quinta-feira, 27 de dezembro de 2018




Formação e Treinamento


Antes de avançar num assunto que reputo de muita importância para a qualidade dos serviços de qualquer estabelecimento hoteleiro, quero apontar um facto que me preocupa. O uso intenso que se faz em Portugal da palavra Formação, como definição de tudo o que se relaciona ao desenvolvimento profissional, tentando substituir uma outra que é “treino”. Gostaria de deixar a minha opinião sobre este assunto, para esclarecer os que nisso estejam interessados.
Formação é um conjunto de acções tendentes a consolidar determinado grau de conhecimentos; é a maneira como se constroi uma mentalidade, um comportamento ou um conhecimento profissional, que permita escolhas e facilite carreiras. Ela é, portanto, o resultado de muitas aulas ou sessões de estudo, visando conseguir o fim proposto, ou seja, conhecimento técnico inerente à carreira que se projecta seguir, bem como desenvolver mentalidade e comportamento que dignifiquem o profisional. O treino porém, não é substituído pelo conhecimento técnico, por melhor que este seja. O treinamento aparece como um complemento da educação ministrada para a absorção de conhecimentos, como forma de tornar o formando apto, destro ou capaz, para a execução de determinada tarefa ou actividade. Treinar é habilitar ou adestrar. E Formação não é apenas conhecimento técnico, é também carácter e consciência profissional, com sentimento de respeito pelo cliente, e pelos que labutam no seu entorno, coisa que de uma maneira geral está a ser negligenciada no trabalho e esquecida nas escolas. Em todos os meus livros tenho falado disso, e nunca é demais insistir: “Muitos dos problemas que ocorrem no dia-a-dia de um hotel, nunca foram tratados numa sala de aula”. E ninguém espera ver um doutor, formado pela universidade, começar a operar sem passar os seus cinco anos de residência, o que equivale ao seu treinamento na profissão.

FORMAÇÃO E SOBREVIVÊNCIA


A globalização, tão desejada e tão real, acentuou um dos problemas que sempre preocuparam as empresas para além da obtenção de lucros, a luta pela sobrevivência.
Depois de muito se falar em sobrevivência, é gratificante abordar um tema que, a nosso ver, se relaciona de perto com este aspecto.
Se concordarmos que a verdadeira sobrevivência no negócio depende do apoio do cliente, aceitaremos que a formação está na base de todas as acções tendentes à sobrevivência, pois a esta estão directamente ligados aspectos básicos desta, tais como as receitas, a qualidade, a produtividade, o controlo dos custos, a satisfação da clientela e do pessoal, o ambiente de trabalho e muitos outros de igual importância.
A sobrevivência não é a diferença que separa os fortes dos fracos; a sobrevivência é a capacidade de resistir. Só sobrevivem os que possuem esse predicado - e estes nem sempre são os mais fortes, mas sim os mais bem capacitados, física ou mentalmente.
É importante, num momento em que se reconhece a necessidade de formação como base de sobrevivência, não esquecer que esta, por si só, não tem valor absoluto. Para se consolidar e reproduzir, precisa de outros apoios, entre os quais destacamos treino, disciplina e supervisão abalizada.
Inclui ainda, para as chefias, perspicácia, sentido de responsabilidade e amplitude de visão.
Ao preparar qualquer plano de formação, os Supervisores ou Chefes, grandes suportes da direcção devem ser considerados e para eles deve ser estudada uma formação específica.
A função principal de uma boa formação é transmitir e consolidar conhecimentos, e preparar o pessoal para usar um padrão único, racional e objectivo de qualidade de serviços.
Tendo em vista estas premissas, a formação deve ser ministrada numa empresa, de acordo com os resultados que se pretendam obter e com o tipo de serviço que se tem como objectivo alcançar, sem perder de vista a produtividade e a qualidade.
A formação mais consistente e de resultados imediatos para profissionais que já conhecem as rotinas dos cargos, é a de treinamento na admissão, sendo a de reciclagem, um complemento.
Este complemento de formação na admisão é importante, pois familiariza os novos empregados com os padrões e objectivos utilizados na empresa, sendo compensada pelos resultados que proporciona em termos de qualidade, de produtividade e de turnover.

BENEFÍCIOS DA FORMAÇÃO E ORIENTAÇÃO DE QUALIDADE NO MOMENTO DE ADMITIR UM FUNCIONÁRIO

 

Para  a  empresa


-       Garantia   de  consistência: todos  os  empregados  recebem  a  mesma  visão de  serviço.
-       Garantia de imagem: transmite aos  empregados o sentimento de trabalharem numa  grande  empresa.
-       Garantia de know-how: o que facilita o  espírito de equipa; todos  os  empregados  têm  conhecimentos  semelhantes.
-       Possibilidade de um maior entrosamento desde o inicio entre a empresa, a chefia e o empregado: para providenciar a formação, as chefias são obrigadas a aproximar-se mais do  funcionário, no período de experiência e esta aproximação beneficia todos.
-       As primeiras impressões são as que perduram: um  bom  programa  de admissão ajuda  a  construir e manter vivos os valores e a filosofia da empresa.
-       Um bom começo favorece o espírito de equipa, a todos os níveis da organização.
-       Melhora o turnover .



Para  as  Direcções  e  Chefias


-          Garante que os novos empregados  iniciem com  uma  orientação e conhecimentos  consistentes, o que melhora o moral e os resultados. 
-          Garante que os novos empregados iniciem com mais conhecimento das suas responsabilidades, de conduta, de padrões, de métodos, de metas e de expectativas da empresa, quanto ao resultado esperado da  sua  colaboração.
-          Boa orientação inicial, o que facilita o trabalho dos supervisores.
-          O supervisor também se beneficia, pois com o treinamento aos novos  funcionários, ele próprio renova os seus conhecimentos.
-          Um bom  programa de orientação melhora a motivação do empregado.
-          Melhoria do turnover.

 

Para  o Empregado


-    Obtém  uma  maior compreensão das expectativas da empresa quanto  á  sua pessoa e à sua  produtividade.
-    Ajuda os empregados a entenderem o valor da  posição que ocupam na empresa.
-    Melhora a auto-estima. Os empregados se dão conta de que são importantes para a operação. Nem todas as pessoas conseguem  sucesso  em  hotelaria, mas todas são importantes.
-    Permite ao empregado,  desde o início, uma visão clara da empresa e da tarefa que vai  executar  nela.
-    Cria desde o começo, um  forte desejo  de se integrar à  equipa, que aos seus  olhos logo se apresenta prestigiada.
-    Cria  uma  base  importante  para  a  motivação.
-    Melhora o turnover.

A FORMAÇÃO COMO BASE DA QUALIDADE


Sabemos que a “descrição de cargo” (job analysis ou job description), é uma peça fundamental para estabelecer as responsabilidades do indivíduo, em relação ao trabalho que lhe está destinado na empresa.
Mas isso não é tudo. O novo empregado deve familiarizar-se com os hábitos da empresa, com os locais de trabalho, com os equipamentos com que vai trabalhar. Mesmo que seja um profissional com passado já conhecido, é de todo o interesse para o seu bom rendimento futuro, que beneficie de uma formação baseada em treinamento, ao entrar para o seu novo cargo.
Se a selecção de pessoal tem muita importância para a empresa, a formação dos novos empregados não tem menos, pois visa os mesmos fins. Um empregado que se sente confiante e à vontade no posto que ocupa, produz mais, com mais satisfação, e sente mais desejo de aí  permanecer.
Ao garantir formação a qualquer novo empregado, deve ter-se em conta que numa indústria de serviços como é a hotelaria, a eficiência técnica não é suficiente. As atitudes em relação ao cliente e aos colegas de trabalho, devem também ser objecto da formação.
Não traz muito benefício para um bom trabalho de equipa, um profissional, por melhor que seja, egoista, conflituoso ou que só consiga desempenhos à custa do sacrifício dos seus colegas.
Por outro lado, a qualidade do serviço sofre quando o cliente é dissociado das metas a atingir, pois o cliente deve ser sempre considerado, como o objectivo final desse trabalho. Sempre que possível, o cliente deve ser incluído nas definições de cargos, pois ainda que o lavador de pratos não o veja, deve saber que alguém espera receber pratos bem lavados, e porque motivo isso sucede.
Um programa de formação não se deve dirigir apenas aos novos empregados. Os que já estão em serviço, devem também fazer periodicamente acções de reciclagem e, em muitos casos, deve ser-lhes relembrado quais as políticas e padrões em uso no estabelecimento, ao mesmo tempo que podem ser preparados para futuras promoções ou para outros cargos, no mesmo ou em departamentos diferentes

Os supervisores e os chefes, estão permanentemente a formar os seus subordinados, no dia-a-dia, mas neste caso, a formação não é formal nem se antecipa às necessidades. Destina-se apenas a corrigir os erros cometidos e ocorre após qualquer incidente. Na maior parte das vezes, ainda, este tipo de treinamento limita-se a conseguir que um empregado obstinado faça, o que o supervisor quer, e não o que mais nteressa aos resultados finais.

A formação de chefes e supervisores, deve também ser contemplada, por forma a adaptá-los à constante evolução dos métodos e do mercado.
Deve-se estar consciente de que, na maior parte dos casos, a formação é olhada com desconfiança e até com um certo antagonismo, por parte do pessoal, por colocá-los perante o problema da insegurança. Por essa razão, os responsáveis devem apresentar os programas de formação aos interessados como uma forma de valorização e crescimento profissional com possibilidades de futuras promoções.



 

Formação em hotelaria – 2

FORMAÇÃO DE ADMISSÃO



Para ajudar os interessados a montarem e acompanharem um programa de formação no momento da admissão, indicamos o que a nosso ver deve ser incluído, tanto para dar aos novos funcionários uma noção da empresa e dos seus serviços, como para deixar o empregado à vontade ao assumir a sua responsabilidade, e demonstrar-lhe para o que foi seleccionado.

Administração/ Escritório


-    Reconhecimento físico do departamento.
-    Conhecimento da organização e dos sistemas.
-    Equipa e equipamentos.
-    Descrição de funções.
-    Plano contabilístico.
-    Livros contabilísticos e impressos.
-    Orçamento, sua confecção, análise e acompanhamento, (receitas e despesas).
-    Funções contabilísticas, análise de dados e preparação de relatórios.
-    Política de compras.
-   Crédito, cobrança e contas atrasadas.
-   Caixa geral. Caixa da recepção. Caixas departamentais.
-   Pagamento de salários.
-   Pagamentos a fornecedores.
-   Coordenação interdepartamental.
-    Relação com organismos oficiais, bancos, fornecedores, etc.
-   Conhecimento das leis que regem o sector e suas aplicações.
-   Controlo do departamento de pessoal.
-   Controlo Geral

Alimentos e Bebidas

Economato
-     Reconhecimento físico dos locais.
-    Descrição de funções e organização do sector.
-    Ficheiro de fornecedores.
-    Prospecção de fornecedores. Teste de produtos. Qualidade. Quantidade. Preços. Especificações de qualidade.
-   Ava1iação e preços de compra. Visita a mercados.
-   Atendimento aos fornecedores.
-   Compras de produtos perecíveis.
-    Recepção de mercadorias. Comprovação de pedido.
-    Entrada da mercadoria. Registo da entrada.
-    Distribuição de mercadorias. Despensa e cave, departamentos, câmaras frigoríficas.
-   Requisição de material departamental. Saída de mercadoria. Controlo das saídas.
-   Solicitação de compra.
-    Inventários teóricos. Definição de estoques (máximo e mínimo).
-   Inventários periódicos. Reconciliação do inventário.
-    Informações de serviço. Coordenação departamental.
-               Visitas a fornecedores. Avaliação de novas ofertas. Selecção de marcas.
-    Segurança e higiene.
-    Prazos de validade.

Cozinha central

-    Reconhecimento físico das cozinhas.
-    Descrição de funções e organização.
-    Requisições para despensa e cave.
-    Inventários de cozinha, pastelaria e cafetaria.
-    Transferência interdepartamental de mercadorias.
-    Elaboração de ementas e sugestões do dia (ou de acordo com a sua posição na cozinha, apenas tomar conhecimento da ementa elaborada pelo chefe e da sua confecção).
-   Informações de serviço (forma como se processam)
-   Coordenação com outros departamentos.
-   Planeamento de eventos especiais.
-   Análise dos pratos. Receitas regulares.
-   Controlo de custos. Revisão.
-   Aproveitamento de mercadorias.
-   Cozinha do pessoal. Ementas e custos.
-  Conhecimento das áreas de lavagem, sua utilização e higiene.
-  Segurança e higiene geral.
-   Fases de preparação. Análise. Porções e Porcionamento de:

Carnes.
 Aves/ Caça.
 Peixe e mariscos.
 Hortaliças e verduras.

-   Fases de elaboração:
Mise en place.
Preparação.
Empratamento.
Controlo de saída.
  
Cozinha Fria

-          Buffet.
-          Canapés.
-          Molhos.
-          Saladas e compostos frios, etc.

Cozinha Quente

-  Conhecimento da ementa e de todos os pratos e molhos quentes produzidos na cozinha.

Pastelaria
-    Reconhecimento físico da pastelaria.
-    Descrição de funções e organização
-    Fases de preparação. Análise.
-    Porções e porcionamento de bolos e seus derivados.
-     Sorvetes.
-     Doces ou bolos especiais para banquetes.

Restaurante

-    Reconhecimento físico dos restaurantes.
-    Descrição de funções.
-    Organização, mobi1iário. rouparia. equipamento.
-    Estoques do material de serviço, sua arrumação e limpeza.
-    Mise en place. Supervisão.
-    Cartas: Elaboração e apresentação.
-    Recepção de clientes. Emissão e preenchimento de pedidos. Sugestões (aperitivos, comidas, vinhos, café e licores).
-    Conhecimento e descrição do serviço (normal ou de eventos e banquetes).
-    Preparação de pratos na presença do cliente (serviço de réchaud).
-    Finalização do serviço. Preparação para o próximo.
-    Coordenação interdepartamental (com cozinhas, copas, pastelaria, economato, eventos, rouparia, etc.).
-    Solicitação de mercadorias.
-    Planeamento do serviço para eventuais grupos.
-    Informações ou ordens de serviço.

Boîte
-    Reconhecimento físico das instalações.
-    Organização. Equipa. Estoques.
-   Arrumação de mesas e tipo de serviço.
-    Mise en place.
-    Solicitações e requisições de materiais.
-    Controlo e inventários.
-    Análise das cartas e das bebidas.
-    Promoções, serviços especiais, etc.
-    Segurança e higiene.
-    Custos. Vendas potenciais.

Departamento de Eventos e Banquetes
-    Reconhecimento físico dos salões.
-    Reconhecimento físico dos locais de trabalho, equipamentos, etc.
-    Descrição de funções. Organização. Équipa e Estoques.
-    Promoção e venda. Arquivo de clientes, empresas, organismos oficiais, etc.
-    Reservas de salões.
-    Orçamentos e contratação de serviços.
-    Preços de venda.
-    Pastas de informações (ementas, planos de salas, tipos de arrumação dos salões).
-    Ordens de serviço. Coordenação interdepartamental.
-    Montagens. Serviços especiais.
-    Serviço de banquete. Contratação de extras.
-    Relatórios de banquete. Resultados. Facturação.
-    Follow-up e acompanhamento de clientes.
-    Segurança e higiene.
-    Avaliação de serviços.

Bares
-    Reconhecimento físico dos bares.
-    Descrição de funções. Organização. Equipa e equipamentos. Estoques.
-    Requisição de materiais.
-   Mise en place.
-   Serviço.
-   Análise das cartas e bebidas para serviço.
-   Controlo e inventários
-    Custos e vendas potenciais.
-    Segurança e higiene.
-    Promoções e vendas.
-    Coordenação interdepartamental.
-    Informação e preparação de eventos especiais.

Alojamentos


Recepção
-    Reconhecimento físico do departamento. Organização. Equipa e equipamento.
-    Descrição de funções.
-    Conhecimento e aná1ise dos quartos, sua distribuição e arrumação.
-    Conhecimento das áreas púb1icas.
-    Conhecimento geral dos serviços, seus horários e preços.
-    Documentação de reservas. Sequência dos serviços. Correspondência. Depósitos. Plano de reservas.
-    Controlo da Ocupação. Tratamento de VIP´s. Soluções para overbooking.
-    Coordenação com reservas. Chegadas, cance1amentos, no-shows, saídas.
-    Recepção, check-in e check-out de grupos.
-    Relatórios, Estatísticas. Acompanhamento e utilização.
-    Segurança e higiene.

Andares - Rouparia – Lavanderia

-    Reconhecimento físico do departamento.
-   Organização. Equipa e equipamentos.
-    Descrição de funções.
-    Limpeza e supervisão de quartos e casas de banho.
-    Limpeza e supervisão das áreas públicas e de serviço.
-    Inventários. Quartos. Distribuição dos estoques de roupas.
-    Coordenação interdepartamental.
-    Controlo dos quartos. Relatório de discrepâncias
-    Supervisão da manutenção e solicitação de serviços.
-    Materiais diversos e sua aplicação.
-    Materia1 de limpeza. Controlo e aplicação.
-    Objectos esquecidos. Controlo, guarda e movimentação.
-    Reposições do estoque dos quartos.
-    Entrega e recepção das roupas dos quartos.
-    Recepção e entrega das roupas de hóspedes.
-    Lavar e passar roupas do hotel e clientes. Controlo e cuidados a observar.
-    Uniformes de funcionários.
-    Rouparia: suas funções e funcionamento.
-    Lavandaria: suas funções e funcionamento.
-    Facturação de serviços aos clientes.
-    Room service. Coordenação e acompanhamento.
-   Atenção especial aos minibares.
-    Segurança e higiene

Telefones


-    Reconhecimento físico do departamento.
-   Organização. Equipa e equipamentos.
-    Descrição de funções.
-    Ligações, interurbanas e internacionais.
-    Informação a clientes.
-    Coordenação interdepartamental.
-    Serviços de assistência e secretariado (fax, internet, etc.).
-    Controlo da busca de pessoas bips.
-    Chamada para acordar. Mensagens e recados, etc.
-    Segurança e higiene.

Manutenção


-    Reconhecimento físico do departamento.
-    Reconhecimento físico do imóvel, instalações e equipas.
-  Reconhecimento de caldeiras, ar condicionado, torneiras de segurança, quadros eléctricos, etc.
-    Descrição de funções.
-    Esquema de manutenção preventiva. Imóvel e instalações.
-    Manutenção correctiva.
-    Coordenação interdepartamental.
-    Manuais e fichas de acompanhamento de máquinas, equipamentos e quartos.
-    Despensa de manutenção. Controlo e inventários.
-    Controlo dos consumos de água, energia e gás.
-    Segurança e higiene.

Vendas

    
-    Reconhecimento físico do departamento.Organização. Equipa. Equipamentos.
-    Descrição de funções. Análise e conhecimento da oferta/demanda e discussão de acções.
-    Políticas de promoção (marketing) e vendas.
-    Captação de grupos, convenções, eventos, etc.
-    Planeamento e controlo de reservas de grupos e eventos.
-    Controlo da disponibilidade por allotment.
-    Controlo da ocupação dos salões.
-    Informação interdepartamental através de ordem de serviço, da realização de eventos e serviços solicitados.
-    Orçamentos e contratos com clientes.
-    Programação dos Serviços.
-    Relações com operadores de tour, agências de viagem, empresas, compa­nhias aéreas, órgãos públicos, associações profissionais, etc.
-    Relatórios e estatística de vendas. Análise e decisões.
-    Malas directas e telemarketing.
-    Preparação de pacotes.
-    Campanhas publicitárias
-    Organização e controlo das visitas e relatórios destas, com fichas actualizadas dos clientes.
-    Animação do hotel. Planeamento. Organização e desenvolvimento de programas.
-    Estudo do mercado (clientes e concorrência) novos mercados.

Segurança


-    Reconhecimento físico do departamento.
-    Organização e equipa. Equipamentos e sua distribuição.
-    Descrição de funções
-    Reconhecimento físico do imóvel. Instalações gerais e equipa total do hotel.
-    Formação na área de combate a incêndios.
-    Controlo e manutenção das instalações de alarme e contra incêndio.
     Testes programados (ataque a incendio, evacuação do hotel, etc.).
-   Reconhecimento de caldeiras, ar condicionado, torneiras de segurança, quadros de eléctricidade, etc.
-    Rondas. Normas gerais do hotel e da segurança. Informações (como obter e como agir).
-    Vigilância das diferentes áreas do hotel.
-    Segurança preventiva. Segurança activa.
-    Controlo do relógio de ponto.
-    Informações ao departamento de pessoal.
-    Informações confidenciais à direcção.
-    Leis inerentes ao Sector. Sua aplicação e limitações que estas impõem.
-    Segurança e higiene

O facto de existir uma  boa formção de admissão não garante, por si só, a qualidade de serviços ao cliente. Deve existir igualmente uma boa supervisão e acompanhamento permanentes e formação de reciclagem, sempre que tal for julgado necessário.
Para completar esse ciclo, falaremos da formação de reciclagem e da formação de valorização ou de promoção dos empregados.


FORMAÇÃO DE RECICLAGEM


Todos os chefes e supervisores devem acompanhar a execução dos serviços nos seus respectivos sectores e anotar as correcções necessárias, tanto para evitar os erros como para melhorar o serviço, ou ainda para o lançamento de novos produtos. Para tal, devem programar sessões de formação para os seus funcionários as quais podem ser ministradas por eles próprios ou por formadores externos, se tal for considerado necessário.
Queremos no entanto, deixar claro que, se o chefe estiver à altura do seu cargo, deve ser ele próprio a ministrar estas formações. Somos partidários da idéia de que a melhor maneira de aprender é ensinar, e sendo assim, ao treinar o seu pessoal, o chefe ou supervisor também se está a valorizar.
Pequenas e simples reuniões diárias de não mais de 15 minutos para esclarecer erros de serviço são também aconselháveis, pelo que os chefes devem encarar essa possibilidade.

 

O PLANO DE CARREIRA PELA EMPRESA


Tendo analisado as vantagens de uma boa formação na admissão e após  verificar como é útil manter uma formação para correcção de erros e melhoria do serviço, gostaríamos agora de discorrer sobre a formação para a valorização dos funcionários, dando-lhes a oportunidade de se prepararem para ocupar cargos superiores na hierarquia, o que é sempre, em qualquer empresa, um factor de motivação.
São várias as hipóteses a considerar, mas como não é nossa intenção esgotar aqui este assunto, citaremos apenas o que, para simplificar, denominaremos “plano de carreira”.
Para a construção de um plano de carreira, o funcionário deve-se preparar para a posição seguinte, já no cargo que ocupar, e adquirir conhecimentos que lhe permitam aceitar a promoção quando a oportunidade se apresentar, com alguma garantia de êxito, tanto para si próprio como para a empresa.
Dentro deste critério e procurando adaptar a formação às funções existentes e às necessidades do serviço, achamos que um plano de formação por módulos seria satisfatório e não muito custoso para as entidades patronais, pois permite que o empregado se vá preparando gradualmente, mesmo que a vaga não exista, o que o deixará apto a preencher o cargo quando este aparecer. A empresa pode facilitar essa formação e dar, no momento apropriado, oportunidade aos funcionários já preparados, que apresentem as melhores condições de satisfazer as necessidades do cargo proposto.
Para este programa de formação, sugerimos três patamares que corresponderiam aos seguintes aspectos:
-    funcionário sem função de supervisão: formação básica.
-    supervisão e chefia intermediária: formação complementar.
-    chefia superior e direcção departamental: formação avançada.
Não iremos além destes patamares, pois achamos que a  formação de direcção, e para funções superiores, já pressupõe  muitas outras premissas que não podem ser consideradas apenas por uma entidade patronal.
Adiante, iremos propor alguns módulos para a montagem de um programa de formação e daremos as directrizes para o que achamos útil no desempenho dos profissionais de hotelaria, nos cargos assinalados.
Apontamos os currículos para cada cargo, sem indicar textos ou fontes de estudo para a formação, pois, como tudo muda, os responsáveis poderão pesquisar no mercado o que de mais recente ou de mais fiável existir para preencher as necessidades apontadas nesses currículos.
No andamento do plano proposto, pressupõe-se que cada cargo acima na hierarquia já tenha todos os conhecimentos indicados para os módulos anteriores, devendo apenas agregar os módulos que se indicam para o novo cargo.
Aos funcionários recém-admitidos que se interessem por aderir ao plano de carreira existente, deve ser dada essa oportunidade, mas devem ser submetidos a uma análise de conhecimentos, os quais deverão complementar, se necessário, com os módulos pertinentes à posição ocupada.
Fica assim garantida a posição dos funcionários que já estão ao serviço, dando aos que chegam, a oportunidade de se promoverem em igualdade.



formação em hotelaria - 3

O PLANO DE CARREIRA INDIVIDUAL OU PESSOAL


Ainda que tenhamos indicado a formação profissional através da entidade patronal, como um meio de facilitar a ascenção dos profissionais a cargos superiores e como forma de lhes proporcionar  um desenvolvimento dos seus conhecimentos e habilidades, achamos que a carreira de um indivíduo é algo que deve ser gerenciado por ele próprio, pois a ela está ligado o resultado do seu futuro e quiçás o bem-estar da sua família. Por essa razão, achamos útil dar alguma ajuda aos que se interessarem por desenvolver por si próprios, essa faceta tão importante da sua vida profissional.

Construir a Carreira

O primeiro passo no desenvolvimento de objectivos de carreira é avaliar as suas próprias características pessoais, as suas habilidades e interesses, os seus gostos e desprazeres, e os seus pontos fortes e pontos fracos, confrontando-os com as necessidades inerentes à carreira escolhida, para verificar se correcções se fazem necessárias. Com tudo isso estabelecido, estará criado o "perfil" sobre o qual será montado um objectivo de carreira. Esta análise inicial poderá ser complementada, com a avaliação da formação já conseguida que pode ser aplicada em futuras posições, e as áreas específicas das avaliações pessoais de desempenho, que foram classificadas acima ou abaixo do satisfatório. Pode também ser definido o tempo pessoal e o esforço que se está disposto a comprometer na progressão da carreira. Nesse momento crucial, é importante estar consciente de que não se devem criar falsas expectativas ou ter ambição exagerada de rápidas progressões, que possam comprometer a evolução normal com alguma reação de desânimo. Fontes externas de aconselhamento gratuito podem ser usadas se tal for julgado necessário, pois a carreira de um indivíduo é o seu futuro, e como tal merece tanto a atenção do próprio como o carinho de terceiros. Uma completa análise da situação do mercado de trabalho e das exigências de formação para os respectivos cargos serão também um grande auxiliar.

Degraus de carreira
Os degraus de carreira identificam as oportunidades a aproveitar para possível alteração ou promoção, seja de um trabalho para outro, na mudança de empresa, ou no arranque para a posição imediata, e os potenciais padrões de transferência para a maioria das classificações, utilizadas pelo mercado de trabalho ou pelo conselho de administração. 

Especificações de qualificação
As especificações de cargos fornecem informações precisas sobre o âmbito das funções, as tarefas e reponsabilidades típicas, e as qualificações mínimas para os vários escalões. Uma excelente maneira de investigação neste campo é conversar com as pessoas que já executam as funções, e conhecer as suas dúvidas e as suas dificuldades.

Um plano de carreira é importante, e cada um deveria elaborar o seu próprio, uma vez que somente ele pode decidir o que mais lhe interessa. Definir a meta de uma carreira, ou o seu objectivo final, deve representar o que cada um espera, realmente, realizar. Quando este propósito estiver definido, devem ser estabelecidas as várias etapas e o tempo estipulado para cada uma delas, o qual deve ser razoável. Se em alguma das etapas for conseguido um avanço, tanto melhor, mas os atrasos podem ser evitados ao acautelar erros de planejamento que conduzam à frustração.  Conseguir os resultados de desenvolvimento pessoal num plano de carreira pode ser uma tarefa bem sucedida, se a pessoa estiver comprometida com o plano. Deve-se estar preparado para dedicar uma porção do seu próprio tempo, e algum esforço, para realizar este desígnio. Procurar sempre concluir a sua evolução como planejado, e confrontar periodicamente os resultados obtidos com o estabelecido no seu projecto inicial.
No esboço que apresentamos com as necessidades de formação para um plano de carreira, procuramos incentivar os profissionais ao estudo e à sua formação pessoal, independente da que lhe possa ser administrada pela empresa. Ao tempo de estudo que apresentamos, e que deve ser escalonado tendo em conta o indicado para os vários módulos, com a sua percepção em dias úteis, devem ser sempre acrescentados períodos de prática e treino, para consolidação do estudo efectuado.
Em nosso entender, devem ser previstos três anos no mínimo de formação básica, três anos de formação intermediária ou complementar, e mais três de formação avançada, até o candidato se achar preparado para concorrer a cargos de maior responsabilidade.

Preparar a promoção


Estamos conscientes que é duro fazer o seu trabalho honestamente todos os dias, ou até fazê-lo excepcionalmente bem, e ficar na mesma posição por alguns anos, enquanto outros, aparentemente menos merecedores, foram promovidos. Mas as pessoas que foram promovidas podem apresentar alguma coisa fundamental que você não tem. Promoção não é algo ligado apenas ao que cada um é pago para fazer. Promoção é uma coisa que sempre transcende os limites da “posição actual”. É a compensação para os que tiverem superado as suas responsabilidades “actuais”, e mostrado que estão prontos para assumir as inerentes aos novos cargos. Pense nisso, sempre que pensar em promoção. Se alguém está ocupado em trabalhar mais do que os outros, por que pensar em promovê-lo?  O valor do empregado para a empresa é o da sua eficiência. Se for promovido com enfoque apenas no que se espera dele, pode ser uma grande estratégia mantê-lo na posição actual. Só um olhar mais profundo, além do imediato e além do seu papel actual, que avalie as suas capacidades, pode levar a pensar que ele seria útil numa nova posição, com mais responsabilidade.
É bom, no entanto, pensar que a busca de uma promoção não inibe a obrigação de um bom trabalho e de atender às necessidades da posição “actual”. A chave é identificar as maneiras de adicionar mais valor à contribuição pessoal. Encontrar formas de se mostrar como capaz de resolver problemas. Descobrir maneiras de se envolver mais nas soluções, onde talvez possa avançar muito. Para se preparar para uma promoção, precisa conhecer a sua organização e compreender a dinâmica do sucesso organizacional. Isso não significa necessariamente fazer mais coisas, mas significa fazer mais, as coisas certas.

Coloque a si próprio estas perguntas:
    Quais são os objectivos estratégicos da organização?
    Como o trabalho do seu departamento se encaixa na estratégia global?
    Como o seu desempenho é medido pelo seu chefe?
    Que funções essenciais fazem outras pessoas da sua equipa?

Pode até se candidatar a movimentos laterais – posições semelhantes em diferentes departamentos – para aumentar a apreciação global da empresa pela sua pessoa.
Se a sua exposição for mais ampla, poderá se beneficiar de mais oportunidades de promoção, pois pode adquirir experiência em outras áreas da organização. Quando se tem a combinação certa de experiência e habilidade, a promoção para um nível mais alto pode tornar-se um objectivo realista. Aceitar mais responsabilidade é sempre uma boa saída, pois como os gestores têm sempre tarefas além das suas capacidades imediatas, eles delegam certos procedimentos a membros confiáveis das suas equipas. E delegam, a fim de terem mais tempo para trabalhar em tarefas de nível mais elevado. Essas tarefas de nível mais elevado são exactamente as que você almeja. Mas para obter acesso a elas, necessita primeiro provar que é capaz de lidar com uma responsabilidade acrescida.

Descrevemos algumas das formas de provar capacidade, mas  fazemos a descrição delas sem nos ater a posições ou escalões hierárquicos:

    Conclua o seu trabalho cuidadosamente e com um mínimo de supervisão. Isso aparece como capacidade de trabalho em equipa, e demonstra a competência individual.
    Quando apresentar dúvidas ao seu chefe, esteja preparado também com algumas soluções possíveis.
    Expanda o seu conjunto de habilidades. Determine o que você precisa aprender para adicionar mais valor ao seu trabalho, e faça um plano para adquirir essas habilidades.
    Avalie as qualidades e conhecimentos que precisa na nova função e certifique-se de adquirir estes.
    Mantenha-se actualizado no seu campo, lendo livros e talvez a imprensa da indústria. Obtenha conhecimentos actualizados e busque oportunidades para continuar o seu aprendizado e formação.
    Esteja consciente das pressões económicas e comerciais enfrentadas pela sua organização ou pela sua indústria.
    Use o bom senso no exercício das suas responsabilidades.
    Pense sempre sobre custo, versus benefício, analise os resultados financeiros e saiba como a sua função afecta a empresa como um todo.
    Procure oportunidades de conduzir projectos. Isso pode ajudá-lo a praticar as suas habilidades de liderança e demonstrar a sua capacidade para assumir novas responsabilidades. Tente ser voluntário para assumir novos processos ou para outras oportunidades de aprender e praticar os seus conhecimentos. Ofereça-se para cobrir as responsabilidades de um colega de trabalho enquanto ele ou ela está em férias, pois isso pode ser um excelente pretexto.
    Identifique oportunidades para delegar parte do seu próprio trabalho. Isso libera o seu tempo e permite a prática de supervisionar o trabalho dos outros.
    Pense sempre em como fazer as coisas melhor. Essa é uma das características definidoras dos líderes. Como se pode fazer algo mais barato, mais rápido, ou com menos desperdício.
    Considere formas de demonstrar o seu pensamento crítico ao comunicar-se com o seu chefe. Tal como, em vez de aceitar as coisas como elas são, pensar em como elas podem ser melhoradas e apresentar  modos inovadores de fazer as coisas melhor.
    Compreenda o valor da “ampliação” e incorpóre-o nas suas decisões e soluções. Procure sempre, aquilo que ainda não está sendo feito. Inovação não é apenas substituir as coisas que já existem, mas é também melhorá-las, ao adicionar-lhes algo de valor.
    Apresente as suas ideias, mesmo se não tiver a certeza de uma resposta positiva. Isso demonstrará a sua imaginação e a sua vontade de assumir riscos. Prepare-se para que muitas das suas ideias não sejam aceites. Se provar que está interessado em melhorar o desempenho organizacional, e que você pode apresentar algumas ideias originais, isso pode ser uma óptima maneira de definir o cenário para a promoção.
    Saiba mais sobre o pensamento inovador e a inovação prática.
    Defina as metas de promoção, porque é você quem precisa trabalhar pro-activamente para que essa promoção aconteça. Se confiar apenas nos outros para isso, provavelmente acabará decepcionado.

Procure agir com estas situações em mente:

    Identificar os seus objectivos de carreira dentro da organização.
    Quando se deparar com obstáculos, encontre maneiras de transpô-los. Uma atitude positiva será aceitar que tem um longo caminho pela frente para alcançar as suas metas.
    Procure ser notado pela sua capacidade de inspirar e motivar.

Comunicar o seu desejo e cumprir todos os itens acima, talvez não garanta uma promoção imediata. Deixará, no entanto, as pessoas saberem o que você quer, e que trabalha com afinco para alcançá-lo. Cada um deve ser o seu próprio campeão.

Seja firme e obstinado na sua luta por conseguir manter os seus objectivos, independentemente de possíveis obstáculos ou atrazos.

Não desista, se as opotunidades demorarem um pouco mais a aparecer.

Boa Sorte!


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