DIRECÇÃO E GESTÃO em
hotelaria - 17
A GESTÃO E O SUPERVISOR
Na industria
hoteleira, o termo ‘supervisor’ geralmente designa o chefe de secção ou os seus
auxiliares. Alguém que está encarregado da gestão de empregados ao primeiro e
segundo escalão, desde que não tenham, eles próprios, tarefas supervisoras. Por
exemplo: o chefe de cozinha supervisiona, cozinheiros, copeiros, pasteleiros, garde-manger,
etc. É um supervisor de primeira linha; mas, se o pasteleiro ou o copeiro,
tiverem, cada um deles, uma equipa sob as suas ordens, são também considerados
supervisores, ainda que subalternos ou de segunda linha.
Tal como os
directores, os supervisores estão sujeitos a pressões diversas, inerentes ao
cargo, e são confrontados diariamente com exigências e reclamações, não só dos
seus comandados, mas também dos hóspedes, directores departamentais, chefias,
órgãos públicos, sindicatos, controlo, e RH, entre outros.
O tratamento, ou
análise das exigências ou reclamações podem, assim, ser relacionados na
descrição de obrigações ou responsabilidades de um supervisor.
Todo o supervisor de
hotelaria deve conhecer e entender os princípios básicos da actividade
gerencial e procurar aplicá-los no seu sector operacional, como forma de se
valorizar e à sua equipa, com vista a facilitar o seu trabalho.
O processo de
direcção ou gerência é, essencialmente, o mesmo em qualquer tipo de negócio e a
todos os níveis de uma organização.
O que muda são as
responsabilidades, o escopo ou a abrangência da actuação, as metas ou
objectivos, os ambientes e o tipo de negócio. 
A gestão de pessoal é
muito mais importante e complexa do que se imagina, mas é apenas uma das muitas
tarefas que um supervisor tem a seu cargo, embora possamos considerá-la a mais
importante, a mais difícil e, a mais problemática.
O supervisor deve ter
um conhecimento sólido das tarefas técnicas do seu departamento, ainda que, em
algumas delas, esse conhecimento possa ser mais superficial. A maior parte do
seu tempo e dos seus esforços, porém, terão como objectivo a gestão (ou
orientação) do trabalho de outros; negociar ou tratar assuntos com os seus
subordinados, seja de uma forma pessoal, seja de forma profissional ou ainda
com a tomada de decisões.
Na parte que
dedicámos à direcção, definiram-se os princípios básicos da gerência e dos seus
componentes. Ali se apontaram os aspectos técnicos de relações humanas e os
conceitos importantes para o trabalho de um supervisor, ali se enfatizaram as
responsabilidades da direcção e da supervisão. Sugerimos a releituradesa parte.
Neste ponto,
apontaremos também as três razões que normalmente conduzem ao insucesso do
supervisor. Assim, os nossos leitores poderão identificá-las e evitá-las.
Nunca é demais
enfatizar que um bom supervisor é preparado, não nasce pronto. Uma boa forma de
ser o melhor e atingir o topo é recorrer ao estudo e ao conhecimento, com a
humildade de admitir que nunca se sabe o suficiente, por muito que se saiba.
Procuraremos ajudar
no que for possível. Esperamos que os nossos leitores façam a sua parte.
O supervisor
inclui-se na equipa de gerência ou de direcção, razão pela qual se espera dele
que saiba pensar e agir, partindo dessa premissa. Ele é importante para o
sucesso de qualquer política implantada no estabelecimento, e representa
perante os seus funcionários, tanto o hotel, como os dois níveis de gestão
acima do seu. Quando for chamado a dialogar com esses escalões de gestão, ele
estará a representar o seu pessoal. Pode-se assim verificar que o supervisor é
o elo, e até certo ponto o controlador, do fluxo de comunicação, para cima e
para baixo, em toda a organização.
No seu futuro, o
supervisor poderá vislumbrar outros níveis de gestão, mas no seu próprio
patamar, pode e deve desenvolver os conhecimentos e qualidades que farão dele,
no futuro, um bom ou mau gestor.
Quem toma para si o
cargo de supervisor, aceita tácitamente as responsabilidades inerentes e, bem
assim, a autoridade que a função confere. Fica além disso, responsável pela boa
aplicação dessa autoridade.
Os supervisores são
avaliados pela forma como conseguem levar a cabo as tarefas inerentes ao seu
cargo. Algumas dessas tarefas poderão ser cumpridas individualmente, para
outras é necessária a colaboração dos seus funcionários. Poderá delegar essas
tarefas, mas continuará responsável por elas. Deve pois garantir que os
funcionários estejam aptos a desenvolvê-las, com a segurança de resultados
positivos. Ser responsável pelas acções dos seus funcionários, é uma dura
realidade no dia-a-dia de um supervisor. Os resultados positivos podem contudo
ser garantidos se se cuidar da formação e se se mantiver um bom relacionamento
e alto espírito de equipa, no sector em causa.
A experiência diz,
que não há bom ou mau pessoal, pois o ser humano é, de uma forma geral, todo
semelhante. O que há, são bons ou maus chefes ou supervisores, o que pode ser
traduzido por:
Supervisores bem
preparados, versus supervisores mal preparados.
O leitor poderá ficar
surpreendido, ao saber que a inabilidade nas tarefas técnicas do cargo não é
uma das três principais razões que levam os supervisores ao insucesso. A
principal razão é a falta de capacidade (ou de conhecimentos), para promover
uma gestão eficaz e um bom relacionamento com os seus subordinados
Quando o supervisor
não alcança o sucesso no relacionamento, o resultado é um enfraquecimento do
moral, a baixa produtividade e alto turnover (rotatividade). Nestas
circunstâncias, o trabalho produzido não estará de acordo com os padrões
desejados. O resultado, sem dúvida afectará profissionalmente a reputação do
supervisor, bem como o seu relacionamento com a direcção ou administração.
Se não corresponder
às expectativas, não poderá aspirar a promoção e, eventualmente, arriscar-se-á
a sofrer os efeitos da instabilidade laboral.
Tais falhas de
carácter e personalidade que por vezes se encontram nos supervisores, podem ser
facilmente corrigidas,.
Se um supervisor se
deixar levar por preconceitos, se for baixa a sua auto-estima, ou se problemas
semelhantes o afligem, não estará preparado para assumir as responsabilidades e
pressões associadas ao cargo.
Finalmente, há a
falta de capacidade para executar as tarefas básicas de gerência: planear,
organizar, coordenar, seleccionar, dirigir, controlar, supervisionar, avaliar e
reconhecer.
A incapacidade,
de cumprir estas tarefas pode conduzir ao insucesso de um supervisor, tal como
de um director. Desse modo a história repetir-se-á. Não conseguirá ter bons
relacionamentos e alcançar bons resultados, com todas as consequências já
apontadas.
Qualquer director ou
supervisor pode melhorar as suas capacidades, desde que tenha a humildade de
reconhecer que isso é necessário. Os resultados serão úteis ao seu futuro
profissional, e ao hotel onde desempenhe funções.
 
 
 
 
 
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