quinta-feira, 27 de dezembro de 2018


 

As Decisões no Gerenciamento do Negócio


São muitas as preocupações gerenciais, e é grande o desafio enfrentado pelos gestores na luta do seu dia a dia. Mas quando se trata do negócio em si, o grande enfoque e a maior preocupação devem ser, como as suas decisões vão afectar este.
Se o grande aferidor imediato é o resultado económico gerencial, este não é tudo no médio ou longo prazo.
Para um horizonte maior, o real aferidor é: como as decisões hoje tomadas para garantir os resultados, vão afectar a continuidade do negócio no futuro.
Se ao tomar ou implantar uma decisão não for tida em conta a continuidade do negócio, qualquer lucro, por melhor que seja, terá um custo que eventualmente a empresa não poderá pagar, por se apresentar exagerado.

Alguém disse que o futuro a Deus pertence.
Se o Criador pensasse assim, não teria dado ao “Homem” o livre arbítrio.
Por outro lado, o futuro chega muito depressa; por vezes mais depressa do que o esperado, razão por que é sábio e compensador, construir o presente pensando no futuro.
O futuro reflete sempre as decisões de hoje. Boas ou más.
Isso nos conduz e incentiva a decisões ponderadas, que devem ser tomadas caso a caso, analisando bem as suas consequências para o negócio (ou melhor, para o futuro deste).

Nenhuma Norma, por melhor que seja pode ser definitiva. Nenhuma decisão por melhor que se apresente, pode cobrir todas as situações com a mesma eficácia. O próprio negócio pode se apresentar multifacetado ou diferente, dependendo do local onde se encontra ou dos pros e contras que para ele convergem.

Orçamentos, balancetes, metas, percentagens e afins, são balizadores; mera ajuda que permite acompanhar e conduzir o negócio da melhor maneira e dentro do que se espera, para conseguir os resultados desejados. Mas estes indicadores não podem nunca ser usados para frear ou pautar as decisões gerenciais, quando o negócio ou o risco do negócio indicarem outro caminho. É certo que o viajante sábio busca atalhos para as trilhas comuns. Mesmo que o novo caminho seja um pouco mais longo ou cansativo.
Mas ele precisa saber escolher os atalhos e se conduzir neles.

Uma coisa é analisar números, outra é construir resultados.

Se a preocupação do gestor se direccionar apenas para um ou outro dos itens que compõem as responsabilidades da gestão, ele corre o risco de perder o enfoque do negócio como um todo. E o resultado final será falseado, por não contemplar uma das suas funções: dar continuidade ao negócio.

Todo o gestor precisa de:

·                    Lucro
·                    Clientes
·                    Fornecedores
·                    Funcionários
·                    Locais e Equipamentos

O seu desafio é manter o equilíbrio destes componentes, sem privilegiar qualquer deles, dando a cada um a atenção e o peso certo na gestão do negócio.
E o peso deve ser atribuído a cada momento, de acordo com as conjunturas. Nada pode ser definitivo.
É prudente analisar as interseções, e até que ponto cada interveniente influencia os outros e o negócio em si, aprendendo a garantir e manter o equilíbrio necessário.
O gestor não pode encontrar razões para justificar falhas nesse equilíbrio, pois cada um dos factores padrão tem a sua participação definida, e deve ser analisado pela forma como está a se comportar em relação a ela .
Sendo o “fiel da balança”, o gestor está entre os investidores e o Cliente, devendo conhecer as suas responsabilidades e respeitar os direitos de ambos, pois em princípio eles confiam nele.
Quem investe procura obter o maior lucro possível e isso é tanto compreensível quanto respeitável. Mas não espera por essa razão ver o seu capital pulverizado, apenas porque o gestor deste não soube dosear ou aplicar as suas decisões, de forma a mantê-lo rentável, de uma forma continuada.
Por outro lado, quem é Cliente também espera ver respeitado o seu direito a obter em troca da sua paga, uma equivalência relativa.
E se continuadamente isso lhe for negado, retribui retirando a sua garantia ou aval, à continuidade de tal negócio.
Os maiores inimigos de resultados favoráveis são, mais do que a incapacidade do gestor, o excesso de confiança; o desapoio ou desamparo aos funcionários; o esbanjamento; a falta de controlo ou de supervisão; o desperdício e a falta de qualidade do produto.
É nisso que os responsáveis devem concentrar a sua atenção, evitando a proliferação destes vírus destruidores.

Algumas sugestões para análise que não esgotam o escopo das preocupações são:

-          São necessárias?
-         
 
Não são necessárias?
-          São exageradas?
-          São feitas com qualidade e a preço justo?
-          Como elas afectam o negócio? (Bem ou Mal)


-                 O Preço está de acordo com o Mercado?
-                 O Preço está de acordo com o Produto?
-                
 
O mercado permite ajuste?
-                     Não estaremos a desperdiçar ao vender mais barato?
-                     Não estaremos a perder lucro ao vender mais caro?
-                     Será que um pouco mais de qualidade daria mais lucro?
-                     Como as decisões neste campo estão a afectar o negócio?

-                     Estamos a procurar o cliente certo para o nosso produto?
-                     Estamos a garantir clientes fiéis?
-                    

   Clientes

 
Estamos a dar ao cliente um bom valor custo/benefício?
-                     Preocupamo-nos com a qualidade do produto?
-                     Temos avaliação correcta do nosso produto?
-                     Sabemos qual é o valor do nosso produto para o cliente?
-                     Como a satisfação da clientela actual nos garante o futuro do negócio?

Não pretendemos esgotar o assunto, mas apenas alertar para o que, em nosso entender, é um dos problemas gerenciais: o entendimento das responsabilidades e a garantia da continuidade do negócio.
Quando o hotel está cheio é que se prepara o futuro. Mas pensar que hotel cheio garante tranquilidade, é um erro que sempre se paga muito caro. Igual para outros estabelecimentos do género, ou mesmo bares e restaurantes.



“AGORA QUE EU SEI, É QUE SEI QUE NADA SEI!”



Levei muito tempo para entender o verdadeiro significado destas palavras de Sócrates. Hoje sei que ele não se referia ao quanto sabemos ou ao quanto devemos saber, mas ao pouco que sabemos sobre aquilo que conhecemos. Todos sabemos que existem pessoas, mas o que sabemos nós sobre pessoas? Ou o quanto nos preocupamos em saber mais sobre pessoas?
Em hotelaria, no entanto, pessoas são o elemento principal de funcionamento. A mola principal da máquina e, no entanto, pouco nos preocupamos em dissecar o nosso conhecimento sobre esta parte do “equipamento”. A cada vez que uma nova máquina, utensílio ou instrumento é adquirido, são grandes as preocupações em conhecer os pormenores do funcionamento deste, mas nada acontece em relação ao motor base da laboração. Nas escolas, nada é ensinado sobre este ponto importante, e ninguém se interessa em criar conhecimentos que permitam lidar melhor com este sector fundamental na qualidade do produto e no resultado final.
Pesquisas mostram que relacionamento com pessoas é necessário para uma boa saúde física e mental. No entanto, lidar com pessoas difíceis e manutenção de relacionamentos negativos é prejudicial à saúde. Parece, portanto, que uma boa ideia seria diminuir ou eliminar as relações que só geram conflito. Mas o que se pode fazer se a pessoa em questão é um membro da família, colega de trabalho, ou alguém que não se pode facilmente eliminar da nossa vida?
E se estas pessoas são a força de trabalho com que o gestor conta para movimentar a sua organização?
No mundo de hoje, dificilmente há lugar para eremitas. Precisamos das pessoas. E precisamos aprender a conviver. Para isso precisamos conhecer melhor as pessoas. O que elas são e como reagem.
Pessoas apresentam três coisas importantes que influem no relacionamento: sentimentos, emoções e atitudes.
SENTIMENTO
O que é o sentimento? (do latim sentio, -ire,) perceber pelos sentidos, perceber, pensar.
Consultando um bom dicionário, encontramos:
Sentimento
1. Acto ou efeito de sentir.
2. Aptidão para receber as impressões.
3. Sensação; sensibilidade.
4. Consciência íntima.
5. Faculdade de compreender; intuição; percepção.
6. Pesar; paixão; desgosto.
7. Pressentimento.
8. Qualidades morais.
9. Ter determinada opinião ou maneira de pensar sobre algo ou alguém. = ACHAR,
10. Ressentir-se, melindrar-se ou ofender-se com algo.
11. Maneira de pensar ou de ver. = OPINIÃO, ENTENDER, PARECER.

EMOÇÃO
A emoção é um estado mental que surge espontaneamente, e não através do esforço consciente, muitas vezes acompanhado de alterações fisiológicas que podem melhorar e/ou minar o raciocínio.
São expressões evidentes de emoção:
1. As exibições de alegria, tristeza, reverência, ódio e amor. 
2. Um estado de agitação mental ou perturbação: falar incoerentemente, com uma voz que trai a emoção. 
3. Incapacidade para decisão lógica, racional ou analítica; inteligência.
4. Um estado anormal de sanidade mental.
5. Uso irrefletido da razão, especialmente sob a forma de conclusões, inferências ou sentenças.

ATITUDE
Atitude designa, em psicologia, a tendência de uma pessoa julgar situações como boas ou más, desejáveis ou indesejáveis. A atitude diferencia-se da postura pelo maior grau de concretude dos objectos a que se refere - assim, o limite entre esses dois construtos não é claro. Como no caso das posturas, há grande dificuldade na busca de uma classificação abrangente de todas as atitudes possíveis, pois os objectos a que uma atitude se pode referir são muito heterogéneos e concretos. Do ponto de vista da psicologia da personalidade, na sua busca por tendências estáveis de comportamento, é interessante perguntar qual a relação entre atitude e comportamento real.
Essa correlação é muito baixa, e Wicker (1969) procurou explicar esse fenómeno afirmando que as características individuais de comportamento seriam específicas a determinadas situações e não poderiam ser previstas por meio de atitudes genéricas. O comportamento vai muitas vezes contra a atitude, em virtude da contenção existente nas pessoas nas suas reações sociais.
Sentimentos, emoções e atitudes estão relacionadas ou são diferentes?
Cada um deles faz o outro acontecer?
Qual deles tem mais influência, sobre a forma como devemos responder?
A pessoa que os experimenta tem qualquer escolha na matéria?
E se eles estão em conflito? 
Os sentimentos são o que são. Não se podem forçar.  Não existe nenhuma maneira mágica de alterar a forma como pensamos. Eles não são certo ou errado, apenas são. Sentimentos são muito poderosos e têm um controlo definitivo sobre as escolhas pessoais e os movimentos de cada indivíduo, por toda a vida. O sentimento ruim deve ser evitado, pois sentir-se mal vai contra a natureza humana. Os sentimentos baseiam-se nas emoções e estas vêm do coração. Não podemos, portanto, mudá-los apenas pela acção da mente.



E quanto às atitudes?
As atitudes estão normalmente ligadas às nossas crenças, as quais são escolhidas pela mente. É possível tomar uma decisão consciente para alterá-las, pois o nosso intelecto tem controlo total e completo sobre aquilo em que acreditamos. É possível a qualquer pessoa, alterar a sua atitude.  
Então, o que é mais forte e tem mais influência sobre as nossas escolhas e comportamentos?
Os sentimentos são mais rápidos do que as emoções, e por isso mais fáceis de identificar, mas as emoções são superiores a sentimentos, pois se compõem de um conjunto de factores com maior percepção. Os sentimentos são fáceis de entender porque são simples, mas as emoções por mais complicadas, são mais difíceis de interpretar. Uma pessoa mal-humorada seria descrita como emocional , visto que a emoção é um componente do humor. Emoção é algo que afecta todo o sistema como uma depressão. As pessoas podem se concentrar em pequenos volumes de sentimento, mas, se esse sentimento é muito grande, torna-se uma emoção. Assim como os sentimentos podem gerar emoções, as emoções também podem gerar sentimentos, embora a resposta ao sentimento venha primeiro porque sentimentos são mais rápidas e com reação mais imediata do que as emoções.
Como podemos então orientar o nosso relacionamento com pessoas, de forma a encorajar situações positivas e concretas?
Nas situações de contacto directo, deve-se procurar manter conversas com temas neutros. Evitar questões polémicas e pessoais, como religião e política, ou outras que tendam a causar conflitos. Se o interlocutor nos tentar envolver em uma discussão que provavelmente se tornará polémica, deve-se mudar de assunto ou encerrar a conversa. Aceitar a realidade de que é preciso cuidado para lidar com opiniões diferentes das nossas. Não se pode mudar a opinião de uma pessoa, e entrar numa luta de poder, com defensivas e críticas, pois isso apenas irá piorar as coisas. O oponente também irá nos classificar como uma pessoa difícil de lidar. Deve-se fazer o que está sob nosso controlo e mudar o tema da conversa com a outra pessoa, pois isso é tudo o que temos o poder de mudar.

Para gerenciar bem é necessário conhecer bem o ser humano e saber gerenciar pesoas. Elas são o motor do negócio.




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