quinta-feira, 3 de novembro de 2022

SATISFAÇÃO PESSOAL



 

A SATISFAÇÃO NO TRABALHO

 

A satisfação pessoal é uma avaliação subjetiva, que corresponde ao julgamento ou à atitude expressa por um indivíduo, em relação à realização de determinados objetivos ou necessidades, com base no seu nível de aspirações ou expectativas, e está estreitamente ligada à felicidade.

Todos podem aumentar o seu sentimento de satisfação se realmente desejarem.

Mas o que significa “pode se quiser”. Claro, quem não quer?

Pode começar com um pequeno exercício e dizer para si mesmo: “Pesando tudo, o bom e o mau, estou satisfeito com a minha vida”.

“Como se sente quando diz isso e acredita no que diz”?

Existem dentro de todos nós, coisas do passado que não queremos esquecer nem perdoar. Alguém ou alguma coisa que nos magoou muito, ou nos deixou recordações desagradáveis. Mas por que penalizar toda uma vida, por algo que já passou?

O Presidente Lincoln disse uma vez, “podemos ser tão felizes quanto prepararmos a nossa mente para sê-lo”. Isto é igualmente aplicável à satisfação pessoal. Podemos estar tão satisfeitos com o nosso passado, quanto as recordações que guardarmos dele.

Mas porque eu deveria trabalhar em satisfação pessoal? Para ser feliz, é a resposta. Satisfação pessoal e emoções positivas têm um significado especial. O problema é que, à medida que avançamos na idade, as emoções positivas tendem a escassear, enquanto aumentam as emoções negativas. A vida é assim mesmo, e Buda preocupou-se em explicar isso aos seus seguidores, como uma imagem filosófica. "Viver cada momento" é sem dúvida um bom conselho, uma vez que deixa a mente livre do passado e do futuro, mas tal prática é extremamente difícil para a maioria das pessoas, pois vai contra a própria natureza da mente. Tentamos vivenciar o momento do "aqui e agora", mas sem nos dar conta disso, estamos a pensar sobre alguém que fez algo errado ou preocupados com uma situação futura que nos sinaliza problemas.  Parece que todos os pensamentos e sentimentos negativos sobre o passado ou o futuro se reúnem para diminuir o nosso grau de satisfação pessoal no presente. Amigos podem dizer "Não pense nisso", mas, será que funciona?

Funcionará, se tomarmos uma posição positiva em relação ao passado, presente e futuro. Para aceitar o passado seja ele qual for e para ser optimista sobre o futuro, devemos conseguir uma posição moderada no presente. Deixar de lado acontecimentos passados. Evitar construir falsas expectativas e não escolher objetivos muito grandes no curto prazo. Determinar os objetivos a alcançar, mas dividir estes em etapas, sobre as quais seja fácil estabelecer a medição. E isto vale, tanto para a carreira profissional como para o património.

Evitar comparar-se aos outros, tanto vizinhos como amigos ou colegas. As oportunidades não surgem iguais para todos, mas todos podem ter a sua oportunidade, a qualquer momento. Apenas devem saber aproveitá-la. Os franceses têm um ditado que se aplica aqui: “Não tenho tudo o que eu amo, mas amo tudo o que tenho!” O nosso é nosso, o dos outros, não sabemos como foi conseguido, nem isso nos deve interessar.

O nosso melhor é sempre bom o suficiente, porque se trata do nosso, e nós sempre somos “bons o suficiente”. Se examinarmos qualquer noção diferente desta, iremos verificar que ela não faz muito sentido, pois cada um só precisa cumprir o seu próprio potencial, e se enquanto permanecer fiel a esta chamada fizer o melhor para cumprir esse propósito, não precisa esperar mais nada de si mesmo.   É fácil se obcecar com a ideia de tentar ser o melhor - o melhor pai, o melhor empregado, o melhor filho ou o melhor amigo. Se tentarmos ser o melhor, corremos o risco de queimar a nossa originalidade, porque estaremos lutando para nos ajustar a “alguém” na nossa visão de sucesso. Além disso, se todos estiverem a esforçar-se para apresentar um resultado idêntico, corre-se o risco de perder em criatividade e diversidade, criando alternativas visionárias para a forma como as coisas são feitas. Não há nada errado em querer melhorar, mas devemos ser coerentes nas nossas expectativas, porque ao querer ser melhor do que os outros colocamos o nosso ego em jogo com todos os problemas que isso acarreta. Nós, somos nós. Devemos evitar ser os piores, mas por que ser o melhor? Basta que sejamos bons o suficiente e nos mantenhamos felizes.   Deixar de lado a tendência para se guiar pelos padrões de vida das outras pessoas, e deixar de lado a crença de que precisamos competir e vencer, não significa que não devemos nos esforçar por fazer o melhor dentro das nossas possibilidades. Sempre devemos nos esforçar por fazer o nosso melhor, mas quando criarmos uma vida livre de pesares, sabendo que trabalhamos com o melhor da nossa capacidade, iremos sentir grande satisfação pessoal pelos nossos esforços, independentemente de como os outros percebam isso. Não devemos nunca fazer nada na vida, para satisfação dos outros. Devemos sim, trabalhar para a nossa família e para a nossa própria satisfação pessoal.

E manter uma consciência limpa e livre, coerente com a cidadania, a moral e a solidariedade ao próximo, no cumprimento das nossas obrigações. E nada mais do que isso será necessário para ser feliz e dar felicidade aos que nos rodeiam.

 SATISFAÇÃO PROFISSIONAL

 A satisfação profissional tem sido definida como um estado emocional prazeroso, resultante da apreciação de uma ocupação, uma reação afetiva para com uma função, ou uma atitude positiva em relação a uma profissão. Num trabalho seu de 2002, Brian Weiss argumentou que satisfação profissional é uma atitude, mas assinala que os investigadores devem distinguir claramente se os objetos de avaliação cognitiva afetam emoção, opiniões e comportamentos. Esta definição sugere que as pessoas formam atitudes sobre os seus empregos ou profissões, tendo em conta os seus sentimentos, as suas crenças e os seus comportamentos.

A satisfação profissional, ou seja, o sentido do trabalhador quanto à sua realização e sucesso, geralmente é percebida como vinculada diretamente ao bem-estar pessoal. Satisfação profissional implica fazer um trabalho de que se gosta, fazê-lo bem, e ser devidamente recompensado pelos seus esforços. Satisfação profissional pode também estar ligada a reconhecimento, renda, promoção e realização de outros objetivos que levam a um sentimento geral de cumprimento. 

Postos de trabalho monótonos, podem corroer a iniciativa e o entusiasmo de certos trabalhadores e induzir ao absentismo. Satisfação e sucesso profissional são fatores importantes na autoestima e autodesenvolvimento pessoal. Para o trabalhador, emprego e satisfação profissional conduzem a um estado emocional prazeroso que leva a uma atitude positiva no trabalho. Um trabalhador satisfeito é provável que seja mais criativo, flexível, inovador e leal.

Para a organização, satisfação com o trabalho dos seus colaboradores entende-se como uma força de trabalho motivada e empenhada em desempenho de alta qualidade. Maior produtividade aparece como um subproduto da melhoria da qualidade de vida profissional, embora esteja ligada à personalidade do indivíduo.

É importante observar que a literatura sobre a relação entre produtividade e satisfação profissional não é conclusiva nem consistente, mas parece lógico que trabalhadores mais satisfeitos tendem a agregar mais valor a uma empresa. Formas tangíveis de avaliar a satisfação no trabalho, incluem redução nas reclamações e queixas, menor absentismo, maior pontualidade e moral elevado do trabalhador.



 COMO CRIAR SATISFAÇÃO NO TRABALHO

As organizações podem ajudar a criar satisfação no trabalho, com sistemas que garantam desafios à capacidade dos trabalhadores, mas também com recompensas quando eles forem bem sucedidos nos seus esforços. As empresas que aspirem a criar um ambiente de trabalho que aumente a satisfação profissional devem estar preparadas para incorporar:

•          oportunidades de crescimento profissional e formação,

•          trabalho interessante que ofereça desafio,

•          oportunidades que permitam "personalizar" o produto acabado (ouvir opiniões), 

•          ensejo para usar o talento pessoal em possibilidades criativas,

•          facilidades para assumir a responsabilidade e dirigir o próprio trabalho,

•          proteção do ambiente de trabalho incluindo segurança e continuidade deste,

•          ambiente “aberto”, com um supervisor acessível que forneça feedback,

•          membros da equipe com cultura de colaboração e entreajuda,

•          benefícios flexíveis, tais como acolhimento de crianças para o caso das mulheres,

•          métodos e tecnologia atualizada,

•          instalações confortáveis e arejadas,

•          salário competitivo e oportunidades de promoção.

Para além dos aspectos mencionados, a satisfação profissional também é influenciada pelas características pessoais, sendo importante ter em mente que há muitas peculiaridades que afetam a satisfação no trabalho, as quais variam de um trabalhador para outro, e até de um dia para o outro. As características pessoais do gestor e o estilo de gestão, além da natureza do trabalho em si, são aspectos a considerar. Gestores que pretendam manter um elevado nível de satisfação na sua força de trabalho, devem tentar compreender as necessidades de cada membro desta. Ao criar as equipes, os gerentes e diretores podem aumentar a satisfação dos trabalhadores, colocando pessoas com origens, experiências, ou idades semelhantes, no mesmo grupo de trabalho. Este procedimento é enriquecimento do labor, o qual inclui também, geralmente, maior responsabilidade, maior liberdade, formação e realização. Descobertas empíricas mostraram que características organizacionais, como compromisso e relacionamento com supervisores e colegas de trabalho, têm efeitos significativos na satisfação profissional.

E se satisfação no trabalho é um benefício ao trabalhador, este deve certamente ser chamado a contribuir para a sua própria satisfação e bem-estar no trabalho.

•          Devem ser dadas oportunidades para demonstrar habilidades e talentos.

•          Desenvolver facilidades de comunicação, com acesso dos empregados à direção.

•          Incentivar o incremento das capacidades de trabalho em equipe e individual.

•          Aceitar a diversidade das pessoas, com as suas diferenças e culturas.

•          Motivar a equipe a encontrar soluções para lidar com as imperfeições dos seus membros, e aprender a dar e receber a crítica construtiva.

Na sua essência, satisfação profissional é o resultado dos eventos e condições que as pessoas experimentam nos seus postos de trabalho. Um autor que li e que lamento não poder citar, pois não me recordo onde, escreveu: "Se o trabalho de uma pessoa é interessante, a sua remuneração é justa, as suas oportunidades promocionais são boas, o seu supervisor é honesto e íntegro, e os seus colegas de trabalho são amigáveis, uma abordagem situacional leva a prever que ela estará satisfeita com o seu trabalho".

Satisfação profissional não é o mesmo que motivação, nem está ligada a aptidão, embora possam ter vínculos entre si, mas quanto mais satisfeitas as pessoas estiverem no seu trabalho, mais felizes serão fora dele.

 


O SUPERVISOR E A SUA INFLUÊNCIA

NA SATISFAÇÃO NO TRABALHO

 

A forma de comunicação entre o superior e o subordinado tem uma influência importante sobre a satisfação no local de trabalho. A maneira pela qual o subordinado analisa o comportamento do supervisor pode influenciar positivamente ou negativamente a sua satisfação no trabalho. Comportamentos de comunicação tais como, aperto de mão, palmada nas costas e expressão vocal positiva, são cruciais para a relação entre superior e subordinado. Mensagens não verbais ou gestuais positivas, desempenham um papel central na interação interpessoal com relação à formação de impressão e expressão emocional. Um polegar voltado para cima, bater palmas para comemorar um sucesso, ou um dedo indicador bamboleante, são gestos de contacto contínuo não verbal do supervisor, que ajudam a aumentar a participação interpessoal com os seus subordinados, e afetam a satisfação destes no trabalho. O modo descontraído pelo qual os supervisores se comunicam com os seus subordinados pode ser mais importante do que o conteúdo verbal. Indivíduos que antipatizam e pensam negativamente sobre o seu supervisor estão menos dispostos a comunicar-se ou a ter motivação para trabalhar, enquanto indivíduos que gostam e pensam positivamente do seu supervisor são mais propensos a comunicar-se e estão satisfeitos com o seu ambiente de trabalho. A relação de um subordinado com o seu supervisor é um aspecto muito importante no local de trabalho. O supervisor que usa o imediatismo não verbal descontraído, com simpatia e com linhas de comunicação abertas, está mais propenso a receber retorno positivo e a conseguir alta satisfação no trabalho dos seus subordinados, enquanto um supervisor tenso, hostil ou pouco disposto a se comunicar, irá naturalmente receber um retorno negativo e baixa satisfação no trabalho dos seus subordinados.

 RELACIONAMENTO

E SUA IMPLICAÇÃO NA SATISFAÇÃO NO TRABALHO

 As relações e as implicações práticas destas na satisfação no trabalho, podem ser um importante indicador de como os funcionários se sentem sobre o seu emprego e um prenunciador de comportamentos de trabalho negativos, tais como problemas organizacionais, absentismo e baixa qualidade de serviços.

Uma das constatações observadas numa pesquisa comum, foi que a satisfação no trabalho está correlacionada com a satisfação com a vida e que esta correlação é recíproca, pois pessoas que estão satisfeitas com a vida tendem a estar satisfeitas com o seu trabalho. Assim, fica patente que a satisfação pessoal dos funcionários deve ser um desafio primário para os gestores.

Outra constatação importante, mas esta para as organizações, foi a de ter sido observado que a satisfação no trabalho tem uma correlação bastante ténue com a produtividade. Esta é uma peça fundamental de informação para pesquisadores e empresas, pois a ideia de que o desempenho no trabalho e a satisfação estão diretamente relacionados entre si é frequentemente citada na mídia e em alguma literatura de gestão não-académicas. Em essência, a relação de satisfação e produtividade não é necessariamente simples, e pode ser influenciada por uma série de outras concepções relacionadas com o trabalho, tal como a noção de que "um trabalhador feliz é um trabalhador produtivo" a qual não deve servir como base para a tomada de decisões organizacionais no trabalho. A relação entre desempenho e satisfação no trabalho é hoje vista como um relacionamento artificial, visto que desempenho e satisfação estão mais ligados às reações da personalidade individual. A personalidade do empregado pode ser mais importante com relação ao desempenho do que a satisfação no trabalho, razão pela qual é importante vigiar o tipo de relacionamento mantido com os supervisores e pelo pessoal entre si, como forma de manter uma boa cultura de empresa, visando a produtividade e a qualidade do serviço.

  

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