Planejamento
de um Negócio
Como
Lançar Produto no Mercado
Desde
que comecei a gerenciar hotéis, tomei conhecimento daquilo que se convencionou
chamar “Plano de Negócio”, ou seja, a avaliação de como verificar a
possibilidade de avançar com uma idéia de lançar um novo produto no mercado,
pois isso implica sempre algum estudo e verificação de possibilidades de êxito,
tendo em conta os vários prós e contras que o podem viabilizar ou dificultar,
em relação aosccompetidores. E isso abrange desde um novo serviço ou opção de
mudanças nos já existentes, até à abertura de um novo empreendimento.
O
planejamento é uma necessidade em todas áreas de uma empresa. Como a seguir
vamos especificar as aplicações em suas finalidades mais específicas, cabe aqui
mencionar as aplicações dessa análise para estudar e lançar produtos, para
estruturar o atendimento de clientes, para acertar no posicionamento da
empresa, para avaliar ferramentas, para organizar processos operacionais, entre
outros objetivos.
Marketing
Para
elaborar e avaliar estratégias de marketing, o Planejamento cobre elementos
específicos desse setor. Se a empresa quer investir em um novo canal de
anúncios, por exemplo, pode utilizar os parâmetros do SWOT que citaremos mais
adiante, para pesar prós e contras e o custo-benefício.
Vendas
Seja
na adoção de ferramentas, para o planejamento do período, na definição das
metas e até na distribuição das tarefas, a análise traz informações valiosas
para que a equipe comercial se organize e prepare também o discurso de vendas.
Empreendimentos
Novos
E
isso deve também acontecer com muitos empreendedores, que decidem realizar o
sonho de abrir seu próprio hotel, razão que me levou a dar uma pequena ajuda.
Você
idealizou um conceito incrível que oferece um serviço inigualável ao hóspede. Ou
encontrou um lugar espetacular, onde a Natureza convida a trazer pessoas para
usufruir o ambiente excepcional. E você anseia se aventurar no sonhado negócio.
O
próximo passo será escrever um plano de negócios do hotel. É como um roteiro
para a abertura. No entanto, o nosso conhecimento de gestão hoteleira e experiencia,
diz-nos que é aqui que a maioria dos empreendedores fica presa.
Por
quê? Muitos não têm tempo, ou não sabem o que escrever ou como avaliar as
finanças. Como até que você termine seu plano de negócios, também não poderá
obter o financiamento, você acaba com ideias na sua cabeça, mas sem realizar o seu
sonho.
Realmente
não é tão difícil fazer um bom plano de negócios hoteleiro. Ele é apenas um
resumo estruturado da sua ideia. A maioria das pessoas tenta incluir no plano tudo
o que pensa sobre o seu conceito de hotel. Isso leva a um livro indigesto,
semelhante a um romance, que também poderemos apelidar “bagunça”.
A
chave é saber o que incluir e o que não incluir num plano de negócios. Crie um
roteiro claro para o sucesso. Excite os investidores em vez de aborrecê-los até
a morte, como fazem a maioria dos planos de negócios cheios de informações
redundantes. E tente levar os leitores pelo caminho exato que você deseja.
Um
dos principais desafios, por exemplo, é que, depois de ler a primeira página, a
maioria das empresas geralmente não entende completamente o que é o conceito de
hotel. Para investidores e credores, é crucial que eles possam compreender
rapidamente o seu plano, sem ler todo o documento.
Noções
básicas de planejamento de negócios
Reunimos
um modelo de plano de negócios de hotel para ajudá-lo em seu caminho. Confira
nossa abordagem baseada em 10 pontos críticos, os quais são em nosso entender:
Sumário
executivo
Análise
da empresa
Análise
da indústria
Análise
do cliente
Analise
competitiva
Plano
estratégico
Plano
de Operações
Time
de gerenciamento
Plano
financeiro
Marcos
importantes
Apêndice
Etapas
do seu plano de negócios hoteleiro
Estes
são os pontos necessários para desenvolver um plano de negócios. Veja quais
passos seguir para escrever seu próprio plano de negócios hoteleiro.
1.
Sumário Executivo
Esta
primeira parte deve ser composta por duas partes principais, sendo:
Declaração
de Missão
(Introdução): uma descrição da empresa de 1 linha, apenas a essência do seu
hotel (não 2 linhas ou um parágrafo). Explica por que você está no negócio ou que
necessidade você está resolvendo, que atualmente não está sendo atendida. Por
exemplo, “Construir um hotel de pequeno porte numa zona de excelente potencial
turístico”.
Objetivos: O que você
espera alcançar (ou seja, “Atingir uma ocupação anual de 80% com plena
satisfação da clientela, visando expansão futura”).
2.
Análise da Empresa
Informações
mais detalhadas sobre os USPs (exclusivos pontos de venda) do seu conceito de
hotel.
3.
Análise da Indústria
Informações
sobre as tendências atuais do setor e o estado atual do mercado e como isso
afetará seu hotel. Isso é necessário, pois os investidores querem ter certeza
de que você realmente entende o setor hoteleiro. Isso funciona como a base
sobre a qual serão baseadas decisões como tendências e desenvolvimentos a
seguir.
4.
Análise do Cliente
Informações
detalhadas sobre seu mercado-alvo, incluindo detalhes de segmentação
geográfica, demográfica, socioeconômica, psicográfica e comportamental. Quais
são os tipos de hóspedes que mais se hospedarão no seu hotel? Explique quais
recursos atenderão às necessidades e desejos desses segmentos principais ao
pensar em:
Localização
Facilidades
Serviços.
Basicamente,
como os consumidores futuros responderão a essa pergunta "Por que esse
será meu hotel?" O objetivo de desmembrá-lo pode ser facilmente conseguido
(não complica demais). Pense nos seguintes exemplos:
Psicografia:
interesses, estilos de vida, personalidade, valores, opiniões e atitudes
Segmentação
comportamental: comportamento de compra, nível de engajamento, fidelidade do
cliente
Demografia:
sexo, idade, estado civil e escolaridade
Geografia:
localização (país, estado, região, cidade)
Socioeconomia
Qualquer
um dos exemplos acima de segmentação de hotéis pode, se bem descrito, ser de
grande valor para o seu plano de negócios. Um exemplo disso pode ser um hotel
localizado em uma cidade litorânea, onde você deve ser capaz de descrever como
a demografia e a psicografia diferem do verão para o inverno. Especialmente, já
que este exemplo é normalmente conhecido por uma demanda menor no inverno, que
você pode compensar com uma estratégia de marketing certa.
5.
Análise Competitiva
Um
estudo de sua concorrência local ou concorrentes de conceito global, com cada
um de seus pontos fortes, pontos fracos, taxas de ocupação e participação de
mercado (análise SWOT[i]). E não se
esqueça da parte mais importante; o que o diferencia deles. O que faz você se
destacar?
Dentro
de todos os possíveis planejamentos para um negócio, existem muitos métodos, ferramentas
e formatos que dão apoio na pesquisa, organização, visualização, execução das
estratégias e até na tomada de decisão. Para definir os objetivos de negócio e
alinhar qualquer tipo de projeto, todo planejamento começa com um estudo e a
aplicação de algumas ferramentas e análises específicas.
A
análise SWOT, ou ainda matriz SWOT, é um desses métodos que pode ser utilizado
para diferentes finalidades dentro de uma organização. A análise SWOT é simples,
mas ainda assim cobre uma ampla variedade de necessidades.
Diversos
perfis de profissionais podem – e devem – conhecer o SWOT e aplicá-lo dentro de
suas áreas e tarefas.
Pergunte
a si mesmo: “posso agregar valor a uma área específica”, especialmente quando
se trata de áreas densamente hoteleiras, como centros de cidades ou grandes
destinos.
Você
pode agregar valor ao mercado. Ao escrever seu plano de negócios, pense se o
mercado não está muito cheio de concorrentes, como visto neste exemplo.
6.
Plano Estratégico
Este
compõe-se de 3 partes:
Marketing: Como exatamente
você atrairá clientes/convidados? Como você vai se posicionar? Qual será a sua
mensagem para os diferentes segmentos do seu mix de negócios? Como funcionará
seu marketing direto? Qual será o plano para o site do seu hotel, SEO, SEM e
SMM? Você fará promoção offline? Em suma, sua estratégia de marketing hoteleiro
deve abranger tudo o que há para saber sobre como comercializar seu hotel.
Distribuição: quais canais de
terceiros você usará e como você gerenciará a disponibilidade? Qual tecnologia
você vai precisar?
Gerenciamento
de receita:
quais técnicas de precificação e rendimento você usará? Quais serão suas
políticas de pagamento e cancelamento? Quais tipos de quartos você venderá e
como eles serão comercializados individualmente? Quantos cenários de receita
vou criar? Onde posso compensar fluxos de renda/demanda quando necessário?
Certifique-se
de ter os recursos para planejar uma forte estratégia de marketing,
distribuição e gerenciamento de receita.
As
coisas se complicam rapidamente, e optar por terceirizar o gerenciamento de
hotel e receita provavelmente lhe dará uma vantagem estratégica, durante a fase
de planejamento e a execução de seus planos de negócios.
7.
Plano de Operações
Como
você vai administrar seu hotel? Pense nos seguintes elementos:
De
quantos funcionários e supervisores você precisará?
Quais
são suas descrições/responsabilidades de trabalho?
Que
formação e experiência eles devem ter?
Quando
devem começar?
Quais
são seus padrões de serviço?
Você
desenvolverá manuais?
Qual
fornecedor você vai usar?
Como
você vai gerenciar o estoque?
8.
Equipe de Gestão
Inclua
a biografia de sua equipe. Concentre-se no que o qualifica exclusivamente para
tornar seu hotel um sucesso. Ter uma boa equipe é a chave para o sucesso, e as
partes interessadas ficarão impressionadas com uma explicação completa do valor
agregado que todos trazem para a mesa.
9.
Plano Financeiro
Fornecer
os custos iniciais do hotel (investimento de capital), os custos de negócios em
andamento, despesas operacionais e projeções de receita para os próximos cinco
anos. Estes valores devem ser sempre baseados no seu Estudo de Viabilidade
Hoteleiro. Os KPIs a serem observados incluem ocupação esperada, ADR (Taxa
Média Diária) e RevPAR (Receita por Quarto Disponível).
Se
você está arrecadando dinheiro, descreva quanto financiamento será necessário e
quando. Explique como você gerará um retorno sobre o investimento para os
investidores ou quando os credores serão pagos de volta.
10.
Principais marcos
Estas
são as conquistas mais importantes que, uma vez concluídas, tornarão o seu
hotel mais propenso ao sucesso. Pense bem:
Seleção
de local
Permissões
e Licenças
Build-out
/ Construção do Hotel
Pessoal
e Treinamento
Abertura
Ponto
de equilíbrio GOPPAR[ii] - Crucialmente,
GOPPAR se preocupa com o número de quartos disponíveis em seu hotel, e não com
o número que você vendeu. Além disso, analisa o lucro operacional bruto, em vez
da receita gerada apenas pela venda de quartos de hotel e é, portanto, um bom
indicador da eficácia geral do seu hotel.
O
lucro operacional bruto pode ser calculado pegando sua receita bruta e
subtraindo sua despesa bruta. Este valor pode então ser dividido pelo número de
quartos disponíveis em seu hotel para dar a você seu GOPPAR. Em alguns casos.
O
monitoramento do GOPPAR permitirá que você identifique tendências no verdadeiro
desempenho dos negócios de seu hotel ou resort. Ele pode ser calculado continuamente,
em uma base diária ou no final de um ano, dividindo seu lucro operacional anual
total pelo número total de quartos diários que estavam disponíveis ao longo do
ano.
Ponto
de equilíbrio NOI[iii] - O Net Operating
Income vem antes dos impostos na demonstração de resultados, e exclui o
pagamento de juros sobre empréstimo, despesa de capital, depreciação e
amortização. Calcular a Receita Operacional Líquida é bem simples. Basta
subtrair as despesas operacionais da receita operacional bruta gerada.
Essa receita operacional bruta difere da
receita bruta potencial, porque ela subtrai a vacância e perda de créditos. Ela
também pode ser chamada de GOI que é a sigla para Gross Operating Income ou
Receita Operacional Bruta.
Ebitda
10%[iv]
O Ebitda
avalia o fluxo de caixa livre de uma empresa, utilizando como base suas
receitas e despesas. Por meio desse indicador, é possível estimar como está o
caixa de uma empresa, entendendo quanto uma organização está gerando de
rentabilidade com sua operação – porém sem incluir nessa conta os impostos
pagos, além de investimentos e empréstimos feitos pela companhia. Cada vez que
um dos principais marcos é alcançado, o risco de credores ou investidores
diminui. E uma vez que seu último marco importante é alcançado, a chance de
sucesso é mais ou menos garantida.
Como
se trata de um cálculo superficial dos lucros da empresa, essa não é a palavra
final sobre a situação financeira de uma empresa, e costuma servir mais como
uma consideração de seu potencial de longo prazo.
Por
essa razão, o indicador, em geral, não é muito relevante para empresários e
associados diretos, sendo mais comumente observado por quem está interessado em
investir em ativos da empresa.
Vale
lembrar também que, apesar de ser uma ferramenta conhecida de avaliação da
saúde financeira e competitividade das empresas, o Ebitda não é o
único indicador que pode ser utilizado por investidores. É importante analisar
também outros dados de mercado e informações divulgadas pela própria empresa
sobre a receita e despesas.
11.
Apêndice
Forneça
qualquer outra informação relevante aqui. Não sobrecarregue as seções
principais do plano de negócios do seu hotel com muitos detalhes. Em vez disso,
apoie-os com anexos nesta parte.
Colocando
seu plano em ação
Muitas
pessoas têm grandes ideias de negócios. Mas isso realmente não importa. A
diferença entre sonhadores e empreendedores é a mentalidade de ação. Você está
pronto para enviar sua ideia para o mercado?
Vá
em frente e Boa Sorte!
Usando
Outras Opções Segundo os Casos
O
que é um Plano Estratégico?
Trata-se
de uma ferramenta de gestão que vai ajudar a orientar o caminho da empresa para
que ela alcance os seus objetivos. É um plano bem abrangente e que exige muito
mais estudo e análise do que necessariamente mãos à massa. Para pôr em prática
um plano estratégico é preciso seguir as etapas abaixo:
1. Diagnóstico:
avalie a situação financeira,
2. Definir
objetivos: feita a análise do cenário, é preciso definir quais objetivos
são necessários e possíveis de se alcançar.
3. Estabeleça
estratégias e ações: para alcançar os objetivos é preciso saber como chegar
lá.
4. Mãos
à massa: chegou a hora de realizar as ações previstas no item anterior.
Para fazer isso de forma mais assertiva, lista as respostas para as seguintes
perguntas: O QUE será feito? POR QUE será feito? ONDE será feito? QUANDO? POR
QUEM será feito? COMO será feito? QUANTO vai custar?
O
que é um plano de ação?
Mais
simples do que o plano estratégico, o plano de ação é uma ferramenta pontual
para se planejar e acompanhar o que está sendo executado. Pode ser um documento
em forma de relatório ou planilha que deixa mais evidentes as ações a serem
tomadas, permitindo que sejam previstos eventuais contratempos nesta jornada.
Normalmente
o plano de ação pode ser dividido nas seguintes etapas:
1. Início:
tudo começa com onde você quer chegar com o plano de ação. Nesta etapa é
estabelecido o objetivo geral e os específicos, que são o detalhamento de cada
atividade e ação.
2. Planejamento:
sabendo aonde se quer chegar, é hora de preparar o caminho para chegar lá e é
no planejamento do plano de ação que é definido o cronograma para as tarefas,
os responsáveis e o orçamento bem como levantados eventuais imprevistos e
planos alternativos caso eles ocorram.
3. Execução:
é nesta etapa que tudo o que foi planejado sai do papel, seguindo o que foi
estabelecido no cronograma e na delegação de tarefas.
4. Monitoramento:
o processo não acaba na execução pois é crucial saber se o que foi planejado
está sendo executado bem como identificar se há eventuais erros, para que sejam
corrigidos em tempo de não comprometer o plano.
5. Balanço
final: após a execução e o monitoramento, esta avaliação permite que a
equipe faça os ajustes necessários para que tudo funcione e guarde
conhecimentos que possam ser usados em planos futuros.
[i] SWOT, em
inglês, reúne os elementos Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats, ou
seja, Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças. Não à toa, em português, é
comum se referir a análise SWOT como FOFA. A matriz SWOT é disposta nesse
formato justamente para organizar o que está no controle da empresa e/ou do
setor e o que são influências externas. Suas forças e fraquezas podem ser
trabalhadas e organizadas, sendo fatores internos. Oportunidades e ameaças são
os fatores externos, relacionados ao mercado, o público consumidor, a economia,
saúde, sustentabilidade, crises políticas, regulamentações e tudo mais.
[ii] GOPPAR é um
acrônimo que significa lucro operacional bruto por quarto disponível, e este é
um indicador-chave de desempenho comumente usado na Indústria hoteleira. É uma
métrica particularmente útil para proprietários de hotéis, porque lhes dá uma
ideia do panorama geral em termos de quão valioso seu hotel é como um ativo.
[iii] NOI é a sigla para Net Operating Income, que
traduzido ao português significa Receita Operacional Líquida. Ele é um
indicador comumente usado no setor imobiliário, e corresponde à diferença entre
a receita gerada pelo negócio e os gastos operacionais necessários.
[iv] A sigla está em inglês e significa “Earnings before
interest, taxes, depreciation and amortization”. Em português, o Ebitda é
conhecido por Lajida e significa “Lucros antes de juros, impostos, depreciação
e amortização”. Ebitda e Lajida são, portanto, o mesmo indicador.
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