quarta-feira, 13 de setembro de 2023

 

Consciência Ecológica

 


E Responsabilidade Social

 

Num momento em que  as atenções e as discussões dos responsáveis pela política Mundial se unem voltados para analisar a melhor forma de salvar o que ainda resta do nosso Planeta, parece-me oportuno mostrar como o desenvolvimento da consciência ecológica e o sentimento de cidadania, é cada vez maior em todos os patamares das sociedades, pelo que a indústria hoteleira não pode alhear-se dessa realidade.

Os industriais deste ramo, devem analisar a sua postura neste campo, como uma forma de melhorar o seu marketing, pois todas as análises indicam que a competição a nível global, desenvolveu uma imutável tendência a transferir o poder de decisão para as mãos do comprador. Em muitos sectores, o mercado comprador se dá conta de que existem mais opções, com mais concorrentes e, excesso de oferta. O comprador, aprendeu a usar o novo poder que essa oportunidade lhe oferece, alterando a seu favor, as possibilidades de barganha. Pelo seu lado, os profissionais devem também compenetrar-se de que a sua colaboração é importante, pois a ajuda deve vir de todos os níveis sociais, e há muito que pode ser feito, nos hotéis, em relação a este problema.

A gestão ambiental e a demonstração de responsabilidade ecológica, são elementos que devem ser analisados e, usados, para posicionar o hoteleiro, perante o mercado e a sua clientela. E as formas de Gestão.

Por outro lado, a responsabilidade social tende a pautar o comportamento das empresas, em relação à sua implantação, à vizinhança e à evolução e responsabilização dos seus funcionários.

O consumidor do futuro, propende a ser um indivíduo mais consciente de todos esses valores, preocupado com a melhoria de vida e o bem-estar social. Ele irá privilegiar, não apenas o custo e a qualidade dos produtos, mas também o comportamento social das empresas que os fornecem, em relação a este problema.

Muitos hoteleiros estão já, propiciando aos seus clientes visitas guiadas às instalações dos seus hotéis, como forma de colocarem estes em contacto com os seus processos e o seu sentimento de responsabilidade neste campo. Cozinhas, copas e sectores afins, são até indicados, em muitos casos, pelos gestores, para visitas não anunciadas dos seus clientes.

 

A União Europeia, estabeleceu com a Eco Label, uma política já seguida em outros países e que, mundialmente, se convencionou chamar de Selo Verde, para ser aplicada neste campo. No Brasil, a ABNT criou a Qualidade Ambiental com a mesma intenção mas, em todo o Mundo, o movimento irreversível deste assunto, tende a alargar-se. Em muitos casos, empresas hoteleiras que tinham trabalhado a ISO de Qualidade, como uma forma de marketing, começam agora a debruçar-se sobre a ISO 14.000, para estudar os padrões ecológicos e as diretrizes que esta contempla.

 

Antes de avançar neste assunto, queremos esclarecer os nossos leitores, com alguns textos elucidativos sobre Política ambiental, pois os objetivos e, as finalidades, inerentes a um gerenciamento ambiental nas empresas, devem estar, evidentemente, em consonância com o conjunto das atividades empresariais. Eles não podem e nem devem, ser vistos como elementos isolados, por mais importantes que possam parecer, num primeiro momento. Relembramos aqui, um trinómio de responsabilidades empresariais, aplicável ao nosso momento na história:

 

·         Responsabilidade ambiental

·         Responsabilidade económica

·         Responsabilidade social

 

Gestão Ambiental

 

O termo gestão ambiental é abrangente, pois se usa, normalmente, para designar ações ambientais em determinados espaços geográficos. A parte que nos interessa tratar, a gestão ambiental empresarial, está essencialmente voltada para organizações, ou seja, companhias, corporações, firmas, empresas ou instituições, e pode ser definida como sendo um conjunto de políticas, programas e práticas administrativas e operacionais, que levem em conta a saúde e a segurança das pessoas e, a proteção do meio ambiente, através da eliminação ou, minimização, de impactos e danos ambientais decorrentes do planejamento, implantação, operação, ampliação, realocação ou desativação, de empreendimentos ou atividades, inerentes às fases do uso de um produto.

 

O objetivo maior da gestão ambiental, deve ser a busca e a manutenção permanente de melhoria da qualidade ambiental dos serviços, produtos e ambiente de trabalho, de qualquer organização.

A gestão da qualidade ambiental é, portanto, um processo de aprimoramento constante do sistema ambiental de acordo com a política estabelecida pela organização, para esse campo.

Existem objetivos específicos de gestão ambiental, definidos na norma NBR-ISO 14.001,[1] que destaca vários pontos básicos; além desses porém, observam-se na prática outros objetivos, que podem também ser alcançados através da gestão ambiental, os quais são:

 

·         gerir as tarefas do empreendimento de acordo com políticas, diretrizes e programas que demonstrem preocupação com o meio ambiente interno ou externo da empresa;

·         manter políticas que analisem, em conjunto, a área de segurança do trabalho, a saúde dos trabalhadores, a repercussão na vizinhança e na clientela;

·         produzir, com a colaboração de toda a cúpula dirigente e os trabalhadores, produtos ou serviços ambientalmente compatíveis;

·         colaborar com os sectores económicos, a comunidade e os órgãos ambientais para que sejam desenvolvidos e adoptados, processos produtivos que evitem ou minimizem agressões ao meio ambiente.

 

Fundamentos Básicos da Gestão Ambiental            

 

Os fundamentos, ou a base das razões que levam as empresas a adoptar e praticar a gestão ambiental, são vários. Podem ir, desde procedimentos obrigatórios de atendimento da legislação ambiental, até à fixação de políticas ambientais próprias, que visem a conscientização de todo o pessoal da organização.

A busca de procedimentos gerenciais ambientalmente corretos, entre os quais podem incluir-se a adopção de um Sistema Ambiental (SGA), encontra inúmeras razões para justificar a sua adopção.

Os fundamentos predominantes, podem variar de uma organização para outra, mas podem ser resumidos nos seguintes básicos:

 

·  Os recursos naturais (matérias-primas) são limitados e estão sendo fortemente afetados pelos processos de utilização, exaustão e degradação decorrentes de atividades públicas ou privadas, ficando cada vez mais escassos, relativamente mais caros, ou encontram-se legalmente mais protegidos.

·  Os bens naturais (água e ar), não podem considerar-se mais, como bens livres/grátis. 

 

A água, por exemplo, já possui valor económico ou seja, paga-se por ela, e cada vez se pagará mais, por esse recurso natural. Determinadas indústrias, principalmente as de tecnologias avançadas, necessitam de áreas com relativa pureza atmosférica. Ao mesmo tempo, uma residência num bairro com área privilegiada, custa bem mais do que uma casa em região poluída.

O crescimento da população humana, nas grandes regiões metropolitanas e nos países menos desenvolvidos, exerce forte contundência sobre o meio ambiente em geral,  e os recursos naturais em particular.

 

·  A legislação ambiental exige, cada vez mais, respeito e cuidado com o meio ambiente, exigência essa que conduz coercitivamente a uma maior preocupação ambiental.

·  Pressões públicas, de cunho local, nacional e mesmo internacional, exigem cada vez mais, responsabilidades ambientais das empresas.

·  Bancos, financiadores e seguradoras, dão privilégios a empresas ambientalmente sadias ou exigem, taxas financeiras e valores de apólices mais elevadas, de firmas poluidoras.

·  A sociedade em geral e, a vizinhança, em particular, estão cada vez mais exigentes e críticas, no que diz respeito aos danos ambientais e à poluição provenientes de empresas e atividades.

·  Organizações não-governamentais, estão mais vigilantes, exigindo o cumprimento da legislação ambiental, a minimização de impactos, a reparação de danos ambientais ou impedem a implantação de novos empreendimentos ou atividades.

·  Compradores de produtos intermediários, estão exigindo, cada vez mais, produtos que sejam produzidos em condições ambientais favoráveis.

·  A imagem das empresas ambientalmente saudáveis é mais bem aceita por acionistas, consumidores, fornecedores e autoridades públicas.

·  Acionistas, conscientes da responsabilidade ambiental, preferem investir, em empresas que, além de lucrativas, sejam também, ambientalmente responsáveis.

·  A gestão ambiental empresarial, está na ordem do dia, não só nos países ditos industrializados, mas também já, nos países considerados em vias de desenvolvimento.

·  A demanda por produtos cultivados ou fabricados de forma ambientalmente compatível, cresce mundialmente, em especial nos países mais conscientizados.

·  Os  consumidores, tendem a dispensar, produtos e serviços que agridem o meio ambiente.

·  Cada vez mais compradores, principalmente importadores, estão exigindo a certificação ambiental, nos moldes da ISO 14.000, ou certificados ambientais específicos como, por exemplo, para produtos têxteis, madeiras, cereais, frutas, etc. Tais exigências são voltadas para a concessão do “Selo Verde”, mediante a rotulagem ambiental.

·  Acordos internacionais, tratados de comércio e tarifas alfandegárias, incluem questões ambientais na pauta das negociações, culminando com exigências não tarifárias que, em geral, afetam produtores de países exportadores. Esse conjunto de fundamentos, não é conclusivo, pois os quesitos apontados continuam em discussão e tendem a se ampliar, mas essa é uma tendência indiscutível, se nos detivermos no facto de que as normas ambientais da família ISO 14.000 que tratam do Sistema de Gestão Ambiental e de Auditoria Ambiental, se encontram em vigor.

            

Importância da Gestão Ambiental para a Empresa 

 

Se procurarmos entender, o que significa: danos e efeitos ambientais possíveis de ocorrer durante a utilização do produto, veremos que nisto se compreende, todos os impactos sobre o meio ambiente, inclusive a saúde humana, decorrentes da obtenção e transporte, de matérias-primas, da sua transformação, ou produção, da distribuição e comercialização, do uso dos produtos, da assistência técnica e destinação final dos bens.

Devemos alertar, que a empresa é a única responsável, tanto pela garantia do acima descrito, como pela adopção de um SGA e, por conseguinte, de uma política ambiental ou correlativa. Também que, após adopção desta, o seu cumprimento e conformidade devem ser seguidos integralmente, pois eles garantem os resultados e, isso, os torna inquestionáveis.           

Ninguém é obrigado a adotar um SGA, ou Política Ambiental mas, se a sua adopção for decidida como necessária, deve cumprir-se o estabelecido, sob pena de a organização perder crédito no campo das questões ambientais, da sua preocupação com o ser humano, e das suas responsabilidades sociais.

 

A maioria das atividades humanas, causa algum impacto negativo ao meio ambiente.

Para os que possam achar que a hotelaria está distante desse compromisso por parecer inócua, vamos analisar vários dos pontos onde o seu trabalho pode começar.

 

Aparelhos de ar condicionado

Os aparelhos de ar condicionado, têm tendência, com o uso, a se tornarem barulhentos, pelo que se inserem no contexto dos itens a cuidar, quando se trata de gestão ambiental.

Se esses aparelhos são de grande porte, como no caso de Sistemas Centrais ou de Split, onde as unidades refrigeradoras são, quase sempre, instaladas exteriormente, a posição da vizinhança deve ser considerada. Os departamentos públicos que coordenam este sector, normalmente estabelecem um máximo de 60 decibéis como o máximo aceitável.

Para aparelhos individuais, o hóspede deve ser tido em atenção e, os 60 decibéis acima indicados, devem ser considerados como exagerados, neste caso.

 

Aquecimento Central

(deve-se ficar atento em Caldeiras e Àgua Quente, sobre o fenómeno ariete ou martelo, mas o mesmo também pode acontecer neste sistema)

 

Caldeiras e Água Quente

As caldeiras, em si, não apresentam grande problema mas, devem ser vigiados, atentamente, os queimadores, para evitar vazamento de gás ou queima defeituosa, que possa originar explosão. No caso de geradores de vapor, o perigo de explosão também é presente, se os reguladores estiverem defeituosos.

Quanto à àgua quente, alertamos para a necessidade de acompanhar a sua circulação, pois em momentos de deficiência, nesta, pode originar-se um fenómeno denominado ariete ou martelo, o qual emite, a intervalos intercadentes, barulhos fortes e desagradáveis para o ouvido humano.  

 

Consumo de água e energia

Para regularizar este consumo, são tomadas muitas vezes, decisões que não se coadunam com a Política Comercial. A Direção do hotel, deve estar consciente da sua responsabilidade, tanto na redução dos Custos, como no apoio ao esforço de vendas, pelo que as decisões neste campo, devem ser ponderadas. De qualquer modo, tanto o consumo de água, como a redução de gastos de energia, são contribuições para a uma boa Política Ambiental, pois se focam na preservação da natureza. Para um banho, 50 litros de água estão estabelecidos, como uma quantidade razoável, logo, devem ser regulados, os chuveiros, para um consumo desta quantidade, dentro do que se estabeleça como tempo para o banho. Existem já, no mercado, adaptadores para o efeito.

As lâmpadas, devem ser colocadas, dentro de um padrão, estabelecido e, mantido, de acordo com os lugares, bem como horários para ligar e desligar. Não esquecer que, num quarto, existem lugares para possível leitura, que devem estar melhor iluminados, enquanto outros são apenas para iluminação ambiente, onde uma lâmpada menor não será notada.

O uso de lâmpadas frias, com maior poder de iluminação e menor consumo, é sempre aconselhável, exceto nos restaurantes, onde a sua utilização pode alterar o colorido da apresentação dos pratos.

Em todos os lugares e para todos os serviços onde tal seja viável, será útil considerar a instalação de aquecimento ou luz solar, ou eólica,[2] pelo que isso representa, em economia e, preservação ambiental.

 

Desperdício de comida

Pode parecer risível, a inclusão deste item, mas se tivermos em conta que, cada vez mais, a Terra se apresenta incapaz de garantir subsistência às futuras gerações, começaremos a ponderar que, o hábito de evitar desperdício de comida, através de um bom armazenamento e uma confecção que contemple as necessidades, será uma atitude defensável.

 

Detergentes e Produtos de Lavanderia

É do conhecimento geral, que os detergentes são agressores e poluidores da natureza pelo que, sempre que possível, devem ser utilizados os bio-degradáveis.

Por outro lado, a prática usual de troca diária da roupa de quarto, pode ser revista, sem chocar a clientela, dando ao cliente, a possibilidade de escolher, por si próprio, como vai ajudar na política ambiental.

Alguns hotéis, já estão usando a estratégia de solicitar aos hóspedes, a sua colaboração na  Política ambiental da empresa, através da exibição de avisos, nos quartos, através dos quais o cliente pode escolher a sua opção. Esta prática ajuda a evitar o fluxo de muitos litros de detergente nos esgotos, e ajuda a manter uma melhor rentabilidade no serviço de lavanderia.

Como ajuda, damos abaixo o teor de avisos já implementados em alguns hotéis brasileiros.

 

                                                                                                                                    

Queremos chamar a atenção dos hoteleiros, para o facto de que, para que este sistema funcione com resultados, os hóspedes devem identificar no hotel, uma verdadeira preocupação ecológica e sintomas de um programa honesto neste sentido, pois de outro modo, ficarão com a impressão de que apenas houve uma intenção de reduzir despesas à custa dos clientes.

 

Por outro lado, em vez de troca de roupa a cada dois dias, pode ser trocado, diariamente, o lençol de baixo, colocando um lençol fresco, por cima, para melhor acabamento da cama.

Esgotos (sobretudo em lugares de veraneio)

Muitos hotéis de veraneio, são localizados junto ao mar, no campo ou na serra, fora dos locais onde as autarquias mantém um tratamento regular dos esgotos. As fossas, são uma solução para estes últimos mas, apesar disso, eles devem (ou podem) considerar, um tratamento de esgoto que permita, não só cuidar dos dejetos, como reaproveitar a água consumida, solução que deveria ser sempre seguida, pelos que estiverem junto ao mar.

 

Geradores de Electricidade

Estes aparelhos são altamente ruidosos, pelo que só devem ser consideradas, para uso em hotelaria, unidades especiais com proteção anti-ruido e, localização nos subsolos.

 

A Sociedade, pode ajudar a conservar o meio ambiente, se utilizar a energia eléctrica de forma eficiente, pois desta forma, pode evitar ou, adiar, os impactos ambientais associados a construção e manutenção de novas barragens, linhas de transmissão e redes de distribuição de energia.

 

Iluminação

A boa iluminação dos locais de trabalho, é obrigação das empresas, segundo determinação da OIT, acolhida por todos os países a ela ligados. Pode, no entanto, ser estudada a melhor forma de iluminação, analisando a localização das lâmpadas, de forma a tirar destas o melhor rendimento. As lâmpadas do tipo néon, com a wattagem aconselhada, são as preferíveis, devendo sempre ser instaladas, pela frente de quem trabalha, a fim de evitar a sombra que a cabeça projeta.

(Para as lâmpadas dos quartos e áreas públicas, veja o que dizemos em “Consumo de água e de energia”).

 

Inclusão dos hóspedes no programa

Nenhum programa funciona, se não for honestamente implantado, e não der às pessoas a sensação de que é para valer. Os hóspedes podem ser chamados a colaborar com o programa, (veja o que dizemos em” Detergentes e Produtos de Lavanderia”) mas devem, para darem a sua contribuição, estar conscientes de que o Programa é válido, e detectar em todo o estabelecimento, indícios dessa validade.

 

Inclusão dos funcionários no programa

O mesmo sentimento que indicamos como válido para os hóspedes, também deve ser encontrado no pessoal. Assim, paralelamente à implantação do Programa, devem ser feitas Palestras e Treinamentos, explicando ao pessoal, como a sua contribuição é necessária, enfatizando os benefícios que para todos advém, de uma consciência ecológica. O Programa deve também ser implantado com o empenho de todos, desde a Administração até aos Serventes, passando pela Direção e, sobretudo, com o apoio desta.

 

Fogões

Estes equipamentos podem parecer, a priori, distantes de qualquer culpa, quanto à qualidade ambiental. Queremos alertar no entanto que, a maior parte dos nossos profissionais de cozinha, não presta muita atenção, ao tempo e à necessidade de manter os queimadores ligados, pelo que, muito gás e oxigénio se queimam, diariamente, sem necessidade, poluindo a atmosfera e consumindo reservas que, infelizmente, não são inesgotáveis.

 

Lixos

No meu livro “Manual de Hotelaria”, fizemos referência aos lixos e à necessidade de cuidados no seu manuseio transporte e armazenamento, pois os lixos devem sempre considerados, altamente poluidores, possíveis transmissores de males e, sem dúvida, ninho de bactérias e insetos. Em locais, onde não exista recolha periódica de lixos, a sua incineração deve ser estabelecida.

 

Motores

Os motores são, de uma maneira geral, propensos a ruídos e, se não estiverem bem regulados, a um consumo exagerado de energia, pelo que a sua manutenção deve ser periódica e cuidada.

 

Produtos de Limpeza

São inúmeros os produtos de limpeza, tendo cada um, a sua própria finalidade, mas em muitos casos, um só produto pode conseguir com êxito, a substituição de alguns outros.

Os responsáveis pela compra e utilização dos produtos de limpeza, (os chefes de serviços) devem conhecer e, estudar muito bem, os produtos que utilizam, transmitindo esses conhecimentos aos seus subordinados, evitando uma multiplicidade de produtos, que aumentam custos e poluição de locais, sem melhores resultados aparentes.

 

Reciclagem (vidros, latas, jornais, papel, etc.)

A reciclagem passou a fazer parte do nosso dia a dia, pelo que não nos deteremos muito a exemplificar, como isso pode ser feito, mas apenas anotamos a necessidade de que um sistema seja implantado em todos os hotéis, com benefícios que são evidentes, mas que só aparecem se forem postos em prática. De qualquer modo, a reciclagem é ponto obrigatório em qualquer programa ambiental.

 

Proteção Ambiental

  

O simples facto, de o hoteleiro considerar a gestão ambiental, como uma obrigação a seguir, pode ter e, geralmente tem, uma importância estratégica de resultados palpáveis. Isso ocorre porque, o grau de sensibilidade demonstrado e adoptado pela alta administração para com o meio ambiente, já deixa antever à clientela, a qualidade gerencial do estabelecimento, sobretudo em hotéis de férias, onde a natureza desenvolve um papel preponderante. Os hotéis de praias, podem alertar os seus clientes a protegerem as areias, não deixando lixos nelas, e a proteger o mar e os animais marinhos, evitando lançar óleos, lixos e objetos plásticos no mar.

 

Consultando a NBR-ISO 14.004, podemos avaliar quais são os Princípios e elementos necessários para a elaboração de um SGA, pois ela cita: (o sublinhado é nosso)

 

Comprometimento e política - é recomendado que uma organização defina a sua política ambiental e assegure o comprometimento com o seu  SGA.

Planejamento - é recomendado que uma organização formule um plano para cumprir a sua política ambiental.

 Implementação - para uma efetiva implementação, é recomendado que uma organização desenvolva a capacitação e os mecanismos de apoio necessários para atender sua política, seus objetivos e metas ambientais.

Medição e avaliação - é recomendado que uma organização mensure, monitore e avalie o seu desempenho ambiental.

Análise crítica e melhoria - é recomendado que uma organização analise criticamente e aperfeiçoe continuamente o seu sistema de gestão ambiental, com o objetivo de aprimorar o seu desempenho ambiental global.”

                      

Avaliação Ambiental Inicial            

 

O processo de implantação, de um sistema de gestão ambiental, começa pela avaliação ambiental inicial. Esse procedimento, deve ser realizado com recursos externos, seja por consultores autónomos ou por firmas de consultoria ambiental.

Inicialmente, as empresas não conseguem perceber, as suas deficiências em termos de meio ambiente, devido a:

 

·         Falta de percepção ou conscientização ecológica de dirigentes e colaboradores.

·         Forma tradicional de produção, sem tratamento de efeitos poluidores, ou sem precauções no processo industrial.

·         Redução de despesas, a qualquer custo, em detrimento do meio ambiente.

·         Manutenção da competitividade dos sectores, sem cuidar das questões ambientais.

·         Falta de monitoramento, ou fiscalização, por parte dos órgãos ambientais competentes.

           

A avaliação ambiental inicial, permite às organizações:

 

·         Conhecer o seu perfil e o seu desempenho ambiental.

·         Adquirir experiência, na identificação e análise de problemas ambientais.

·         Identificar, pontos fracos, que possibilitem obter benefícios ambientais e, até económicos, muitas vezes óbvios, mas não detectados.

·         Tornar mais eficiente, a utilização de matérias-primas e insumos.

·         Coletar subsídios, para fixar a política ambiental a ser seguida na organização.

 

As técnicas mais comuns para esta avaliação podem incluir:

 

·         Aplicação de questionários previamente desenvolvidos.

·         Realização de entrevistas dirigidas, com registo dos resultados obtidos.

·         Utilização de listas de verificação pertinentes às características da organização.

·         Inspeções e medições diretas em casos específicos.

 

Comprometimento            

 

A política ambiental, deve conter um senso de orientação, bem como fixar, os princípios de ação, que melhor se adaptam ao perfil da empresa e, à postura desta, em relação ao meio ambiente.

Tendo como base, a avaliação ambiental inicial ou, no caso de empresas que já pratiquem algum dos processos neste sentido, uma revisão que permita saber onde e em que estado  a organização se encontra, no campo ambiental, este é o momento de a empresa definir, claramente, os objetivos a atingir.

O objetivo maior é, obter um comprometimento e uma política ambiental definida para a organização.

Esta, não deve simplesmente conter declarações vagas; precisa ter um posicionamento definido e forte.

Muitas empresas, incluem a política ambiental na “missão”, síntese dos seus propósitos.

A política ambiental, tal como a de Qualidade, deve estar disseminada e ser partilhada em toda a empresa, tanto nas áreas administrativas como operacionais e ser conhecida e aceite, pelas hierarquias existentes, tanto de baixo para cima, como de cima para baixo - da alta administração até à produção.

Ao adoptar uma política ambiental, a organização deve escolher, as áreas onde o cumprimento da legislação e, das normas ambientais vigentes, se refere a problemas e riscos ambientais potenciais da empresa, mas a organização deve ter o cuidado de não ser demasiadamente genérica, afirmando, por exemplo: “comprometemo-nos a cumprir a legislação ambiental”.

É óbvio que, qualquer empresa, com ou sem política ambiental declarada, deve obedecer a legislação vigente.

O compromisso, com o cumprimento e a conformidade, é que demonstra a importância que esta tem para a organização, pois, a adopção de um SGA é voluntária e, nenhuma empresa é obrigada a adoptar procedimentos ambientais espontâneos.

 

[1] Os pontos da norma NBR-ISO 14.00, são:

            Objetivos da gestão ambiental

            · implementar, manter e aprimorar um sistema de gestão ambiental;

            · assegurar-se de sua conformidade com sua política ambiental definida;

            · demonstrar tal conformidade a terceiros;

            · buscar certificação/registro do seu sistema de gestão ambiental por uma organização externa;

            · realizar uma auto-avaliação e emitir auto-declaração de conformidade com esta Norma.

 [2] Geradores Eólicos

Produzem energia eléctrica pelo acionamento de geradores, através de pás, movidas por massas de ar. A energia dos ventos é renovável, limpa e abundante em alguns locais.

Os principais impactos ambientais dos geradores eólicos, são a geração de ruídos e a poluição visual, devido ao seu grande porte.

 Geração por Energia Solar

Consiste, na conversão directa da luz do sol em energia eléctrica. Este processo é realizado com equipamentos geralmente chamados de painéis fotovoltaicos. O Sol irradia sobre a Terra, anualmente, algo equivalente a 10 mil vezes a energia consumida pela população mundial, no mesmo período.

O aproveitamento da energia solar tem ocorrido em baixa escala, pois o custo de produção dos painéis é elevado. A eletricidade gerada por luz solar causa baixo impacto ambiental, o qual se restringe a matéria-prima necessária para a construção dos painéis fotovoltaicos.

 

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