois não poderíamos provar a sua
existência em pura lógica. Ele queria apenas dizer que todos nós devemos ter
uma consciência pura, nas nossas crenças e nos nossos actos e pensamentos, e
agir na pureza da nossa consciência.
A deontologia,
procura demonstrar que a melhor forma de se analisar uma acção é ética; é cada
um perguntar a si próprio, se gostaria de viver num mundo onde todos agissem consigo,
da maneira como se propõe agir com os outros. Se as nossas acções puderem ser
aceites por nós, como uma lei universal, então serão éticas e, correctas.
Compete
aos Supervisores, a motivação das suas equipas, razão porque deve ser sua
preocupação conhecer os métodos para atingir da melhor maneira, esta
finalidade.
As
equipas falham, quando os Supervisores falham na sua missão de transmitir a
esta a empolgação necessária, para
os bons resultados do seu trabalho.
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