domingo, 3 de janeiro de 2021

 


O SER HUMANO E A SUA ALIMENTAÇÃO  Parte 2 (de 3)

A Alimentação a Gastronomia e a Culinária

 

A Gastronomia

A palavra Gasronomia tem a sua origem no grego antigo: gastros, ‘estômago’, e nomia, ‘lei, ou conhecimento. Representa em si uma arte que engloba a culinária, as bebidas; a matéria-prima usada pelos profissionais para a elaboração dos pratos e, todos os recursos culturais ligados à criação dos pratos na alimentação.

A história da gastronomia está ligada à existência da Humanidade, iniciando-se provavelmente, segundo os historiadores, no período paleolítico, quando o Homem começou a caçar, e se afirmou quando ele se tornou sedentário, fixando-se à terra, impulsionando a agricultura e o domínio dos animais, numa ação  que proporcionou uma riqueza alimentar antes desconhecida, e possibilitou o crescimento da população e o desenvolvimento das migrações, embora os egípcios e os mesopotâmicos se tenham mantido na sua própria terra, graças à intensa e permanente fertilidade propiciada pelos rios Nilo, Tigre e Eufrates.

Os pioneiros na arte gastronômica foram os indianos, africanos, árabes, japoneses, chineses e os italianos da era do Império Romano. A fartura resultante da abundância de alimentos gerou o comércio dos produtos entre as várias regiôes, e alguns alimentos novos tornaram-se indispensáveis para as pessoas, criando os trâmites comerciais.

A França porém, guarda o ceptro de um grande centro gastronômico. A união do rei Louis de França com a filha da Itália Catherine de Médici, considerada a rainha das panelas, foi o princípio de uma história de sucesso para a Gastronomia em solo francês. No ano de 1748 despontou neste país um gourmet de imenso talento, Antoine Carème, que já aos 17 anos era contratado para ser o cozinheiro oficial do Palácio Real. Posteriormente, ele foi trabalhar com o imperador Alexandre da Áustria e depois serviu com seus talentos o Barão de Rothschild, o homem mais rico e poderoso da França. Em 1885 o maior cozinheiro do Planeta também era francês, August Escoffier, que criou um código relacionando todos os elementos gastronômicos essenciais para uma cozinha, o que contribuiu com um livro e um requinte sem igual na Gastronomia.

Outros se seguiram e na década de 60, Paul Bocuse, Gault Millan e Jean Michelli subverteram esta arte ao criarem a Nouvelle Cuisine Française. Há uma diferença fundamental entre a Gastronomia e a Culinária. O gastrônomo ou gourmet também cozinha, mas ele está igualmente atento à sofisticação dos pratos, preocupando-se em expor da melhor forma possível os alimentos preparados. Assim, ele observa a qualidade dos pratos o sabor, a forma de preparar mais apropriada e o conjunto dos pratos que melhor se aliam entre si, dando imponência ao conjunto de determinadas refeições, e transformando este momento em uma verdadeira cerimônia alimentar, não apenas voltada para a sobrevivência do Homem, mas também para lhe dar um pouco de prazer. Hoje, a região do Mediterrâneo é a mais talentosa na criação de pratos sofisticados e bem produzidos, ocupando o topo na história da Gastronomia.

         O MENU FRANCÊS CLÁSSICO

Informação Histórica

 O menu francês clássico, criado na Belle Époque continha treze serviços ou pratos. Hoje, um menu deste tamanho nunca é oferecido. Mas esses menus mais curtos de hoje, devem seguir a estrutura dos menus clássicos antigos, no que diz respeito à sucessão de serviços. Estes, sempre começam com algo leve para estimular o apetite e preparar para o prato principal, após o qual se tornam de novo mais leves no final da refeição.

 

Os treze serviços do Menu clássico da cozinha francesa eram:

 

1.  Les Hors d'oeuvres - Melon au Porto, Rémoulade, Huîtres au Choix, Saumon Fumé, Coquetel de Crevettes

2.   Les Potages  - Consommé Brunoise, Crème de Tomate

3.   Les Oeufs - Omelette Espagnole, Omelette aux Tomates

4.   Les Farineaux  - Spaghetti Napolitaine, Ravioli, Cannelloni

5.   Les Poissons – Filet de Sole Bonne Femme, Filet de Sole Joinville

6.   Les Entrées – Attereaux Genévoise[1], Croustades de Foie Gras

7.   Les RelevésCarré de Mouton à la Bretonne

8.   Les Sorbets - Sorbet de Champagne

9.   Les Rôtis – Cuisseau de Veau à la Normande

10. Les Légumes et Salades - Tomates farcis, Les Salades en Saison

11. Les Entremets - Charlotte Russe

12. Les Savoureux - Welsh rarebit, Ivanhoe

13. Le Desservir -  Des Fruits em Gelée

 

 

Análise Descritiva dos Serviços Apresentados

Pelo Menu Francês Clássico

 

1) Hors D'oeuvre (Acepipes)

De uma natureza muito especial, este serviço é usado para preparar o apetite dos convivas, para os pratos que virão a seguir. Os hors d'oeuvre, ganharam popularidade nos últimos anos e são agora exibidos mesmo em menus simples ou restaurantes modestos. Embora o termo hors d'oeuvre “acepipes” se  aplique a um serviço de diversas saladas frias, anchovas, ovos, sardinhas, azeitonas, camarão, etc., também abrange outros itens que possam ser servidos em vez da sopa.

 

Exemplos de hors d'oeuvre:

· Melão Frappé

· Ostras ao natural

· Salmão Defumado

· Caviar

· Toranja, Pamplemousse

· Salame

· Camarões em Pequenos vasos

· Coquetel de camarão ou lagosta

· Coquetel de frutas, Coupe Florida

· Arenques Dieppoise

· Paté de fígado de ganso (patê de Foie Gras)

 

Há também um grande número de itens que podem ser servidos quentes como acepipes, tais como os bouchées, croquetes, bolinhos fritos, etc., os quais são conhecidos como hors d'oeuvre chauds.

 

2) Potage

Os franceses têm três palavras diferentes que podem usar para designar sopa.  Consommé,  um caldo de carne claro e fino. Soupe que designa uma mistura espessa e saudável de legumes e outros pedaços de alimentos e Potage, que se situa entre os dois anteriores, na textura, conteúdo e espessura. Um potage é geralmente um puré espesso, muitas vezes com carne, ou uma sopa de legumes, contendo cevada ou outros cereais (milho, lentilhas, etc.). Hoje, as palavras soupe e potage são frequentemente usadas alternadamente com o mesmo significado. É na classe dos potage que se encontram a maior parte das sopas crèmes e veloutés da cozinha francesa. Sopa de peixe é também geralmente oferecida como selecção, sendo as duas mais comuns a Bisque d'Homard e a Bouillabaisse, embora esta última se possa encaixar melhor no capítulo das caldeiradas e dos ensopados do que nas sopas.

 

3) Oeufs

Oeufs são os pratos feitos com ovos. A omeleta é o mais popular, mas existem outros tipos de preparação dos ovos em culinária, como cozidos, escalfados, en cocotte, fritos ou mexidos. Este serviço não é normalmente incluído num menu de jantar. Alguns exemplos são Omeleta à Espanhola, Oeuf en Cocotte a la Crème, Oeufs Pochés Florentine.

 

4) Farineux

Designa os farináceos e é a contribuição da Itália para os menus franceses. Inclui diferentes tipos de arroz e massas. Pratos de massas são esparguete, lasanha e gnochi. O Macarrão é feito de sêmola de trigo duro ou trigo branqueado, à qual é adicionada água para formar uma massa de pão. Pode ser colorida e adicionada com sabor de várias maneiras. Há mais de 200 variedades de massas alimentícias. Os ingredientes, tamanho, forma e cor determinam o tipo dessas massas alimentícias. Alguns pratos desta classe são: Esparguete à Bolonhesa, Lasanha à Napolitana e massas gratinadas.

 

5) Poisson

Poisson designa os pratos feitos de peixe. Os peixes, sendo pouco fibrosos, preparam o paladar para as carnes mais pesadas que se seguem. Pratos de peixe frito ou grelhado, geralmente não têm lugar num menu de jantar "clássico", mas são oferecidos livremente nos menus de almoço com menos quantidades de pratos. Isto também se aplica às espécies de peixes mais ásperos, sendo o menu de jantar geralmente  composto de peixes mais finos preparados e cozinhados das formas clássicas. Os peixes ideais para a compilação de um menu de jantar são: linguado, salmão, alabote, badejo, etc. Peixes raramente usados para a refeição da noite são: bacalhau, pargo, Haddock, pescada e solha. Um prato de peixe frito, que normalmente se encontra no menu de jantar, no entanto, é Blanchaille e isso porque os peixes miúdos são leves e não complicam de nenhuma maneira a digestão.

 

6) Entrée

Entrada é o primeiro dos serviços de carne num menu. É sempre um prato completo em si mesmo. São enviados da cozinha já enfeitados com o molho e da forma como se destinam a ser servidos. O prato final, “o assado” é sempre cozinhado e guarnecido de forma artística e geralmente servido com um molho rico. A "entrada" deve ser concebida como algo leve, pelo que este prato consiste em pequenos cortes de carnes de talho, geralmente salteadas, mas nunca grelhadas. Costeletas e bifes grelhados podem substituir o assado rôti num almoço. Os seguintes itens, com as suas apropriadas guarnições e molhos, podem ser servidos com êxito como entrées.

· Miolos (Cervelles)

· Fígado (Foie)

· Rabo de Vaca (Queue de Boeuf)

· Rins (Rognons)

· Cabeça de Vitela (Tete de Veau)

· Tripas (Tripes)

· Bifes de Acém  ou Tornedós (Bifetecks , Entrecote et Tournedos)

· Costeletas de Cordeiro (Cotelettes de Mouton)

· Costeletas de Porco (Cotelettes de Porc)

· Escalopes, Granadinos, Medalhões  (Escallopes, Granadins, Medaillons, et Côtes  de Veau)

· Molejas de Vitela ou Cordeiro (Ris de Veau / Agneau)

· Suflés ou Mussas (Soufflés et Mousses)

· Dentados (Bouchées)

· Pilaws e Rizottos

 

· Pequenos cortes ou partes de aves de capoeira, individualmente cozinhadas, também são servidos como entrées em hotéis de primeira classe e restaurantes. As entradas  entrées devem ser sempre cozinhadas, enfeitadas e apresentados pelo  cozinheiro de molhos ou saucier.

 

7) Relevé

Este é o prato principal de carne no menu e é conhecido como a "peça de resistência". Ele pode consistir em comum de qualquer um dos seguintes:

 

Carneiro (Agneau)                Frango (Poulet)

Vaca (Boeuf)                         Pato (Caneton)

Vitela (Veau)                         Galinha (Poularde)

Presunto (Jambon)                Língua (Langue)

Porco (Porc)

 

Num estabelecimento de primeira classe, estas peças devem ser preparadas pelo cozinheiro de molhos, por qualquer método excepto assado. Elas geralmente são cozinhadas em caçarola, grelha ou frigideira, num molho com o  qual são servidas.

 

8) Sorbet

Este serviço aparece como um descanso na refeição. Neutraliza os pratos anteriores e rejuvenesce o apetite para os que vêm a seguir. Normalmente servido entre o relevé/remover e o rôti, ele é em regra feito com champanhe e servido em um copo.  É uma quase sobremesa gelada, feita com suco de frutas, açúcar, água e leite, contendo também, clara de ovo ou gelatina.  Um exemplo  é o italiano Sorbet Creme de Menthe.  Cigarros russos ou egípcios muitas vezes são repassados durante este Serviço.

 

9) Rôti

Prato que normalmente consiste de caça ou aves de capoeira, e muitas vezes é incluído na entrada. Cada prato é acompanhado pelo seu próprio molho especial e salada. Algumas possibilidades são o Frango Assado, o Pato Estufado e Codorniz Assada.

 

10)  Légumes

Estes pratos vegetais podem ser servidos separadamente como um prato individual ou ser incluídos ao longo da refeição, com as entradas, relevé ou assado. Alguns exemplos são a Couve-flor Mornay, Batatas Assadas e Tomates Grelhados.

 

11)  Entremets

Entremets tem neste menu  o significado de “prato intermediário”, e significa a quebra da sequência de pratos salgados, para algo doce. Podem incluir doces quentes ou frios, Soufflés ou Gelados. Alguns tipos aceitáveis são a Torta de Maçã, Souflé de Chocolate e Sorvete ou Cassata.

 

12)  Savoureux

“Delícias” ou Savoureux é um prato de gostos fortes, tais como anchovas em vinagre ou frutas em conserva. Eles são servidos quentes sobre torradas ou como um Souflé Salgado. Welsh rarebit, Woodcock Scotch e Canapés Diane são alguns dos exemplos. Queijo, fromage , é uma alternativa para os salgados se for ao almoço, e pode ser servido antes ou depois dos doces.  Geralmente é servido com manteiga, biscoitos e, ocasionalmente, aipo.  Gouda, Camembert e Cheddar são alguns exemplos de queijo.

 

13) Desservir

Sobremesa é um serviço que geralmente vem no final de uma refeição. A designação francesa significa "para limpar" a mesa. É um serviço de frutas geralmente apresentado em uma cesta e colocado em cima da mesa, (sobremesa) como parte da decoração desta no final da refeição. Todos os tipos de frutas frescas podem ser apresentados neste serviço. Sobremesas  comuns  incluem biscoitos, frutas, bolos e doces.

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Delicatessen

Delicatessen e produtos gourmet

 

Delicatessen é um termo que designa "iguarias" ou "alimentos" especiais, e representava originalmente, em inglês, apenas essa comida especialmente preparada. Com o tempo, porém, a loja onde os alimentos eram vendidos, passou a ser conhecida, também, como delicatessen, e o novo sentido da palavra acabou por ser encurtado para deli. É uma palavra alemã, que apareceu “de empréstimo” no idioma inglês, pela primeira vez em 1889, como a forma plural de delicatesse. Em alemão, onde também era, originalmente, um termo francês “de empréstimo”, delicatessen indicava "coisas deliciosas (para comer)". A raiz da palavra é o adjectivo do latim delicatus, que significa "dar prazer, agradável, delicioso".

A versão alemã escrita, Delikatessen, deve ter dado suporte à etimologia popular, pois o essen da palavra corresponde ao verbo alemão Essen, “para comer”, ou ao substantivo das Essen, “o alimento”. Esta análise sugeria que a palavra era uma junção das palavras alemãs delikat “delicioso” e Essen “para comer”, e a palavra acabou por ficar com esse significado, para indicar estabelecimentos especializados num tipo de comida, especial ou sofisticado, tendo assim entrado no circuito mundial.

As Delicatessens em muitas partes do mundo vendem a retalho, por peso, produtos como carnes e queijo curados, salsichas e presunto, foie-gras, salame e outros frios, frango e costeletas fritos, lombo de porco assado, frios e saladas, pickles vegetais e molhos, pães e azeitonas. Um supermercado pode ter o seu próprio deli de comida, ou mesmo operar uma delicatessen no local.

Grandes lojas Delicatessen, ou lojas Deli, além de venderem frios e carnes cozinhadas, podem ter também uma divisão de alimentos de luxo, e incluir confeitaria, pastelaria, espirituosos e vinhos finos, queijos exclusivos e paté trufado, caviar e foie gras de alta qualidade, grãos de café e de frutas, especiarias e ervas, pães especiais, doces exclusivos, bolachas e mel, chá e chocolate artesanal de luxo.

A famosa Eliseevsky, loja de alimentos no centro de Moscovo, assemelha-se a um armazém de charcutaria no sentido europeu, com uma exuberante decoração fin de siècle. Esse estabelecimento histórico da era czarista foi preservado pelos soviéticos e foi usado para servir como uma peça de exposição da indústria alimentar russa, exibindo as iguarias mais difíceis de obter.

As Delicatessens podem também fornecer alimentos especializados de outros países e culturas, que não estejam disponíveis em lojas correntes de alimentos.

Nos Estados Unidos, uma loja de delicatessen, ou deli, é um tipo de negócio que poderia ser descrito como uma síntese de supermercado e restaurante fast-food, com a vantagem de oferecer um menu mais amplo e mais fresco do que os encontrados nessas cadeias de restaurantes. A delicatessen raramente utiliza máquinas de fritar (com exceção de frango), mas prepara, rotineiramente, sanduíches por encomenda, e pode também servir alimentos quentes mantidos numa mesa de vapor, como uma cafetaria. Vende frios a peso e prepara cestas de pic-nic.

A fim de proporcionar oportunidades para uma refeição completa, as delicatessens oferecem também uma grande variedade de bebidas, como refrigerantes, café, chá, leite, etc. Batatas fritas e produtos semelhantes estão disponíveis em variedades pré-embaladas, ou feitas na loja e acondicionadas em celofane.

Paralelamente a estes produtos indicados para almoço e jantar, as delicatessen podem também oferecer uma série de itens adicionais voltados para o pequeno-almoço, incluindo crepes, bacon, salsichas, waffles, omeletas e assados, doces, biscoitos, torradas e iogurte. Os menus desses estabelecimentos variam por região e diversidade étnica. Enquanto delis urbanas dependem de pratos típicos ou regionais, como pastrami, corned beef e salame, outras no interior do país dependem mais de carnes embaladas para venda na loja, principalmente frango, peru e presunto, que pode não ser encontrado em delis judaicas, onde a carne comum é mais procurada.

Os equivalentes americanos das delicatessens ao estilo europeu são conhecidos como “lojas de produtos gourmet”.

 

A EMENTA IDEAL VISANDO A SAÚDE

Os especialistas recomendam bom senso na hora das refeições: evitar o consumo de gorduras saturadas e trans, preferir óleos vegetais para cozinhar, e consumir menos carnes vermelhas, principalmente as gordas.

Uma ementa ideal, recomendada para um adulto saudável, deve rondar entre as 2.000 e as 2900 calorias/dia, embora o número de calorias que cada organismo necessita diariamente, possa variar de acordo com o sexo, idade, peso, altura e rotina de actividades físicas, e cada pessoa tenha características próprias que também podem fazer oscilar esses números.

Incluir - azeite extra-virgem, peixes ricos em ómega 3, iogurte, carnes magras, ver- duras e frutas. De uma maneira geral com raras excepções, todos os peixes são aconselháveis.

Evitar  enchidos, café em excesso, refrigerantes, doces e açúcar branco, pães e massas brancas (usar os integrais), alimentos com gorduras trans e frituras.

 

Segundo os endocrinologistas e nutrólogos, as frutas, os legumes e as verduras são as melhores fontes de fibras, vitaminas e sais minerais disponíveis na natureza. Eles são tão importantes para a saúde, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) concluíram que, pelo menos 60% das mortes em todo o mundo poderiam ser adiadas, ou mesmo evitadas, se as pessoas adoptassem posturas mais saudáveis durante da vida, entre elas, o consumo de no mínimo cinco porções (ou 400 gramas) desta categoria de alimentos por dia.

As saladas são excelentes, e um exemplo de como se pode adicionar à alimentação, sementes e castanhas, ricas em gorduras poliinsaturadas e protectoras cardiovasculares, sem correr o risco de exceder em calorias, uma vez que as sementes oleaginosas apresentam elevado valor calórico em decorrência da gordura protectora. Neste caso, come-se menos do que se comeria se essas sementes fossem consumidas como aperitivo.

 

Conselhos para a construção de uma ementa saudável

Para uma alimentação saudável que ajude a manter o corpo e a mente em equilíbrio, é aconselhável que na ementa estejam incluídos todos os grupos da Pirâmide Alimentar, embora o consumo de cada um deles deva ser regulado:

 

·                        construtores – ricos em proteínas, cálcio e ferro: carnes, ovos, leite, iogurte, feijão, soja, lentilha, grão-de-bico. Têm como função ajudar o organismo na sua renovação e fortalecimento.

·                        reguladores – vitaminas e sais minerais: são as verduras, as frutas e os legumes. Regulam o organismo nas suas funções vitais, e auxiliam os órgãos a funcionarem de forma correcta.

·                        energéticos – ricos em carboidratos e lipídeos (gorduras), são fonte de energia para o corpo: massas, pães integrais, cereais como milho e arroz, oleaginosas: castanhas, nozes e amêndoas, azeite e óleos em geral, legumes: mandioca, batata, inhame, e os doces.

 

Para os que estejam a seguir algum tipo de dieta, isso não significa que devam evitar carboidratos, ingerir apenas proteínas, e deixar algum grupo de fora.

Devem sim modificar a forma de comer, ingerir de 5 a 6 refeições por dia com ementa bem variada, e dar uma boa oferta de nutrientes ao seu organismo. Mas, sobretudo, manter um acompanhamento médico e consultas regulares para avaliação do seu estado de saúde. O check-up geral deve ser voluntariamente imposto anualmente, a partir dos 45 anos, independente da forma como a pessoa se sinta. E a medição da tensão tanto quanto for possível, a qualquer momento e em qualquer idade, pois nunca se sabe como vão as coisas por esse lado.

A Qualidade de Vida é um bem inestimável.

 

A Sazonalidade dos Produtos versus Custo

Voltando à cozinha tradicional e, ao restaurante normal, tomamos consciência que, um dos factores de êxito, é a competitividade. Já analisamos que, o mercado não é elástico e, a economia é sensível.

Na posse desta informação, vamos agora, verificar, como o responsável pelo ementa pode, melhor, utilizar os recursos do mercado de abastecimento.

Esta utilização de recursos, consiste em planejar o ementa, tendo em conta os produtos da estação que, por serem mais abundantes, são também mais baratos. Não vamos, aqui, analisar essa sazonalidade, nem tão pouco, os produtos. Esse conhecimento, será obtido por outros meios.

O leitor ficará, porém, de posse desta informação, valiosíssima em termos de correlação de custos.

 

As Cozinhas Típicas e as Especialidades

 

Um erro comum em restauração é relacionar “cozinha típica” e “especialidade”, quando, afinal, as duas coisas podem ser distintas uma da outra. Há pratos típicos que são especialidades, enquanto outros não são, assim como podem existir especialidades culinárias que não são típicas, mas apenas fruto do labor de determinado indivíduo ou equipa e, como tal, propriedade e exclusivo de determinado restaurante.

São “especialidades” as confecções culinárias ou de pastelaria  (no Brasil “Confeitaria!) que contenham características próprias de originalidade e exclusividade, com alta qualidade de elaboração e apresentação final.

São “pratos típicos” (não confundir com regionais) os pratos que contém características próprias, inerentes à cozinha de um país, embora sem região determinada.

Fazem parte da “cozinha regional” os pratos que tenham raízes predominantes em qualquer parcela do território por serem tradicionalmente confeccionados e consumidos pelos naturais dessa região, o que não quer dizer que não venham depois, mercê da sua qualidade e popularidade adquirida, a ser servidos noutros locais do país ou do mundo. Não perdem, porém, o seu carácter de pratos regionais.

Isto aconteceu com pratos típicos de diversos países, os quais são hoje servidos noutros continentes e capitais do mundo, sem contudo perderem a sua origem, caso das pizzas, originárias da Itália, da bouillabaisse, originária da França e da paella cuja origem é Espanhola. Outros ainda, como o couscouss, típico do norte da África ou o curry (caril) que veio da Índia. Sem falar na tortilla ou no taco mexicano que, não sendo uma especialidade na minha avaliação, é um prato típico, quem sabe, até, uma forma original de fast food, como o baurú brasileiro e a sanduíche da Tendinha.

A chanfana, a lapantana, o leitão assado e as tripas, são pratos regionais, mas o bacalhau será quando muito um prato típico de Portugal.

Como uma referência e porque julgámos útil para mostrar como a ementa evoluiu sem perder a sua dignidade, damos abaixo uma ementa de banquete dos tempos da Roma antiga. Espero que ela seja apreciada.

Caixa de Texto: Isicia Omentata
Patina De pisciculis
Minutal Marinum
Gustum De Praecoquis
Fabaciae Virides et Baianae
Scillas
Sarda Ita Ajuste
Em Mitulis
Pullum Frontonianum
Pullus Fusilis
Vitellina Fricta
Em Vitulinam Elixam
Aliter Baedinam Sive Agninam Excaldatam
Pepones Et Melones
Dulcia Domestica
Alter Dulcia
Patina De Piris
Tiropatinam
Óvulos Sfongia Ex Lacte
MustaceiCaixa de Texto: Enchidos temperados
Suflé de pequenos peixes
Fricassé de frutos do mar
Acepipe de alperches
Feijões Verdes de Baia
Camarões Grandes
Sardinha à nossa moda
Nossos Mexilhões
Frango de Fronto
Frango Recheado com Molho
Carne de vitela Frita
Carne de vitela Cozida
Costeletas de Cordeiro Estufadas
Melancias e melões doces
Sobremesa Caseira
Outras Sobremesas
Suflé de pêras
Suflé à moda de Tiro
Crepes ao Leite com mel e pimenta
Bolo enrolado de queijo e anis

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O SUSHI NA VALORIZAÇÃO DE EMENTAS

 

O que é o sushi?[2]

Tendo começado como um método de conservação de peixes há séculos atrás, o sushi evoluiu para uma experiência gastronómica que está a conquistar o mundo dos gourmets. Na primitiva formula, o peixe seco era colocado com sal entre camadas de arroz, como uma forma de o conservar e armazenar. O vinagre foi adicionado mais tarde como uma necessidade profilática e o nori (alga) como uma maneira de segurar o arroz e evitar que os dedos fiquem pegajosos. Tecnicamente, a palavra sushi define o arroz (su palavra japonesa para vinagre, e shi, de meshi, a palavra japonesa para arroz) sushi, portanto, é "arroz avinagrado, embora coloquialmente o termo seja usado para descrever o conjunto do pedaço de peixe cru ou marisco com palitinhos ou rolinhos de arroz ou, simplesmente, o consumo de peixe cru no estilo japonês. Embora o sushi não seja uma invenção japonesa, o estilo japonês é considerado nos dias de hoje, o padrão de facto para este serviço. Ele pode ser comido tal qual, ou mergulhado em molho de soja japonês shoyu e em seguida consumido. A criação do prato requer cuidado e os vários métodos de preparação do alimento são avaliados pela aparência, que tem muita importância para o consumidor educado. O sushi é uma obra de arte, tanto como alimento quanto em apresentação. Apesar de ser agora apresentado num estilo ocidentalizado de serviço “rápido e fácil” as suas formas tradicionais não foram de forma alguma perdidas.

 

Quais os diferentes tipos de sushi?

Existem alguns tipos diferentes, dependendo de como o item é apresentado, os quais são:

Chirashi-zushi - Normalmente, um prato ou tijela larga de arroz de sushi coberto com uma variedade de sashimi.

 

 

 

mhtml:file://C:\Users\Albano\DOWNLOADS\The%20Sushi%20FAQ%20-%20Sushi%20Information.mht!http://www.sushifaq.com/images/chirashizushi.jpg 

 

Inari-zushi - Bolsas de tofu frito (aburage) recheadas com     arroz de sushi.

 

 

Inari sushi                  

 

 

 

 

 

Maki-zushi - O arroz e rolos de alga com peixe e / ou legumes. Estes rolos de arroz têm nomes específicos, dependendo da sua apresentação.

Futomaki - rolo grosso /  Hosomaki - rolos finos / Uramaki - enrolados de dentro para fora.

Nigiri-zushi – rolos pequenos de arroz cobertos com wasabi e um filete de peixe cru ou cozido ou marisco. Esta é geralmente a forma mais comum de sushi.

 

 

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Temaki sushi

Temaki-zushi - Também chamados de “rolinhos de mão”, são cones de arroz de sushi, peixe e vegetais envoltos em algas. Muito semelhantes ao maki.

 

 

 

 

 

 


          O peixe servido com o sushi pode ter também algumas formas e estilos diferentes, além de se apresentar como um simples pedaço de peixe. Por exemplo:

Neta ou Tane- nome para o pedaço de peixe comum (ou outro item) colocado em um pedaço de sushi.

Hikari mono - um pedaço de peixe apresentado com a pele prateada.

Sukimi - pedaço de peixe picado, usado com os maki (rolos) ou servido como sashimi.

 

O que é sashimi?

Sashimi é peixe fatiado servido cru, no seu estado natural. Isso significa que não tem nenhuma cama ou acompanhamento de rolo de arroz, embora muitas vezes seja servido ao lado, daikon e/ou shiso. Este é o estilo sugerido para obter o melhor sabor do peixe, além de uma óptima maneira de impressionar os novatos no sushi! O sashimi é normalmente cortado de diferentes formas para melhorar a aparência do peixe.

Hira zukuri é a forma rectangular padrão de corte. Um corte chamado zukuri ito não tem mais do que 6 mm. de espessura, mas outro mais fino, chamado kaku zukuri da grossura de papel fino é muitas vezes apresentado também como um padrão.

 

Que outras coisas podem entrar no prato?

Dependendo do que for escolhido ou dos caprichos do chefe, você pode ver itens como wasabi (rábano verde japonês - um rizoma picante), gari (gengibre em conserva, que se apresenta com dupla cor, rosa e castanho claro, indicando boa qualidade). Pode também aparecer uma grande folha verde chamada shiso, que geralmente é servida com sashimi e uma massa branca de daikon desfiado (rabanete japonês também às vezes servido com sashimi).

 

Apresentação do Sushi

A prática do sushi nasceu no Sudeste Asiático pela necessidade de conservação de peixe cru e foi-se desenvolvendo através dos tempos com o aperfeiçoamento das técnicas aplicadas à sua preparação. A primeira referência conhecida aparece na China por altura do século II dC.

Na sua preparação mais remota, eram retiradas a cabeça e as vísceras, e as tiras do peixe cru eram salgadas e acondicionadas em barris de madeira, em camadas alternadas com arroz cozido. A fermentação natural do arroz gerava ácido láctico, o qual azedava o peixe e garantia a sua conservação. O longo processo de armazenamento porém, tornava o arroz impróprio para consumo pelo que ao final somente o peixe era aproveitado.

Ao ser introduzido no Japão, cerca do século VII, esse procedimento sofreu uma pequena modificação, passando a ser utilizadas pedras para prensar o peixe cru e o arroz. Esta preparação designada “nare zushi”, tinha um odor e sabor fortes, sendo esta uma das suas principais características. Um exemplo actual desse processo ainda é o “funa zushi”, feito com carpas.

No século XV porém, surgiu um  novo tipo de sushi chamado “nama nare zushi” o qual por ter um período de fermentação menor (cerca de 1 mês), já permitia o consumo do arroz e do peixe juntos. Esta pode ser considerada a primeira forma do sushi moderno.

A introdução do vinagre na elaboração do arroz para sushi ocorreu no século XVII, em Edo (actual Tóquio) e deve-se ao médico Matsumoto Yoshiichi, o qual procurou com esta inovação tornar o sushi um alimento mais saudável e possibilitar a redução do tempo de preparação deste para um dia apenas. Beneficiando-se da fartura de peixes e mariscos na baía de Tóquio, o peixe passou a ser consumido cru e fresco. Além do ganho em tempo de preparação do sushi, o vinagre adicionou um sabor especial ao prato que passou a ser chamado de “haya zushi”. Na região de Osaka o “oshi zushi” é preparado com pedaços rectangulares de peixe, num estilo conhecido como estilo Kansai.

No século XVIII surgiu aquele que é considerado o primeiro sushiman da história: Hanaya Yohei que criou o “niguiri zushi” tipo de sushi popular, constituído de um bolinho de arroz de sushi com uma fatia de peixe cru por cima, para consumo imediato, o qual podia ser manuseado com as mãos, dispensando os hashis. Como não havia refrigeradores naquele tempo, os peixes eram marinados em molho de soja ou vinagre e o tamanho dos bolinhos era aproximadamente o dobro dos actuais. A alteração introduzida tornou este tipo de alimentação muito popular no Japão, podendo dizer-se que a sua divulgação se assemelha à do fast-food nos Estados Unidos: as pessoas petiscavam na entrada dos estabelecimentos, nas ruas ou à beira de estradas. O estilo de sushi de Tóquio ficou conhecido como estilo Edo, estando o quiosque de Yohei, no bairro de Ryogoku, cotado como o principal pioneiro da sua divulgação.

Com a competição entre os vários quiosques de venda, surgiram outros tipos ou variedades de sushi como o “inari zushi”, o “maki zushi” (nome genérico para o sushi enrolado) e o “chirashi zushi”. A grande inovação foi a abolição da prensagem com pedras, passando a ser utilizada apenas a força das mãos para formatar o sushi.

Em 1923, após  um  terremoto  que  atingiu  a  cidade de Tóquio, muitos donos  de quiosques  alimentícios  voltaram  para as suas regiões de origem e disseminaram  a receita do sushi por todo o Japão.

Finalmente, no século XX, a globalização está a espalhar por todo o mundo o gosto por este tipo de prato que, além do sabor peculiar, vai ao encontro da preocupação do homem moderno com uma alimentação sadia.

 

O SUSHI

 

Ao mencionar a palavra sushi, uma imagem vem logo à mente, correspondendo a rolos de arroz e algas, ingredientes exóticos e cortes de peixe fresco cru graciosamente montados sobre uma pequena cama de arroz. Alguns pensam apenas no peixe cru, enquanto outros não fazem idéia, mas imaginam um sujeito japonês sorridente, servindo-lhes um prato artisticamente arranjado de comida desconhecida.

Não é de admirar que o sushi se preste a confusões e mal-entendidos, pois apesar de estar dando a volta ao mundo como prato seleccionado por muitos bons restaurantes e ter estabelecimentos especializados na sua preparação, não teve ainda a sua divulgação ao grande público.

O que é pois, exactamente, o sushi? Sushi é o nome de um arroz temperado com vinagre. E, genericamente, inclui todas as formas de uma cozinha altamente especializada que tem o arroz avinagrado como componente de base. Pode incluir peixe cru. Pode incluir marisco cozido. E também pode não ter, nem marisco nem peixe. Na América, por exemplo, o sushi pode conter quase qualquer coisa. Mas este já será um sushi comercial e não o tradicional.

 



[1] Os pratos para este Serviço, são aqueles a que nos referimos em Entradas Ligeiras, no Manual de Gastronomia.

[2] A explicação de todos os nomes japoneses que aparecem neste texto, é dada no final em   “Glossário de termos relacionados ao sushi”.

 

A Gastronomia

A palavra Gasronomia tem a sua origem no grego antigo: gastros, ‘estômago’, e nomia, ‘lei, ou conhecimento. Representa em si uma arte que engloba a culinária, as bebidas; a matéria-prima usada pelos profissionais para a elaboração dos pratos e, todos os recursos culturais ligados à criação dos pratos na alimentação.

A história da gastronomia está ligada à existência da Humanidade, iniciando-se provavelmente, segundo os historiadores, no período paleolítico, quando o Homem começou a caçar, e se afirmou quando ele se tornou sedentário, fixando-se à terra, impulsionando a agricultura e o domínio dos animais, numa ação  que proporcionou uma riqueza alimentar antes desconhecida, e possibilitou o crescimento da população e o desenvolvimento das migrações, embora os egípcios e os mesopotâmicos se tenham mantido na sua própria terra, graças à intensa e permanente fertilidade propiciada pelos rios Nilo, Tigre e Eufrates.

Os pioneiros na arte gastronômica foram os indianos, africanos, árabes, japoneses, chineses e os italianos da era do Império Romano. A fartura resultante da abundância de alimentos gerou o comércio dos produtos entre as várias regiôes, e alguns alimentos novos tornaram-se indispensáveis para as pessoas, criando os trâmites comerciais.

A França porém, guarda o ceptro de um grande centro gastronômico. A união do rei Louis de França com a filha da Itália Catherine de Médici, considerada a rainha das panelas, foi o princípio de uma história de sucesso para a Gastronomia em solo francês. No ano de 1748 despontou neste país um gourmet de imenso talento, Antoine Carème, que já aos 17 anos era contratado para ser o cozinheiro oficial do Palácio Real. Posteriormente, ele foi trabalhar com o imperador Alexandre da Áustria e depois serviu com seus talentos o Barão de Rothschild, o homem mais rico e poderoso da França. Em 1885 o maior cozinheiro do Planeta também era francês, August Escoffier, que criou um código relacionando todos os elementos gastronômicos essenciais para uma cozinha, o que contribuiu com um livro e um requinte sem igual na Gastronomia.

Outros se seguiram e na década de 60, Paul Bocuse, Gault Millan e Jean Michelli subverteram esta arte ao criarem a Nouvelle Cuisine Française. Há uma diferença fundamental entre a Gastronomia e a Culinária. O gastrônomo ou gourmet também cozinha, mas ele está igualmente atento à sofisticação dos pratos, preocupando-se em expor da melhor forma possível os alimentos preparados. Assim, ele observa a qualidade dos pratos o sabor, a forma de preparar mais apropriada e o conjunto dos pratos que melhor se aliam entre si, dando imponência ao conjunto de determinadas refeições, e transformando este momento em uma verdadeira cerimônia alimentar, não apenas voltada para a sobrevivência do Homem, mas também para lhe dar um pouco de prazer. Hoje, a região do Mediterrâneo é a mais talentosa na criação de pratos sofisticados e bem produzidos, ocupando o topo na história da Gastronomia.

 

O MENU FRANCÊS CLÁSSICO

Informação Histórica

 

 

O menu francês clássico, criado na Belle Époque continha treze serviços ou pratos. Hoje, um menu deste tamanho nunca é oferecido. Mas esses menus mais curtos de hoje, devem seguir a estrutura dos menus clássicos antigos, no que diz respeito à sucessão de serviços. Estes, sempre começam com algo leve para estimular o apetite e preparar para o prato principal, após o qual se tornam de novo mais leves no final da refeição.

 

Os treze serviços do Menu clássico da cozinha francesa eram:

 

1.  Les Hors d'oeuvres - Melon au Porto, Rémoulade, Huîtres au Choix, Saumon Fumé, Coquetel de Crevettes

2.   Les Potages  - Consommé Brunoise, Crème de Tomate

3.   Les Oeufs - Omelette Espagnole, Omelette aux Tomates

4.   Les Farineaux  - Spaghetti Napolitaine, Ravioli, Cannelloni

5.   Les Poissons – Filet de Sole Bonne Femme, Filet de Sole Joinville

6.   Les Entrées – Attereaux Genévoise[1], Croustades de Foie Gras

7.   Les Relevés -  Carré de Mouton à la Bretonne

8.   Les Sorbets - Sorbet de Champagne

9.   Les Rôtis – Cuisseau de Veau à la Normande

10. Les Légumes et Salades - Tomates farcis, Les Salades en Saison

11. Les Entremets - Charlotte Russe

12. Les Savoureux - Welsh rarebit, Ivanhoe

13. Le Desservir -  Des Fruits em Gelée

 

 

Análise Descritiva dos Serviços Apresentados

Pelo Menu Francês Clássico

 

1) Hors D'oeuvre (Acepipes)

De uma natureza muito especial, este serviço é usado para preparar o apetite dos convivas, para os pratos que virão a seguir. Os hors d'oeuvre, ganharam popularidade nos últimos anos e são agora exibidos mesmo em menus simples ou restaurantes modestos. Embora o termo hors d'oeuvre “acepipes” se  aplique a um serviço de diversas saladas frias, anchovas, ovos, sardinhas, azeitonas, camarão, etc., também abrange outros itens que possam ser servidos em vez da sopa.

 

Exemplos de hors d'oeuvre:

· Melão Frappé

· Ostras ao natural

· Salmão Defumado

· Caviar

· Toranja, Pamplemousse

· Salame

· Camarões em Pequenos vasos

· Coquetel de camarão ou lagosta

· Coquetel de frutas, Coupe Florida

· Arenques Dieppoise

· Paté de fígado de ganso (patê de Foie Gras)

 

Há também um grande número de itens que podem ser servidos quentes como acepipes, tais como os bouchées, croquetes, bolinhos fritos, etc., os quais são conhecidos como hors d'oeuvre chauds.

 

2) Potage

Os franceses têm três palavras diferentes que podem usar para designar sopa.  Consommé,  um caldo de carne claro e fino. Soupe que designa uma mistura espessa e saudável de legumes e outros pedaços de alimentos e Potage, que se situa entre os dois anteriores, na textura, conteúdo e espessura. Um potage é geralmente um puré espesso, muitas vezes com carne, ou uma sopa de legumes, contendo cevada ou outros cereais (milho, lentilhas, etc.). Hoje, as palavras soupe e potage são frequentemente usadas alternadamente com o mesmo significado. É na classe dos potage que se encontram a maior parte das sopas crèmes e veloutés da cozinha francesa. Sopa de peixe é também geralmente oferecida como selecção, sendo as duas mais comuns a Bisque d'Homard e a Bouillabaisse, embora esta última se possa encaixar melhor no capítulo das caldeiradas e dos ensopados do que nas sopas.

 

3) Oeufs

Oeufs são os pratos feitos com ovos. A omeleta é o mais popular, mas existem outros tipos de preparação dos ovos em culinária, como cozidos, escalfados, en cocotte, fritos ou mexidos. Este serviço não é normalmente incluído num menu de jantar. Alguns exemplos são Omeleta à Espanhola, Oeuf en Cocotte a la Crème, Oeufs Pochés Florentine.

 

4) Farineux

Designa os farináceos e é a contribuição da Itália para os menus franceses. Inclui diferentes tipos de arroz e massas. Pratos de massas são esparguete, lasanha e gnochi. O Macarrão é feito de sêmola de trigo duro ou trigo branqueado, à qual é adicionada água para formar uma massa de pão. Pode ser colorida e adicionada com sabor de várias maneiras. Há mais de 200 variedades de massas alimentícias. Os ingredientes, tamanho, forma e cor determinam o tipo dessas massas alimentícias. Alguns pratos desta classe são: Esparguete à Bolonhesa, Lasanha à Napolitana e massas gratinadas.

 

5) Poisson

Poisson designa os pratos feitos de peixe. Os peixes, sendo pouco fibrosos, preparam o paladar para as carnes mais pesadas que se seguem. Pratos de peixe frito ou grelhado, geralmente não têm lugar num menu de jantar "clássico", mas são oferecidos livremente nos menus de almoço com menos quantidades de pratos. Isto também se aplica às espécies de peixes mais ásperos, sendo o menu de jantar geralmente  composto de peixes mais finos preparados e cozinhados das formas clássicas. Os peixes ideais para a compilação de um menu de jantar são: linguado, salmão, alabote, badejo, etc. Peixes raramente usados para a refeição da noite são: bacalhau, pargo, Haddock, pescada e solha. Um prato de peixe frito, que normalmente se encontra no menu de jantar, no entanto, é Blanchaille e isso porque os peixes miúdos são leves e não complicam de nenhuma maneira a digestão.

 

6) Entrée

Entrada é o primeiro dos serviços de carne num menu. É sempre um prato completo em si mesmo. São enviados da cozinha já enfeitados com o molho e da forma como se destinam a ser servidos. O prato final, “o assado” é sempre cozinhado e guarnecido de forma artística e geralmente servido com um molho rico. A "entrada" deve ser concebida como algo leve, pelo que este prato consiste em pequenos cortes de carnes de talho, geralmente salteadas, mas nunca grelhadas. Costeletas e bifes grelhados podem substituir o assado rôti num almoço. Os seguintes itens, com as suas apropriadas guarnições e molhos, podem ser servidos com êxito como entrées.

· Miolos (Cervelles)

· Fígado (Foie)

· Rabo de Vaca (Queue de Boeuf)

· Rins (Rognons)

· Cabeça de Vitela (Tete de Veau)

· Tripas (Tripes)

· Bifes de Acém  ou Tornedós (Bifetecks , Entrecote et Tournedos)

· Costeletas de Cordeiro (Cotelettes de Mouton)

· Costeletas de Porco (Cotelettes de Porc)

· Escalopes, Granadinos, Medalhões  (Escallopes, Granadins, Medaillons, et Côtes  de Veau)

· Molejas de Vitela ou Cordeiro (Ris de Veau / Agneau)

· Suflés ou Mussas (Soufflés et Mousses)

· Dentados (Bouchées)

· Pilaws e Rizottos

 

· Pequenos cortes ou partes de aves de capoeira, individualmente cozinhadas, também são servidos como entrées em hotéis de primeira classe e restaurantes. As entradas  entrées devem ser sempre cozinhadas, enfeitadas e apresentados pelo  cozinheiro de molhos ou saucier.

 

7) Relevé

Este é o prato principal de carne no menu e é conhecido como a "peça de resistência". Ele pode consistir em comum de qualquer um dos seguintes:

 

Carneiro (Agneau)                Frango (Poulet)

Vaca (Boeuf)                         Pato (Caneton)

Vitela (Veau)                         Galinha (Poularde)

Presunto (Jambon)                Língua (Langue)

Porco (Porc)

 

Num estabelecimento de primeira classe, estas peças devem ser preparadas pelo cozinheiro de molhos, por qualquer método excepto assado. Elas geralmente são cozinhadas em caçarola, grelha ou frigideira, num molho com o  qual são servidas.

 

8) Sorbet

Este serviço aparece como um descanso na refeição. Neutraliza os pratos anteriores e rejuvenesce o apetite para os que vêm a seguir. Normalmente servido entre o relevé/remover e o rôti, ele é em regra feito com champanhe e servido em um copo.  É uma quase sobremesa gelada, feita com suco de frutas, açúcar, água e leite, contendo também, clara de ovo ou gelatina.  Um exemplo  é o italiano Sorbet Creme de Menthe.  Cigarros russos ou egípcios muitas vezes são repassados durante este Serviço.

 

9) Rôti

Prato que normalmente consiste de caça ou aves de capoeira, e muitas vezes é incluído na entrada. Cada prato é acompanhado pelo seu próprio molho especial e salada. Algumas possibilidades são o Frango Assado, o Pato Estufado e Codorniz Assada.

 

10)  Légumes

Estes pratos vegetais podem ser servidos separadamente como um prato individual ou ser incluídos ao longo da refeição, com as entradas, relevé ou assado. Alguns exemplos são a Couve-flor Mornay, Batatas Assadas e Tomates Grelhados.

 

11)  Entremets

Entremets tem neste menu  o significado de “prato intermediário”, e significa a quebra da sequência de pratos salgados, para algo doce. Podem incluir doces quentes ou frios, Soufflés ou Gelados. Alguns tipos aceitáveis são a Torta de Maçã, Souflé de Chocolate e Sorvete ou Cassata.

 

12)  Savoureux

“Delícias” ou Savoureux é um prato de gostos fortes, tais como anchovas em vinagre ou frutas em conserva. Eles são servidos quentes sobre torradas ou como um Souflé Salgado. Welsh rarebit, Woodcock Scotch e Canapés Diane são alguns dos exemplos. Queijo, fromage , é uma alternativa para os salgados se for ao almoço, e pode ser servido antes ou depois dos doces.  Geralmente é servido com manteiga, biscoitos e, ocasionalmente, aipo.  Gouda, Camembert e Cheddar são alguns exemplos de queijo.

 

13) Desservir

Sobremesa é um serviço que geralmente vem no final de uma refeição. A designação francesa significa "para limpar" a mesa. É um serviço de frutas geralmente apresentado em uma cesta e colocado em cima da mesa, (sobremesa) como parte da decoração desta no final da refeição. Todos os tipos de frutas frescas podem ser apresentados neste serviço. Sobremesas  comuns  incluem biscoitos, frutas, bolos e doces.

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Delicatessen

Delicatessen e produtos gourmet

 

Delicatessen é um termo que designa "iguarias" ou "alimentos" especiais, e representava originalmente, em inglês, apenas essa comida especialmente preparada. Com o tempo, porém, a loja onde os alimentos eram vendidos, passou a ser conhecida, também, como delicatessen, e o novo sentido da palavra acabou por ser encurtado para deli. É uma palavra alemã, que apareceu “de empréstimo” no idioma inglês, pela primeira vez em 1889, como a forma plural de delicatesse. Em alemão, onde também era, originalmente, um termo francês “de empréstimo”, delicatessen indicava "coisas deliciosas (para comer)". A raiz da palavra é o adjectivo do latim delicatus, que significa "dar prazer, agradável, delicioso".

A versão alemã escrita, Delikatessen, deve ter dado suporte à etimologia popular, pois o essen da palavra corresponde ao verbo alemão Essen, “para comer”, ou ao substantivo das Essen, “o alimento”. Esta análise sugeria que a palavra era uma junção das palavras alemãs delikat “delicioso” e Essen “para comer”, e a palavra acabou por ficar com esse significado, para indicar estabelecimentos especializados num tipo de comida, especial ou sofisticado, tendo assim entrado no circuito mundial.

As Delicatessens em muitas partes do mundo vendem a retalho, por peso, produtos como carnes e queijo curados, salsichas e presunto, foie-gras, salame e outros frios, frango e costeletas fritos, lombo de porco assado, frios e saladas, pickles vegetais e molhos, pães e azeitonas. Um supermercado pode ter o seu próprio deli de comida, ou mesmo operar uma delicatessen no local.

Grandes lojas Delicatessen, ou lojas Deli, além de venderem frios e carnes cozinhadas, podem ter também uma divisão de alimentos de luxo, e incluir confeitaria, pastelaria, espirituosos e vinhos finos, queijos exclusivos e paté trufado, caviar e foie gras de alta qualidade, grãos de café e de frutas, especiarias e ervas, pães especiais, doces exclusivos, bolachas e mel, chá e chocolate artesanal de luxo.

A famosa Eliseevsky, loja de alimentos no centro de Moscovo, assemelha-se a um armazém de charcutaria no sentido europeu, com uma exuberante decoração fin de siècle. Esse estabelecimento histórico da era czarista foi preservado pelos soviéticos e foi usado para servir como uma peça de exposição da indústria alimentar russa, exibindo as iguarias mais difíceis de obter.

As Delicatessens podem também fornecer alimentos especializados de outros países e culturas, que não estejam disponíveis em lojas correntes de alimentos.

Nos Estados Unidos, uma loja de delicatessen, ou deli, é um tipo de negócio que poderia ser descrito como uma síntese de supermercado e restaurante fast-food, com a vantagem de oferecer um menu mais amplo e mais fresco do que os encontrados nessas cadeias de restaurantes. A delicatessen raramente utiliza máquinas de fritar (com exceção de frango), mas prepara, rotineiramente, sanduíches por encomenda, e pode também servir alimentos quentes mantidos numa mesa de vapor, como uma cafetaria. Vende frios a peso e prepara cestas de pic-nic.

A fim de proporcionar oportunidades para uma refeição completa, as delicatessens oferecem também uma grande variedade de bebidas, como refrigerantes, café, chá, leite, etc. Batatas fritas e produtos semelhantes estão disponíveis em variedades pré-embaladas, ou feitas na loja e acondicionadas em celofane.

Paralelamente a estes produtos indicados para almoço e jantar, as delicatessen podem também oferecer uma série de itens adicionais voltados para o pequeno-almoço, incluindo crepes, bacon, salsichas, waffles, omeletas e assados, doces, biscoitos, torradas e iogurte. Os menus desses estabelecimentos variam por região e diversidade étnica. Enquanto delis urbanas dependem de pratos típicos ou regionais, como pastrami, corned beef e salame, outras no interior do país dependem mais de carnes embaladas para venda na loja, principalmente frango, peru e presunto, que pode não ser encontrado em delis judaicas, onde a carne comum é mais procurada.

Os equivalentes americanos das delicatessens ao estilo europeu são conhecidos como “lojas de produtos gourmet”.

 

A EMENTA IDEAL VISANDO A SAÚDE

Os especialistas recomendam bom senso na hora das refeições: evitar o consumo de gorduras saturadas e trans, preferir óleos vegetais para cozinhar, e consumir menos carnes vermelhas, principalmente as gordas.

Uma ementa ideal, recomendada para um adulto saudável, deve rondar entre as 2.000 e as 2900 calorias/dia, embora o número de calorias que cada organismo necessita diariamente, possa variar de acordo com o sexo, idade, peso, altura e rotina de actividades físicas, e cada pessoa tenha características próprias que também podem fazer oscilar esses números.

Incluir - azeite extra-virgem, peixes ricos em ómega 3, iogurte, carnes magras, ver- duras e frutas. De uma maneira geral com raras excepções, todos os peixes são aconselháveis.

Evitar  enchidos, café em excesso, refrigerantes, doces e açúcar branco, pães e massas brancas (usar os integrais), alimentos com gorduras trans e frituras.

 

Segundo os endocrinologistas e nutrólogos, as frutas, os legumes e as verduras são as melhores fontes de fibras, vitaminas e sais minerais disponíveis na natureza. Eles são tão importantes para a saúde, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) concluíram que, pelo menos 60% das mortes em todo o mundo poderiam ser adiadas, ou mesmo evitadas, se as pessoas adoptassem posturas mais saudáveis durante da vida, entre elas, o consumo de no mínimo cinco porções (ou 400 gramas) desta categoria de alimentos por dia.

As saladas são excelentes, e um exemplo de como se pode adicionar à alimentação, sementes e castanhas, ricas em gorduras poliinsaturadas e protectoras cardiovasculares, sem correr o risco de exceder em calorias, uma vez que as sementes oleaginosas apresentam elevado valor calórico em decorrência da gordura protectora. Neste caso, come-se menos do que se comeria se essas sementes fossem consumidas como aperitivo.

 

Conselhos para a construção de uma ementa saudável

Para uma alimentação saudável que ajude a manter o corpo e a mente em equilíbrio, é aconselhável que na ementa estejam incluídos todos os grupos da Pirâmide Alimentar, embora o consumo de cada um deles deva ser regulado:

 

·                        construtores – ricos em proteínas, cálcio e ferro: carnes, ovos, leite, iogurte, feijão, soja, lentilha, grão-de-bico. Têm como função ajudar o organismo na sua renovação e fortalecimento.

·                        reguladores – vitaminas e sais minerais: são as verduras, as frutas e os legumes. Regulam o organismo nas suas funções vitais, e auxiliam os órgãos a funcionarem de forma correcta.

·                        energéticos – ricos em carboidratos e lipídeos (gorduras), são fonte de energia para o corpo: massas, pães integrais, cereais como milho e arroz, oleaginosas: castanhas, nozes e amêndoas, azeite e óleos em geral, legumes: mandioca, batata, inhame, e os doces.

 

Para os que estejam a seguir algum tipo de dieta, isso não significa que devam evitar carboidratos, ingerir apenas proteínas, e deixar algum grupo de fora.

Devem sim modificar a forma de comer, ingerir de 5 a 6 refeições por dia com ementa bem variada, e dar uma boa oferta de nutrientes ao seu organismo. Mas, sobretudo, manter um acompanhamento médico e consultas regulares para avaliação do seu estado de saúde. O check-up geral deve ser voluntariamente imposto anualmente, a partir dos 45 anos, independente da forma como a pessoa se sinta. E a medição da tensão tanto quanto for possível, a qualquer momento e em qualquer idade, pois nunca se sabe como vão as coisas por esse lado.

A Qualidade de Vida é um bem inestimável.

 

A Sazonalidade dos Produtos versus Custo

Voltando à cozinha tradicional e, ao restaurante normal, tomamos consciência que, um dos factores de êxito, é a competitividade. Já analisamos que, o mercado não é elástico e, a economia é sensível.

Na posse desta informação, vamos agora, verificar, como o responsável pelo ementa pode, melhor, utilizar os recursos do mercado de abastecimento.

Esta utilização de recursos, consiste em planejar o ementa, tendo em conta os produtos da estação que, por serem mais abundantes, são também mais baratos. Não vamos, aqui, analisar essa sazonalidade, nem tão pouco, os produtos. Esse conhecimento, será obtido por outros meios.

O leitor ficará, porém, de posse desta informação, valiosíssima em termos de correlação de custos.

 

As Cozinhas Típicas e as Especialidades

 

Um erro comum em restauração é relacionar “cozinha típica” e “especialidade”, quando, afinal, as duas coisas podem ser distintas uma da outra. Há pratos típicos que são especialidades, enquanto outros não são, assim como podem existir especialidades culinárias que não são típicas, mas apenas fruto do labor de determinado indivíduo ou equipa e, como tal, propriedade e exclusivo de determinado restaurante.

São “especialidades” as confecções culinárias ou de pastelaria  (no Brasil “Confeitaria!) que contenham características próprias de originalidade e exclusividade, com alta qualidade de elaboração e apresentação final.

São “pratos típicos” (não confundir com regionais) os pratos que contém características próprias, inerentes à cozinha de um país, embora sem região determinada.

Fazem parte da “cozinha regional” os pratos que tenham raízes predominantes em qualquer parcela do território por serem tradicionalmente confeccionados e consumidos pelos naturais dessa região, o que não quer dizer que não venham depois, mercê da sua qualidade e popularidade adquirida, a ser servidos noutros locais do país ou do mundo. Não perdem, porém, o seu carácter de pratos regionais.

Isto aconteceu com pratos típicos de diversos países, os quais são hoje servidos noutros continentes e capitais do mundo, sem contudo perderem a sua origem, caso das pizzas, originárias da Itália, da bouillabaisse, originária da França e da paella cuja origem é Espanhola. Outros ainda, como o couscouss, típico do norte da África ou o curry (caril) que veio da Índia. Sem falar na tortilla ou no taco mexicano que, não sendo uma especialidade na minha avaliação, é um prato típico, quem sabe, até, uma forma original de fast food, como o baurú brasileiro e a sanduíche da Tendinha.

A chanfana, a lapantana, o leitão assado e as tripas, são pratos regionais, mas o bacalhau será quando muito um prato típico de Portugal.

Como uma referência e porque julgámos útil para mostrar como a ementa evoluiu sem perder a sua dignidade, damos abaixo uma ementa de banquete dos tempos da Roma antiga. Espero que ela seja apreciada.

Caixa de Texto: Isicia Omentata
Patina De pisciculis
Minutal Marinum
Gustum De Praecoquis
Fabaciae Virides et Baianae
Scillas
Sarda Ita Ajuste
Em Mitulis
Pullum Frontonianum
Pullus Fusilis
Vitellina Fricta
Em Vitulinam Elixam
Aliter Baedinam Sive Agninam Excaldatam
Pepones Et Melones
Dulcia Domestica
Alter Dulcia
Patina De Piris
Tiropatinam
Óvulos Sfongia Ex Lacte
MustaceiCaixa de Texto: Enchidos temperados
Suflé de pequenos peixes
Fricassé de frutos do mar
Acepipe de alperches
Feijões Verdes de Baia
Camarões Grandes
Sardinha à nossa moda
Nossos Mexilhões
Frango de Fronto
Frango Recheado com Molho
Carne de vitela Frita
Carne de vitela Cozida
Costeletas de Cordeiro Estufadas
Melancias e melões doces
Sobremesa Caseira
Outras Sobremesas
Suflé de pêras
Suflé à moda de Tiro
Crepes ao Leite com mel e pimenta
Bolo enrolado de queijo e anis

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O SUSHI NA VALORIZAÇÃO DE EMENTAS

 

O que é o sushi?[2]

Tendo começado como um método de conservação de peixes há séculos atrás, o sushi evoluiu para uma experiência gastronómica que está a conquistar o mundo dos gourmets. Na primitiva formula, o peixe seco era colocado com sal entre camadas de arroz, como uma forma de o conservar e armazenar. O vinagre foi adicionado mais tarde como uma necessidade profilática e o nori (alga) como uma maneira de segurar o arroz e evitar que os dedos fiquem pegajosos. Tecnicamente, a palavra sushi define o arroz (su palavra japonesa para vinagre, e shi, de meshi, a palavra japonesa para arroz) sushi, portanto, é "arroz avinagrado, embora coloquialmente o termo seja usado para descrever o conjunto do pedaço de peixe cru ou marisco com palitinhos ou rolinhos de arroz ou, simplesmente, o consumo de peixe cru no estilo japonês. Embora o sushi não seja uma invenção japonesa, o estilo japonês é considerado nos dias de hoje, o padrão de facto para este serviço. Ele pode ser comido tal qual, ou mergulhado em molho de soja japonês shoyu e em seguida consumido. A criação do prato requer cuidado e os vários métodos de preparação do alimento são avaliados pela aparência, que tem muita importância para o consumidor educado. O sushi é uma obra de arte, tanto como alimento quanto em apresentação. Apesar de ser agora apresentado num estilo ocidentalizado de serviço “rápido e fácil” as suas formas tradicionais não foram de forma alguma perdidas.

 

Quais os diferentes tipos de sushi?

Existem alguns tipos diferentes, dependendo de como o item é apresentado, os quais são:

Chirashi-zushi - Normalmente, um prato ou tijela larga de arroz de sushi coberto com uma variedade de sashimi.

 

 

 
mhtml:file://C:\Users\Albano\DOWNLOADS\The%20Sushi%20FAQ%20-%20Sushi%20Information.mht!http://www.sushifaq.com/images/chirashizushi.jpg 

 

Inari-zushi - Bolsas de tofu frito (aburage) recheadas com     arroz de sushi.

 

 
Inari sushi                  

 

 

 

 

 

Maki-zushi - O arroz e rolos de alga com peixe e / ou legumes. Estes rolos de arroz têm nomes específicos, dependendo da sua apresentação.

Futomaki - rolo grosso /  Hosomaki - rolos finos / Uramaki - enrolados de dentro para fora.

Nigiri-zushi – rolos pequenos de arroz cobertos com wasabi e um filete de peixe cru ou cozido ou marisco. Esta é geralmente a forma mais comum de sushi.

 

 
mhtml:file://C:\Users\Albano\DOWNLOADS\The%20Sushi%20FAQ%20-%20Sushi%20Information.mht!http://www.sushifaq.com/images/makizushi.jpg 

 

 

Temaki sushi

Temaki-zushi - Também chamados de “rolinhos de mão”, são cones de arroz de sushi, peixe e vegetais envoltos em algas. Muito semelhantes ao maki.

 

 
 

 

 

 


          O peixe servido com o sushi pode ter também algumas formas e estilos diferentes, além de se apresentar como um simples pedaço de peixe. Por exemplo:

Neta ou Tane- nome para o pedaço de peixe comum (ou outro item) colocado em um pedaço de sushi.

Hikari mono - um pedaço de peixe apresentado com a pele prateada.

Sukimi - pedaço de peixe picado, usado com os maki (rolos) ou servido como sashimi.

 

O que é sashimi?

Sashimi é peixe fatiado servido cru, no seu estado natural. Isso significa que não tem nenhuma cama ou acompanhamento de rolo de arroz, embora muitas vezes seja servido ao lado, daikon e/ou shiso. Este é o estilo sugerido para obter o melhor sabor do peixe, além de uma óptima maneira de impressionar os novatos no sushi! O sashimi é normalmente cortado de diferentes formas para melhorar a aparência do peixe.

Hira zukuri é a forma rectangular padrão de corte. Um corte chamado zukuri ito não tem mais do que 6 mm. de espessura, mas outro mais fino, chamado kaku zukuri da grossura de papel fino é muitas vezes apresentado também como um padrão.

 

Que outras coisas podem entrar no prato?

Dependendo do que for escolhido ou dos caprichos do chefe, você pode ver itens como wasabi (rábano verde japonês - um rizoma picante), gari (gengibre em conserva, que se apresenta com dupla cor, rosa e castanho claro, indicando boa qualidade). Pode também aparecer uma grande folha verde chamada shiso, que geralmente é servida com sashimi e uma massa branca de daikon desfiado (rabanete japonês também às vezes servido com sashimi).

 

Apresentação do Sushi

A prática do sushi nasceu no Sudeste Asiático pela necessidade de conservação de peixe cru e foi-se desenvolvendo através dos tempos com o aperfeiçoamento das técnicas aplicadas à sua preparação. A primeira referência conhecida aparece na China por altura do século II dC.

Na sua preparação mais remota, eram retiradas a cabeça e as vísceras, e as tiras do peixe cru eram salgadas e acondicionadas em barris de madeira, em camadas alternadas com arroz cozido. A fermentação natural do arroz gerava ácido láctico, o qual azedava o peixe e garantia a sua conservação. O longo processo de armazenamento porém, tornava o arroz impróprio para consumo pelo que ao final somente o peixe era aproveitado.

Ao ser introduzido no Japão, cerca do século VII, esse procedimento sofreu uma pequena modificação, passando a ser utilizadas pedras para prensar o peixe cru e o arroz. Esta preparação designada “nare zushi”, tinha um odor e sabor fortes, sendo esta uma das suas principais características. Um exemplo actual desse processo ainda é o “funa zushi”, feito com carpas.

No século XV porém, surgiu um  novo tipo de sushi chamado “nama nare zushi” o qual por ter um período de fermentação menor (cerca de 1 mês), já permitia o consumo do arroz e do peixe juntos. Esta pode ser considerada a primeira forma do sushi moderno.

A introdução do vinagre na elaboração do arroz para sushi ocorreu no século XVII, em Edo (actual Tóquio) e deve-se ao médico Matsumoto Yoshiichi, o qual procurou com esta inovação tornar o sushi um alimento mais saudável e possibilitar a redução do tempo de preparação deste para um dia apenas. Beneficiando-se da fartura de peixes e mariscos na baía de Tóquio, o peixe passou a ser consumido cru e fresco. Além do ganho em tempo de preparação do sushi, o vinagre adicionou um sabor especial ao prato que passou a ser chamado de “haya zushi”. Na região de Osaka o “oshi zushi” é preparado com pedaços rectangulares de peixe, num estilo conhecido como estilo Kansai.

No século XVIII surgiu aquele que é considerado o primeiro sushiman da história: Hanaya Yohei que criou o “niguiri zushi” tipo de sushi popular, constituído de um bolinho de arroz de sushi com uma fatia de peixe cru por cima, para consumo imediato, o qual podia ser manuseado com as mãos, dispensando os hashis. Como não havia refrigeradores naquele tempo, os peixes eram marinados em molho de soja ou vinagre e o tamanho dos bolinhos era aproximadamente o dobro dos actuais. A alteração introduzida tornou este tipo de alimentação muito popular no Japão, podendo dizer-se que a sua divulgação se assemelha à do fast-food nos Estados Unidos: as pessoas petiscavam na entrada dos estabelecimentos, nas ruas ou à beira de estradas. O estilo de sushi de Tóquio ficou conhecido como estilo Edo, estando o quiosque de Yohei, no bairro de Ryogoku, cotado como o principal pioneiro da sua divulgação.

Com a competição entre os vários quiosques de venda, surgiram outros tipos ou variedades de sushi como o “inari zushi”, o “maki zushi” (nome genérico para o sushi enrolado) e o “chirashi zushi”. A grande inovação foi a abolição da prensagem com pedras, passando a ser utilizada apenas a força das mãos para formatar o sushi.

Em 1923, após  um  terremoto  que  atingiu  a  cidade de Tóquio, muitos donos  de quiosques  alimentícios  voltaram  para as suas regiões de origem e disseminaram  a receita do sushi por todo o Japão.

Finalmente, no século XX, a globalização está a espalhar por todo o mundo o gosto por este tipo de prato que, além do sabor peculiar, vai ao encontro da preocupação do homem moderno com uma alimentação sadia.

 

O SUSHI

 

Ao mencionar a palavra sushi, uma imagem vem logo à mente, correspondendo a rolos de arroz e algas, ingredientes exóticos e cortes de peixe fresco cru graciosamente montados sobre uma pequena cama de arroz. Alguns pensam apenas no peixe cru, enquanto outros não fazem idéia, mas imaginam um sujeito japonês sorridente, servindo-lhes um prato artisticamente arranjado de comida desconhecida.

Não é de admirar que o sushi se preste a confusões e mal-entendidos, pois apesar de estar dando a volta ao mundo como prato seleccionado por muitos bons restaurantes e ter estabelecimentos especializados na sua preparação, não teve ainda a sua divulgação ao grande público.

O que é pois, exactamente, o sushi? Sushi é o nome de um arroz temperado com vinagre. E, genericamente, inclui todas as formas de uma cozinha altamente especializada que tem o arroz avinagrado como componente de base. Pode incluir peixe cru. Pode incluir marisco cozido. E também pode não ter, nem marisco nem peixe. Na América, por exemplo, o sushi pode conter quase qualquer coisa. Mas este já será um sushi comercial e não o tradicional.

 



[1] Os pratos para este Serviço, são aqueles a que nos referimos em Entradas Ligeiras, no Manual de Gastronomia.

[2] A explicação de todos os nomes japoneses que aparecem neste texto, é dada no final em   “Glossário de termos relacionados ao sushi”.

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